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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Final de ano exige autocrítica



Olhar para o interior ajuda corrigir posturas erradas na vida

Luís Alberto Alves

 Mais um ano chega ao fim. São poucas as pessoas a fazer autocrítica. Olhar para dentro de si para compreender as razões vitórias e derrotas. Muitos preferem se encher de comida e bebida. Agem como se o mundo estivesse próximo do fim. Sem qualquer raciocínio crítico. Guardam o combustível errado para repetir os mesmos erros em 2015.

 É importante refletirmos sobre nossas decisões. Tirar lições em cima dos fracassos, visando encontrar ferramentas úteis para usar na estrada rumo ao sucesso. É igual casamento fracassado. Qual motivo contribuiu para ruína daquele relacionamento matrimonial? Não há incompatibilidade de gênio, conforme gostam de apresentar perante o juiz diversos advogados, para requerer o divórcio.

 Desde o namoro, é impossível alguém contrário gostar de outra pessoa. Água não combina com fogo. É latente nas posturas e modo de agir. Só tremendo idiota vai descobrir após o casamento que não existe entrosamento, ou seja, a tão falada incompatibilidade de gênio. Falta é analisar os pontos de convergência e divergências. Caso essa segunda prevaleça, é melhor pular do barco. É o mesmo de tentar unir cachorro e gato embaixo do mesmo teto.

 Qual razão impede de se fazer autocrítica? Talvez orgulho. Muitos não aceitam olhar e perceber o quanto são errados, hipócritas e mesquinhos. Preferem olhar o lado bom. Desconhecem que as más posturas ajudam na correção. Motorista velocista aprende através das salgadas multas e cassação da carteira de habilitação que é preciso obedecer às regras do trânsito. Entendem, por meio da punição, a loucura de resistir neste tipo de afronta às leis.

 A vida profissional exige exame crítico. Trabalhadores de vários setores cometem erros infantis e amargam nas filas dos desempregados. Se você é muito nervoso, tem língua agitada, não consegue ficar sobre o muro; pode ter certeza que irá sofrer bastante. São poucas as boas empresas para candidatos deste estilo. Ou quase nenhuma.

 Você já se perguntou qual o motivo para a perda do último trabalho? Chegava muito atrasado, faltava várias vezes ao mês, falava mal dos patrões, ofendia os colegas, perdia tempo nas redes sociais? Era competente? Fugia de encrenca? Era pontual? Enfim qual razão de sair da empresa após tantos anos de dedicação?

 O ano tem 12 meses. Tempo suficiente para se fazer obra de gênio e burrada. Alguns perdem trimestres envolvidos em futricas. Esquecem do alvo fixado na madrugada de 1º de janeiro. Igual alcoólatra jurando de pés juntos o abandono da bebida. Mas no dia seguinte é flagrado com copo de cerveja nas mãos.

 Não é bom gastar tempo em besteiras, artifícios que vão te levar ao buraco, caso insista neles. Semelhante má amizade, sem trazer nada de útil à vida, o melhor é descartar. Partir para o que é bom. Qual razão de gastar várias horas num curso que pouco vai acrescentar ao currículo? Só por status? Errado. O ideal é centrar fogo naquilo que aumentará o valor agregado na tua caminhada profissional.

 Só existe alguém que te conhece profundamente: você! Agora é o momento de separar algumas horas, de preferência de manhã, talvez ainda na cama, após acordar e colocar a mente em funcionamento. Separe o joio do trigo. O que deu certo e errado. Quais motivos influenciaram no sucesso e fracasso. Invista nos pontos positivos. Não perca tempo nos dados negativos. Se teu nervosismo ajudou impedir promoções no trabalho, o ideal é entrar no time dos calmos. Porque o pavio curto só te prejudicou.

 Às vezes olhamos para o sucesso alheio e nos questionamos: por que ele deu certo e eu continuei a ver navios? Esquecemos de pesquisar os pontos bons daquela pessoa. Em situações de pressão, age com moderação, segura a língua, fica de espírito desarmado, prefere ouvir e ficar calado. Não sai socando e gritando na primeira estocada. Só observarmos o lado bom, sem a preocupação de saber como ocorreu aquela conquista.

Na vida nada chega as nossas mãos facilmente, exceção aberta a porcarias. Cargos bem remunerados exigem sacrifícios e muito conhecimento. Casamentos felizes andam de mãos dadas com renúncias de ambos os lados. Diálogos são constantes. Não existem decisões unilaterais, onde só um manda e o outro abaixa a cabeça. Mesmo em meios a discussões, prevalece o bom senso.

 Para termos boa vida, é importante abrirmos mãos do veneno que pode estar nos matando há vários anos. Não é legal odiar o próximo. Até na hora do enterro precisamos de alguém para segurar na alça do caixão. O ser humano não é ilha. Caso esteja sem falar com alguma pessoa há muito tempo, procure restabelecer a relação, principalmente agora em época de rede social. Não crie inimigos, se possível adversários. Saia da caverna. Mostre a cara em público. Recuse o radicalismo como estilo de vida. Ele vai te isolar no mundo.


 Assim você conseguirá ter um ano­novo sempre. As pessoas gostarão de ficar ao teu lado. Vão lhe procurar, até na busca para conselhos. Quando estiver pisando nos espinhos, encontrará alguém para lhe ajudar. Quando cultivamos o bem, reduzimos bastante o espaço do mal. Pode enfrentar surpresas ruins, mas conseguirá ficar por cima. Porém tudo começa com o exame do seu interior. Aproveite parte desta quarta­feira (31) para fazer isso. Teu coração e mente agradecerão.

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