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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O tempo não espera ninguém




O tempo é implacável na sua caminhada pela nossa vida


Luís Alberto Alves

 O tempo é radical: não espera ninguém. Prossegue na sua caminhada rumo ao futuro, desprezando choro, lamento e indecisões. Infelizmente diversas pessoas se esquecem de fazer o correto. Concentram energias em picuinhas, na procura de pelo em ovo. Quando abrem os olhos, já não existem dias ou meses para recuperar o que perderam.

 Quando somos jovens imaginamos que temos todo o tempo do mundo para concretizarmos nossos caprichos. É a hora de desprezar conselhos, principalmente dos pais. Afinal de contas existe a impressão de que a força nunca chegará ao fim. Pelo contrário, aumentará com o passar dos dias.

 Perdemos tempos nos relacionamentos “Titanic” ou mesmo em emprego que não trará nada de bom no campo profissional. Poucos conseguem visualizar o horizonte adiante. Após os 25 anos, os meses voam. Para muitos é começo do auge no segmento onde resolveu atuar. Logo chega os 30 anos. Sessenta meses depois a barriga insiste deixar o cinto mais apertado, caem os primeiros fios de cabelos e as cáries pipocam nos dentes.

 Nesta altura do campeonato, muitos já se encontram casados e com filhos para criar. Tudo passa a ter sentido. Inclusive o dinheiro gasto nas brincadeiras fúteis, drogas e bebidas. Não demora e logo chegam os 40 anos. Sinônimo do começo da geladeira profissional para alguns segmentos empresariais e ápice do conhecimento para outros.

 Para espantar diversas doenças, principalmente do coração, e manter sob controle a pressão e longe do diabetes, ocorrem as visitas freqüentes às academias, caminhadas e corridas nos parques e até no circuito de ruas. É a época dos 50 anos, quando definitivamente as ilusões ficaram para trás.

 Nessa época o tempo anda rápido. Aumenta o grisalho dos cabelos, os dentes começam a perder a força de morder os gostosos pedaços de picanha e chuleta. As pernas, nas curtas corridas e até no futebol de final de semana, insistem na desobediência ao cérebro. Subir vários degraus de escadas é tormento.

 A barreira dos 60 anos é rompida. Nesta altura do campeonato, os netos já são adolescentes. Amante das músicas barulhentas e de letras terríveis bate a saudade da década de 50 ou 60, de Beatles, Rolling Stones, Otis Redding, Tom Jobim, Vinícius de Morais, Elis Regina, Gilberto Gil, Jorge Benjor, Festival de Woodstock, Brasil tricampeão no México, Elvis Presley, Ritchie Valenz, Bill Halley, o Santos de Pelé e Coutinho, o Botafogo de Garrincha e Nilton Santos, o Palmeiras de Ademir da Guia e Dudu, o Flamengo de Zico, o Internacional de Falcão, o Guarani de Campinas de Zenon e Cia...


 Após os 70 anos tudo é lucro. Dependendo das extravagâncias da juventude ainda é possível manter acessa a chama do amor junto da esposa. Claro, não com o ímpeto dos 18 anos, mas marcando presença no campo. Filhos e netos criados, aposentadoria (mesmo pouca) caindo na conta mensalmente, e a certeza da missão cumprida. Caso seja intelectual, poderá continuar escrevendo, escorado na experiência das várias décadas de vida. Época em que tudo vira filme, reprise das ousadias cometidas décadas atrás. Mas na sua memória. Valeu a pena viver intensamente, sem perder a velocidade das águas do rio do tempo.

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