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terça-feira, 16 de novembro de 2021

Cuidado com o conto da anistia


Agência Brasil 
Imigrantes continuam sendo enganados nos Estados Unidos, com alegria permanência temporária



 Significa que pode ser sancionada uma lei que vai criar diversas outras regulamentações

Kris Lee*

Assuntos relacionados à imigração, via de regra, são repletos de polêmicas e dúvidas, devido a vídeos, redes sociais, grupos de WhatsApp e profissionais sem qualificação que se aproveitam do sonho e da ansiedade das pessoas.

Esse movimento tem crescido ainda mais. Como se já não bastasse esse cenário já tradicional que os especialistas em Direito Internacional lidam diariamente, agora temos mais um agravante que são pessoas se aproveitando da suposta “anistia” amplamente veiculada pelo governo Biden, para vender certas facilidades que não existem, porque isso está longe de ser algo verídico.

A lei de anistia, vamos chamar dessa forma mais simples, não se refere apenas à concessão de um benefício. Significa que pode ser sancionada uma lei que vai criar diversas outras regulamentações, que vão gerar direitos, bem como obrigações e, além disso, há diversas etapas que seguirão determinados protocolos que envolvem questões constitucionais e orçamentárias. Soma-se a esse isso um considerável custo.

Está longe de ser algo “daqui em diante será assim” e automaticamente beneficiar milhões que estão à espera de um sonho. É preciso pôr os pés no chão. Outro mito que circula muito entre as pessoas que estão de forma ilegal é que os imigrantes geram muita riqueza, todos pagam impostos. Não é bem assim, existem diversos estudos que mostram que só 35% do total de não documentados pagam efetivamente os seus tributos. Então quer dizer que 65% não contribuem com o país, pelo contrário, utilizam benefícios que são custeados por outros.

Essas informações desencontradas geram ainda mais confusão e alimentam falsas expectativas, o que é um prato cheio para os oportunistas que aproveitam para vender facilidades. Alguns cobram para colocar pessoas na lista de espera para aplicação do processo de anistia.

Entenda como tudo começou

Em setembro de 2021, os democratas enviaram para o Congresso um pacote de reformas que previa a concessão de Green Cards para milhões de pessoas, o que foi rejeitado por diversas razões e eu vou focar algumas delas. Nesse caso, é importante lembrar que muitos na época estavam bombardeando a parlamentar Elizabeth MacDonough, uma funcionária de carreira que anteriormente atuou como assistente de referência na Biblioteca do Senado. Ela estudou na George Washington University, onde se formou em Literatura Inglesa, e mais tarde cursou a Vermont Law School, de acordo com seu perfil no LinkedIn.

Ela serviu por um breve período como advogada distrital assistente do Departamento de Justiça dos EUA antes de assumir o cargo de deputada assistente sênior em 1999. Foi um cargo que ocupou por 13 anos, antes de assumir seu papel atual como parlamentar do Senado em 2012. MacDonough tem sido, em grande parte, considerada uma presença constante e moderada no Senado.

Ela fez a devida análise, como obviamente foi remitida a ela como parlamentar, para uma possibilidade de validade ou invalidade e ela negou. Hoje, ela está aposentada, mas dedicou a vida inteira defendendo imigrantes, existem inúmeros pareceres dela própria em favor dessas pessoas que, inclusive, foram julgados pela Corte, e mantidas as decisões.

Depois dessa negativa, os democratas apresentaram uma nova proposta que também foi rejeitada, porque implicaria em uma mudança na lei e não deveria ser processada daquela forma. Algumas etapas precisam ter a formalidade necessária para que haja uma aprovação e, consequentemente, uma validade, caso contrário pode ser derrubada depois por uma votação seguinte no Congresso ou numa legislatura futura, e isso também foi uma das preocupações da própria Elizabeth.

Os democratas estão agora tentando um plano C, para que ele seja analisado e eventualmente aprovado e existe uma pequena chance de agora dar certo, porque a proposta daria benefício para aqueles que chegaram antes de 1º de janeiro de 2021 e não estão em status legal dentro dos Estados Unidos.

Ocorre que nesse caso se fala apenas da concessão de um parole e que não deve ser confundido com o advanced parole concedido no conhecido combo card. Este protegeria o imigrante que estivesse em situação de ser deportado e concederia uma autorização temporária de permanência e trabalho.

Por que temporária? Porque o parole é temporário e não definitivo. Este recurso não tem consentimento indeterminado, pelo contrário, ele é por um tempo determinado, extraordinário e deve obedecer a um período específico.

A modalidade não dá direito à residência permanente e muito menos à cidadania, mas concederia um alívio momentâneo para aqueles que buscam, de alguma forma, se regularizar dentro dos Estados Unidos sem o risco de ser deportado e, nesse caso, poderia beneficiar mais de 7 milhões de pessoas.

Na verdade, esse número é bem maior.

Por esse motivo, o Congresso criou a figura jurídica em 1952 para permitir que o governo mantivesse dentro dos Estados Unidos pessoas em situações específicas e de interesse público. Então, por isso, não é algo que foi criado agora, que se trata de uma “proposta nova”. É simplesmente a utilização de uma figura jurídica que já foi implementada, votada, que existe para a concessão de um benefício temporário para quem deseja se regularizar.

Essas pessoas podem ter acesso a uma autorização para trabalhar legalmente, recolher imposto, passarão a ter um status dentro dos Estados Unidos e deixam de ser indocumentadas, podendo ter direito a um plano de saúde, social security e diversos direitos, além da proteção para não ser deportadas.

Nas duas propostas anteriores foram colocadas algumas questões, principalmente por MacDonough, que são os principais pontos e resultaram na negativa. Nesse caso, com a suposta aprovação, estariam superados. A primeira é que a proposta criaria uma regulamentação para o estabelecimento de uma nova forma de status, ou seja, isso só poderia ser criado com a aprovação de uma nova lei que deveria ser obviamente votada, implementada, colocada para votação e sancionada, e não simplesmente por meio de uma proposta, de uma medida.

A iniciativa também criaria um caminho para a cidadania e isso acarretaria diversas mudanças e definição de regras e benefícios para o aplicante, o que também não poderia ser feito desta forma, porque traria diversas questões atreladas a benefícios, obrigações e deveres que seriam destinadas ao aplicante. Então, não poderia ser feito nesse formato em que foi aplicado. E terceiro, que também é importante, que a parlamentar ressaltou.

O Congresso, diante de uma votação futura, poderia revogar todos esses benefícios e obviamente colocar essas pessoas novamente num limbo, resultando em batalhas jurídicas de diversas questões poderiam acarretar problemas ainda maiores para dentro dos Estados Unidos e para essas próprias pessoas.

Então, por essas três principais razões, acho que essa proposta do jeito que foi apresentada não seria aprovada. E a aprovação do parole, da forma como ocorreu, será colocada nesse novo formato, de modo que a aprovação desse parâmetro fugiria dessas três principais preocupações, que obviamente são importantes e por isso, eu concordo com ela nesse sentido.

parole traria alívio temporário e obviamente permitiria que essas pessoas tivessem uma garantia de não deportação até que se pudesse efetivamente criar uma legislação, trabalhar tanto democratas como republicanos para que pudessem juntos chegar a uma conclusão de que realmente isso pode ser interessante para o país ou não.

Lembre-se que isso foi uma promessa de campanha do presidente Biden e da vice-presidente Kamala Harris, e que obviamente até agora não foi implementado. Eles tinham prometido resolver isso em até cem dias, então eles estão criando situações, deixando para que haja negativas e eles digam, “olha, nós estamos tentando, estamos fazendo e podem continuar votando na gente, porque a gente está lutando por vocês”, quando na verdade, vemos que poderia ter sido feito de outra maneira e que poderia ter trazido outro tipo de benefício de uma forma muito mais efetiva.

Vamos torcer para que isso realmente aconteça, que as pessoas consigam ter algum tipo de alívio e possam efetivamente pagar os impostos, sonhar com um novo caminho devidamente regularizadas, estabilizadas e com as suas famílias.

*Y. Kris Lee é advogada americana, sócia-gerente da LeeToledo PLLC licenciada nos Estados Unidos, no Distrito de Columbia e no Estado de New York. 

Automedicação: uma prática que coloca em risco a saúde de todos

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Um medicamento, por exemplo, pode diminuir ou aumentar o efeito de outro

Já em pacientes com câncer, o remédio pode até mesmo reduzir o efeito da quimioterapia

 Dra. Daniela Lima

A automedicação, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), consiste no uso de medicamentos ou chás por pacientes para tratar suas próprias doenças, muitas vezes sem a prescrição de um médico.

Embora o indivíduo tenha a intenção de se cuidar com a automedicação, ela pode ser bastante prejudicial, principalmente no que se refere à interação entre os remédios. Um medicamento, por exemplo, pode diminuir ou aumentar o efeito de outro. Além disso, muitas pessoas se automedicam sem conhecimento prévio dos possíveis efeitos colaterais e, ainda, correm o risco de aplacar sintomas temporariamente, mascarando uma doença mais grave e adiando, portanto, seu diagnóstico e tratamento correto.

É importante frisar que a automedicação apresenta riscos ainda maiores para alguns grupos em particular, como entre idosos e pacientes oncológicos. O uso de calmantes por pessoas da terceira idade tem como consequência o aumento dos riscos de quedas e piora da memória, bem como a dependência. Já em pacientes com câncer, o remédio pode até mesmo reduzir o efeito da quimioterapia, atrapalhando o tratamento.

Uma prática muito comum é o uso de analgésicos (medicamentos para dor) por pacientes portadores de dor crônica. Uma atitude bastante comum é utilizar analgésicos para alívio de dores de cabeça. Existe um tipo de dor de cabeça por uso excessivo de remédios, ou seja, o paciente toma o medicamento para obter melhora, mas o remédio piora a sua própria dor. Vale ressaltar que, em muitos casos, o paciente não relata o uso do remédio para o seu médico, o que pode dificultar o sucesso do tratamento.

A automedicação, portanto, pode ser uma prática arriscada a sua saúde. Abaixo, deixo algumas dicas importantes no combate à automedicação:

- Sempre que passar em consulta médica, questione seu médico sobre o que você poderia tomar em caso de dor, náuseas e vômitos;

- Questione sempre seu médico sobre quais os sinais de alerta para os seus sintomas mais comuns, que devem te fazer procurar um pronto-socorro ou uma ajuda médica precoce;

- Se você é portador de alguma doença que causa dor crônica, acompanhe com um especialista e siga as orientações prescritas, evitando tomar remédios sem prescrições;

- Algumas medicações como anti-inflamatórios e corticoides têm muitos efeitos colaterais e devem ser evitados sem prescrição médica;

- Os antibióticos, se usados indiscriminadamente, selecionam a flora bacteriana da pessoa, podendo chegar um momento em que a sua utilização terá de ser indicada também no caso de doenças simples;

- Evite medicações que contêm mais de um princípio ativo, pois há maior chance de efeitos colaterais e interação entre os remédios.

Por fim, a melhor forma de cuidar da saúde é com uma boa alimentação, praticando atividade física e evitando agentes causadores de estresse. Assim, com certeza, a sua necessidade de utilizar remédios irá diminuir. 

Dra. Daniela Lima é geriatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

Cinco tendências para a educação em 2022

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Crianças e adolescentes terão de se adaptar ao novo estilo de ensino

Agora, muitas escolas estão trabalhando em regime híbrido

Guilherme Camargo, CEO da Sejunta

A pandemia, sem dúvidas, impactou profundamente o setor educacional e o trabalho dos responsáveis pela gestão escolar. Primeiro, foi necessário fazer uma migração emergencial para o ensino remoto, adequando estratégias, rotinas e currículos. Depois, na medida do possível, os encontros presenciais foram retomados aos poucos, exigindo nova adaptação. 

Agora, muitas escolas estão trabalhando em regime híbrido, mas ainda precisam lidar com várias questões em aberto: o ensino  totalmente presencial.  Como planejar o próximo ciclo letivo? Que novos desafios a gestão escolar encontrará em 2022?

Abaixo, cito as 5 principais tendências educacionais para o próximo ano.

 

1. Investimento 

As tecnologias móveis foram adotadas, em grande volume, por escolas de todo o mundo. No entanto, sem o desenvolvimento continuado dos educadores, sem a integração efetiva na prática pedagógica e sem a implementação adequada, pode trazer disfunções ao projeto das escolas. Com o cenário evidente, as escolas devem se apoiar em empresas especializadas, para que o investimento em tecnologia seja revertido em respostas e retorno de investimento.

 

2. Implementação de metodologias

O ensino remoto exigiu que escolas e educadores adaptassem os processos de ensino e aprendizagem ou que adotassem novas estratégias para engajar os estudantes. As metodologias ativas, como o ensino híbrido, a aprendizagem baseada em projetos, e a gamificação poderão contribuir com um melhor contexto e superar os desafios do retorno às atividades presenciais. Educadores bem preparados para implementar as diferentes metodologias vão apoiar a escola a  ter sucesso na educação pós-pandemia.

 

3. Personalização no processo de aprendizagem

Estudantes aprendem do seu próprio jeito e têm preferências e necessidades únicas. Respeitar as diferenças e utilizar tecnologias para apoiar as necessidades é um grande passo para melhorar os processos de ensino. O iPad, por exemplo, tem tecnologias assistivas de maneira nativa e permite imediatamente que as escolas apoiem os estudantes no processo de implementação das novas tecnologias, sem a necessidade de instalação de software e custos adicionais. A personalização do processo de aprendizagem é uma tendência forte, levando em consideração grande acesso a recursos cada vez mais pessoais.

 

4. Desenvolvimento 

Desenvolver um estudante que é capaz de pensar de maneira crítica, ser criativo e resolver problemas complexos é um dos grandes objetivos das escolas inovadoras para o futuro. Essas habilidades podem ser desenvolvidas dentro da escola, com o uso de recursos e tecnologias. Por meio da orientação de educadores, que podem apoiar no alcance destes objetivos,  essas habilidades serão fundamentais para o profissional do futuro.

 

5.Inclusão 

Tornar o estudante protagonista, permite que ele desenvolva diferentes habilidades, esteja mais engajado e absorva mais conhecimentos. De acordo com o relatório desenvolvido pelo Instituto Gallup (2019), 75% dos educadores afirmam que os estudantes aprendem melhor quando eles podem se expressar, ou seja, promover o protagonismo e a autonomia. A inclusão dos alunos nos processos de ensino tem um efeito transformador na maneira como os alunos interagem com o conteúdo.


Escola de Curitiba oferece mentoria para adolescentes refletirem sobre projetos para a vida

 

Aluna do colégio Bagozzi, Isabela Fernanda Paes, em mentoria

Diferente de um teste vocacional ou de uma lista de profissões, o processo de mentoria leva o aluno ao autoconhecimento que o ajudará a tomar decisões de forma mais assertiva

Redação/Hourpress

Insegurança. Essa é a palavra que define o sentimento de qualquer adolescente de 15 ou 16 anos que se aproxima do vestibular. Qual profissão seguir, se vai ganhar bem ou se depois vai se arrepender da escolha são algumas das questões mais comuns. Por isso o Colégio Bagozzi, de Curitiba, realiza o projeto Adolescer para Crescer, que auxilia alunos do ensino médio nesse momento tão cheio de dúvidas.

O Adolescer para Crescer foi desenvolvido pela psicopedagoga Silvana Vaz, especialista em inteligência emocional e comportamental, para aplicação em escolas. Só no Bagozzi, em 2021, serão cerca de 120 adolescentes atendidos. “Nós iniciamos pelos estudantes do segundo ano, porque estão no auge da adolescência e nessa fase já começam a sentir o peso das escolhas relacionadas ao futuro”, explica a diretora-geral da Rede OSJ de Educação, Angela Basso.

A mentoria é conduzida diretamente por Silvana, que passa cerca de uma hora com cada aluno, entendendo seus contextos familiares, individuais e de interesses. “O foco da conversa não é a profissão, mas sim a jornada de vida do estudante, desde o seu nascimento. É um olhar para a continuidade, não para o fim das coisas. Observo sua história, sua personalidade, seus hobbies, suas dificuldades de relacionamento e vários outros aspectos que interferem nas escolhas”.

Ela explica que tradicionalmente os adolescentes são submetidos muito cedo à “escolha da profissão”, mas que mais importante é terem clareza de suas habilidades e vocações, da área de interesse com mais afinidade e, acima de tudo, por onde gostariam de começar essa jornada. “Vocação não se define na profissão. É, sim, um meio pelo qual se entrega para o mundo aquilo que já transborda de dentro de você e que vai tomar forma ao longo da vida”, diz Silvana.

Início de jornada

De acordo com a especialista, falar em “começo da jornada” ajuda o aluno a entender que ele não está elegendo o trabalho que fará para sempre (o que seria assustador). “O mundo profissional não é assim, imóvel. Existirão inúmeras possibilidades, sempre. Por isso o mais importante é o autoconhecimento para seguir com segurança pelas áreas onde ele terá mais chance de desenvolver o que gosta e alcançar seus sonhos”, detalha a psicopedagoga.

Silvana também ajuda os jovens a se conectarem com referências positivas em suas áreas de interesse. “Eles sempre chegam muito impressionados com histórias que não deram certo. Tento mudar essa perspectiva e indico exercícios, filmes, séries e referências positivas, sem nunca dizer que curso devem escolher, mas os ajudando a enxergar coisas que ainda não estavam no seu repertório de vida”.

"A mentoria me fez entender melhor as coisas e me ajudou a ter um foco maior nas opções que considero. Foi como um estalo, uma virada de chave", conta Isabela Fernanda Paes, de 15 anos, aluna do segundo ano do ensino médio do Colégio Bagozzi, em Curitiba.

A diretora-geral da Rede OSJ de Educação frisa a importância dessa individualização do processo. “A aplicação de um teste escrito ou uma feira de profissões, por exemplo, não dão conta de conduzir o aluno nesse tipo de reflexão mais profunda. E ele nem sempre vai aceitar o apoio da família para isso, porque o contexto familiar é sistêmico e envolve outras questões, perspectivas, expectativas e até pressão por parte de algum familiar”, conta Angela.

Adolescer para crescer 

O Adolescer para Crescer foi iniciado no Colégio Bagozzi em 2018 mas ganhou força em 2021 devido aos efeitos da pandemia na vida dos adolescentes. “Essa é a fase da vida em que, bioquímica e biologicamente, o ser humano se desconecta de algumas bases e busca socializar fora do ambiente familiar. Mas isso não foi possível no ano passado e a busca dos adolescentes aconteceu no ambiente virtual”, conta Silvana.

A especialista explica que, para alguns, esse “distanciamento da realidade”, do "mundo lá fora", dificultou ainda mais o processo de decisão. Além disso, segundo ela, as novas gerações tendem ao imediatismo, o que amplia a insegurança relacionada a decisões que exigirão constância, como são a faculdade e a carreira profissional. “O mais importante para que esse processo de mentoria gere frutos é o acolhimento. Por isso trabalhamos a partir dos pilares do autoconhecimento, da valorização da vida, das reconciliações e da gratidão à família. Só aí podemos saber quem somos como indivíduos e seguir em frente em nossos sonhos e projetos”, detalha.

A diretora-geral da Rede OSJ de Educação destaca esse olhar voltado ao aluno. "A perspectiva individual e familiar é o cerne da nossa atuação, por isso escolhemos um projeto que trouxesse uma abordagem mais acolhedora e atenta para esse momento de escolha da formação e carreira profissional", finaliza Angela.

Sobre a Rede OSJ de Educação

A Rede OSJ de Educação faz parte da Congregação dos Oblatos de São José, instituição que pertence à Igreja Católica Apostólica Romana com mais de 100 anos de presença no Brasil. Fundada em 14 de março de 1878 pelo padre e bispo italiano José Marello, atualmente está presente em 15 países espalhados em todos os continentes.

A instituição atua na educação desde o berçário até a pós-graduação, priorizando as relações humanas, o ensino de qualidade e a visão cristã do mundo. Mais do que desenvolver o espírito crítico e intelectual dos alunos, propõe-se acima de tudo favorecer o crescimento integral da pessoa.

Atualmente a Rede OSJ mantém as seguintes unidades educativas: Centro Universitário UniBagozzi (Curitiba/PR), Colégio Padre João Bagozzi e Bagozzi Kids (Curitiba/PR), Colégio São José e Girassol (Apucarana/PR), Colégio Bagozzi Ourinhos (Ourinhos/SP), CEI Menino de Nazaré (Curitiba/PR) e Centro Social Marello (Curitiba/PR).

Avanço: Injúria racial e racismo são igualmente crimes imprescritíveis

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Instrumentos jurídicos que contribuem para a erradicação do racismo 

Redação

No último dia 28 de outubro, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria de votos, que o crime de injúria racial configura um dos tipos penais de racismo e é imprescritível. Ao explicitar seu voto, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que a imprescritibilidade é importante para produzir resultados efetivos para extirpar essa prática e viabilizar “a responsabilização penal daqueles que, tradicionalmente, vêm desrespeitando os negros”.

http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=475646&ori=1

Essa memorável decisão coloca em evidência a relevância e a atualidade da luta negra contra a discriminação e o preconceito ainda arraigados na sociedade.

Assim, no mês dedicado à Consciência Negra, e na esteira dessa importante decisão judicial que fortaleceu os instrumentos jurídicos que contribuem para a erradicação do racismo no país, o Grupo Editorial Summus julgou oportuno indicar seus principais autores da Selo Negro Edições como possíveis fontes para comentar a mudança na lei, na condição de especialistas e ativistas que são. Alguns nomes:

Flavia Rios – Socióloga, com doutorado na Universidade de São Paulo, onde obteve os títulos de bacharel em Ciências Sociais e mestre em Sociologia. Suas áreas de pesquisa são relações raciais, movimentos sociais e políticas públicas. É uma das autoras do livro Lélia Gonzalez (Selo Negro Edições, 2010) que faz parte da coleção Retratos do Brasil Negro.

Luiz Carlos Santos - É jornalista e mestre em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Autor de O negro em versos – Antologia da poesia negra brasileira e Luiz Gama (Selo negro, 2010) da coleção Retratos do Brasil Negro. É militante do movimento negro, fez parte da direção da Sociedade de Intercâmbio Brasil África (Sinba) e foi coordenador do Núcleo de Consciência Negra na USP. Atualmente, é consultor de História do Museu Afro Brasil e docente em cursos de formação de professores.

Oswaldo Faustino - É jornalista, escritor e estudioso de relações étnico-raciais. É também autor dos livros Nei Lopes, da coleção Retratos do Brasil Negro, e A legião negra - A luta dos afro-brasileiros na Revolução Constitucionalista de 1932, ambos editados pela Selo Negro Edições. Foi colaborador da revista Raça Brasil e tem proferido palestras e ministrado minicursos para educadores sobre formas práticas de aplicação da Lei nº- 10.639/03.

Selo Negro Edições foi criada em 1999 para dar visibilidade à população negra e suas temáticas específicas. O conceito que orienta suas publicações reinventa esse espaço negro mantendo na ficção e na não-ficção as etnicidades negras como foco de referência. Ao mesmo tempo, amplia repertórios, alinha um segmento e evidencia sua singularidade para os títulos em educação, psicologia, filosofia, comunicações, literatura, obras de referência etc.

Sobre o Grupo Summus

Surgido em 1974 como Summus Editorial, o Grupo Summus é hoje um dos principais atores no mercado editorial brasileiro em publicações de não-ficção. A marca reúne, além da Summus Editorial, os selos Editora Ágora, Edições GLS, Selo Negro Edições, MG Editores, Plexus Editorial e Mescla Editorial, e constitui fundamental agente de difusão da ciência e da literatura. Psicologia, educação, comunicação, direitos humanos, comportamento, fisioterapia, saúde e bem-estar, literatura, diversidade, e protagonismo negro são algumas das áreas temáticas do Grupo Summus.

Para acompanhar as novidades e eventos, curta as redes sociais:  Grupo Summus no Facebook , Instagram e Twitter .

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

O roubo da identidade

 Atualmente o Banco Central possui mais de 760 empresas cadastradas para trabalharem com o sistema PIX

PIX se transformou num mecanismo para facilitar a lavagem de dinheiro 


Paulo Akiyama

O que seria o roubo de identidade? Não é o roubo de seus documentos, mas da sua personalidade como cidadão, de sua privacidade, de seus sigilos financeiros.

Me lembro quando nos idos anos de 2005 acompanhava uma série de televisão em que um dos personagens teve sua identidade roubada e começaram seus terríveis pesadelos, ações na corte americana de cobranças, problemas com a polícia, inclusive sendo presa indevidamente.

O que acontece hoje em nosso país é o roubo de identidade dos cidadãos brasileiros, quando pessoas mal-intencionadas de posse de números dos documentos, RG, CPF e nome completo, baixam aplicativos de supostos bancos virtuais e abrem uma conta corrente.

Por que supostos bancos virtuais? Muitos bancos virtuais em seus APP e website induzem as pessoas acreditarem tratar-se de um banco quando, na verdade, são empresas de pagamentos autorizadas a operarem no sistema PIX.

Atualmente o Banco Central possui mais de 760 empresas cadastradas para trabalharem com o sistema PIX, sendo emissores e receptores das transferências de numerários via esta modalidade recém-inaugurada.

Ainda há mais de 60 empresas aguardando a homologação ou autorização do BACEN para atuarem nesta atividade.

Geralmente os meliantes que se utilizam deste tipo de golpe, invadem um perfil de uma empresa que vende no Instagram, por exemplo, e abrem uma conta em uma destas operadoras de meios de pagamentos, anunciam a venda neste post falso de algum produto por um preço muito atrativo, abaixo do mercado, e fornecem os dados para pagamento da conta também fraudada.

Após decorrido o prazo para que o comprador receba a mercadoria, ele se dá conta de que foi lesado, comparece a uma delegacia de polícia, abre um boletim de ocorrência e representa na mesma data.

É nessa situação quando a pessoa que teve sua identidade roubada é informada que há um inquérito policial que está apurando a má conduta.

Começa assim o pesadelo daquele que roubaram a identidade.

Como algumas empresas de meio de pagamento limitam o volume de transferências, os meliantes abrem contas em diversas outras, e com o passar do tempo inicia-se uma nova maratona do cidadão que teve sua identidade roubada, torna-se um martírio, uma penitência sem fim e cada dia mais problemas.

Você busca socorro junto ao Banco Central do Brasil e este diz que não tem como fiscalizar ou fazer qualquer coisa, mas o número do seu CPF está rodando como chave de PIX para os meliantes aplicarem cada vez mais golpes.

Muitos pensavam, antes deste artigo, que o PIX era autorizado apenas aos bancos comerciais, instituições autorizadas a funcionar como bancos pelo Banco Central do Brasil. Engano seu, estas empresas de meios de pagamento, de crédito direto, algumas cooperativas, estão habilitadas pelo Banco Central a operar com o PIX.

Ao invés de o PIX vir para facilitar a todos, está criando um enorme problema para muitas pessoas, aquelas que são vitimas do golpe de vendas e as vítimas que têm suas identidades roubadas.

Mais uma informação importante, caso seja vítima de roubo de identidade, dificilmente conseguirá contato direto com estas empresas de pagamento, pois, em sua maioria não atendem pessoas físicas.

Vale ainda acrescer que a fragilidade do sistema favorece a lavagem de dinheiro, passando de uma conta para outra sem deixar rastros significativos.

Os golpes dados pelo WhatsApp muitas vezes utilizam uma conta digital para pagamento, certamente contas de empresas de meios de pagamento.

Não há segurança no sistema para a abertura de conta nestas empresas, basta baixar o APP e preencher um formulário básico sem precisar enviar cópia dos documentos e nem a foto do correntista.

 Paulo Akiyama é formado em economia e em direito desde 1984.

Será que eu estou endividado?

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Por causa da crise, muitos brasileiros ficaram sem dinheiro na carteira

Na verdade, é mais um sintoma do real problema

*Jose Leonardo de Campos

Essa é uma pergunta que aparentemente tem uma resposta simples para a maioria das pessoas. Afinal, qualquer um que tenha um pagamento em aberto está endividado.

Pronto, respondido. Certo? Na verdade, não completamente. Essa é somente parte da resposta. Isso porque, temos outro aspecto que é necessário analisarmos.

O que é considerado endividamento?

Além das contas em atraso, devemos considerar também o endividamento futuro.

Ou seja, aqueles compromissos financeiros futuros com dívidas como: empréstimos, financiamentos e compras parceladas que podemos ter.

Assim, podemos dizer que qualquer um que tenha algum compromisso financeiro vencido em aberto ou algum compromisso futuro com dívidas já adquiridas a vencer, está endividado.

Agora, estar endividado é necessariamente um problema?

Mais uma resposta negativa, estar endividado não é necessariamente um problema.

Na verdade, é mais um sintoma do real problema: a falta de planejamento financeiro. Afinal, isso pode acabar gerando um desequilíbrio financeiro e aumentando cada vez mais o endividamento.

Então o real problema é o desequilíbrio financeiro gerado pela falta de planejamento, logo a pergunta mais importante de ser respondida é outra.

Será que meu orçamento está desequilibrado?

Para respondermos essa pergunta, é necessário antes entender o que um orçamento desequilibrado é.

De forma bem simples, um orçamento desequilibrado é o orçamento que gasta mais dinheiro do que ganha no mês a mês.

Esse desequilíbrio pode ser percebido por diferentes sintomas conhecidos por muitos de nós no dia a dia. É quando utilizamos o cheque especial frequentemente, ou precisamos consumir no cartão de crédito porque o dinheiro não durou o mês inteiro.

Agora, além dos sintomas, para entender se o seu orçamento está desequilibrado, é necessário ter um planejamento financeiro montado com previsões de entradas e saídas para os meses futuros.

Isso é importante porque, o desequilíbrio de orçamento não se dá em apenas um mês e sim em uma sequência de meses.

Para montar esse planejamento, basta somar todas as entradas prevista de cada mês e depois, deste valor, subtrair o total previsto de saídas de cada mês.

Se o resultado for positivo, quer dizer que está previsto sobrar dinheiro, se o resultado for negativo, será aí quer dizer que está previsto faltar dinheiro, ou seja, orçamento desequilibrado.

Como evitar as dívidas?

Por fim, mais do que saber se está endividado ou não, precisamos saber que é primordial ter organização e planejamento financeiro para termos uma boa saúde financeira e um orçamento financeiro equilibrado que, com certeza ajudará a sair das dívidas e te manterá longe delas.

Para isso, aqui na Plano, temos a Ana, nossa assistente financeira virtual que te ajudará a montar seu planejamento financeiro.

Ela te instrui a construir seu planejamento com previsão para os próximos 24 meses. Além disso, ao término, ela te dará um diagnóstico financeiro e um plano de ação para melhorar sua saúde financeira!

*Jose Leonardo de Campos é Engenheiro pela UAM. Possui experiência profissional em diferentes mercados como indústria automotiva, tecnologia e telecomunicações dentro de empresas de diferentes tipos, nacionalidades e culturas, tendo atuado principalmente nas áreas de gerenciamento de projetos, gestão comercial e tecnologia.

NTU diz que omissão do governo federal vai fazer tarifa de ônibus subir 50% em 2022

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A covid-19 provocou queda no número de passageiros

A renovação coincide com as datas-base de motoristas e cobradores

Redação

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) vem a público para alertar que os prejuízos acumulados conjuntamente pelas empresas que operam os serviços de transporte público por ônibus urbano em todo o país e pelos poderes públicos concedentes já alcançam R﹩ 21,37 bilhões desde março do ano passado, decorrente da queda do número de passageiros e da obrigatoriedade de manutenção da oferta para garantir o distanciamento social devido à pandemia da Covid-19. Esse prejuízo já fez com que 52 empresas suspendessem a prestação dos serviços ou permanecessem sob intervenção ou recuperação judicial, até o momento.

A NTU adverte que a falta de políticas de apoio ao setor, principalmente por parte do governo federal, e a manutenção das atuais regras dos contratos de concessão podem levar a um aumento de pelo menos 50% nos preços das tarifas de ônibus em todo o país a partir de janeiro do ano que vem, quando começam as revisões tarifárias previstas em contrato.

A renovação coincide com as datas-base de motoristas e cobradores, que ocorrem anualmente entre janeiro e maio. Como os salários desses profissionais - que respondem por 48,8% em média, dos custos das empresas - estão pressionados pela inflação descontrolada, que já acumula 10,25% nos últimos 12 meses, o setor prevê forte pressão por reajustes salariais, num momento em que as empresas estão descapitalizadas e sem caixa para fazer frente às suas obrigações. Nesse contexto, infelizmente é possível que haja a intensificação de movimentos grevistas e demissões, resultados indesejados, tanto por empresários quanto por trabalhadores e, principalmente, pelos passageiros que dependem do transporte coletivo urbano para suas atividades diárias.

De janeiro de 2020 a setembro de 2021 houve perda de 87.497 postos de trabalho no segmento de transporte público de passageiros e o registro de 333 movimentos grevistas, protestos e/ou manifestações que ocasionaram a interrupção da oferta de serviços em 98 sistemas de transporte público por ônibus em todo o país, quadro que vai se agravar no próximo ano se não forem tomadas as devidas providências pelo poder público.

Ao custo da mão de obra deve ser acrescentado ainda o óleo diesel, que é o segundo item que mais pesa na operação das empresas e responde por 26,6% em média, do custo do transporte público coletivo. Este ano, o diesel já acumula a absurda alta de 65% no preço.

Marco legal

Além de todas essas ameaças à estabilidade dos custos do transporte público, há também o risco do fim da desoneração da folha de pagamento, a partir de janeiro de 2022, caso não seja aprovado o Projeto de Lei 2541/21, que prorroga a medida até 2026 e aguarda votação no Congresso. A

reoneração da folha acrescentaria mais 6% no custo das empresas, piorando um quadro que já é insustentável.

As empresas de transporte público não querem mais aumentos da tarifa pública definidos pelo poder público, porque afugentam o passageiro e são contraproducentes. Ao invés desse caminho usual, que não resolve o problema, o setor defende soluções estruturais e definitivas que reestabeleçam e assegurem o equilíbrio econômico-financeiro dos sistemas de transporte público, incluindo uma nova política tarifária, que remunere o custo do serviço prestado, independente da tarifa cobrada do passageiro; uma política de preços diferenciados para os insumos do setor; políticas de apoio e fortalecimento do transporte público por parte do governo federal, estados e municípios; e a adoção de um novo marco legal para o transporte público brasileiro, que modernize as regras atuais, garanta uma tarifa barata para o passageiro e um transporte de melhor qualidade em benefício de toda a sociedade.

Se mantida a prática de transferir ao passageiro a responsabilidade de custear sozinho o transporte coletivo, adotada na maioria dos contratos em vigor no país, podemos esperar no próximo ano uma alta de R﹩ 2,00 na tarifa ou mais, com consequências imprevisíveis, e não de R﹩ 0,20, como a que deflagrou os protestos populares de 2013.

Para evitar o reajuste das tarifas em 50%, os governos estaduais e municipais, dos 2.901 municípios que oferecem o serviço de transporte público organizado, terão que fazer um aporte financeiro de R﹩ 1,67 bilhão ao mês para garantir a continuidade da oferta de transporte nas cidades. Essa é a realidade da qual não se pode fugir. Esses são os recursos públicos necessários para custear um dos serviços públicos mais relevantes para toda a sociedade. Cabe ao poder público concedente se posicionar em relação a esse grave problema e assumir suas responsabilidades, somando esforços e buscando os aportes necessários e urgentes para garantir a continuidade desse serviço essencial.

Levantamento realizado pela NTU:

• A demanda atual de passageiros é, na média nacional, 37,3% menor que a do período pré-pandemia; já a oferta atual é apenas 16,6% menor que a média anterior.

• De janeiro/2020 a setembro/2021 foram perdidos 87.497 postos de trabalho em todo o segmento de transporte público urbano de passageiros, segundo dados do Painel do Emprego da Confederação Nacional do Transporte (CNT).

• Em todo o país, 98 sistemas de transporte público por ônibus foram atingidos por 333 movimentos grevistas, protestos e/ou manifestações que ocasionaram a interrupção da oferta de serviços; na maior parte dos casos, os motivos principais foram a redução/interrupção da oferta de serviços e a incapacidade das operadoras de pagarem salários e benefícios aos colaboradores devido ao desequilíbrio econômico-financeiro.

• Até o momento, 6 operadoras encerraram suas atividades; 15 operadoras e 1 consórcio suspenderam as atividades; 5 operadoras, 1 consórcio operacional e 1 sistema BRT (RJ) sofreram intervenção na operação; 5 operadoras tiveram seus contratos suspensos; 2 operadoras tiveram seus contratos rescindidos; o contrato de 1 empresa operadora caducou; e

• 12 operadoras e 3 consórcios encontram-se em recuperação judicial, uma medida jurídica utilizada para evitar a falência da empresa.

• A tarifa pública (cobrada do passageiro) é atualmente de R﹩ 4,04, na média nacional.

Cinco tendências em negócios para 2022

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Após a passagem da pandemia, a oportunidade de voltar a ganhar dinheiro

No Brasil, a perspectiva é de juros mais altos

Thais Cordero

As turbulentas tempestades provocadas pela pandemia estão, finalmente, dando pequenos sinais de melhora. Contudo, o cenário que se desenha não parece dos mais promissores. Para os negócios que sobreviveram a esse período conturbado, é hora de reorganizar e planejar as ações para o próximo ano.

No Brasil, a perspectiva é de juros mais altos, somado a uma crise hídrica e às incertezas típicas de um ano eleitoral. No mundo, já se considera um panorama de estagflação, onde a atividade econômica se encontra estagnada em meio a uma alta inflação.

Diante de tantas incertezas, algumas medidas devem ser tomadas a fim de conter a crise e alavancar a retomada econômica. Por isso, listo aqui cinco tendências de negócios que devem se acentuar em 2022.

#1 - Exportação: As exportações brasileiras registraram recordes no período da pandemia. Entre janeiro e julho desse ano, foi registrado um aumento de 35,3% em relação ao mesmo período de 2020 – o equivalente a US$ 161,42 bilhões, segundo dados do Governo Federal. O destaque é, sem dúvidas, para o agronegócio, cujo PIB também apresentou seu maior crescimento histórico, de 24,31% em 2020, de acordo com o Comunicado Técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O setor foi especialmente favorecido pela desvalorização do Real – especialmente se tratando da soja e o minério de ferro. Com o Dólar em alta, a tendência é que mais empresas intensifiquem suas operações internacionais em 2022.

#2 - Internacionalização: Nos últimos oito anos, o nível de internacionalização das empresas brasileiras saltou de 12,9% para 21,6%, de acordo com um estudo publicado pela Fundação Dom Cabral. O aumento deixa claro a quantidade de portas abertas para os empreendedores constituírem suas empresas ao redor do mundo – novamente favorecidos pela cotação das moedas estrangeiras e menor tributação em determinados países. A Lei nº 14.195, que tem como objetivo a desburocratização do ambiente de negócios no Brasil, deve reduzir a insegurança jurídica tanto das empresas estrangeiras que querem atuar no Brasil quando das brasileiras que eram se internacionalizar.

#3 - Fusões e aquisições: Com foco em garantir sua sobrevivência, minimizando os impactos econômicos sentidos nesse último ano, as operações de fusões e aquisições vêm batendo recordes tanto em âmbito nacional quanto internacional. Só no primeiro trimestre deste ano, essas operações atingiram US$ 1,1 trilhão, um recorde desde 1998, segundo dados da Bloomberg. Para 2022, a tendência é que cada vez mais companhias busquem essa estratégia como forma de unir forças, melhorar a eficiência e garantir a continuidade dos negócios.

#4 - Reestruturação societária: Passado o período mais turbulento da pandemia, muitas empresas devem fazer uma análise mais profunda de seu quadro societário. Afinal, a reorganização interna é uma das principais chaves para que as empresas consigam sair da crise. Esse processo é uma consequência das mudanças estruturais que aconteceram ao longo do período dentro das companhias, como também em decorrência das próprias operações de fusões e aquisições. O objetivo é proteger os direitos dos acionistas ou sócios, aumentando a eficiência e competitividade das empresas.

#5 - Planejamento sucessório: Nunca sentimos tanto a vulnerabilidade da vida como neste período de pandemia. Foram mais de 600 mil óbitos causados pela Covid-19 apenas no Brasil – perdas que impactaram muitas empresas. Nesse contexto, a busca por um planejamento sucessório tem sido grande. Segundo o IBGE, a procura por esse tipo de documentação aumentou em mais de 50% em 2020. Como mais de 90% das empresas brasileiras são familiares, pensar a sucessão é fundamental para garantir a perpetuidade do negócio. Dados mostram que mais de 70% das empresas não chegam aos filhos e apenas 5% chegam à geração dos netos de seu fundador. Ter uma visão de longo prazo é fundamental.

O ano de 2022 deve ser desafiador, com uma projeção tímida no PIB, de crescimento previsto de apenas 1,57%. Contudo, é hora de as empresas olharem mais para dentro. É preciso estar com tudo em ordem e sempre atento aos negócios. Afinal, toda crise sempre reserva boas oportunidades. Estar preparado para aproveitá-las é o que faz a diferença.

Thais Cordero é advogada.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

A Tua memória vai cair no esquecimento

Os seus amigos e parentes vão lembrar de você durante o enterro, depois virá o esquecimento


Não! Geralmente os filhos estão fora desta sintonia

Luís Alberto Alves/Hourpress

Sabe aquela coleção de livros de história, sociologia, música; edições de jornais com grandes e importantes reportagens sobre diversos assuntos, que impactaram o Brasil quando de sua publicação, além de inúmeros discos de vinil, CDs, fitas K-7, vídeos e coletâneas? Após a sua morte, tudo isso irá para o lixo!

O erro que muito de nós cometemos e, claro você, é imaginar que o seu legado acabará preservado depois que a tua vida chegar fim. Não! Geralmente os filhos estão fora desta sintonia. Para eles, esse tipo de material é ultrapassado. Não merece permanecer guardado dentro de casa.

Para esta geração, completamente dominada pela tecnologia digital, dependente da internet, homens como Nelson Mandela, Martin Luther King, Berners Lee (um dos pais da internet), Voltaire, Montesquieu, Paulo Freire, Tom Jobim, Baden Powell, Moacir dos Santos, Samuel Wainer, Assis Chateaubriand, Eumir Deodato, Waldir Calmon, entre outros, são personalidades zero à esquerda.

Suas lembranças

Eles preferem dar crédito as Anittas da vida, ex-participantes dos circos chamados Big Brothers, Fazenda e outras besteiras que seduzem pessoas sem massa crítica na mente. Não adianta dizer que esse material deve ser preservado, com quem vive sem qualquer noção a respeito de fatos históricos que impactaram o mundo.

Ninguém vira semente. Mesmo a sua esposa ou esposo, que dividiu alegrias e tristezas durante mais de 20, 30 ou até 40 anos contigo, vai continuar guardando as suas lembranças. Após algum tempo, você cairá no esquecimento. O túmulo, nos primeiros meses ou até dois anos, será bem cuidado, depois a poeira e ervas daninha irão tomar conta daquela lápide.

A dura realidade é que somos importantes enquanto estamos vivos, atuando, conduzindo algo que impacte as pessoas ao nosso redor. Você é notado pelos seus vizinhos, parentes, colegas e amigos quando o sopro de vida domina a tua vida. Após a morte, tudo acaba. Desaparecemos no horizonte. Assim como os seus objetos pessoais e profissionais.

Extensão de casa

Na empresa, onde você derramou suor, se matou de trabalhar, sair altas horas da noite, malhando para entregar uma tarefa ou projeto solicitado pela diretoria, ali logo outro entrará no teu lugar. Vai sentar-se na mesma mesa em que você transformou numa extensão de sua casa. Logo o teu nome sumirá da memória dos funcionários, principalmente dos novos.

Portanto te aconselho a fazer uma espécie de testamento. Descreva a sua esposa ou esposo o que ele ou ela deve fazer com os seus objetos pessoais e profissionais. É para doar, jogar fora ou entregar para alguma biblioteca, discoteca, videoteca.  Enfim, faça isto para que o seu legado fique nas mãos de quem valoriza a importância da história. Ao agir, assim descansará em paz, no túmulo, que logo os seus familiares deixarão de visitar. Você cairá no esquecimento de todos, menos de Deus!