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A Ineficiência do Gasto Público

    Pixabay Radiografia da Notícia *  Por definição, a eficiência do gasto público é menor do que a do gasto privado *  Logicamente num regi...

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Pena de prestação de serviços comunitários para punir pichadores



Em todo o Brasil, pichadores agem impunemente

Luís Alberto Alves
 O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (29) o Projeto de Lei 985/15, do deputado Domingos Neto (Pros-CE), mudando a pena para o crime de pichação ou degradação de edificação ou monumento urbano. Como o projeto tramita em conjunto com o PL 3187/97, do Senado, a matéria voltará àquela Casa para nova análise.
 De acordo com o texto aprovado pela Câmara, uma emenda do deputado Alessandro Molon (PT-RJ), a pena prevista na lei sobre condutas lesivas ao meio ambiente (Lei 9.605/98), de detenção de 3 meses a 1 ano e multa, passará a ser de prestação de serviços à comunidade por até cinco meses.
 Os serviços deverão estar relacionados, preferencialmente, a ações de conservação de edificações, patrimônio ou vias públicas. Fará parte da pena também a reparação do dano à vítima. Em caso de reincidência, a pena prevista de prestação de serviços será aplicada pelo prazo máximo de 10 meses.
 O texto original do PL 985/15 dobrava a pena atual e previa que o condenado perderia os benefícios sociais de diversos tipos, entre os quais os do Bolsa Família.
 Para o deputado Alessandro Molon, o aumento da pena de detenção não traria a diminuição da prática. “Aumentar o tempo de pena vai fazer com que o infrator se torne um criminoso pior”, disse.
 O líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), também foi contra o aumento do tempo de detenção e criticou o que ele chamou de “culto ao penalismo com supressão de benefícios”.
O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), no entanto, defendeu o aumento da detenção para inibir "a ação de vândalos que têm a certeza da impunidade". “É hora de acertar as contas com aqueles que cometem pichações e estragam monumentos públicos”, disse.
 Já o autor do projeto, deputado Domingos Neto, defendeu a retirada de benefícios sociais dos pichadores. “Não podemos deixar o governo financiar o crime. É isso que está acontecendo hoje. Pichador é uma forma de entrar no crime organizado.”


 O cumprimento dessa pena deveria, em minha opinião, ser aos finais de semana, em horários de jogos de futebol ou shows de artistas. O pichador precisa aprender a valorizar o patrimônio alheio. Ao sentir na pele a dificuldade para apagar as frases indecifráveis, vai pensar duas vezes antes de sujar imóveis e obras de arte. 

“Pagar com a vida é excessivo demais”



Gularte a caminho do fuzilamento 

Luís Alberto Alves

 Essas foram as últimas palavras ditas pelo traficante brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42 anos, antes de receber os tiros desferidos pelo pelotão de fuzilamento na madrugada de quarta-feira (29), e tarde de terça-feira (28) na Indonésia, onde foi condenado à morte por tráfico de drogas.

 É ruim pagar com a vida em qualquer circunstância. O ideal é cumprir pena rígida numa prisão, talvez perpétua para tirar qualquer desejo de achar que o crime é boa alternativa de enriquecimento. Porém não é assim a realidade. Principalmente na venda de drogas.

 Será que Gularte pensou nas inúmeras pessoas que pagaram com a vida ao ficarem vários anos escravas dos malditos papelotes de cocaína, que ele ajudou a vender? E as adolescentes, fisgadas pelo falso brilho transmitido por esse pó, que mais tarde descobriram as dores da dependência química? E para manter o vício passaram a vender o próprio corpo, se transformando em farrapos humanos?

 Nos 29 anos vividos no submundo do tráfico de entorpecentes, Gularte pensou nos pais que tiveram suas vidas destruídas financeiramente e emocionalmente ao enfrentar o martírio de ver um filho ou filha aniquilados pela droga? Ele pensou naquela mãe desesperada ao ver o filho roubando eletrodomésticos dentro de casa para saciar o desejo de cheirar mais uma carreira de cocaína?

 Pensou no dependente químico, completamente destruído, sem um centavo no bolso para alimentar o vício e por não ter condição de pagar mais pela droga, entrou no time dos marcados para morrer, a mando, talvez, dele mesmo. Afinal de contas traficante cobra dívida com balas de revólver ou pistola.

 Nunca defendi a morte de ninguém, nem dos piores dos criminosos. O único com poder para retirar a vida é Deus, pois Ele nunca erra. Os humanos sim. Ao entrar para o tenebroso mundo do crime, principalmente do tráfico de entorpecentes, Gularte precisaria ter em mente que começava a cavar o buraco da própria sepultura. Poderia não ter pago com a vida e quem sabe viver muitos anos, caso estivesse no time dos honestos. Dos cidadãos do bem. 

Escolheu o caminho errado e pagou alto preço. No mundo do crime, nunca se tem um final feliz. Que o diga o supertraficante Pablo Escobar, integrante do círculo dos homens mais ricos do mundo na década de 1980. Morreu fuzilado e sua família foi obrigada a abandonar a Colômbia para não perder a vida.


Novo Shopping vai complicar trânsito na Paulista



Novo shopping custou R$ 500 milhões e será inaugurado hoje (30)


Luís Alberto Alves

 A construção do Shopping Cidade São Paulo, inaugurado hoje (30) no cruzamento da Avenida Paulista com Rua Pamplona, Centro, é o elogio à ignorância e desrespeito ao trânsito. Investimento de R$ 500 milhões, trazendo no bojo o velho argumento de geração de mais empregos diretos, deixou de lado o impacto, principalmente no horário de pico, numa das mais importantes vias públicas da cidade, próxima a diversos hospitais.

 Por razoe$ de$conhecida$ a Prefeitura não exigiu o Estudo de Impacto de Vizinhança, pelo fato de ser obra de grande envergadura. O estacionamento caberá 1.557 veículos. Imagine final de ano ou mesmo datas festivas onde este tipo de estabelecimento registra grande acesso de consumidores. Em dias normais, no encerramento de expediente, o congestionamento é rotina na Paulista.

 Já entrou no calendário turístico os eventos alusivos ao Natal realizados nessa avenida, atraindo muitas pessoas e carros, dificultando o tráfego, refletindo inclusive na estação Paraíso do Metrô e Rua Vergueiro, pouco distante do início da Avenida Paulista.

 Nenhum consumidor entra num shopping igual robô. O entra e sai é comum. Resultado: fila de veículos na Rua São Carlos do Pinhal, paralela à Paulista. Ela atravessa a Alameda Campinas. Caso os carros comecem a se locomover lentamente, e isso vai acontecer, impactará na Alameda Campinas e Joaquim Eugênio de Lima, refletindo na Paulista. Daí para frente é o famoso efeito dominó: milhares de motoristas parados, mesmo diante de semáforos abertos.

 Para quem não mora na capital paulista, esse artigo pode parecer algo maluco. São Paulo, cidade com 12 milhões de habitantes, tem extensa frota de veículos. Suas ruas, maioria estreitas e cheias de buracos, são insuficientes para comportar os milhares de automóveis que circulam pelas vias públicas. Congestionamento é rotina para o paulistano. Para se entrar no trabalho às 8h da manhã, dependendo da região, é preciso sair de casa três horas antes.

 Por falta de praia, o lazer da população dessa cidade é visitar shoppings, principalmente nos finais de semana. Numa sacada comercial, vários desses estabelecimentos criaram praças de alimentação reunindo diversos restaurantes e lojas de fast food. Muitas pessoas vão a esses locais para almoçar ou jantar. No final de ano, as famosas compras atraem milhares de consumidores, pois encontram no mesmo local inúmeras lojas onde podem “queimar” o famoso dinheiro do 13° salário.


 Agora não adianta chorar o leite derramado. Para quem precisa utilizar a Paulista todos os dias, para ir e voltar ao trabalho, é preparar o ânimo, visto que o congestionamento crescerá na região. O poder público, infelizmente, faz vistas grossas para empreendimentos onde milhões são investidos. Quanto à população, que se acostume a ficar presa no trânsito muito tempo. 

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Brasil ficará de pé após a Operação Lava Jato?



Construção de plataformas para extração de petróleo sofreu interrupção no Brasil

Luís Alberto Alves

 Após o furacão “Lava Jato” o Brasil continuará de pé? Digo o país onde tudo se faz na base do jeitinho, pagando propina para obter vantagens? Em nossa nação, a corrupção é semelhante ao câncer espalhado por todo o organismo. Na maioria das esferas governamentais é natural se pedir algo em troca para fazer qualquer tipo de favor.

 Com a bomba atômica do pagamento de propina para garantir grandes obras, as empreiteiras, todas de porte gigantesco, foram pegas de calça nas mãos. Nunca imaginaram na prisão dos seus executivos. Pensaram que tudo iria terminar em pizza. Erraram de opinião.

 Em São Paulo, o último trecho do Rodoanel, a parte Norte, corre o risco de paralisação total, pois as empresas responsáveis pelo serviço foram pegas na Operação Lava Jato. A Petrobras parou de pagar os estaleiros que trabalhavam na construção de plataformas marítimas. Enfim, a pólvora da moralidade cai rapidamente no fogo das licitações.

 O processo chegou ao alvo. O volume de provas é gigantesco. Nem mesmo os ricos e badalados escritórios de advocacia do Rio de Janeiro e São Paulo conseguiram tirar da carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR) os acusados, os corruptores.


 Dois deles foram soltos, mas tiveram de amargar a vergonha de andar com tornozeleiras eletrônicas. Os argumentos dos seus advogados falharam e tiveram de concordar com a Justiça. Após tamanho vendaval, o Brasil permanecerá de pé. Inicialmente desequilibrado, visto que passou vários séculos habituado à febre da corrupção. O remédio da desintoxicação está limpando o organismo e causa efeitos colaterais.

Geração adoradora do descartável





É geração que acredita que na vida sempre estaremos por cima

Luís Alberto Alves

 Dentro do Metrô de SP uma cena me chamou atenção: vários passageiros navegavam na internet enquanto sentado em outro banco, um idoso estava praticando o hábito que oxigena a mente: estava com livro nas mãos, lendo. Algo raro atualmente, porque a geração “plugada” deixou esse hobby de lado.

 Tudo gira em torno das redes sociais. Gosta do descartável. Não se aprofunda, nem procura entender quais motivos determinaram a atitude de uma autoridade ao vetar um projeto de lei ou mesmo por qual razão mandou o recado, de forma dura, através dos telejornais.

 Passado para os jovens deste século 21 é algo careta. Pedir para pensar em algo ocorrido no final da década de 1970 é considerado sacrilégio. Não prestam atenção aos telejornais ou mesmo blogs de notícia. Só vale a pena olhar besteiras, sem pé e cabeça.

 A vida para essa parcela da população se resume a ficar sentando horas diante do computador “conversando” com amigos virtuais, os quais, talvez, nunca tiveram nenhum contato físico. Quando enjoam, apertam a tecla del e os retiram do caminho.

 O descartável exerce grande fascínio para eles. As meninas, por exemplos, têm horror ao hábito de cozinhar. Preferem a horrorosa comida das lanchonetes de fast food, carregada de gordura saturada e sódio. A maioria, sequer, sabe fritar um ovo.

Compram roupas, usam poucas vezes, e logo é abandonada num canto do quarto ou mesmo sala. A bolsa, alvo de intenso desejo, não dura muito tempo. É aposentada rapidamente. Se comparado ao sexo, é a geração que perde a excitação velozmente. Tudo para eles é descartável.

 Em algumas festas de 15 anos, exigem dos pais o doce “bem vivido”. Falam que já estão velhos e precisam dessa lembrança da época em que eram “jovens”. Absurdo do absurdo. Por causa da forte dependência da internet perdem o contato com a realidade, pois no mundo virtual tudo muda em grande velocidade. Na vida real, o processo é lento, até para se aprender o valor da vida.


quarta-feira, 22 de abril de 2015

Governo enche cofres de partidos políticos





Governo ajuda todos os partidos políticos 

Luís Alberto Alves

 Os partidos políticos brasileiros não podem reclamar do governo. É uma mãe. Aglutina nas estatais vários indicados pelos caciques dessas agremiações. A maioria sem nenhuma capacidade. Até os críticos de plantão, caso do PSDB, é agraciado com a verba do Fundo Partidário. Até os nanicos PCB, PCO e o PSTU, sem terem deputados federais, já colocaram as mãos neste dinheiro.

 É como se o governo federal pagasse para receber elogios ou críticas. Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff (PT) aumentou de R$ 289,5 milhões para R$ 867,5 milhões a verba destinada para esse Fundo. Só o PT morderá R$ 117 milhões. Desse jeito é fácil brincar de fazer política.

 O mais vergonhoso é que a Saúde, Segurança Pública e Educação continuam obtendo migalhas. Afinal de contas por qual razão o governo iria investir numa população culta, com saúde e livre da onda da criminalidade. Não iria criar corvos, pois como dizem os espanhóis, eles iriam no futuro furar os seus olhos.

 Essa farra com dinheiro público é algo deprimente. Já não basta a mordomia dos parlamentares, ganhando mais de R$ 25 mil de salário e direito a 25 assessores e outras mordomias, totalizando gastos superiores a R$ 120 mil mensais.

 Aliás, nossos nobres deputados e senadores gozam de planos de saúde que proporciona atendimento nos melhores hospitais do Brasil e até do Exterior. Algo que os mortais trabalhadores ficam longe. Caso precisem de auxílio médico precisa correr para os hospitais públicos ou pagar fortunas, algo que a maioria não consegue, por um plano de saúde particular. Esse é Brasil que desconhece crise econômica. Eles, políticos, estão por trás de todas.


Internet está matando jornalismo impresso?



Redação do Estadão antes dos últimos grandes cortes

Luís Alberto Alves

 Poucos anos atrás, final da década de 1990, o jornalismo impresso ainda atendia às expectativas dos leitores. As pessoas aguardavam a edição do dia seguinte para conferir o que aconteceu de importante em determinado evento. Exemplo disso era o final de Copa do Mundo, ou mesmo do Brasileirão ou outro tipo de campeonato.

 Quando morria algum artista famoso saiam os famosos cadernos especiais contando a vida do falecido. As redações tinham vários profissionais. Estadão e Folha de S. Paulo pareciam um “mar” de gente. Algumas editorias, como de Geral, Política e Esportes contavam com vários repórteres, editores e até sucursais.

 Mas o tempo provoca mudanças. Para bem ou mal. Os barões da comunicação (Mesquita, Frias, Marinho, Saad, Civita etc..) continuaram dormindo sobre os louros. Lembro de uma palestra proferida pelo herdeiro e eterno diretor de redação da Folha de S.Paulo, Otávio Frias de Oliveira, quando disse que jamais alguém substituiria o jornal. Ninguém levaria o computador ao banheiro, as folhas do impresso sim.

 A caminho da terceira década do século 21, tudo mudou. Hoje é possível ler jornal em qualquer lugar, mesmo no banheiro, usando celular ou tablet. Os fatos acontecem e logo estouram na internet. Ninguém espera chegar o dia seguinte. A informação corre velozmente nas redes sociais, principalmente pelas mãos de alguém que trabalha neste meio.

 Aos poucos o jornalismo impresso agoniza. As redações demitem de panelada. Nas duas últimas semanas Estadão e Folha colocaram, juntos, na rua 90 profissionais. Vinte anos atrás só uma catástrofe econômica provocaria tamanho corte. A verba publicitária caiu. Os anunciantes optam pela propaganda virtual na internet.

 A editora Abril, dona da revista Veja, se parece com doente na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Já eliminou várias publicações e demitiu grande número de jornalistas. A editora Três, proprietária da Isto É, repetiu a dose. Hoje é mais fácil colocar time enxuto para elaborar a edição digital, sem gastar bastante com impressão, distribuição.


 No virtual tudo é rápido. Igual esse artigo que você lê agora, seja no seu tablet, celular, notebook ou computador de mesa. Para traçar essas linhas não precisei de muito tempo, nem de diagramador, pois o programa automaticamente escolhe o espaço onde entrará essa matéria, definindo o tamanho da foto escolhida por mim. 

Na época do impresso, ele estaria somente amanhã na página do jornal, após passar por vários processos, até ganhar corpo nas páginas. Não sei quanto tempo a agonia vai demorar, mas o jornalismo escorado no papel, como matéria-prima, caminha rumo ao túmulo.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Rádio Jovem Pan repete postura da Band


Claudio Carsughi trabalhou 58 anos na rádio Jovem Pan

Luís Alberto Alves

 A demissão do jornalista Claudio Carsughi, 83 anos, na segunda-feira (13) após 58 anos trabalhando na rádio Jovem Pan revela a postura de caráter duvidoso de alguns veículos de comunicação. Décadas atrás a Band Am mandou embora o repórter Bahia Filho, com mais de 30 anos de casa. Repetiu a dose colocando na rua o locutor esportivo Fiore Giglioti, após 38 anos de emissora.

 Essa regra é aplicada em jornais, revistas e redes de televisão. É só chegar ao pedaço algum diretor metido a besta, ávido em mostrar serviço. Geralmente jovem, cheios de teorias e raquíticos em experiência de vida, chutam para escanteio profissionais já rodados. É a famosa história de trazer sangue novo.
Locutor Fiori Giglioti demitido após 38 anos na Band Am


 Encontrei com Carsughi várias vezes nas coletivas de imprensa de montadoras de automóveis. Apesar de mais de 80 anos, sempre fez comentários serenos. Mesmo famoso, por causa da grande capacidade jornalística, nunca apareceu como estrela. Respeitava até as perguntas sem nexo de jornalistas recém-saídos da faculdade. Postura de mestre.

 Algumas pessoas perguntam o motivo de determinados veículos de comunicação engatar primeira marcha rumo ao abismo. É agindo igual a Band Rádio e Jovem Pan. Por coincidência as duas empresas passam dificuldades, reduzindo drasticamente o quadro de funcionários.

 O grande problema é que trabalhador comum, sem talento e grande experiência, se acha facilmente. Agora encontrar alguém do porte de um Carsughi, expert em automobilismo e futebol não é fácil. É o mesmo que o time do Santos tentar substituir Pelé, o tênis feminino procurar preencher a vaga deixada por Maria Esther Bueno e a Fórmula-1 descobrir outro Ayrton Senna.

 Infelizmente a diretoria de RH de várias empresas não pensa com cérebro, usa a conta bancária para encontrar a chave do sucesso. Em jornalismo, o talento é peça jovem para alavancar anúncios publicitários. Determinados profissionais são sinônimos de confiança no mercado. Por causa da credibilidade conquistada há vários anos. A Jovem Pan preferiu apostar em comentaristas fascistas para puxar o saco de uma minoria reacionária. Vai descer a ladeira rumo à falência rapidamente.


segunda-feira, 13 de abril de 2015

Pequenos gestos revelam gosto pela corrupção



Corrupção está presente em pequenos delitos

Luís Alberto Alves

 Partida contra o Corinthians no sábado (11). A Ponte Preta faz um gol legítimo e o bandeirinha anula. Final do jogo, os torcedores vibram. Alguns até dizem: “É nóis na finta de novo mano (sic)”. No domingo, alguns deles estavam na Avenida Paulista pedindo a cabeça da presidente Dilma Rousseff (PT). Exigiam combate feroz contra a corrupção.

 Infelizmente a maioria da população, principalmente a classe média alta, pensa desta forma. Só enxergam sujeira no quintal alheio, mas se esquece de olhar dentro da própria casa, verdadeiro depósito de lixo. Para muitos corintianos o importante é ter despachado o time da Ponte Preta, mesmo com ajuda da arbitragem.

 Tem mais exemplos de postura indecente. O carro é parado numa blitz. O policial pede a documentação. O motorista responde que deixou em casa. É alertado que será multado. Começa o diálogo de rato e gato. No final, o profissional liberal, crítico feroz do “corrupto governo petista”, enfia a mão na carteira, tira algumas cédulas de R$ 100 e diz para o PM esquecer a autuação.

 Estacionamento de hipermercado no final de semana. O pátio está lotado. O casal sarado de academia de ginástica coloca a Pajero 2015 na vaga exclusiva para idosos. Ambos vestem camiseta com os seguintes dizeres: “Não sou culpado, votei no Aécio”. Poucos minutos depois um senhor de aproximadamente 60 anos chega e não encontra local para colocar o seu carro popular.

 Final do ano está chegando. O filho mau estudante corre o risco de reprovar no último ano da faculdade de Direito. O pai, dono de famoso escritório de advocacia, procura o diretor e diz que a boa vontade da escola pode resolver o problema. Retira o talão de cheque especial de um banco de elite e pergunta qual o preço para o jovem pegar o sonhado diploma.

 Época da declaração do Imposto de Renda. Para fugir da fúria do Leão, vários críticos da presidente Dilma, pedem para o contador criar despesas fictícias. A desculpa é para não dar dinheiro ao governo ladrão. Na mesa do restaurante fino dos Jardins, são críticos da roubalheira que assola o Brasil. Porém eles agem da mesma forma, tudo em proveito próprio.


 O nosso País só deixará de ser corrupto quando a população ignorar o famoso jeitinho, de levar vantagem em tudo. Dar exemplo aos filhos. Mostrar, por meio de gestos, que não é babaquice ser honesto em tudo. Não existe crime pequeno ou grande. Quando essa boa atitude virar rotina, as passeatas contra políticos corruptos serão desnecessárias. Para isso é preciso começar a educar nossas crianças e ver os frutos daqui a 20 anos....

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Terceirização: porteira aberta para os maus empresários





Luís Alberto Alves

 A aprovação do texto-base do Projeto de Lei 4330/2004 ontem (08) pela Câmara dos Deputados vai abrir a porteira para os maus empresários. O trabalhador terceirizado será contratado para ganhar baixos salários, sem nenhuma garantia jurídica de que terá todos os seus direitos ressarcidos quando for demitido.

 É a lei do vale tudo. Em nome de uma pseudo economia, os parlamentares deram sinal verde para se tornar rotina as péssimas condições de serviço que todo funcionário terceirizado encontra no mercado. A diferença agora é a sacanagem contar com respaldo de lei aprovada pelo Congresso Nacional.

 Imagine uma montadora de automóveis substituindo empregados metalúrgicos de altos salários por outros de baixa qualificação. Na teoria vai lucrar, mas na prática arcará com prejuízos quando estourar milhares de recall, por causa de falhas. Elas vão estourar iguais pipocas no óleo quente.

 Defender o PL 4330/2004 é apoiar a barbárie da época do início da Revolução Industrial, quando era regra trabalhar 18 horas por dia, sem folga ou férias em condições degradantes. Nossos deputados foram alertados por diversas entidades de classe, mas resolveram virar as costas para a realidade.


 Preferiram comer no prato dos péssimos empresários, defensores da retirada de todos os direitos trabalhistas e de pagar baixos salários. Parcela da sociedade que preferem deixar a qualidade em segundo plano em vez de pensar no consumidor. 

terça-feira, 7 de abril de 2015

Na juventude, sobra energia e falta malícia


Na juventude existe força para enfrentar qualquer balada, cansaço é palavra desconhecida



Luís Alberto Alves

  A juventude é a passagem de nossa vida mais inesquecível. Quanta energia sobra no organismo. É possível realizar diversas funções ao mesmo tempo, sem qualquer sombra de cansaço. Tanto pique que os pais ficam malucos. Afinal de contas é impossível acompanhar o ritmo dos filhos.

  Para eles o dia precisava ter 48 horas, tamanha a gana de realizar as tarefas mais malucas. Conseguem praticar esportes, ao mesmo tempo conseguem navegar na internet, assistir à televisão, rascunhar lições de casa e falar ao telefone pelo whatsapp. De noite, no final de semana, encontram energia para as famosas baladas.

 O mundo deles é repleto de aventuras. Encontram solução para tudo. Nada é difícil. Aliás, consideram os pais desanimados. Vivem plugados na tomada de 220 volts. Classificam o mundo “dos velhos” careta, sem aventura, pois recusam sair para os bailes, praticar esportes radicais ou mesmo andar de bicicleta pelo trânsito maluco das grandes cidades.

 É uma fase linda. Principalmente por causa dos grandes amores. Como é lindo se jogar de corpo e alma num relacionamento sem freio de mão puxado. Dar aquele lindo beijo na boca, no corredor de um shopping center, sem ligar para presença de ninguém. O importante é aproveitar o momento.

 Vinte anos mais tarde, na famosa faixa dos 40 anos, tudo muda. Existe a vontade de lutar, porém com os pés bem fincados ao chão. Sem qualquer tipo de aventura. Tudo é bem pensado. O passo não pode jamais ser maior do que a perna. Tanta precaução, às vezes, provoca irritação. Mas é válida.

 Após os 50 anos já é visível o desaparecimento do pique revolucionário da juventude. Nem a grande velocidade para alcançar a bola lançada na pelada com os amigos se repete. É a hora de jogar no meio campo, só distribuindo e atacando na hora boa. Por medo de traição da memória multiplicam-se anotações no celular ou mesmo blocos de papel.


 A perda da força física é compensada pelo crescimento da malícia. É possível farejar qualquer tramóia a qualquer distância. Os anos de batalha na vida ensinam a identificar as falsas conversas e os lobos em pele de cordeiro. O amor entre um casal continua existindo, principalmente no fortalecimento da amizade entre ambos. O fogo sexual perde a velocidade dos 20 anos, porém é recompensado pela qualidade. Bom seria ter a força da juventude e equilíbrio, tudo junto, na faixa dos 50 anos....

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Neste dia 1° de abril muitas verdades deveriam ser mentiras





Luís Alberto Alves

 Neste dia 1° de abril, conhecido como o Dia da Mentira, gostaria que muitas verdades não fossem realidade. Apenas algo criado pela imaginação. Somente ficção.

 Gostaria que meninas, ainda crianças, não precisassem vender o próprio corpo, esquelético pela desnutrição, à beira das rodovias que cortam o Brasil, para levar a comida para casa.

 Gostaria que ninguém fosse escravo das drogas, tornando prisioneiros de substâncias químicas ilícitas responsáveis pela destruição de lares e famílias.

 Gostaria de multiplicado o número de escolas e reduzida a construção de presídios onde ninguém encontra recuperação, apenas mais vontade de sair e prosseguir no mundo podre do crime.

 Gostaria de ver a honestidade marcando forte presença nos lábios de todos os políticos. Deixando em segundo plano a mentira e crendo apenas na verdade, a força gigantesca das pessoas de bem.

 Gostaria de enxergar as submoradias cedendo espaço a habitações confortáveis, em bairros dotados de toda infraestrutura, para que a população sem casa não vivesse espremida igual sardinha em lata.

 Gostaria de visualizar a felicidade triunfando nos relacionamentos matrimoniais, com homens e mulheres se amando, livres das algemas do egoísmo, interesses vis e classe social.

 Gostaria de andar pelas ruas das cidades sem nenhum medo. Ciente de que a violência está sob controle, sem a necessidade de virar refém da paranóia que tomou conta de nossas vidas.

 Gostaria de olhar para o horizonte e não sentir os olhos ardendo e irritado por causa da poluição que, na maioria dos países, já encobriu parte das estrelas, ofuscando a beleza do nosso planeta.

 Gostaria de constatar os trabalhadores, de todas as classes profissionais, ganhando salários dignos, em jornadas civilizada, em empresas que respeitam todos os direitos.

 Gostaria de testemunhar menos hipocrisia nas relações profissionais e pessoais. Prevalecendo a confiança e competência no ser humano, sem a necessidade de se escorar em títulos universitários.

 Gostaria de assistir nos telejornais os filhos sepultando os próprios pais, após concluir a jornada nesta terra. Não o contrário, como ocorre em diversas regiões do Brasil.

 Gostaria de poder constatar a cura da maioria das doenças, responsáveis pela morte de milhões todos os dias, de forma cruel, como martiriza o câncer, terrível máquina de tortura.

 Gostaria de contemplar nossas autoridades, da menor a maior, livres das garras da corrupção. Trabalhando apenas em prol de uma sociedade mais justa e fraterna sem nenhum tipo de interesse.

 Gostaria que as pessoas não criassem tantas religiões na corrida frenética para encontrar Deus. Tudo visando interesses financeiros, deixando os grandes mandamentos em plano bem inferiores.

 Gostaria de contemplar a verdade triunfando sobre mentira. Visto que o falso é igual fumaça, durando pouco tempo. Pois onde os fatos se escondem, o mal prevalece. Infelizmente!