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A Ineficiência do Gasto Público

    Pixabay Radiografia da Notícia *  Por definição, a eficiência do gasto público é menor do que a do gasto privado *  Logicamente num regi...

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Receita alerta para retorno de obrigações adiadas na pandemia


Algumas contribuições devem ser pagas neste mês



Agência Brasil 

As empresas e os demais contribuintes devem estar atentos para o retorno de obrigações com o Fisco adiadas durante a pandemia do novo coronavírus. Tributos e declarações que haviam sido suspensos ou postergados voltam a valer em julho.

A Receita Federal emitiu um alerta para orientar o contribuinte. A contribuição patronal ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e os Programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) devem ser pagas neste mês. O mesmo ocorre com a contribuição de empresas e de empregadores domésticos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

No caso das contribuições para o INSS, a Cofins e o PIS/Pasep, a suspensão só valeu para as quotas de abril e de maio, cujo pagamento foi transferido para agosto e outubro, respectivamente. As quotas de junho, com vencimento em julho, devem ser quitadas.

A contribuição da empresa para o INSS deve ser paga até o dia 20, assim como a contribuição da agroindústria e dos empregadores rurais para a Previdência Social. As contribuições para a Cofins e o PIS/Pasep devem ser quitadas até o dia 24.

No caso do FGTS, o governo adiou o pagamento das quotas de abril, maio e junho. Os valores poderão ser divididos em seis parcelas, de julho a dezembro, sem multas e encargos. A quota deste mês deve voltar a ser paga no dia do vencimento. A contribuição para o empregador doméstico venceu na última terça-feira (7).

Declarações

Também devem ser entregues neste mês declarações que estavam suspensas. As declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) originalmente previstas para o 15º dia útil de abril, de maio e de junho, deverão ser apresentadas até 21 de julho. Segundo a Receita Federal, inclusive a declaração referente aos fatos geradores de maio de 2020 deverá ser enviada.

O arquivo digital da EFD-Contribuições, que integra o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) deve ser entregue até a próxima terça-feira (14). O envio estavas previsto para o 10º dia útil de abril, maio e junho. A escrituração referente a maio de 2020 também deverá ser transmitida ao Fisco.



Mercado financeiro projeta queda de 6,1% na economia neste ano



A informação foi divulgada hoje pelo Banco Central




Agência Brasil 

A previsão do mercado financeiro para a queda da economia brasileira este ano foi ajustada de 6,50% para 6,10%. A estimativa de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – está no boletim Focus, publicação divulgada todas as semanas pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para o próximo ano, a expectativa é de crescimento de 3,50%, a mesma previsão há sete semanas consecutivas. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB.

Inflação

As instituições financeiras consultadas pelo BC aumentaram a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 1,63% para 1,72%, neste ano.

Para 2021, a estimativa de inflação permanece em 3%, há quatro semanas consecutivas. A previsão para 2022 também não teve alteração: 3,50%. Para 2023, a estimativa passou de 3,42% para 3,25%.

A projeção para 2020 está abaixo do piso da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%.

Para 2021, a meta é 3,75%, para 2022, 3,50%, e para 2023, 3,25%, com intervalo de 1,5 ponto percentual, em cada ano.

Selic

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 2,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2020 em 2% ao ano. Para o fim de 2021, a expectativa é que a taxa básica chegue a 3% ao ano. Para o fim de 2022, a previsão é 5% ao ano e para o final de 2023, 6% ao ano.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Entretanto, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Dólar

A previsão para a cotação do dólar permanece em R$ 5,20, ao final deste ano. Para o fim de 2021, a expectativa é que a moeda americana fique em R$ 5, contra previsão de R$ 5,05 da semana passada.



Polícia investiga PMs por denúncia de agressão à mulher negra em SP



Inquérito ficará sob responsabilidade do 25° Distrito Policial



Agência Brasil 

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou nesta segunda-feira (13), à Agência Brasil, que um inquérito foi instaurado, em 30 de maio, para apurar o caso de uma mulher negra, de 51 anos de idade, dona de um bar no distrito de Parelheiros, zona sul da cidade, que sofreu agressões por parte de um policial militar que foi atender a um chamado no local, na mesma data.

O inquérito ficará sob responsabilidade do 25° Distrito Policial. Segundo a pasta, os policiais envolvidos foram afastados de suas atividades e assim devem permanecer até que a investigação seja concluída. "A SSP não compactua com desvios de conduta de seus agentes e apura rigorosamente todas as denúncias. Desde o último dia 1, policiais militares de todos os níveis hierárquicos participam programa de treinamento, visando a reforçar os conhecimentos e técnicas da instituição", complementou.

Em um vídeo exibido pelo programa Fantástico, da TV Globo, a vítima, cujo nome foi preservado, aparece tendo o pescoço pisoteado pelo agente, identificado como João Paulo. No dia 25 de maio, o estadunidense George Floyd, também foi agredido por policiais brancos e morte mobilizou protestos por todo o mundo. 

Os policiais dirigiram-se ao endereço após serem acionados por vizinhos do bar da mulher, que se incomodaram com o volume elevado do som emitido pelo carro de um cliente do estabelecimento. A mulher contou que as violências começaram quando interveio em defesa de um amigo, que foi imobilizado por eles e golpeado por joelhadas.

As imagens também mostram o policial arrastando a mulher por alguns metros, até soltá-la na calçada. A vítima alega desmaiou quatro vezes, em virtude da asfixia, e que os policiais desferiram, ainda, três socos contra ela, ocasionando a fratura de sua tíbia (osso localizado na região da parte inferior da perna).Conforme a reportagem, a comerciante foi levada ao hospital, com ferimentos nas costas, no rosto, e, em seguida ao 101º Distrito Policial, de Jardim Imbuias, onde ficou detida por um dia. Um mês depois da ocorrência, foi submetida a uma cirurgia para tratar da perna lesionada.

Os policiais que atenderam ao chamado registraram boletim de ocorrência contra a mulher, por desacato, lesão corporal, resistência e desobediência. Eles alegam que apenas se defenderam contra ofensivas da mulher, que os teria atacado com uma barra de ferro e um rodo.

Na noite de ontem, o governador de São Paulo, João Doria, pronunciou-se sobre o ocorrido, por meio de sua conta no Twitter. "Os policiais militares que agrediram uma mulher em Parelheiros, na Capital de SP, já foram afastados e responderão a inquérito. As cenas exibidas no Fantástico causam repulsa. Inaceitável a conduta de violência desnecessária de alguns policiais. Não honram a qualidade da PM de SP", escreveu. 

De acordo com balanço do Disque 100, canal disponibilizado pelo governo federal para formalização de queixas relacionadas a violações de direitos humanos, em 2019, o estado de São Paulo contabilizou 319 denúncias de abuso policial. O número vem aumentando desde 2015, quando o total era de 135. Em 2016, 2017 e 2018, saltou para 191, 197 e 293, respectivamente.

Levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) evidencia que 75,4% das pessoas mortas em intervenções policiais nos anos de 2017 e 2018 eram negras. Ao todo,  11% das mortes violentas intencionais reportadas em todo o Brasil, no período, foram cometidas pela polícia.

Estatuto da Criança e do Adolescente completa 30 anos


Para pesquisadores, Brasil  deu um passo importante com publicação do ECA


Agência Brasil 

No Brasil de 1990, uma em cada cinco crianças e adolescentes estava fora da escola, e uma em cada dez, entre 10 e 18 anos, não estava alfabetizada. A cada mil bebês nascidos vivos no país naquele ano, quase 50 não chegavam a completar um ano, e quase 8 milhões de crianças e adolescentes de até 15 anos eram submetidas ao trabalho infantil.

Para pesquisadores e defensores dos direitos dessa população, o país deu um passo importante para mudar esse cenário naquele ano, quando foi publicado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completa 30 anos hoje (13).

Passadas três décadas, o percentual de crianças e adolescentes fora da escola caiu de 20% para 4,2%, a mortalidade infantil chegou a 12,4 por mil, e o trabalho infantil deixou de ser uma realidade para 5,7 milhões de crianças e adolescentes.

O estatuto considerado parte desses avanços é fruto de um tempo em que a concepção sobre os direitos das crianças e adolescentes mudou no país e no mundo. O coordenador do Programa de Cidadania dos Adolescentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Mario Volpi, conta que o Brasil participou ativamente das discussões internacionais que culminaram, em 1989, na Convenção Sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU), assinada por 196 países.

Mesmo antes de esse acordo ter sido ratificado no Brasil, em 1990, os conceitos debatidos na ONU contribuíram para a inclusão do Artigo 227 na Constituição Federal de 1988. A partir dele, tornou-se "dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão".

Alunos saindo de escola na Estrutural, no Distrito Federal
A partir do ECA tornou-se dever da família, da sociedade e do Estado assegurar com "absoluta prioridade" direitos essenciais - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Aprovado dois anos depois da Constituição, o ECA parte do Artigo 227 e consolida todo o debate que o antecedeu, declarando crianças e adolescentes sujeitos de direito, aos quais devem ser garantidas a proteção integral e as oportunidades de desenvolvimento em condições de liberdade e de dignidade.

"Foi um processo muito complementar. Em 1988, a Constituição. Em 1989, a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU. E, em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente. Existe um alinhamento conceitual bastante coerente nesses três documentos jurídicos que estabeleceram essa mudança bastante radical na forma como a infância passa a ser vista pelo país", explica Volpi. "O ECA é considerado uma das melhores leis nacionais que traduzem a Convenção sobre os Direitos da Criança, e foi usado como referência para a maioria dos países latino americanos, uma referência histórica".

A mudança conceitual destacada pelo coordenador do Unicef se dá em relação ao Código de Menores, de 1979. Volpi explica que o texto anterior, revogado pelo ECA, estava inteiramente concentrado na repressão a crianças e adolescentes em situações irregulares, como crianças órfãs, pobres, em situação de rua ou em conflito com a lei.

"Existia uma visão de que, para toda a situação de irregularidade nas pessoas menores de idade, deveria haver uma ação repressiva do Estado para proteger a sociedade", resgata Volpi. "Criou-se essa divisão entre as pessoas com menos de 18 anos conhecidas como crianças e adolescentes, porque estavam em situação de normalidade, e as que eram chamadas de menores, que era como se referiam a uma criança pobre, desvalida. Ninguém dizia que tinha em casa dois menores, dizia que tinha duas crianças ou dois filhos. Mas, quando se referiam às famílias das crianças mais pobres, diziam que a família tinha dois menores".

Medidas socioeducativas

Ao substituir o Código de Menores na legislação brasileira, o Estatuto da Criança e do Adolescente mudou a Doutrina da Situação Irregular para a Doutrina da Proteção Integral, que distribui a toda a sociedade a responsabilidade por assegurar os direitos das crianças e adolescentes com prioridade absoluta, citando explicitamente que esse é um "dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público".

A mudança produziu transformações, mas não apagou a mentalidade enraizada no Código de Menores. "Não fizemos ainda uma total mudança das práticas sociais. A lei veio trazendo novas visões, mas a prática social demora muito mais para mudar do que a lei. Nesses 30 anos, houve um grande trabalho de divulgação da lei, de conhecimento, de aplicação, de mudanças positivas, mas existe uma parcela da sociedade que resiste em entender esse conceito de infância como um sujeito de direito", avalia Volpi, que usa como exemplo o sistema de medidas socioeducativas para crianças e adolescentes em conflito com a lei, apesar de ponderar que há boas experiências no país.

"O país não fez ainda um investimento significativo para transformar o que era esse sistema penal de crianças e adolescentes em um sistema educativo", afirma ele, que lembra que o objetivo das medidas socioeducativas é afastar das práticas criminais os cerca de 26 mil adolescentes que cumprem medidas socioeducativas atualmente no país, e que, para isso, precisam melhorar sua escolaridade, capacitação profissional e seu modo de se relacionar e respeitar outras pessoas. "O sistema socioeducativo está muito focado em punir os adolescentes pelo ato cometido, mas essa é só uma dimensão".

Para o coordenador da Infância e Juventude da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, Rodrigo Azambuja, o ECA sofreu duas crises, ao longo de seus 30 anos: uma de implementação de suas políticas por parte dos governos e outra de interpretação de suas regras por parte dos juristas e da Justiça, de modo a sonegar direitos.

Azambuja também é coordenador da Comissão Especializada de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Conselho Nacional dos Defensores Públicos-Gerais (Condege) e contesta a ideia de que as medidas socioeducativas são insuficientes porque têm menor duração temporal.

Adolescentes da Unidade de Internação, adolescentes infratores
Adolescentes em unidade de internação em Brasília - José Cruz/Arquivo Agência Brasil

"Nas questões policiais, o ECA muitas vezes é visto como sinômimo de impunidade. Mas as pessoas que falam isso são adultas, e não se lembram de como o tempo é relativo e passa de maneira diferente para as crianças e adolescentes. Se você se imaginar com 12, 13 ou 14 anos, longe da sua mãe e preso, o quão infernal isso poderia ser? Esses meninos são bem responsabilizados, mas isso adequado à realidade e idade deles".

Apesar das dificuldades, o ECA também serviu de instrumento para reivindicar direitos para esses adolescentes, lembra ele, citando a decisão do Supremo Tribunal Federal que obrigou, no ano passado, o estado do Rio de Janeiro a soltar adolescentes apreendidos em unidades superlotadas, até que se atingisse a lotação máxima de 119% da capacidade de internos. Azambuja também cita que, durante a pandemia de covid-19, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro cobrou que o governo do estado garantisse educação à distância aos adolescentes apreendidos e videochamadas com as famílias.

"As unidades deveriam se assemelhar a escolas, mas ainda vemos esses espaços como pequenas prisões, com todos os malefícios que isso gera, como uma subcultura criminal, incutindo neles o ideal de que são perigosos, prisioneiros, e moldando a personalidade deles de acordo com essa ideia, o que contraria toda a lógica do Estatuto da Criança e do Adolescente", analisa o defensor.

<p><strong>Confira o especial da Agência Brasil:</strong></p>

<p><a href="http://conteudo.ebc.com.br/agencia/2020/eca_30anos/eca30anos.html" target="_blank"><img src="https://conteudo.ebc.com.br/agencia/2020/eca_30anos/images/banner_especial_ECA.jpg" /></a></p>



quinta-feira, 9 de julho de 2020

Covid-19: Brasil registra 69,1 mil mortes e 1,75 milhão de casos



Há 632 mil pessoas em acompanhamento e 1.054.043 estão recuperadas



Agência Brasil 

O Brasil registrou 69.184 mortes em função da pandemia do novo coronavírus. Nas últimas 24 horas, foram acrescidas às estatísticas 1.220 pessoas que perderam a vida em decorrência da covid-19. Os dados estão na atualização diária divulgada pelo Ministério da Saúde hoje (9).

Conforme o balanço, há 632.552 pessoas em acompanhamento e 1.054.043 se recuperaram. Há 4.077 mortes em investigação.

O número acumulado de óbitos teve aumento de 1,7% em relação a ontem, quando constavam 67.964 falecimentos pela doença. O painel do órgão também trouxe 42.619 novos casos. Com isso, o total acumulado de pessoas infectadas no país atingiu 1.755.779. 

O total representa um crescimento de 2,4% em relação a ontem, quando o painel do ministério trazia 1.713.160 pessoas nesta condição.

A letalidade (número de mortes por total de casos) foi de 3,9%. A mortalidade (quantitativo de óbitos por 100 mil habitantes) ficou em 32,9.  A incidência dos casos de covid-19por 100 mil habitantes é de 835,5.

Estados

Os estados com mais mortes são São Paulo (17.118), Rio de Janeiro (11.115), Ceará (6.741), Pernambuco (5.409) e Pará (5.196). As Unidades da Federação com menos falecimentos pela pandemia são Mato Grosso do Sul (136), Tocantins (240), Roraima (393), Acre (411) e Santa Catarina (447).

Ministério da Saúde divulga dados da pandemia do novo coronavírus nesta quinta-feira (9)
Ministério da Saúde divulga dados da pandemia do novo coronavírus nesta quinta-feira (9) - Divulgação/ Ministério da Saúde

Pesquisa nacional avalia os efeitos da pandemia no setor cultural


Sesc integra o esforço de encontrar soluções para as atividades de cultura no pós-pandemia

Luís Alberto Alves/Hourpress

Resultados preliminares da pesquisa "Percepção dos Impactos da Covid-19 nos Setores Culturais e Criativos do Brasil" comprovam perdas importantes em termos de receita e indicam que artistas, empreendedores e profissionais da área, estarão entre os últimos a terem suas atividades normalizadas.

Um primeiro boletim parcial do estudo constatou que entre as pessoas que trabalham nos setores cultural e criativo, a perda total de renda ficou registrada em 45,7%. Foram mais afetadas pessoas que recebem até um salário mínimo (54,6%), de 1 a 2 salários mínimos (37,1%) e de 2 a 3 salários mínimos (36,1%).

Desde o início do isolamento social, as atividades mais impactadas com a perda total da receita foram os festivais e feiras (68,4%), seguidos do teatro (59,1%), da produção de filmes (53,9%) e da música (49,5%). Nos estados, a perda total de receitas do setor cultural no mesmo período foi mais sentida no Rio Grande do Sul (56%) e no Espírito Santo (55,7%), e menos sentida nos estados do Paraná (36,4%) e do Amazonas (38,6%).

O sociólogo Rodrigo Correia do Amaral, um dos coordenadores do levantamento, destaca que é preciso observar o predomínio da informalidade e da baixa remuneração nesta amostra: "Apesar dos setores cultural e criativo contarem com uma mão de obra qualificada, na qual um percentual elevado de pessoas possuem o superior completo, a natureza do trabalho é muito caracterizada pela informalidade e pela baixa remuneração. Como nesta pesquisa 38,7% dos participantes são artistas, os resultados refletem a precariedade desta atividade no Brasil, onde o rendimento médio está entre 1 e 2 salários mínimos para 45% dos participantes".

O Sesc integra o esforço coletivo de pesquisadores, gestores públicos e instituições parceiras, que buscam com o estudo compreender o atual cenário da cultura na pandemia e oferecer informações aos gestores públicos, orientando o debate e a criação de saídas para a crise atual. Também trabalha no sentido de interiorizar a captura de dados nas diferentes regiões brasileiras, atingindo profissionais que residem em cidades distantes dos grandes centros, incluindo comunidades tradicionais.

"Para nós do Sesc é uma grande oportunidade participar dessa pesquisa colaborativa para o fortalecimento da cultura no Brasil. Com presença em todo os estados, o Sesc atende cerca de 2000 municípios, através de 600 unidades espalhadas pelo país. Essa capilaridade possibilita a interiorização da pesquisa, foco de interesse do trabalho", afirma Lucia Prado, Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc.

O questionário permanece público e pode ser respondido pela categoria até o dia 16 de julho, através do link: http://iccscovid19.paperform.co

No portal http://iccscovid19.com.br , estão disponíveis notícias, e informações sobre ações adotadas para enfrentar os efeitos da pandemia nos setores culturais e criativos no Brasil e no mundo.

Além do Sesc, são parceiros na iniciativa, a UNESCO, a USP, o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura e as Secretarias e Fundações de Cultura Municipais; todos interessados em registrar a visão de indivíduos e coletivos sobre os impactos da covid-19 na área da cultura. Os resultados da pesquisa vão orientar a formulação de políticas para o enfrentamento da crise.

Brasil, ao lado da Malásia, é campeão mundial no roubo de cargas nas estradas

Os assaltos não são praticados por mera bandidagem e sim por pessoas ligadas ao crime organizado


Redação/Hourpress

Arquivo

O Brasil, ao lado de Indonésia e Malásia, é campeão em roubos de cargas nas estradas. E incrivelmente este é um tópico muito pouco abordado pelos economistas quando se fala em atração de investimentos para o país. Em geral os especialistas apresentam análises sobre a alta carga de impostos, a legislação trabalhista, a corrupção, etc, mas quase nada sobre o risco que a infraestrutura logística brasileira traz para as empresas que querem produzir aqui.

Sem entrar no mérito da negligência do sistema de segurança pública nacional, os grandes vilões continuam sendo os bandidos. No entanto, no Brasil, os assaltos não são praticados por mera bandidagem e sim por pessoas ligadas ao crime organizado com um verdadeiro esquema de inteligência para interceptação e extravio das cargas

Na maior parte das vezes, quando um veículo é abordado por criminosos eles já sabem exatamente qual é o carregamento, quanto vale e, possivelmente, já têm até um comprador final.

Esse pega-pega entre empresas de tecnologia em segurança e os criminosos formam um verdadeiro Tom e Jerry do roubo de cargas. Enquanto um cria as mais engenhosas armadilhas para capturar seu alvo, o outro está sempre tentando escapar com táticas mais ardilosas ainda, É por isso que as tecnologias baseadas em telemetria têm se fortalecido.

As informações enviadas por estes equipamentos, em tempo real, permitem não somente a prevenção de roubos, como também proporcionam uma jornada mais segura para os motoristas. Veja abaixo alguns dos principais pilares desta batalha, elencados por Daniel Schnaider, CEO da Pointer By PowerFleet Brasil, líder mundial em soluções telemetricas para redução de custo, prevenção de acidentes e roubos em frotas.

Não é apenas uma corrida tecnológica. Os criminosos usam outras abordagens, tais como a corrupção de funcionários responsáveis pela instalação do equipamento de segurança. Com informações privilegiadas sobre a prevenção aos roubos, as facções criam contra-estratégias. Frente a isso estão as empresas de telemetria que devem constantemente aumentar a demanda de funcionários ao passo que a tecnologia se populariza, bem como se precaver que nenhum deles se envolva com um grupo criminoso.

As ações criminosas se estendem além de veículos e cargas. Há também o roubo de combustível, peças automotivas e golpes piores como usar a frota para o tráfico de drogas. A telemetria é capaz de inibir atitudes como essas. Como? Com tecnologias diversas, treinamentos profissionais e gestão de excelência.

 Muito além do avanço das tecnologias, talvez o mais importante seja implantar uma visão mais holística sobre as condições que o país proporciona aos seus empreendedores nas cadeias produtivas. Pois, se o país, como popularmente se diz, depende dos nossos caminhoneiros para fazer a comida chegar até a mesa, certamente está na hora de darmos um pouco mais de atenção às condições de segurança nas quais eles trabalham.

Daniel Schnaider é CEO da Pointer by Powerfleet Brasil, líder mundial em soluções telemetricas para redução de custo, prevenção de acidentes e roubos em frotas. Integrou a Unidade Global de Tecnologia da IBM e a 8200 unidade de Inteligência Israelense. É jornalista, autor e economista pela universidade Haptuha de Israel e pioneiro do comércio eletrônico e pagamento digital.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Conheça resultado do maior estudo sobre a covid-19 no Brasil

Pesquisa é autoria da Universidade Federal de Pelotas


Agência Brasil

Arquivo

Nesta quinta-feira(2), representantes do Ministério da Saúde e a da Universidade Federal de Pelotas, do Rio Grande do Sul, participaram de entrevista coletiva para divulgar os resultados do maior estudo sobre a covid-19 no Brasil, além do balanço de distribuição de recursos financeiros e de medicamentos.

Veja entrevista na íntegra

 

Segundo o coordenador da pesquisa e reitor da Universidade Federal de Pelotas, Pedro Hallal, a maior novidade do estudo é que 91% dos entrevistados apresentaram sintomas, diferentemente de outras pesquisas. Das 2 mil pessoas testadas positivo, mais de 62,9% tiveram alteração de olfato e paladar, 62,2% tiveram dor de cabeça, 56,2% relataram febre, 53,1% tiveram tosse e 52,3% informaram dores no corpo.

“Estamos dizendo que os sintomas da covid-19 aparecem e isso é bom para as autoridades locais desenvolverem protocolos para identificar os sintomas. Mas não quer dizer que cada uma delas necessitará de atendimento hospitalar”, ponderou Hallal.

A taxa de letalidade (número de mortes pelo total de casos) encontrada foi de 1,15%. Esse índice varia por faixa etária. Ele defendeu que este número é “consistente” e indica uma proporção segura na amostra averiguada.

Foram detectadas diferenças nas regiões do país. No Norte houve uma oscilação entre a 2ª e a 3ª fase, enquanto nas demais foi identificado crescimento neste período.

No recorte de gênero, os índices são semelhantes. Na distribuição por idade, a investigação mostrou que crianças pegam o vírus como pessoas mais velhas, embora estas tenham mais risco de evolução para quadro grave do que aquelas.

Em relação à transmissão dentro das famílias, o estudo trouxe resultados diferentes de outras pesquisas acadêmicas. Foram encontrados 39% de positivos, enquanto na literatura acadêmica sobre o tema a média é de 20%.

Os autores verificaram também o distanciamento social. As pessoas que saíram diariamente aumentaram de 20,2% para 26,2% entre a primeira e terceira fases da análise. Da mesma forma, o contingente que relatou ficar sempre em casa diminuiu de 23,1% para 18,9% entre a primeira e a última fase.

Foram entrevistadas pessoas em 133 cidades em todo o país, selecionadas por serem as mais populosas das regiões intermediárias. Foi maior estudo epidemiológico do mundo, verificando 90 mil pessoas com teste para o novo coronavírus, escolhidas por sorteio. Foi utilizado teste rápido (que verifica anticorpos). Os organizadores apresentaram um bom desempenho.

O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, afirmou que esses números têm de ser avaliados pois confrontam os de outros estudos.

“Ainda precisaremos de outros elementos para compreender completamente a dinâmica da doença no território. Os dados trazidos pela UFPel serão confrontados com outros estudos. Mas certamente é contribuição do Brasil para comunidade científica internacional”, comentou.

O estudo conduzido pela Universidade Federal de Pelotas encontrou uma média de 3,8% de infecção na última das três etapas. Na primeira fase, no meio de maio, o índice era de 1,9%. O percentual aumentou para 3,1% na segunda fase. A diferença entre pessoas que tiveram anticorpos detectados e os casos notificados foi de 6 vezes na última etapa.

Na análise por nível socioeconômico, há diferenças. Os 20% mais pobres da população têm o dobro da infecção dos que os 20% mais ricos da população.

“Uma explicação que pode ser dada é a questão da aglomeração, de habitações com menos cômodos, mas vamos explorar isso nos próximos meses”, observou o acadêmico.

Recursos

Ainda durante a entrevista coletiva, os representantes do Ministério da Saúde anunciaram a liberação de R$ 13,8 bilhões para estados e municípios com o objetivo de apoiar as ações de prevenção e combate à pandemia do novo coronavírus, sendo R$ 11,3 bilhões a prefeituras e R$ 2,5 bilhões a administrações estaduais.

Os critérios utilizados para municípios foram faixas populacionais, valores de produção de média e alta complexidades e valores transferidos em relação ao piso da atenção básica em 2019. No total, foram disponibilizados R$ 25 bilhões aos outros entes federados.

Ministério reúne voluntários para estudo clínico contra novo coronavírus 

Equipes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) completam na próxima segunda-feira (6) uma rota de quatro municípios paulistas, com o objetivo de reunir participantes para aderir a um estudo clínico que irá investigar a eficácia da nitazoxanida no tratamento de covid-19. A ação #500VoluntáriosJÁ realizou hoje (2) sua segunda etapa, com passagem do ministro titular da pasta, Marcos Pontes, por Barueri.

Ao comentar o potencial do medicamento, um vermífugo prescrito para giardíase, entre outras infecções parasitárias, o ministro disse que, em análises in vitro, houve uma redução de 94% da carga viral do novo coronavírus.

Rendimento médio de brasileiros cai a 82% em maio por causa da covid-19


Pesquisa mostra que auxílio emergencial é fundamental para mais pobres


Agência Brasil 

Arquivo

Os efeitos da pandemia de covid-19 foram especialmente sentidos no mês de maio, que marcou o pico de casos em diversas capitais do Brasil, levando a uma queda média nos rendimentos, para 82% da renda habitualmente recebida. Algumas categorias foram ainda mais afetadas pela crise econômica, como quem trabalha por conta própria, que viu a renda média cair para apenas 60% da normal.

Os dados fazem parte de um trabalho realizado pelo pesquisador Sandro Sacchet de Carvalho, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e divulgado nesta quinta-feira (2). Segundo o levantamento, que tem por base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19, realizada pelo IBGE, o auxílio emergencial do governo foi fundamental, principalmente para as camadas de menor renda da população.

“A pesquisa buscou avaliar os impactos da pandemia sobre o rendimento do trabalho e o impacto do auxílio emergencial na renda domiciliar. A gente mediu os efeitos através da diferença entre a renda efetivamente recebida e a renda habitualmente recebida. Os dados da PNAD mostraram que no mês de maio a renda efetiva foi só 82% da habitual. Uma queda dessa magnitude, sem dúvida, foi pelo impacto da pandemia”, explicou Sacchet de Carvalho.

O economista destacou a importância do auxílio emergencial pago pelo governo federal a trabalhadores que tiveram seus rendimentos afetados por conta da pandemia.

“A gente mostra que não só os informais foram muito afetados. Os domicílios de baixa renda também tiveram uma grande perda da renda habitual. Aqueles que têm renda próxima de um salário-mínimo receberam só 49% da renda habitual. Entretanto, quando a gente soma outras fontes de renda, inclusive o auxílio emergencial, a renda deles se aproxima de 100% do que seria sem a pandemia. O auxílio emergencial foi indispensável para que esses domicílios mais pobres conseguissem manter o mesmo rendimento que estavam habituados a receber”, frisou.

Segundo a pesquisa, a queda nos rendimentos foi desigual, sendo mais sentida em algumas categorias e menos em outras. No setor privado, trabalhadores com carteira assinada receberam 92% do rendimento habitual, contra 76% no caso dos trabalhadores sem registro. Funcionários públicos contratados pela CLT receberam 96% do habitual, enquanto militares e estatutários atingiram 98%.

Entre os setores mais afetados, estão os de atividades artísticas, esportivas e recreação, que receberam só 55% dos rendimentos habituais, transporte de passageiros (57%), hospedagem (63%), serviços de alimentação (65%), atividades imobiliárias (70%), construção (71%) e serviço doméstico (74%).

Na outra ponta, os trabalhadores menos afetados encontram-se na administração pública, que chegaram a 97% do salário habitual, indústria extrativa (92%), serviços de utilidade pública (93%), educação (92%), serviços financeiros (92%) e armazenamento, correios e serviços de entrega (91%).

Para o economista do Ipea, mesmo com a tendência de melhora futura gradual na economia, com a diminuição da pandemia, ainda será preciso que o governo mantenha algum tipo de ajuda aos trabalhadores, principalmente os menos qualificados, com menos estudos e moradores de regiões mais pobres.

“A pesquisa mostrou que há diferenças. Parte da população não ficou desprotegida. Outra parte foi muito afetada pela pandemia. O ideal é, com o tempo, focar mais e continuar atendendo. Mesmo com a pandemia diminuindo os seus efeitos, uma parte da população poderá continuar sendo afetada. Mesmo diminuindo o escopo do auxílio, seria interessante manter [a ajuda] para algumas categorias e uma parcela da população”, sugeriu Sacchet de Carvalho.

A íntegra da pesquisa pode ser lida na página do Ipea na internet. O Ipea continuará a monitorar o rendimento dos brasileiros, baseado na PNAD Covid-19, nos meses de junho e julho.

Descontaminação na retomada das atividades presenciais exige planejamento



Descontaminação de ambientes será uma realidade no "novo normal"


Luís Alberto Alves/Hourpress

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O novo coronavírus parou o mundo e já matou milhares de pessoas. Mesmo com a corrida em busca de uma vacina, o risco de novas enfermidades epidêmicas será uma realidade constante nos próximos meses e anos. Nesse cenário, a tecnologia de descontaminação de ambientes mostra-se decisiva no "novo normal". Contudo, elas precisam ser utilizadas de forma estratégica e planejada para terem eficácia.

"O mundo não pode parar. As pessoas precisam viver, trabalhar e se divertir. Por isso, é necessário criarmos condições para minimizar os riscos de contágios das pessoas em locais onde a aglomeração acaba sendo inevitável, como o metrô, por exemplo", explica Gustavo Mello, diretor de operações da Ramboll, consultoria ambiental e de engenharia. "As tecnologias existentes são muito eficazes, mas se usadas de forma inadequada se tornam completamente ineficientes", explica Mello.

Atualmente, as tecnologias mais efetivas no combate à Covid-19 são a aplicação de produtos sanitizantes (por exemplo, ozônio) em ambientes, feita por equipes de contenção em poucos minutos e os túneis sanitizantes, nos quais as pessoas entram e ficam por até 10-12 segundos e são completamente descontaminadas. Para que essas tecnologias sejam eficientes, é necessário seguir as normas internacionais de respostas a emergências, que possuem protocolos para a descontaminação de ambientes, e um planejamento estratégico amplo.

Por exemplo, para se ter eficiência na descontaminação dos passageiros do metrô, todos os acessos ao interior da estação precisam ter túneis de descontaminação. Ao final do trajeto, os vagões podem passar por nova descontaminação.

Outro exemplo, fundamental na reabertura do comércio, é um planejamento eficiente para descontaminação de ambientes por equipes especializadas, considerando horários de pico e períodos de abertura e fechamento das lojas. Tudo isso reduz os riscos de contaminação.

Estas tecnologias podem ser aplicadas em indústrias, centros comerciais (restaurantes, shoppings), centros urbanos e mesmo em residências e hospitais.

SOBRE A RAMBOLL
A empresa, de origem dinamarquesa, é uma das maiores consultorias ambientais do mundo. Emprega 16.500 pessoas e tem representação forte nos países nórdicos, Reino Unido, América do Norte, União Europeia, Oriente Médio e Ásia-Pacífico. Está presente em 35 países, dentre eles o Brasil. A companhia atua nos seguintes mercados: edifícios, transporte, água, meio ambiente e saúde, energia e consultoria de gerenciamento.