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A Ineficiência do Gasto Público

    Pixabay Radiografia da Notícia *  Por definição, a eficiência do gasto público é menor do que a do gasto privado *  Logicamente num regi...

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Rio de Janeiro começa a cadastrar profissionais da cultura para renda emergencial

 




Verba pode reduzir efeitos da pandemia na área cultural


Agência Brasil 

A Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro inicia às 12h de hoje (21) o cadastramento de profissionais da área de cultura para recebimento da renda emergencial prevista pela Lei Federal Aldir Blanc. 

O valor, de R$ 600, será concedido a produtores, técnicos, artesãos e outros trabalhadores da área por três meses consecutivos. A verba poderá reduzir efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus na área cultural.

As inscrições podem ser feitas até o dia 19 de outubro pelo site da secretaria. Poderão receber o benefício pessoas que tenham trabalhado no setor cultural nos últimos dois anos, desde que não tenham emprego formal ativo.

Além disso, é preciso ter renda familiar mensal per capita de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos (R$ 3.135). Até duas pessoas da mesma família podem receber o auxílio. Mães solteiras terão R$ 1.200.

Quem já possui benefício previdenciário ou assistencial (com exceção do Bolsa Família), seguro-desemprego ou esteja cadastrado no auxílio emergencial geral não pode se inscrever para receber o auxílio da Lei Aldir Blanc.

O Fundo Estadual da Cultura recebeu do governo federal, na última sexta-feira (18), R$ 104 milhões destinados ao Rio de Janeiro.

Menos de 14% das imagens dos app contam com recursos de acessibilidade



Inclusão digital para pessoas com deficiência visual ainda é falha



Agência Brasil  

Menos de 14% das imagens dos aplicativos disponíveis para sistema Android contam com um recurso de acessibilidade fundamental para pessoas com deficiência visual: a descrição de imagens.

Somente 37% dos campos editáveis estão claramente identificados e menos de 11% dos botões de comando são indicados adequadamente. Os botões ajudam o usuário a perceber melhor o que a interface de cada aplicativo contém, aprimorando, assim, a usabilidade.

Os dados fazem parte de um levantamento elaborado pelo Movimento Web para Todos e pela empresa BigDataCorp.

Os resultados foram obtidos após análise de mais de 2 mil aplicativos baixados por meio da loja da Google Play (para celulares com sistema Android) e que ultrapassaram 10 milhões de downloads

A pesquisa mostra que menos de 1% dos aplicativos descreve todos os elementos pesquisados e todas as imagens que aparecem na tela.

Feita com o apoio técnico da equipe brasileira do World Wide Web Consortium (W3C) e do Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), o estudo aponta que apenas 4% dos aplicativos especificam todos os botões que aparecem na tela. Ao todo, 63% dos aplicativos têm menos de 10% dos campos editáveis com sinalização, 55% oferecem menos de 10% das imagens com descrição e 74% possuem menos de 10% dos botões rotulados. 

Parâmetros

Para auxiliar desenvolvedores de aplicativos, o W3C formulou o documento Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) 2.1, que reúne  recomendações para tornar a internet um espaço mais acessível.

Nele, é possível encontrar ferramentas que facilitam a navegabilidade para pessoas com deficiência visual, auditiva, física, de fala, intelectual, de linguagem, de aprendizagem e neurológica.

A referência, porém, não é tão aproveitada como poderia ser, segundo o jornalista e ativista na área de acessibilidade e inclusão Gustavo Torniero.

"A verdade é que existem parâmetros técnicos que os desenvolvedores deveriam seguir para os app e nem sempre é o que acontece. É necessário que os desenvolvedores e as empresas que produzem essas aplicações tenham o que a gente chama de DNA da civilidade, da diversidade", diz Torniero, que também é embaixador do Movimento Web para Todos. 

Ele destaca que essa deve ser uma preocupação de toda a equipe de desenvolvimento, e não apenas de uma pessoa. "As equipes precisam ser integradas e ter na cultura organizacional essa visão de que é preciso pensar em diferentes especificidades."

Apesar de observar, nos últimos anos, uma mobilização significativa da sociedade brasileira em torno da acessibilidade digital, Torniero afirma que ainda há um longo caminho a ser percorrido.

"Hoje, há uma presença maior de smartphones nas casas dos brasileiros. O acesso à internet se dá, em grande parte, por meio dos celulares e, se os aplicativos são inacessíveis, as pessoas passam a não ter acesso a uma série de serviços e produtos. Isso acontece comigo, como pessoa cega. Eu enfrento várias barreiras dessas no meu dia a dia", relata, citando que já teve problemas para usar aplicativos de bancos, finanças e até mesmo plano de saúde. 

O último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, apurou que 45,6 milhões de brasileiros têm pelo menos um tipo de deficiência. O grupo correspondia a 23,9% da população, na época.

Modelo participativo

Na avaliação de Ademilson Costa, consultor de acessibilidade da Fundação Dorina Nowill, as soluções sugeridas pelo guia do W3C têm baixo custo e dependem mais da vontade dos desenvolvedores e das empresas de tornar os aplicativos mais acessíveis.

"Todas essas diretrizes, normas, não há investimento nenhum. O investimento que há é referente à capacitação, de buscar o conhecimento, porque é o que a gente sempre fala: quando vai falar de acessibilidade para os desenvolvedores e programadores, eles se espantam, porque a maioria deles, por mais que tenham todo o conhecimento técnico, de JavaScript, HTML, PHP, todas as linguagens de programação, desconhecem as diretrizes de acessibilidade, as normas", afirma. 

Costa defende que a inclusão digital só irá ocorrer efetivamente se as pessoas com deficiência puderem atuar de forma mais direta. "Temos um lema, da ONU [Organização das Nações Unidas], que é: Nada sobre nós sem nós. Ou seja, tudo que envolve as pessoas com deficiência precisa ter a participação, o envolvimento das próprias pessoas com deficiência”, diz.

“E, quando a gente fala de acessibilidade web ou de aplicativo, as pessoas com deficiência precisam participar das validações, dos testes. Eu vejo que as empresas, nesses últimos anos, de 2015, 2016 pra cá, começaram a enxergar um investimento nisso", acrescenta, pontuando que a falta de recursos básicos que facilitem a navegabilidade de pessoas com deficiência configura violação de direitos dessa parcela da população e se agrava com a pandemia de covid-19. 

Sites

Outro levantamento da BigDataCorp, feito em abril deste ano, também em parceria com o Movimento Web para Todos, revelou que, dos 14 milhões de sites brasileiros ativos, menos de 1% respeita critérios de acessibilidade. No caso de sites governamentais, o percentual é ainda menor, de 0,34%. 

Em entrevista à Agência Brasil, o CEO e fundador da BigDataCorp, Thoran Rodrigues, pondera que a ausência de mecanismos simples que democratizem os aplicativos serve de alerta.

Ele julga que as adaptações feitas para pessoas com deficiência visual são as mais fáceis de serem implementadas e que, portanto, ao serem ignoradas por desenvolvedores, mostram que cuidados mínimos estão sendo deixados de lado.

"É [na área de suprir as lacunas de deficiência visual] que existe mais tecnologia para ajudar, desde que você monte seu site ou seu aplicativo da maneira correta. No mínimo, as pessoas deveriam fazer o mais fácil e o que a gente vê, na prática, é que não estão fazendo nem isso. Então, provavelmente, as pessoas com outros tipos de deficiência têm mais dificuldade do que as com deficiência visual", afirma Rodrigues.

 


Mercado Livre abre inscrição para capacitação online de profissionais com deficiência

 

 Na última edição do projeto, 70% dos formandos foram contratados pela empresa

Redação/Hourpress

O Mercado Livre, empresa líder em tecnologia para e-commerce e serviços financeiros da América Latina, lança, em parceria com o Instituto da Oportunidade Social (IOS) e a consultoria Talento Incluir, a terceira onda do projeto Meli para Todos, que visa preparar pessoas com deficiência para o mercado de trabalho. Os cursos serão online, com módulos distintos para as áreas de Atendimento ao Cliente (CX) e Logística. Além de estarem capacitados para o mercado de trabalho, os formandos poderão concorrer a vagas dentro do próprio Mercado Livre. Na última edição do projeto, 70% dos formandos foram contratados pela empresa.

Para o curso de CX, que tem duração de um mês, serão abertas 45 vagas. Já o módulo de Logística contará com duas turmas, com duração de uma semana e 45 vagas cada. Um dos módulos será exclusivo para pessoas da cidade de Lauro de Freitas, na Bahia, onde o Mercado Livre acaba de inaugurar um Centro de Distribuição. As inscrições acontecem até dia 23 de setembro, pelo link http://lnkd.in/eJvcWBN. As aulas terão início em 05 de outubro.

"O projeto nasceu do interesse do Mercado Livre em potencializar o perfil de profissionais com deficiência, tanto do ponto de vista técnico quanto de soft skills, para que tenham ainda melhores oportunidades de empregabilidade, seja no próprio Mercado Livre ou em outras empresas. E, também, da nossa vontade de termos processos seletivos organicamente diversos e de incluir mais pessoas com deficiência em nosso quadro de colaboradores", explica Carolina Recioli Filgueiras, gerente de Talentos, Diversidade e Inclusão e Aquisição do Mercado Livre

A executiva ainda aponta que um dos principais diferenciais dos cursos é a aplicação de atividades semanais para que os alunos busquem soluções para desafios do dia a dia que existem dentro da companhia. "Com isso, desenvolvemos as habilidades pessoais de cada um, ao mesmo tempo que os convidamos para uma imersão na cultura da empresa, o que aumenta bastante a chance de serem contratados no final do processo", concluiu.

O projeto Meli para Todos começou no início deste ano no estado de São Paulo, com aulas presenciais para a primeira turma. A partir do início da quarentena, na segunda onda do projeto, o curso foi adaptado para o formato online e disponibilizado para todo o país. O Meli para Todos já formou + de 60 pessoas com deficiência, sendo que 27 delas foram contratadas pelo Mercado Livre. Os demais estão sendo apoiados pelo Programa IOS de Oportunidades, que busca vagas de empregos, principalmente entre as empresas parceiras da instituição.


Parceiros

O IOS será responsável pelo conteúdo técnico dos treinamentos (hard skills e acompanhamento psicossocial dos alunos). Em seus 22 anos de atuação e com o apoio de empresas privadas como a TOTVS - sua fundadora e principal mantenedora - a organização já inseriu 36 mil profissionais no mundo corporativo, nos mais diversos diversos setores, como Tecnologia da Informação, Administração, RH e Atendimento ao Varejo.

Já a Talento Incluir - consultoria que promove a relação entre profissionais com deficiência e o mercado de trabalho e que já proporcionou emprego a mais de 7 mil pessoas com deficiência em seus 12 anos de atuação - ficará responsável pelo treinamento de soft skills - habilidades e competências relacionadas ao comportamento humano, fortalecendo os conceitos de empatia, ética, liderança, resolução de conflitos, flexibilidade e gestão de equipes no ambiente corporativo. Além disso, a Talento Incluir também apoia o Mercado Livre na busca dos candidatos para o curso.

"Parcerias como esta reforçam a importância de nossa missão de formar profissionais com deficiência para tornar as empresas cada vez mais inclusivas, com profissionais preparados para o mercado de trabalho, por meio de uma solução eficiente e de baixo custo", destaca a superintendente do IOS, Kelly Lopes.

"Uma iniciativa como esta mostra que para ser inclusiva, uma empresa precisa saber olhar ao redor e formar parcerias importantes para realizar uma inclusão séria, completa e efetiva, muito além das exigências da Lei de Cotas. Um exemplo a ser multiplicado no mercado", conclui a CEO da Talento Incluir, Carolina Ignarra.


Sobre o Mercado Livre

Fundado em 1999, o Mercado Livre é a companhia líder em tecnologia para e-commerce e serviços financeiros na América Latina, que oferece soluções para que pessoas e empresas possam comprar, vender, pagar, anunciar e enviar produtos e serviços por meio da internet. Para oferecer a melhor experiência a compradores e vendedores, a empresa conta com as seguintes áreas de negócios: o Marketplace mercadolivre.com, a fintech Mercado Pago, Mercado Envios, Mercado Livre Veículos, Imóveis e Serviços, Mercado Livre Publicidade e Mercado Shops. mercadolivre.com é o maior e mais completo marketplace da América Latina, com 51,5 milhões de usuários ativos e mais de 11 milhões de vendedores, incluindo grandes marcas. A cada segundo, 16 vendas são realizadas na plataforma. Ao todo, são quase 290 milhões de ofertas em tempo real, distribuídas em aproximadamente 1.500 categorias e subcategorias de produtos. Vencedor em 2019, pelo terceiro ano consecutivo, do "Prêmio Top of Mind DataFolha", categoria Site de Compras, o Mercado Livre no Brasil é líder em tráfego entre os sites de varejo, com cerca de 52 milhões de visitantes únicos/mês, segundo a Similar Web (dados de jul/20), ferramenta referência para o mercado de tecnologia e inovação.

Sobre o IOS

Comprometido com a empregabilidade de jovens e pessoas com deficiência que tenham menor acesso às oportunidades do mercado de trabalho, há mais de 22 anos, o IOS desenvolve projetos de formação profissional gratuita em temas variados. "Administração" e "Tecnologia" compõem a grade de cursos, além do enfoque comportamental. Qualificado como Entidade Beneficente de Assistência Social certificada pelo CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social na Área de Educação), o IOS já formou mais de 36 mil profissionais para os setores de Tecnologia da Informação, Administração, RH e Atendimento ao Varejo. A instituição é mantida por empresas privadas como a TOTVS - sua fundadora e principal mantenedora - além da Brasilprev, Instituto Center Norte, Dell, Deloitte, Edenred - Ticket, Fundação Beneficente Elijass Gliksmanis, Hyundai, IBM, Clear Corretora, McDonald´s, Microsoft, Zendesk, entre outras. Mais informações: www.ios.org.br

Sobre a Talento Incluir

A Talento Incluir é uma consultoria que promove a relação entre profissionais com deficiência e o mercado de trabalho. Desenvolve projetos de consultoria, treinamento, seleção e retenção de profissionais com deficiência, além de preparar as empresas para melhor atender a esse perfil de consumidor. Fundada em 2008, a Talento Incluir já proporcionou emprego mais de 7 mil pessoas com deficiência a partir de uma preparação exclusiva e diferenciada. Além disso, aplicou programas de treinamentos diferenciados para formar cultura inclusiva em mais de 300 empresas de diversos setores em todo Brasil, como Mercado Livre, Syngenta, Gol, Carrefour, Grupo Boticário, Raia Drogasil, Bradesco, Tereos, PwC PricewaterhouseCoopers, GRU Airport, AccorHotels entre outras.

Conheça as tentativas de fraudes e golpes financeiros mais comuns na quarentena e saiba como evitá-los

 

No período de isolamento social, bancos registraram aumento de 80% nas tentativas de ataques de phishing, alta de 70% na fraude do falso funcionário e crescimento de 65% no golpe do motoboy; tipificação de crime digital é necessária para coibir delitos

Luís Alberto Alves/Hourpress

Com a pandemia do novo coronavírus, criminosos estão aproveitando o maior tempo online das pessoas e o aumento das transações digitais devido ao isolamento social para aplicar golpes financeiros. Mensagens de ofertas tentadoras e atrativas que, na verdade, direcionam para sites falsos, ou ainda o uso de avisos para que a pessoa recadastre urgentemente seus dados junto a uma instituição, escondem crimes que levam muita dor de cabeça e causam grande prejuízo financeiro para o consumidor.

Levantamentos feitos pela FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) mostram o crescimento de tentativas de várias modalidades de fraudes financeiras contra os brasileiros durante a crise da Covid-19. No período de quarentena, as instituições registraram aumento de 80% nas tentativas de ataques de phishing - que se inicia por meio de recebimento de e-mails que carregam vírus ou links e que direcionam o usuário a sites falsos, que, normalmente, possuem remetentes desconhecidos ou falsos.

O golpe do falso motoboy teve aumento de 65% durante o período de isolamento social. Já os golpes do falso funcionário e falsas centrais telefônica cresceram 70%. Recentemente, a FEBRABAN também revelou que no período da quarentena houve alta de 60% em tentativas de golpes financeiros contra idosos, o que resultou em uma campanha de alerta com o apoio da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, e do Banco Central.

A FEBRABAN e seus bancos investem constantemente em campanhas e ações de conscientização em seus canais de comunicação com os clientes para orientar a população a se prevenir de fraudes. "Queremos contribuir para o desenvolvimento de uma cultura de prevenção a fraudes e do uso seguro dos canais digitais no país", afirma Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN.

Ele ressalta que os bancos investem cerca de R﹩ 2 bilhões por ano em sistemas de tecnologia da informação (TI) voltados para segurança - valor que corresponde a cerca de 10% dos gastos totais do setor com TI para garantir a tranquilidade de seus clientes em suas transações financeiras cotidianas.

Atualmente, 70% das fraudes estão vinculadas à engenharia social, que consiste na manipulação psicológica do usuário para que ele lhe forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões para os criminosos. "Seja pelo telefone, por e-mail, pelas mídias sociais, SMS, o fraudador solicita dados pessoais do cliente, como números de cartões e senhas, em troca de algo, ou ainda induz o usuário a ter medo de alguma situação", alerta Adriano Volpini, diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN. "Os dados pessoais do cliente jamais são solicitados ativamente pelas instituições financeiras. Na dúvida, sempre procure seu banco para obter esclarecimentos."

Entretanto, adverte que a população tem um comportamento de segurança no mundo digital diferente do mundo físico, em que as pessoas já se acostumaram a tomar cuidados com carteiras, pertences e celulares, quando estão em locais públicos e de grande movimentação. Conscientemente, as pessoas sabem o que podem ou não podem fazer, discernimento não tão comum no mundo digital.

Outro ponto que merece atenção no combate aos golpes financeiros é a ausência de uma lei federal que tipifique os crimes cometidos pelos meios digitais, o que gera grande prejuízo para toda a população brasileira, empresas privadas e o setor público. Atualmente, três projetos tramitam no Congresso, entre eles, o 2.638, que dispõe sobre a tipificação criminal de furto mediante fraude eletrônica, do deputado Marcelo Ramos (PR/AM).

"A certeza da impunidade gera um incentivo e um impulso ainda maior para que o crime aconteça. Caso o PL seja aprovado, existirá muito mais subsídios e condições de gerar uma punição mais efetiva contra os criminosos", afirma Volpini.

Conheça os principais golpes aplicados e como eles devem ser evitados

Golpe do Falso Funcionário do banco

O que é: O fraudador entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco ou empresa com a qual o cliente tem um relacionamento ativo. O criminoso informa que há irregularidades na conta ou que os dados cadastrados estão incorretos. A partir daí, solicita os dados pessoais e financeiros da vítima. Com os dados em mãos, o fraudador realiza transações fraudulentas em nome do cliente.

Como evitar: O cliente deve sempre verificar a origem das ligações e mensagens recebidas contendo solicitações de dados. É importante ressaltar que o banco nunca liga para o cliente pedindo senha nem o número do cartão e também nunca liga para pedir para realizar uma transferência ou qualquer tipo de pagamento. Ao receber uma ligação suspeita, o cliente deve desligar, pegar o número de telefone que está no cartão e ligar de outro telefone para tirar a limpo essa história.

Phishing (pescaria digital)

O que é: O phishing, ou pescaria digital, é uma fraude eletrônica cometida pelos engenheiros sociais que visa obter dados pessoais do usuário. A forma mais comum de um ataque de phishing são as mensagens e e-mails falsos que induzem o usuário a clicar em links suspeitos. Também existem páginas falsas na internet que induzem a pessoa a revelar dados pessoais. Os casos mais comuns de phishing são e-mails recebidos de supostos bancos com mensagens que afirmam que a conta do cliente está irregular, ou o cartão ultrapassou o limite, ou que necessita revalidar seus pontos nos programas de fidelidade, atualizar token ou, ainda, que existe um novo software de segurança do banco que precisa ser instalado imediatamente pelo usuário.

Como evitar: Sempre verifique se o endereço da página de internet é o correto. Para garantir, não clique em links: digite o endereço no navegador. Além disso, nunca acesse links ou anexos de e-mails suspeitos. Mantenha seu sistema operacional e antivírus sempre atualizados. Sempre prefira comprar em sites conhecidos, e nunca use computadores públicos para comprar algo no comércio virtual. Não repasse a outra pessoa nenhum código fornecido por SMS ou imagem de um QR Code enviado para autenticar alguma operação. Na dúvida, fale com seu banco.


Golpe do falso motoboy

O que é: O golpe começa com uma ligação ao cliente, de uma pessoa que se passa por funcionário do banco, e diz que o cartão foi clonado, informando que é preciso bloqueá-lo. Para isso, diz o golpista, bastaria cortá-lo ao meio e pedir um novo pelo atendimento eletrônico. O falso funcionário pede que a senha seja digitada no telefone, e fala que, por segurança, um motoboy irá buscar o cartão para uma perícia. O que o cliente não sabe é que, com o cartão cortado ao meio, o chip permanece intacto, e é possível realizar diversas transações.

Como evitar: Fique atento! Nenhum banco pede o cartão de volta ou envia qualquer pessoa ou portador para retirar o cartão na casa dos clientes. Então, desligue o telefone e ligue, de outro aparelho, para o banco, para verificar se realmente houve alguma irregularidade.

Golpe do falso leilão

O que é: O fraudador envia um link à vítima que simula um falso leilão. Para que possa ser dado um lance, a vítima tem que preencher formulários com seus dados pessoais e financeiros ou depositar um valor na conta do fraudador. Com dados como senha, número do cartão e CPF, o fraudador consegue fazer transações fraudulentas em nome do cliente.

Como evitar: O cliente nunca deve enviar dados, senhas e acessos a ninguém. É necessário sempre verificar a origem dos links recebidos antes de clicá-los. Além disso, deve-se verificar a veracidade do site de leilão e avaliações de outros usuários.

Golpe do WhatsApp

O que é: Os golpistas descobrem o número do celular e o nome da vítima de quem pretendem clonar a conta de WhatsApp. Com essas informações em mãos, os criminosos tentam cadastrar o WhatsApp da vítima nos aparelhos deles. Para concluir a operação, é preciso inserir o código de segurança que o aplicativo envia por SMS sempre que é instalado em um novo dispositivo. Os fraudadores enviam uma mensagem pelo WhatsApp fingindo ser do Serviço de Atendimento ao Cliente do site de vendas ou da empresa em que a vítima tem cadastro. Eles solicitam o código de segurança, que já foi enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro. Com o código, os bandidos conseguem replicar a conta de WhatsApp em outro celular. A partir daí, os criminosos enviam mensagens para os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela, pedindo dinheiro emprestado.

Como evitar: Uma medida simples para evitar que o WhatsApp seja clonado é habilitar, no aplicativo, a opção "Verificação em duas etapas" Configurações/Ajustes > Conta > Verificação em duas etapas). Desta forma, é possível cadastrar uma senha que será solicitada periodicamente pelo app. Essa senha não deve ser enviada para outras pessoas ou digitadas em links recebidos.

Golpe do extravio do cartão

Como é: No trâmite de entrega do cartão até a vítima, fraudadores furtam a correspondência contendo este cartão. Depois, ligam para a vítima se passando por um funcionário do respectivo banco informando que houve problemas na entrega do cartão. Para a resolução deste suposto problema, solicitam à vítima a senha deste cartão. Com os dados descobertos, fazem transações em nome da vítima.

Como evitar: O cliente nunca deve enviar dados, senhas e acessos a ninguém. Também nunca deve preencher formulários na internet com dados pessoais e financeiros sem verificar a origem. Caso o prazo de entrega do cartão se esgote, é preciso informar o gerente sobre o atraso.

Golpe do delivery

Como é: O cliente faz seu pedido via aplicativo. O entregador apresenta uma maquininha com o visor danificado ou de uma forma que impossibilite a visualização do preço cobrado na tela, sendo um valor acima do real cobrado. Só depois de algum tempo, a vítima percebe que efetuou um pagamento elevado.

Como evitar: O cliente deve sempre checar o preço cobrado no visor da maquininha e nunca deve aceitar maquininhas onde os valores que são cobrados não estejam visíveis. De preferência em fazer o pagamento via aplicativo e não no momento da entrega.

Revoada de cupins em pleno inverno exige trabalho preventivo para evitar prejuízos

 


O potencial de destruição de móveis e propriedades pode trazer prejuízos e criar riscos de acidentes

Redação/Hourpress

Um fenômeno típico das estações quentes, mas que o calor registrado neste inverno antecipou sem aviso prévio. Os incômodos mosquitos de luz escondem um risco a mais sob suas asas. São cupins e detêm um poder enorme de destruição de estruturas de madeira, celulose e tecidos. O problema tende a se intensificar ainda mais com a chegada da primavera. A Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas (Aprag) alerta para a necessidade de realizar um trabalho preventivo, tendo sempre uma empresa profissional que garanta a imunização a este tipo de problema.

- Existem três tipos de cupins interagindo em áreas urbanas. Temos o subterrâneo, que surge através das fundações das construções; os de madeira seca, que constroem suas colônias nestas bases, geralmente localizados em lugares quentes e escuros; e tem o cupim arborícola, que ocupam copas de árvores, e que infestam construções próximas, criando caminhos de terra até consumir o material existente lá - ressalta Sérgio Bocalini, vice-presidente da Aprag.

Segundo Bocalini, o impacto dos cupins está mais associado à questão econômica do que à saúde. O potencial de destruição de móveis e propriedades pode trazer prejuízos e criar riscos de acidentes às pessoas. Existe ainda o risco ao patrimônio histórico, onde relíquias de madeira, tecido e celulose podem atrair colônias de cupins e eventuais impactos nas peças expostas.

Cientistas refutam conceito de alimentos "ultraprocessados"

 


Especialistas da USP em Engenharia e Ciência de Alimentos contestam a classificação usada no Guia Alimentar

Luís Alberto Alves/Hourpress

Engenheiros de Alimentos e Docentes da Universidade de São Paulo publicaram um artigo com críticas ao sistema de classificação de alimentos NOVA, que consta do Guia Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde em 2014. Pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, da Escola Politécnica e do Centro de Pesquisa em Alimentos (Food Research Center - FoRC) apontaram erros no conceito de processamento de alimentos e consideraram algumas informações como "alarmantes" e "descuidadas".

In natura e minimamente processados

De acordo com o Guia, os alimentos da categoria 1 - in natura ou minimamente processados - são aqueles que não envolvem a adição de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias ao alimento original. No entanto, os Engenheiros de Alimentos e pesquisadores da USP esclarecem que o processamento mínimo de alimentos - predominantemente de origem vegetal, como frutas e hortaliças - pode sofrer intervenções químicas, como o tratamento com soluções contendo acidulantes, antioxidantes e antimicrobianos. Isso muitas vezes é necessário porque os vegetais submetidos ao descascamento, corte e fatiamento, como ocorre no processamento mínimo, deterioram-se mais rapidamente.

Outro equívoco pode ser observado nos exemplos de alimentos minimamente processados citados pelo Guia. "Leite pasteurizado, leite longa vida, leite em pó e sucos de fruta pasteurizados são submetidos a tratamentos térmicos, cuja intensidade varia de 72 a 145 ºC. Portanto, todos os exemplos mencionados são de alimentos processados. Os minimamente processados disponíveis no mercado brasileiro não são submetidos a tratamentos térmicos", informam os pesquisadores.

Ingredientes culinários processados

Em relação aos alimentos da categoria 2 (ingredientes culinários processados), o Guia chama atenção para o consumo excessivo de óleo, gorduras, sal e açúcar, que pode causar problemas de saúde. Os Engenheiros de Alimentos reconhecem a importância dessa informação, mas acreditam que é necessária melhor contextualização sobre os riscos do excesso e os benefícios de uma dieta equilibrada com óleos e gorduras. "Este grupo de alimentos é fonte de ácidos graxos essenciais e exerce papel fundamental no transporte e na absorção de vitaminas lipossolúveis e na síntese de hormônios, por exemplo".

Processados

Segundo o Guia do Ministério da Saúde, os alimentos processados (categoria 3) são aqueles fabricados pela indústria com adição de sal ou açúcar a alimentos in natura, para torná-los duráveis e mais agradáveis ao paladar, e seu consumo deve ser limitado. O primeiro ponto destacado na análise dos pesquisadores da USP é que nem todos os alimentos processados têm adição de açúcar e/ou sal, como sucos integrais de frutas e hortaliças e leite pasteurizado ou longa vida. Outro fato a salientar é que a Indústria Brasileira de Alimentos vem gradativamente reduzindo os níveis de sal e açúcar em alimentos processados.

O Guia também informa que os métodos usados no processamento de alimentos prejudicam a sua composição nutricional, o que é refutado pelos pesquisadores. "Os nutrientes são substancialmente preservados durante o processamento, especialmente quando métodos não térmicos de estabilização são empregados. O processamento em escala doméstica muitas vezes é mais drástico e exerce um impacto significativamente mais negativo no valor nutricional do alimento comparado ao processo em escala industrial".

De modo geral, o capítulo 2 do Guia apresenta informações incompletas ou equivocadas sobre o processamento de alimentos. Os Engenheiros de Alimentos e Pesquisadores da USP afirmam que o objetivo do processamento vai muito além de aumentar a duração dos alimentos e torná-los mais agradáveis ao paladar. Envolve tecnologias que proporcionam segurança ao consumidor, eliminando ou reduzindo agentes potencialmente patogênicos a níveis seguros; preservam a qualidade funcional, nutricional e sensorial do alimento por meio da inativação de enzimas e micro-organismos deteriorantes; reduzem desperdícios; favorecem as políticas de segurança alimentar, promovem a sustentabilidade entre muitos outros benefícios.

"Ultraprocessados"

Os autores do artigo questionam também o uso do termo "ultraprocessados" (categoria 4), que não é reconhecido pela Engenharia e Ciência de Alimentos. O termo em questão, concebido na Faculdade de Saúde Pública da USP em 2009, ganhou maior notoriedade com a proposta de classificação NOVA, também publicada pela Food and Agriculture Organization (FAO) da ONU em 2019. A Organização, porém, reforça que o conteúdo é de responsabilidade dos autores e não reflete necessariamente a visão da FAO e nem representa uma validação do sistema NOVA.

Segundo o Guia, os alimentos "ultraprocessados" devem ser evitados e podem ser facilmente identificados pelo elevado número de ingredientes, incluindo sal, açúcar, óleos e gorduras. Contudo, alimentos minimamente processados ou processados moderadamente também podem conter múltiplos ingredientes, como sucos mistos de frutas e hortaliças, saladas e vitaminas de frutas e mix de cereais integrais.

"Evitar o consumo de alguns desses alimentos, como pão integral ou enriquecido, cereais e leites especiais, poderia implicar na diminuição da ingestão de folato, cálcio e fibra alimentar. À luz da Engenharia e Ciência de Alimentos, o prefixo ‘ultra’ remete à intensidade de um determinado tratamento ou processo empregado na conservação do alimento, e não à sua composição", afirmam os pesquisadores.


O artigo também esclarece que os aditivos (emulsificantes, antioxidantes, acidulantes, conservadores etc.) incorporados aos alimentos industrializados desempenham função tecnológica, algumas vezes relacionada à segurança microbiológica do produto. É o caso da adição de ácido cítrico a conservas de palmito, que impede a síntese da toxina botulínica. Antes de sua aprovação, os aditivos alimentares são submetidos a uma rigorosa série de protocolos de análise toxicológica por agências reconhecidas internacionalmente e sua aprovação pelos órgãos competentes é periodicamente reavaliada de acordo com os avanços da Ciência.

Alimentação saudável

Os cientistas incentivam as práticas alimentares saudáveis, com dietas ricas em fibras (frutas, hortaliças e cereais integrais) e a ingestão de alimentos com baixo teor de sal e açúcar. "Sempre que possível, recomenda-se o preparo dos próprios alimentos, o consumo de produtos orgânicos - industrializados ou não - advindos de produtores locais, bem como o consumo restrito de produtos indulgentes (hot dog, milk shake etc) que, de maneira geral, são muito calóricos e pouco nutritivos".

Para os autores, é essencial que o consumidor seja informado corretamente. A saudabilidade de um alimento não está relacionada ao número de ingredientes, intensidade ou número de processos e nem ao local de processamento - cozinha ou grande indústria -, e sim à disponibilidade de seus nutrientes e componentes funcionais.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Cuidado com o chip da beleza

 

Associada a exercícios físicos e dieta correta, o hormônio permite uma melhor definição do corpo

*Dr. Rodrigo Ferrarese
Pinterest

Embora alguns implantes ajudem na perda de peso e na redução da celulite, hormônios não devem ser prescritos para fins estéticos. Lembre-se: efeitos secundários podem ser bons, ou ruins.

Vamos começar pelo nome: esqueça o termo “chip da beleza”. Primeiro, porque não se trata de um chip, mas sim de implantes, que são tubos de material inorgânico utilizados como uma via de administração de medicamento. Depois, porque a informação de que esse implante está relacionado à beleza não tem qualquer apoio da medicina ou de estudos clínicos.

O nome “chip da beleza” surgiu com o uso da gestrinona, medicamento muito usado no tratamento de endometriose, e que apresenta como efeito secundário uma ação androgênica, ou seja, aumenta os níveis de testosterona no organismo.

Observou-se então que o implante de gestrinona pode auxiliar a mulher a ter seu metabolismo acelerado e a melhorar seu perfil de musculatura e massa magra. Associada a exercícios físicos e dieta correta, o hormônio permite uma melhor definição do corpo, perda de peso e diminuição da celulite. Ainda, o “chip da beleza” melhora a disposição e aumenta a libido.

Mas é bom lembrar que assim como qualquer implante hormonal, o “chip da beleza” também pode apresentar efeitos colaterais negativos. No caso da gestrinona, é possível citar maior oleosidade e queda de cabelo (calvície), acne, aumento de retenção hídrica (inchaço), sangramento irregular, entre outros.

Assim, a gestrinona deve ser utilizada apenas para cumprir seu papel primário, que é o de tratar doenças como endometriose, adenomiose, miomatose (miomas), tensão pré-menstrual (TPM), reposição hormonal da menopausa, ou mesmo como método anticoncepcional.

*Dr. Rodrigo Ferrarese é formado pela Universidade São Francisco, em Bragança Paulista. Fez residência médica em São Paulo, em ginecologia e obstetrícia no Hospital do Servidor Público Estadual.

Justiça decide que filhos de Flordelis fiquem em prisões separadas

 



Objetivo é evitar tentativa de manipulação de provas


Agência Brasil 

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) que coloque os filhos da deputada federal Flordelis (PSD-RJ) em unidades prisionais separadas. A decisão, assinada ontem (3) é da juíza Nearis Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói.

Em inquérito policial concluído no mês passado, Flordelis foi acusada de ser mandante da morte de seu marido, o pastor Anderson do Carmo. Ele foi morto a tiros no dia 16 de junho do ano passado, ao chegar em sua casa, em Niterói, região metropolitana do Rio. O motivo do crime teria sido a disputa por poder e pelo controle financeiro na família.

Devido à imunidade parlamentar, a deputada não poderia ser presa no curso das investigações. No entanto, em julho de 2019, foram presos o filho biológico do casal Flávio dos Santos, acusado de ser o autor dos disparos, e o filho adotivo Lucas dos Santos, que seria o responsável pela compra da arma.

Com a conclusão do inquérito, a Policia Civil realizou operação no mês passado em que cumpriu mandatos de prisão contra mais dois filhos biológicos - Adriano dos Santos e Simone dos Santos - e três filhos adotivos - Marzy Teixeira, André Luiz de Oliveira e Carlos Ubiraci Silva - e a neta Rayane dos Santos. Todos eles são acusados de envolvimento no crime ou de  tentarem atrapalhar a investigação.

A decisão da juíza Nearis Arce atendeu pedido do advogado do pai de Anderson do Carmo. Na solicitação, ele considera que os filhos devem ser mantidos separados porque já teriam ocorrido "tentativas de manipulação de provas, combinações de narrativas e dissimulações” no processo da morte do pastor.

Ao concordar com o pedido, a juíza deu prazo de 48 horas para as transferências. "Havendo indícios de tentativa de manipulação de provas, a fim de se resguardar a instrução penal, determino sejam aqueles presos acautelados em unidades prisionais diversas, tão separados quanto possível", diz a decisão.

Decisões anteriores

No fim do ano passado, quando apenas Flávio e Lucas estavam presos, o TJRJ já havia determinado que eles ficassem em unidades prisionais separadas. A decisão ocorreu após Lucas ter escrito uma carta alterando a versão do crime, assumindo a culpa e inocentando Flávio. Posteriormente, ele admitiu que a carta era uma fraude e afirmou que recebeu o texto pronto, enviado por sua mãe.

Após o episódio, a defesa de Lucas solicitou a transferência afirmando que este vinha sendo ameaçado por Flávio para mudar sua versão. Na ocasião, os dois estavam no Penitenciária Bandeira Stampa, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro. Lucas foi transferido para o presídio Tiago Telles, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro.

Meses depois, em dezembro de 2019, o TJRJ determinou expressamente que Flávio fosse transferido para a penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, unidade de segurança máxima conhecida como Bangu I e localizada no Complexo Penitenciário de Gericinó. Ao tomar conhecimento de que essa transferência não ocorreu, a juíza Nearis Arce também reiterou a ordem na decisão de ontem. "Oficie-se ao Diretor da Seap, determinando o imediato cumprimento daquele decisório, com a devida transferência do acusado a área de seguro de Bangu I, sob pena de imputação de crime de desobediência."

Procurada pela Agência Brasil, a Seap ainda não retornou os contatos.


quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Estresse causado pela pandemia está envelhecendo as pessoas mais rápido

 

Estudos relacionam o estresse como causador do envelhecimento precoce


Luís Alberto Alves-Hourpress

Arquivo

Uma pesquisa conduzida por psicólogos e psiquiatras em Nova York, Texas e no Canadá avaliou o impacto da pandemia do novo coronavírus e o isolamento social na saúde mental de mais de 6,8 mil pessoas. O estudo aponta que 28% relatam ansiedade elevada e 22% apresentam sintomas depressivos significativos causados pelo estresse.

O estresse quando se torna crônico, além de aumentar o risco de problemas cardiovasculares, como hipertensão e infarto, e afetar o sistema imunológico, também traz efeitos negativos na pele. De acordo com um estudo publicado na revista científica Inflamm Allergy - Drugs Targets, a liberação crônica de cortisol, o hormônio do estresse, causa atrofia cutânea, diminuição do número de fibroblastos, colágeno e elastina e também está associado ao aparecimento de rugas.

A cirurgiã plástica que atua na área de rejuvenescimento facial, Ana Carolina Chociai, explica que os fibroblastos são as células responsáveis pela síntese de colágeno, proteína que confere elasticidade aos tecidos.

"A diminuição de fibroblastos e do colágeno também reduz a resistência, não só da pele, mas também dos demais tecidos que se tornam flácidos", explica a médica Ana Carolina Chociai. Segundo ela, as pálpebras são as áreas mais afetadas do rosto, devido a sua anatomia, já que a pele mais fina do corpo está na pálpebra.

ESTRESSE - Picos de estresse podem ser o gatilho para o surgimento ou agravamento de problemas como a dermatite atópica, psoríase, urticária, vitiligo, acne e até mesmo enfraquecimento e queda de cabelo.

No cabelo, por exemplo, o cortisol em excesso promove a vasoconstrição das raízes, encurtando a fase de crescimento capilar devido a falta de sangue e nutrientes para os fios, um processo conhecido como eflúvio telógeno. É em picos de estresse que também ocorrem danos permanentes às células produtoras de melanina (pigmento do cabelo) e a perda da cor dos cabelos pode ser permanente, segundo pesquisa conduzida em Harvard e publicada na edição de janeiro na Nature.

"Neste momento, trabalhamos em equipe para a manutenção integrada da saúde do paciente. No caso dos cabelos, o primeiro passo quando se verifica a queda de cabelo é marcar uma consulta com o médico dermatologista que fará a tricoscopia e o diagnóstico, já que muitas doenças podem resultar na queda dos fios", comentou Chociai.

PREVENÇÃO - Com o avanço da tecnologia e da medicina voltada à beleza, hoje é possível buscar tratamentos para prevenir o envelhecimento e buscar o rejuvenescimento com aspecto natural. Dentre os procedimentos utilizados com esse objetivo existem as já conhecidas aplicações de ácido hialurônico, bioestimuladores de colágeno e também tecnologias novas como os laseres de ultra performance.

Segundo a médica Ana Carolina Chociai, o ideal é durante uma consulta é realizar uma avaliação minunciosa de todas as camadas da face, desde a estrutura óssea até a pele. "Atualmente temos várias opções de tratamento de rejuvenescimento e mesmo estratégias pré-envelhecimento, chamadas de beautification ou positive aging. A indicação depende de cada caso e dependerá da avaliação médica", completa.

PESQUISA E TECNOLOGIAS - A cirurgiã de Curitiba é também pesquisadora e precursora de uma técnica lançada neste ano que busca o rejuvenescimento da região das pálpebras sem cirurgia. O estudo apresentado e publicado na revista científica Lasers in Surgery and Medicine servirá como base para aplicação da técnica batizada de Eyelift em todo o mundo. Com o envelhecimento natural, e agora impulsionado pela pandemia, a perda de colágeno da região dos olhos promove um aspecto flácido das pálpebras que pode ser corrigido e postergar uma blefaroplastia.

"O procedimento prevê uma abordagem completa dos tecidos moles periorbitários (olheiras) tratando além da pele, músculos e ligamentos que também perdem a elasticidade e a firmeza durante o processo de envelhecimento", explica a especialista. "Uma blefaroplastia entre os 40-50 anos implicará em necessidade de um novo procedimento ao longo da vida, tendo em vista que expectativa de vida só aumenta e a recidiva de flacidez é certa, o laser permite um tratamento seguro e eficaz contra a flacidez das pálpebras", completou a cirurgiã.

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Estupro: O que a vítima deve fazer para realizar queixa, quais são as provas e qual a penalização para o crime?

 


*Acacio Miranda da Silva Filho

Nas últimas semanas, uma menina de 10 anos passou por um procedimento para interromper a gravidez, após ter sido estuprada pelo tio, que confessou os abusos contra a jovem, e foi indiciado por estupro de vulnerável e ameaça. Em depoimento ao Ministério Público, a vítima declarou que sofria abusos desde os 6 anos de idade, e não recorreu a ajuda pois era ameaçada por ele.

Estupro e legislação

Nos dias atuais, o crime de estupro está sujeito a Ação Penal Pública Incondicionada. De acordo com o especialista em Direito Penal, Acacio Miranda da Silva Filho, o autor do crime será processado independentemente da vontade da vítima. "A primeira providência a ser tomada é avisar a autoridade policial, para que, a partir daí, sejam tomadas todas as medidas legais, inclusive o oferecimento da denúncia contra o autor dos fatos", aponta.

O crime de estupro é o chamado Crime de Infração Penal Não Transeunte (o que depende da comprovação da materialidade da ocorrência do crime), para que o algoz seja processado. Como regra, isso se dá através da prova pericial, contudo, não existindo provas materiais, principalmente no crime de estupro, a palavra da vítima tem bastante importância.

O crime de estupro é caracterizado pelo ato de colocar a mão por dentro da roupa da vítima sem consentimento ou iniciar ou consumar ato sexual sem consentimento. Desde a reforma do Código Penal nesse crime, realizada em 2009, também se caracterizam como estupro outros atos libidinosos — ou seja, o crime de estupro pode ser configurado mesmo sem penetração.

O que fazer em caso de estupro?

Procurar ajuda é fundamental, tanto médica quanto da polícia, para que se registre queixa. Sem ela, não haverá Boletim de Ocorrência, nem investigação contra o agressor. Acacio Miranda alerta que é de suma importância que o registro do Boletim de Ocorrência e o exame de corpo de delito sejam realizados (antes ou depois da coleta de exames) para que as investigações sejam iniciadas.

Feito isto, a vítima será encaminhada a um hospital para realizar exames e receber medicamentos antirretrovirais (para impedir a contaminação pelo vírus da AIDS, por exemplo) e a pílula do dia seguinte. Em alguns casos, o encaminhamento para o hospital é feito antes da delegacia, principalmente se a vítima está ferida.

Pena

Para o estupro comum, consagrado no Artigo 213 do Código Penal, a pena vai até 12 anos de reclusão. Quando se fala em estupro de incapaz, que está no Artigo 217 do Código Penal, a pena é elevada, podendo chegar a 20 anos. O estupro de incapaz se caracteriza quando a a vítima é menor de 14 anos, ou por circunstâncias psicológicas que impeçam que a pessoa manifesta livremente a sua vontade (como no caso de algum tipo de deficiência intelectual).

*Acacio Miranda da Silva Filho  é Doutorando em Direito Constitucional pelo IDP/DF. Mestre em Direito Penal Internacional pela Universidade de Granada/Espanha. Cursou pós-graduação lato sensu em Processo Penal na Escola Paulista da Magistratura e em Direito Penal na Escola Superior do Ministério Público de São Paulo.