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A Ineficiência do Gasto Público

    Pixabay Radiografia da Notícia *  Por definição, a eficiência do gasto público é menor do que a do gasto privado *  Logicamente num regi...

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Insetos causam prejuízos de até R$ 5 bilhões nos canaviais

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 Radiografia da Notícia

Uma das pragas de maior expressão, presente em todo o território nacional, é a broca-da-cana

O destaque foi a região Sudeste, que, além de ser a maior produtora nacional

O produto tem ação imediata para o controle das pragas

Redação/Hourpress

A análise de julho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelou que a produção brasileira de cana-de-açúcar, na safra 22/23, cresceu 3,4% em relação à anterior. O destaque foi a região Sudeste, que, além de ser a maior produtora nacional, apresentou aumento de 4% com relação a 21/22, graças ao incremento de produção.

 “No entanto, os bons índices de produtividade não significam a extinção das pragas nos canaviais, principalmente pela característica semiperene dessa cultura. Mas, sim, que os insetos estão sendo manejados de maneira correta, durante todo o ciclo da cana, e combatidos com ativos, químicos e biológicos, inovadores. Essa atualização precisa ser constante”, explica Christian Menegatti, gerente de cultura de cana da FMC.

 

Uma das pragas de maior expressão, presente em todo o território nacional, é a broca-da-cana (Diatraea saccharalis). Essa mariposa causa grandes prejuízos, pois afeta a produtividade do canavial e, também, a qualidade da produção de açúcar e álcool. O aumento da ocorrência desse inseto é influenciado pelas altas temperaturas, chuvas elevadas e outros fatores de manejo. Podendo ocorrer até cinco gerações ao ano, a broca-da-cana promove a morte das gemas apicais, entrenós menores, enraizamento aéreo e brotações laterais, presença de fungos e afinamento do colmo. “Entidades já avaliaram prejuízos de até R$ 5 bilhões, em toda safra, por conta dessa praga, que está presente em todos os canaviais pelo país”, disse Christian.


Sistema
 

O bicudo-da-cana (Sphenophorus levis) é outro principal inseto com alto poder de destruição. “Essa é uma praga de manejo complexo, que está presente em mais de 60% dos canaviais do Centro-sul e causa danos ao desenvolvimento das soqueiras de cana”, ressalta Christian. Esse besouro causa o apodrecimento das touceiras, falhas na brotação e morte da planta, gerando perdas na colheita de até 25 toneladas por hectare e reduzindo a longevidade da cultura.
 

Migdolus também causa grandes prejuízos para a cana-de-açúcar, pois ataca o sistema radicular, gerando falhas na brotação das soqueiras, morte da cana em reboleiras e necessidade de reforma precoce do canavial. Ele possui hábito subterrâneo e seu ciclo de vida pode durar até três anos. As larvas podem ser encontradas até a profundidade de cinco metros no solo e as adultas vêm à superfície apenas para acasalamento.
 

“É possível aplicar produtos com ação multipragas para ter um controle para todas essas simultaneamente. O Premio® Star, da FMC, é um inseticida que possui duplo modo de ação, amplo espectro, efeito de choque e residual, que proporciona a otimização operacional, com controle sincrônico da broca-da-cana, do bicudo-da-cana e da broca-dos-rizomas”, destacou o gerente.


Cultivo
 

O produto tem ação imediata para o controle das pragas, melhor proteção das partes novas da planta e maior período de controle e proteção da cultura. Além disso, tem um desempenho superior pela combinação inovadora de dois ativos, que proporcionam um efeito sinérgico e uma distribuição mais homogênea do produto na folha, com melhor proteção do cultivo.
 

“Essa tecnologia inédita foi desenvolvida para o cenário brasileiro e passou por uma fase de otimização para extrair o melhor efeito sinérgico dos ativos. A combinação e a proporção exatas dos ingredientes conferem uma formulação diferenciada com altíssima performance para insetos mastigadores tanto na fase adulta quanto na larval”, finalizou Christian.

Falta de saneamento afeta a saúde de 42% das crianças brasileiras

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 Radiografia da Notícia

Segundo o estudo, o País registrou, em 2019, mais de 273 mil internações por doenças de veiculação hídrica

Tal situação faz com que muitas dessas crianças sofram problemas de saúde

A incidência foi de 13,01 casos por 10 mil habitantes

Redação/Hourpress

Cerca de 42% das crianças brasileiras de 0 a 5 anos de idade não têm acesso a saneamento em seus domicílios, de acordo com levantamento feito pelo Observatório do Marco Legal da Primeira Infância.

Tal situação faz com que muitas dessas crianças sofram problemas de saúde, com quadros de diarreia, cólera e hepatite, entre outras enfermidades, revela pesquisa do Instituto Trata Brasil, a partir de dados do DataSUS.
 

Segundo o estudo, o País registrou, em 2019, mais de 273 mil internações por doenças de veiculação hídrica. A incidência foi de 13,01 casos por 10 mil habitantes, impactando em R$ 108 milhões em gastos para o sistema público de saúde.
 

“O avanço dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário são essenciais para o desenvolvimento das crianças”, diz o engenheiro Ricardo Lazzari Mendes, presidente da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente).


Crianças

 

 Reconhecida por suas políticas públicas dirigidas especialmente para a primeira infância, na cidade de Jundiaí (SP) o cenário é bem diferente do que os números acima mostram.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (ABES), a cada 100 mil habitantes, municípios como Jundiaí registram, em média, apenas 25 ocorrências.


Como comparação, cidades do mesmo porte e que contam com más condições de saneamento chegam a ter 105 internações, em média, por estas doenças, considerando a mesma proporção.


“Atingimos este patamar graças a um planejamento de décadas. Isso faz com que a cidade seja considerada uma referência nacional e um exemplo de sucesso para outras localidades”, afirmou o prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado.


“O avanço dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário são essenciais para o desenvolvimento das crianças”, finalizou o engenheiro Ricardo Lazzari Mendes, presidente da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente).

 

Psiquiatra do CEUB explica alta taxa de autoextermínio entre homens

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 Radiografia da Notícia

Prevalência de ansiedade, depressão e outros distúrbios emocionais estão entre as implicações na saúde mental dos homens, que ainda relutam em buscar ajuda 

A masculinidade é uma construção social complexa e multifacetada

Como traço cultural predominante, Benevides cita o modus operandi da resolução de conflitos

Redação/Hourpress

O machismo estrutural não apenas torna as mulheres vítimas de abusos, mas também deteriora a saúde física e mental dos homens, por meio da masculinidade tóxica. Com expectativas projetadas para alcançarem um padrão, muitos se sentem na obrigação de se comportar da forma imposta pela sociedade. A Organização Mundial de Saúde aponta que 78% dos casos de autoextermínio tiveram homens como vítimas. Psiquiatra e professor de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Lucas Benevides aponta as implicações desse ideal masculino histórico, especialmente nos relacionamentos e na saúde emocional.
 
A masculinidade é uma construção social complexa e multifacetada, que pode variar com base em fatores como cultura, classe, raça, orientação sexual e outros. Para Lucas Benevides, muitos dos ideais tradicionais enfatizam força, independência e controle emocional que podem ser prejudiciais para os homens, quando tentam formar e manter relacionamentos saudáveis. Como traço cultural predominante, Benevides cita o modus operandi da resolução de conflitos, baseada na força e no uso da palavra como expressão de submissão. 
 
Segundo Benevides, estes costumes somam às altas taxas de violência doméstica, feminicídio, encarceramento e suicídio. “Essa mentalidade muitas vezes inibe a expressão de vulnerabilidade e emoções consideradas femininas, como a necessidade de carinho, o desejo de segurança emocional, e a vontade de se conectar emocionalmente com outras pessoas. O estigma associado a essas supostas fraquezas pode levar ao isolamento emocional e relacional”, considerou o especialista.
 
 
Com sérios danos à saúde mental e social dos homens, o professor do CEUB afirma que o machismo estrutural é devastador, uma vez que estes estereótipos sociais de gênero passam a ditar e restringir as maneiras como homens e mulheres podem se comportar e expressar suas emoções. “Para os homens, isso frequentemente se manifesta como uma pressão para ser forte e dominante, o que pode levar a atitudes e comportamentos tóxicos tanto em ambientes pessoais quanto profissionais”, alertou.
 
Combate à masculinidade tóxica
A masculinidade tóxica, que desencoraja a expressão de vulnerabilidade e a busca de ajuda, tem sérias implicações para a saúde mental, incluindo uma maior prevalência de ansiedade, depressão e outros distúrbios emocionais. Para combater estes males, grupos são formados para redefinir o que significa ser homem em sociedades ao redor do mundo. O professor de Medicina afirma que, aos poucos, as pessoas tem se tornado mais conscientes dessas questões e buscado formas mais saudáveis e igualitárias de viver e se relacionar.
 
Benevides explica ainda que a ideia de uma masculinidade tóxica faz parte do discurso popular e cada vez mais homens buscam formas saudáveis de expressar sua identidade masculina. “Isso inclui falar mais abertamente sobre saúde mental, participar mais igualitariamente nas responsabilidades domésticas e de cuidado, e questionar os papéis tradicionais de gênero em suas vidas pessoais e profissionais”, finalizou o professor do CEUB.

Simpósio internacional online debate globalização, mudanças climáticas e IA

                       Luís Alberto Alves/Hourpress


Radiografia da Notícia

IBS Americas reúne universidades dos EUA, Europa e África para debater temas que impactam os negócios globais e promove desafio com premiação

As bolsas oferecem descontos que variam entre 60% e 80% nos cursos promovidos pelas instituições

Cada grupo deverá ter entre 3 e 6 membros, com a possibilidade de defesa em inglês, espanhol ou português

Redação/Hourpress

Estão abertas as inscrições para o simpósio online “Fronteiras Inovadoras - Navegando na Globalização, Mudanças Climáticas e IA nos Negócios”, que ocorrerá de 26 a 28 de setembro. Promovido pela escola de negócios IBS Americas em parceria com diversas universidades internacionais, o evento abordará os impactos desses temas nos negócios globais.


As entrevistas serão transmitidas pelo canal da IBS Americas no YouTube. Participarão dos debates professores reconhecidos da California State University, University of La Verne e State University of New York (Estados Unidos), da Hult International Business School (Reino Unido), da University of Witwatersrand (África do Sul) e da CUOA Business School (Itália).

As inscrições podem ser feitas por meio da plataforma Eventbrite, no valor de R$ 200 até o dia 15/09. A partir do dia 16/09, a inscrição custará R$ 400.


Premiação Internacional
 

Universitários e profissionais participantes do Simpósio podem competir para conquistar mais de U$ 200 mil em bolsas de estudos internacionais. As bolsas oferecem descontos que variam entre 60% e 80% nos cursos promovidos pelas instituições educacionais patrocinadoras do evento.


Para participar, os candidatos terão como desafio gerencial a promoção de um debate sobre o uso de Inteligência Artificial nas empresas, por meio de aplicações em organizações tradicionais ou criação de startups que utilizam a IA como core business para prestação de serviços. Os detalhes serão compartilhados durante o Simpósio.


Cada grupo deverá ter entre 3 e 6 membros, com a possibilidade de defesa em inglês, espanhol ou português, facilitando que integrantes do Brasil e do exterior tenham acesso à oportunidade.


Com o apoio das instituições de ensino internacionais, as premiações oferecidas têm validade para qualquer um dos programas de curta duração, turmas de 2024 ou 2025.

As inscrições para o concurso internacional se encerrarão em 6 de outubro e os vencedores serão anunciados em 27 de novembro deste ano.
 

Serviço

Simpósio “Fronteiras Inovadoras - Navegando na Globalização, Mudanças Climáticas e IA nos Negócios”

Data: 26 a 28 de setembro

Inscrições: Plataforma Eventbrite

Valores: R$ 200 até o dia 15/09. A partir de 16/09, R$ 400

Fey, uma das maiores metalúrgicas do país, adota Salesforce

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Radiografia da Notícia

* CRM Salesforce, uma das principais plataformas globais para a gestão da experiência dos clientes

*  No processo de transformação digital, a FEY substitui um software próprio pela solução SAP

Ainda no primeiro semestre de 2023, a FEY passou por um processo de rebranding

Redação/Hourpress

Ao reforçar seu propósito de buscar soluções conjuntas através da arte da conformação a FEY, uma das maiores empresas de conformação do Brasil, com presença em mais de 15 países, dá mais um passo em seu processo de digitalização. A companhia acaba de implementar o CRM Salesforce, que vai proporcionar uma estratégia de atendimento ao cliente integrada possibilitando uma experiência de atendimento única e uma integração entre todas as áreas da empresa, incluindo aquelas gerenciadas pelo software SAP.

Bruno Inácio da Maia, responsável pelas áreas de marketing e novos negócios da FEY, reforça que a adoção da solução faz parte do projeto de investimento de R$ 80 milhões da companhia, que prevê uma série de ações rumo à adaptabilidade e crescimento contínuo. “Escolhemos essa ferramenta porque, além de ser uma das mais utilizadas no mundo, ela está alinhada com os pilares da FEY, principalmente o de inovação e representa um avanço na operação da empresa, que vem automatizando uma série de processos administrativos e de gestão nos últimos anos”, disse.

No processo de transformação digital, a FEY substitui um software próprio pela solução SAP e conclui a transição com a entrega do projeto de implementação da Salesforce. “O CRM abraçou uma parte muito importante da companhia, que não era contemplado pelo nosso ERP e traz a consolidação das estratégias de marketing com as iniciativas comerciais, de pós-venda e relacionamento com o cliente, proporcionando mais visibilidade, controle e implantação de novas ações  - dessa forma podemos entender os detalhes e necessidades de cada cliente, tornando uma experiência simples em algo extraordinário”, destacou Bruno.

Ainda no primeiro semestre de 2023, a FEY passou por um processo de rebranding, apresentando um manifesto que reforça seu propósito e pilares de atuação, bem como identidade visual reestilizada. A companhia segue investindo em melhoria constante, tecnologia e automação, que garantem a produção de 2 mil toneladas de produtos por mês. A FEY emprega mais de 750 colaboradores e registrou faturamento de R$ 500 milhões em 2022.

sábado, 9 de setembro de 2023

Feira das Ideias promove empreendedorismo e artes no Shopping Vila Olímpia

    Camila Rocha


Radiografia da Notícia

* Com entrada gratuita, pet friendly, serão dos dias com a missão de gerar oportunidades de negócios, encontros e conectar ideias

Com a participação de 40 expositores de gastronomia, empório, moda, acessórios, autocuidado e bem-estar

Crianças podem participar desde que acompanhadas por um adulto responsável

Redação/Hourpress

Acontece em 16 e 17 de setembro, das 11h às 20h, no Terraço do Shopping Vila Olímpia, a Feira das Ideias. Com entrada gratuita e voltada para todas as idades, a Feira das Ideias tem a missão de reunir pequenos empreendedores e artistas independentes com o objetivo de gerar oportunidades de negócios, encontros e conectar ideias.

Com a participação de 40 expositores de gastronomia, empório, moda, acessórios, autocuidado e bem-estar, jardinagem, decoração e produtos holísticos, a Feira das Ideias traz em sua programação duas oficinas gratuitas: de Kokedama com Rian da Kokedama Xique Xique, que é voltada para iniciantes que pretendem conhecer sobre o mundo das kokedamas e será no sábado às 15h; e  outra de técnicas básicas de macramê com Marcela da Estúdio Fibra, que consistirá em ensinar o passo a passo para fazer um lindo chaveiro todo em macramê no domingo, às 15h. Crianças podem participar desde que acompanhadas por um adulto responsável. Todo material será fornecido pelo evento e os objetos realizados poderão ser levados embora como recordação.

Para participar das oficinas basta realizar inscrição prévia pelo Instagram da Feira das Ideias.

Shows grátis e ao vivo na programação

Durante os dois dias da Feira das Ideias no Shopping Vila Olímpia, às 16h, os visitantes poderão se divertir com shows da Nalla, uma cantora de rua, compositora e modelo, nascida no Paraná, que veio para São Paulo em 2015 com o sonho de procurar novas e melhores oportunidades no ramo da música na cidade “onde tudo acontece”.

Sendo assim, ela já soma sete anos tendo a Avenida Paulista como seu palco, onde ela performa suas músicas, um mix de canções originais e covers que misturam a música pop com a batida do reggae, com cantoras de referência tais como Rihanna, Amy Whinehouse, Erika Badu entre outras.

Setembro é o mês de conscientização dos cânceres ginecológicos

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Radiografia da Notícia

* SBOC reforça que mais de 90% dos casos do câncer do colo do útero estão ligados ao HPV

*  Uma doença amplamente evitável através da vacinação anti-HPV

Além disso, a vacina também é indicada e está disponível gratuitamente para pacientes imunossuprimidos

Luís Alberto Alves/Hourpress

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 30 mil brasileiras são diagnosticadas com cânceres ginecológicos por ano. Setembro é o mês de conscientização dos cânceres ginecológicos e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) faz um importante alerta sobre a prevenção e conscientização dos cânceres que atingem o aparelho reprodutor feminino (útero, ovário e endométrio), trazendo à tona a discussão para a sociedade para um olhar mais atento à saúde da mulher.
 

A Dra. Angélica Nogueira, oncologista clínica e diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), ressalta que mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero estão ligados ao HPV. "O câncer do colo do útero é uma das poucas neoplasias malignas que pode ser considerada uma doença amplamente evitável através da vacinação anti-HPV, triagem adequada e tratamento das lesões precursoras, com o preventivo de Papanicolaou. No entanto, principalmente nas regiões do planeta de maior vulnerabilidade socioeconômica, milhares de mulheres morrem, desnecessariamente, vítimas da doença", alertou a especialista.
 

Desde 2014, a vacina contra o HPV é oferecida gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde no Brasil para meninas e meninos de 9 a 14 anos. A imunização pode ajudar não só a prevenir o câncer do colo do útero, como também o de vulva, vagina, ânus, orofaringe e pênis. Além disso, a vacina também é indicada e está disponível gratuitamente para pacientes imunossuprimidos, como pacientes com câncer, HIV e transplantados (até os 45 anos de idade). "Contudo, apesar de disponível gratuitamente para as populações citadas, a cobertura vacinal no país está significativamente abaixo do necessário para que o país possa entrar em um estrato compatível com a eliminação do câncer do colo do útero nas próximas décadas", disse a oncologista.
 

Como identificar tumores ginecológicos
 

A diretora da SBOC destaca que os sinais e sintomas dos cânceres ginecológicos variam entre os subtipos, sendo o sangramento vaginal e corrimento anormais os mais comuns em cânceres do útero, corpo e colo. Considerado grave e silencioso, o câncer de ovário é infelizmente descoberto em 75% dos casos em estágios avançados. Porém, alguns sintomas precisam de atenção como: 
 

● Sangramento vaginal anormal

● Inchaço abdominal

● Sensação de empanzinamento

● Dor pélvica ou pressão abaixo do umbigo

● Dor de estômago

● Fadiga

● Alterações intestinais

● Dor durante a relação sexual

● Vulva e vagina com feridas, alteração da cor ou bolhas

● Perda de peso sem motivo (10kg ou mais)
 

Quanto ao rastreamento dos cânceres ginecológicos, o Papanicolau é uma maneira de identificar as lesões pré-malignas antecipadamente. "O Papanicolaou é um exame que pode detectar lesões pré-cancerosas que, uma vez tratadas, podem não evoluir para câncer. Além disso, o exame pode ajudar a diagnosticar precocemente o câncer do colo do útero e evitar que o tumor seja encontrado em estágios mais avançados, quando o tratamento é usualmente mais complexo e as chances de cura são menores", frisou a Dra. Angélica.
 

Já nos casos de câncer de ovário e endométrio, o rastreamento é mais complexo. Em casos como esse, o médico pode solicitar exames clínicos ginecológicos, laboratoriais e também de imagem que ajudam a identificar a presença de ascite ou acúmulo de líquidos, além da extensão da doença em mulheres com suspeita de disseminação intra-abdominal. Nos casos de síndromes de câncer hereditário, programas de rastreamento específicos são montados para os membros da família portadores de mutações patogênicas. Isto é especialmente importante em cânceres ginecológicos uma vez que em 20–25% dos cânceres de ovário há mutações hereditárias. Em relação ao câncer do endométrio, corpo do útero, em portadores de síndrome de Lynch, o risco vital chega a 70%.
 

Fatores de risco
 

● Câncer do colo do útero: infecção por HPV de alto risco, AIDS, tabagismo e constante troca de parceiros.

● Câncer de ovário: menarca precoce (antes dos 12 anos) ou menopausa após os 52 anos, mulheres que nunca tiveram filhos ou que possuam histórico da doença na família.

● Câncer de endométrio: menarca precoce (antes dos 12 anos) ou menopausa após os 52 anos, mulheres que nunca tiveram filhos, idade acima dos 50 anos, obesidade, diabetes, ou que realizaram terapia de reposição hormonal de à base de estrogênio após a menopausa.
 

Prevenção
 

No caso do câncer do colo do útero, a prevenção deve ser realizada através do Papanicolaou (a partir dos 25 anos), sendo repetido uma vez por ano, e, se não houver alterações, uma vez a cada três anos após esse período, além da vacinação contra o HPV e uso de preservativos durante a relação sexual.
 

"No caso dos cânceres de útero e endométrio, por não existirem exames específicos de rastreamento, é fundamental praticar regularmente exercícios físicos, manter uma dieta equilibrada e, caso haja suspeita de síndrome familiar de câncer, procurar um oncologista ou oncogeneticista", explicou a especialista.
 

Tratamento
 

O tratamento adequado irá depender do subtipo da doença, estadiamento das neoplasias e também da condição clínica da paciente. Podem ser recomendadas radioterapia, cirurgia, quimioterapia, braquiterapia, ou ainda a combinação de dois, ou mais tratamentos.
 

"Não podemos esquecer que quando falamos de prevenção e tratamento, é muito importante buscar por fontes de informação seguras. Na internet, por exemplo, existem diversos boatos que podem impactar de maneira negativa na saúde da população. Por isso, sempre tire as principais dúvidas com um especialista e confirme quaisquer informações recebidas pelas redes sociais antes de compartilhar ou iniciar tratamentos milagrosos. Isso pode trazer consequências graves para os pacientes oncológicos e até mesmo dificultar e agravar o quadro de saúde", finalizou a médica.

Paraisópolis celebra 102 anos

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Semana com programação especial na segunda maior favela de São Paulo

Na programação especial, que irá até o sábado (16), diversas ações mostrarão o potencial das favelas por meio da diversidade

Entre os lançamentos desta semana festiva, o destaque vai para a campanha de combate à fome 

Luís Alberto Alves/Hourpress

Paraisópolis, a segunda maior favela de São Paulo e quinta do Brasil, com mais de 100.000 habitantes, inicia a partir da próxima segunda-feira (11), a celebração dos seus 102 anos! O ato simbólico de abertura será às 9h30, no Pavilhão Social G10 Favelas.

Na programação especial, que irá até o sábado (16), diversas ações mostrarão o potencial das favelas por meio da diversidade da comunidade, nas áreas da cultura, empreendedorismo, esporte, moda, gastronomia, entre outras iniciativas promovidas pelo G10 Favelas.

Durante os eventos locais, Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas, receberá autoridades, figuras do poder público, celebridades e parceiros que apoiam continuamente o desenvolvimento local. A presença do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, está confirmada ao longo da semana.

Entre os lançamentos desta semana festiva, o destaque vai para a campanha de combate à fome – com arrecadação de alimentos para apoiar a causa - e o grande Mutirão de Empregos, em parceria com grandes empresas.

Já no lado fashion, haverá o desfile dos vestidos de noivas que foram produzidos pelo Instituto Costurando Sonhos Brasil, que traduz a relação da comunidade com a moda, a inclusão e a diversidade.

No último dia do evento (16), um grande show acontecerá na Avenida Hebe Camargo, para marcar o encerramento das festividades dos 102 anos de Paraisópolis!

 

Clique e acesse a programação completa da semana (horários e descritivos)

 

Serviço: Semana de Paraisópolis

Data: de 11 a 16 de setembro de 2023

Local: Pavilhão Social G10 Favelas

Endereço: Rua Itamotinga, 100 – Paraisópolis

São Paulo / Cep 05706-320

 

quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Reforma tributária e seus desafios federativos

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Uma nação que tenta prosperar à base de impostos é como um homem com os pés em um balde, tentando levantar-se puxando a alça” (Winston Churchill)

* Isso cria um vácuo de respostas quanto a questões que são do legítimo interesse

Federação envolve divisão de poderes estatais, dentre eles o poder de tributar, fundamental para o desempenho das atividades públicas

Ives Gandra da Silva Martins, Hamilton Dias de Souza, Humberto Ávila, Paulo Rabello de Castro e Roque Antônio Carrazza

“Uma nação que tenta prosperar à base de impostos é como um homem com os pés em um balde, tentando levantar-se puxando a alça” (Winston Churchill)

O Senado Federal aprovou seu plano de trabalho para análise da PEC 45/2019 (“reforma tributária”), com votação prevista para este ano.Esse cronograma contempla a análise dos impactosda proposta sobre diversos setores da economia e a discussão de pontos sensíveis para Estados e Municípios. E o próprio Relator da proposta tem enfatizado que a questão federativa é fundamental e terá de ser objeto de reflexões detidas,nos próximos meses.

De fato, há um mal-estar entre Governadores e Prefeitos com a perda de poder que a reforma tributária poderá ocasionar, ao retirar-lhes a possibilidade de legislar sobre tributação do consumo. Além disso, diferentes pontos que interferem no conteúdo do chamado“pacto federativo” são delegados à lei complementar que se seguirá à PEC 45/2019.

Isso cria um vácuo de respostas quanto a questões que são do legítimo interesse dos entes, por exemplo, o funcionamento do novo sistema, seu tempo de implementação, o papel do "Conselho Federativo", a divisão de responsabilidades entre os entes e o completo silêncio a respeito de um “plano B”, caso o novo sistema não entre em operação nas datas previstas ou simplesmente não funcione. Ademais, há insegurança quanto à própria partilha de receitas entre os entes, que não obedecerá ao volume real e corrente de operações destinadas aos respectivos territórios, mas à arrecadação m& eacu te;dia de cada ente entre 2024 e 2028.

Estatais

A esse mal-estar se soma o fato de que a própria “tradição institucional” do País é federativa. Afinal, ao menos desde a Primeira República (Constituição de 1891), a descentralização dos poderes estatais é um dos nossos principais mecanismos de organização e contenção das forças políticas. Mesmo nos momentos de estresse, como a pandemia de COVID-19, o que se constatou foi que o funcionamento do Estado brasileiro supõe Federação. Daí os julgados recentes do Plenário do STF afirmando a autonomia dos Estados e Municípios e a preservação dos meios necessários ao seu exercício (ACO 3451, ADI 6341 e ADPF 672). Tudo a evidenciar que a reforma tributária não podeprovocar mudanças queagridam a Federação, como modo de vida política.

Nesse contexto, a tarefa do Senado Federal não se limita a ajustar o texto da PEC. Esta, aliás, praticamente desconstitucionaliza o fato gerador dos tributos sobre o consumo e, com isso, enfraquece as garantias dos contribuintes. Além disso, a pretexto de simplificar o sistema, extingue 5 tributos (ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS), para criar outros quatro (IBS, CBS, Imposto Seletivo e Contribuição Estadual). Isso, sem mencionar os seus enormes desafios federativos, estes últimos objeto das breves considerações a seguir.

1. Perda de poder dos Estados e Municípios em matéria de tributação do consumo.

Federação envolve divisão de poderes estatais, dentre eles o poder de tributar, fundamental para o desempenho das atividades públicas. Tal poder se define pela competência para legislar sobre o tributo, ou seja, defini-lo em seus aspectos fundamentais. No Brasil, sua distribuição se dá entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Ela difere da simples descentralização administrativa, presente emnações como Itália e Espanha, onde o governo central legisla sobre o tributo, enquanto as unidades periféricas podem arrecadá-lo, fiscalizá-lo e, residualmente, alterar alguns de seus aspectos pontuais (p.ex., alíquotas).

Atualmente, em nosso País, o poder de tributar o consumo está distribuído entre a União, os Estados/DF e os Municípios, que o fazem por meio do IPI, do PIS e da COFINS, do ICMS e do ISS. Cada um desses tributos é objeto de leis instituidoras próprias dos respectivos entes.E o que a PEC 45/2019 pretende é unificar esses tributos, num sistema dual, composto pela contribuição e pelo imposto sobre bens e serviços (CBS e IBS), a primeira federal, e o segundo,de competência supostamente comum a Estados e Municípios.

Entretanto, a única competência verdadeiramente atribuída aos Estados e Municípios sozinhos seria para fixar alíquotas locais, numa margem quase nula para alterações, como se verá. E, exceção feita a ínfimo aspecto, o imposto seria criadopelo Congresso Nacional (órgão da União), por lei complementar que iria dispor sobre todos os aspectos fundamentais do tributo.Daí a PEC 45/2019 não prever distribuição de competências, mas descentralização administrativa de tributo, similar à de Países não federativos. 

Órgão

Alguns diriam que, por se tratar de atípica competência “conjunta”, o tributo poderia ser instituído por lei complementar, com caráter nacional. Porém, nacional é a lei complementar que estabelece normas geraisque condicionam a competência tributária dos entes federados, os quais a exercem por leis própria. Quando ela institui tributo (p.ex., empréstimo compulsório), não há caráter nacional. Trata-se apenas deum diploma sujeito a tramitação mais rigorosa. E o tributo daí resultante é de competência do órgão que a editou. 

Em suma, é o Congresso Nacional que irá definir o IBS em termos de fato gerador, base de cálculo, alíquotas, sujeitos passivos etc.Hoje, tais aspectossão todos tratados pelas leis ordinárias do ICMS e do ISS, dentro da “moldura” estabelecida por leis complementares que não são instituidoras de tributo, mas de normas gerais (CF, art. 146, III). Assim, o que hoje os Estados e os Municípios fazem sozinhos passará a ser feito por lei complementar da União. 

Por isso, as frações do poderpara tributar o consumo que hoje se encontram nas mãos dos Estados (ICMS) e Municípios (ISS)deixariam de existir, ao serem incorporadas à competência para criar o IBS, nas mãos doCongresso Nacional.Mesmo no que se refere a questões administrativas, esses entes teriampoderes de atuação muito limitados, como se verá. Portanto, eles perderão autonomia, numa centralização incompatível com a estrutura federativa, que pode vir a tornar-se meramente simbólica.

A propósito, se aprovada a PEC 45/2019, a União acabaria por concentrar o poder de legislar (decidir) sobre tributos correspondentes a 91,57% da arrecadação nacional (Tesouro Nacional, 2023). Tal centralização pode criar enorme dependência dos Estados e Municípios ante a União Federal e abrir espaço para uma série de práticas não republicanas, sobretudo em tempos populistas. 

2. A competência para fixar alíquotas locais não garante autonomia aos entes federados.

Poder-se-ia argumentar que a autonomia dos Estados e Municípios seria preservada, porque teriam competência para fixar a alíquota padrão aplicável às operações destinadas aos respectivos territórios. E, de fato, a previsão dessa normatização “suplementar” foi inserida na PEC 45/2019 para transmitir a sensação de que os entes descentralizados poderão tomar alguma decisão “sozinhos”, por meio de leis próprias.

No entanto, a alteração de alíquotas locais só seria possível após o Senado estabelecer a alíquota inicial (de referência) do IBS. E, ainda assim, seria de difícil aplicação prática, já que as isenções e reduções seriam taxativas e os eventuais aumentos ou diminuições teriam de ser feitos para todos os itens. Nesse caso, a “margem” para calibração seria restrita, já que majorações na alíquota padrão podem desestimular o consumo local e decréscimos podem comprometer a arrecadação do ente.

Nesse sentido, embora possam existir contextos em que o Estado ou o Município tenham interesse e condições materiais (margens) para majorar ou reduzir suas alíquotas, o universo de situações em que isso será possível é muito menor do que o atual, em que o ente pode diferenciar alíquotas entre produtos e, assim, compensar a redução concedida a certos itens com aumentos para outros, sem perda na arrecadação. Além disso, a fixação de alíquotas é apenas um dos elementos fundamentais do tributo, em relação aos quais os entes atualmente possuem competência legislativa ampla, mas, com a reforma, deixariam de ter.

Tributárias

Em suma, como o ICMS responde por 88% da arrecadação estatual e o ISS por 43% da municipal[1], a possibilidade de alterar alíquotas em termos tão restritos parece insuficiente para garantir autonomia aos Estados e Municípios. Embora as competências tributárias possam ser remanejadas dentro de uma margem de razoabilidade, eventuais mudanças nesse sentido não podem reduzir a disponibilidade de recursos e de meios para arrecadá-los a ponto de comprometer o funcionamento dos entes descentralizados. Por isso, a PEC 45/2019 esbarra na impossibilidade de amesquinhar sua autonomia financeira (CF, art. 60, §4º).

Como pontuaram os Ministros Ellen Gracie e Gilmar Mendes, Federação é e exige “a repartição de competências e de receitas tributárias”, como “um dos pilares da autonomia dos entes políticos” (RE 591033, DJ 17/11/2010). Além disso, “as competências constitucionais esvaziam-se sem as condições materiais para o seu exercício” (ADO 25, DJ 12/08/2017).

3. Conselho Federativo: dúvidas quanto à sua composição e ao seu funcionamento.

Mesmo a chamada “administração” do IBS seria feitapor meio de um Conselho Federativo, e não diretamente pelos Estados e Municípios. Esse órgão teria 54 assentos, ocupados por 27 representantes de cada Estado/DF e 27 dos Municípios/DF. Destes últimos, 14 seriam eleitos pelo voto de cada Município e 13, pelo voto de cada Município,mas ponderado pelo número de habitantes. As deliberações seriam aprovadas se obtivessem a maioria absoluta dos votos dos representantes dos Estados e dos Municípios, desde que a maioria dos representantes estaduais correspondessem a mais de 60% da população.

Ocorre que, além de cumprir o disposto em lei complementar, o Conselho Federativo teria obrigatoriamente de se alinhar com a União para “harmonizar” os elementos infralegais e entendimentos sobre o IBS e a CBS. Ou seja, embora a União não tenha “assento” no Conselho, ela teria enorme poder externo sobre ele, a ponto de condicionarsuas decisões. De fato, como o sistema deve ser “harmonizado”, e o IBS e a CBS decorrerão de uma mesma lei complementar, é difícil conceber que eles possam ter regulamentos distintos ou se sujeitem a interpretações conflitantes. 

Assim, para evitar uma dominância “externa” sobre o Conselho, melhor seria que a União tivesse assento e voto no órgão, com critérios de “peso" que não lhe permitam impor sua vontade sem o apoio de uma razoável maioria dos representantes de Estados e Municípios.

Criação

Para tanto, pode-se adotar um modelo deliberativo similar ao do Comitê Gestor do SIMPLES, em que a União detenha 40% dos votos e os Estados e Municípios, os 60% restantes, exigindo-se maioria de ¾ para aprovação de medidas. Na Índia, aliás, o Conselho do GST (IBS) opera com sucesso desde a sua criação, com votos divididos entra União (33,33%) e Estados (66,66%) e maioria de ¾. Em ambos os casos, uma decisão depende do apoio tanto do governo centralquanto de uma razoávelmaioria dos demais membros, para ser aprovada.

O mesmo deveria ser feito no Conselho Federativo do IBS, para “oficializar” e“limitar” a influência da União nas deliberações atinentes ao IBS, de modo a garantir algum equilíbrio de forças entre as esferas federativas e viabilizarque Estados e Municípios sejam minimamente ouvidos.

4. A PEC 45/19 teria de ser ratificada pelos Estados, para evitar disputas quanto à sua validade

No nosso sistema bicameral, o Senado Federal costuma ser referido como a “Casa dos Estados”. Porém, na prática, trata-se de uma representação indireta, pois os Senadores não são pautados pela vontade política do seu Estado e, não raro, votam contra o interesse da sua base. 

A ausência de participação direta dos entes descentralizados no âmbito do Congresso Nacional não costuma gerar problemas para além de insatisfações quanto à má qualidade da representação dos Estados. Contudo, numa alteração que é especial e que modificará competências impositivas essenciais à sobrevivência dos Estados e Municípios, essa “imperfeição” pode causar um conflito federativo sem precedentes no País, sobretudo por parte daquele grupo de entes que se sentirá “perdedor” com as mudançase seus efeitos na transição, que durará até 2078.

Para evitar esses problemas, é recomendável franquear aos Estados (pelo menos), em caráter excepcional, uma participação direta na reforma tributária, por meio de um processo de ratificação, no qual ela só seria implementada se aceita pela maioria das assembleias estaduais.

Direta

Algo similar foi feito na já referidaÍndia para a introdução do IBS, fruto da reforma tributária de 2016/2017 (EC 101). De fato, por se tratar de uma redefinição da divisão de poderes impositivos entre os governos federal e estaduais, reconheceu-se que seria fundamental sua ratificação pela maioria das assembleias dos Estados[2]. No Brasil, nada impede que uma EC preveja a necessidade de ratificação pelos entes federativos de eventual alteração constitucional que sej a de seu especial interesse. Assim, o caso indiano pode ser adotado como inspiração para que se adote um sistema que permita a participação direta dos entes na reforma.

5. Interesses setoriais e imposto seletivo

Por fim, o Senado Federal deverá avaliar os impactos da reforma tributária, a fim de evitar aumentos desproporcionais de carga tributária para determinados setores, com os problemas de desigualdade daí decorrentes. Dentre eles, o setor de serviços, com destaque para os prestadores do lucro presumido com mão de obra intensiva e sem grande consumo de itens geradores de créditos, cujos aumentos poderão ser de até 96,4%, segundo a estimativa mais recente, da FECOMERCIO/SP (2023).

Por fim, mas não menos importante, fato é que, da forma como está redigida a PEC, o Imposto Seletivo não seria um verdadeiro tributo “pigouviano”, pois poderia ser livremente modificado pela União, por lei ordinária ou, o que é pior, por medidas provisórias, servindo-lhe como meio para aumentar a carga tributária (já exorbitante), sem maiores dificuldades. Nesse sentido, é preciso que ele seja ajustado, para recair apenas sobreitenstaxativamente definidos em lei complementar e que, por sua própria natureza, sejam prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente (itens açucarados, combustíveis fósseis etc.).

Conclusão

Pelo exposto, a PEC 45/2019 demanda ajustes, para evitar que ela comprometa a autonomia dos entes descentralizados ou mesmo “delegue” a redefinição do pacto federativoà lei complementar, com os riscos daí decorrentes. Além disso, o procedimento de aprovação da reforma tributária deve reforçar a legitimidade de seu conteúdo, ao invés de enfraquecê-la. Por fim, é vital que a carga tributária seja proporcionalmente distribuída entre os setores, segundo as suas características, bem como que o Imposto Seletivo seja ajustado, de modo a não se tornar mais um simples instrumento arrecadatório da União.

  é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio-SP, ex-presidente da Academia Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).

 é sócio fundador dos escritórios Dias de Souza Advogados Associados e Advocacia Dias de Souza, mestre e especialista em Direito Tributário pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

 é fundador do escritório Humberto Ávila Advocacia e professor-titular de Direito Tributário na Faculdade de Direito da USP.

Paulo Rabello de Castro é economista, foi presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre 2016 e 2017, e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), entre 2017 e 2018.

Roque Antônio Carrazza é é fundador do escritório Roque Carrazza Advogados Associados e professor-titular de Direito Tributário da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

PIB brasileiro poderia aumentar em até 2,32%

    EBC


Radiografia da Notícia

* Mas é necessário também disponibilizar vagas de cursos e treinamento para pessoas que já atuam

De acordo com o documento, isso resultaria em um crescimento da empregabilidade e maiores salários

Nosso papel enquanto representantes dos profissionais do setor é entender que o Brasil é um país repleto de oportunidades

Luís Alberto Alves/Hourpress

Estudo divulgado em julho pelo Itaú Educação e Trabalho, feito por pesquisadores do Insper, revela que o Brasil poderia aumentar o PIB (Produto Interno Bruto) em até 2,32% se conseguisse triplicar o número de jovens matriculados em cursos técnicos. De acordo com o documento, isso resultaria em um crescimento da empregabilidade e maiores salários.

 

Para Fernanda Braga, gerente administrativa da APAT — Associação de Profissionais de Agrimensura e Topografia, o investimento em jovens já os capacita antes mesmo da entrada no mercado de trabalho, mas é necessário também disponibilizar vagas de cursos e treinamento para pessoas que já atuam em suas profissões há algum tempo. “Ainda existem muitos profissionais que buscam aumentar seus conhecimentos nas áreas em que atuam, o que abre espaço para oferecer oportunidades de capacitação contínua”, disse.

 

A APAT, por exemplo, oferece aos profissionais de geotecnologia treinamentos específicos quando há aquisição ou locação de equipamentos. Além disso, segundo Fernanda, “a entidade disponibiliza cursos ministrados por parceiros especializados para capacitar os profissionais da área sobre a atuação no mercado”.


Brasil 

 

A gerente comenta que a APAT surgiu a partir da necessidade de um grupo de topógrafos que possuíam equipamentos topográficos e não encontravam soluções no mercado, como suporte, treinamentos, cursos, assistência técnica, equipamentos reserva e proteção.

 

“Nosso papel enquanto representantes dos profissionais do setor é entender que o Brasil é um país repleto de oportunidades de trabalho para engenheiros agrimensores, topógrafos e outros trabalhadores do ramo de geotecnologia, principalmente em razão dos grandes projetos de infraestrutura e do relevo acidentado. Desta forma, buscamos atuar em parceria com eles para apoiar seus projetos e estimular o crescimento do mercado. O investimento em cursos técnicos e treinamentos é um dos principais caminhos para isso”, finalizou.