Postagem em destaque

A Ineficiência do Gasto Público

    Pixabay Radiografia da Notícia *  Por definição, a eficiência do gasto público é menor do que a do gasto privado *  Logicamente num regi...

sexta-feira, 22 de maio de 2020

São Paulo antecipa feriado de 9 de julho para próxima segunda-feira


Mudança aprovada pela Alesp é tentativa de ampliar isolamento social


Agencia Brasil

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou na madrugada de hoje (22) o projeto de lei que antecipa para a próxima segunda-feira (25) o feriado estadual  da Revolução Constitucionalista de 1932, celebrado em 9 de julho. A mudança foi proposta pelo governador do estado, João Doria, em uma tentativa de ampliar o isolamento social em São Paulo.
Na capital paulista, já foram antecipados os feriados de Corpus Christi e da Consciência Negra para ontem (20) e anteontem (21). Hoje, a Prefeitura de São Paulo declarou ponto facultativo, para criar um megaferiado com a emenda com o fim de semana e também com a segunda-feira, conforme aprovado pela Alesp.
No Grande ABC, os prefeitos dos sete municípios que compõe a região entraram em acordo para enviar às Câmaras Municipais a antecipação dos feriados municipais para hoje, estabelecendo, assim, quatro dias de feriado, juntando com a data estadual.
Na cidade de São Paulo, o primeiro dia de feriado registrou 51% de adesão ao isolamento social, segundo o sistema utilizado pelo governo federal que monitora os deslocamentos da população a partir dos telefones celulares. No restante do estado, o índice havia ficou em 49% .

Vacina desenvolvida pela China mostra resultados promissores


Substância com vírus atenuado aciona sistema imunológico


Agencia Brasil

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China publicou hoje, na revista médico-científica The Lancet, que uma vacina ainda em fase de testes mostrou-se eficaz em ajudar a resposta do sistema imunológico ao novo coronavírus.
Segundo a publicação, a vacina é segura para o uso humano e foi testada em 108 voluntários. A resposta imunológica criada pelo medicamento, no entanto, ainda não pode ser avaliada. Os resultados finais dos testes clínicos serão divulgados em seis meses. A vacina será a primeira no mundo a atingir a fase 1 de testes clínicos - um processo dividido em quatro etapas que assegura a eficácia e segurança de novos medicamentos e vacinas.
A vacina é feita a partir de uma versão atenuada do vírus SARS-CoV-2, e é aplicada de forma intramuscular. “Esses resultados representam um marco importante. Os testes mostram que uma única dose produz anticorpos específicos em 14 dias, o que a torna uma candidata para investigações futuras”, afirmou o professor Wei Chen, do instituto de Biotecnologia de Pequim, responsável pelo estudo.
“Os desafios propostos pela covid-19 não têm precedentes, e a habilidade de acionar o sistema imunológico não significa, necessariamente, que estaremos protegidos da covid-19. Ainda estamos longe de ter essa solução disponível para todos”, afirmou Chen, no artigo publicado.

Esgoto pode indicar percentual de contaminados pela covid-19


Estudo está sendo implementado em Belo Horizonte e Contagem



Agencia Brasil

Procedimento eficiente para a identificação de doenças infecto-contagiosas, o exame de fezes, quando feito em larga escala – via monitoramento de redes de esgoto – pode ser uma forma eficaz de identificar o percentual de indivíduos contaminados pelo novo coronavírus (covid-19) em uma região. Entre as vantagens dessa técnica está a de abranger tanto pessoas que apresentam como que não apresentam os sintomas da doença (assintomáticas).
O monitoramento de esgotos como ferramenta de vigilância epidemiológica não é uma novidade. Em meados dos anos 1850, o inglês John Snow usou dessa ferramenta para entender a ocorrência da cólera e identificar as residências de pessoas que morreram por conta da doença no bairro do Soho, em Londres.

Projeto-piloto

Diante da expectativa de essa ferramenta poder ser aplicada também para acompanhar a situação da atual pandemia no país, o projeto-piloto Monitoramento Covid Esgotos está sendo implementado nos sistemas de esgoto de Belo Horizonte e Contagem, ambos de Minas Gerais. Ao fazer esse tipo de monitoramento, são gerados dados que poderão ajudar os gestores na tomada de decisões inclusive sobre medidas como a de isolamento social.
A iniciativa, que terá duração inicial de dez meses, conta com a participação da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis), entidade vinculada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Segundo o coordenador do INCT ETEs Sustentáveis e professor da UFMG, Carlos Chernicharo, a testagem do esgoto possibilita o diagnostico do conjunto de indivíduos de uma comunidade. “Assim sendo, o esgoto passa a ser a amostra de fezes e de urina que representa o conjunto da população”, explicou o professor, hoje (22), durante uma videoconferência promovido pela ANA.
“O que fazemos é novo apenas do ponto de vista de identificar a covid-19”, disse o professor. Os pesquisadores buscam, por meio desse projeto, identificar “tendências e alterações” na ocorrência da covid-19 nas diferentes regiões analisadas, para entender a prevalência e a dinâmica de sua circulação.

Boletim

De acordo com o primeiro boletim da semana inicial dos trabalhos de campo do Monitoramento Covid Esgotos, a presença do novo coronavírus foi detectada em oito entre 26 amostras (31%). As coletas foram realizadas nas sub-bacias do Ribeirão Arrudas e do Ribeirão do Onça.
O objetivo da pesquisa é o de mapear esgotos para indicar áreas com maior incidência da transmissão, de forma a subsidiar a adoção ou não de medidas, tendo por base a ciência. Além disso, possibilita avisos precoces dos riscos de aumento de incidência do novo coronavírus de forma regionalizada, para melhor embasar a tomada de decisão dos gestores públicos.
Na apresentação online, Chernicharo destacou que, com base no monitoramento do esgoto, “em teoria, um indivíduo contaminado pode ser identificado dentro de uma população de 100 a até 2 milhões de habitantes”.
Segundo o pesquisador, a implementação dessa ferramenta depende da disponibilidade de fatores como uma adequada infraestrutura laboratorial; o mapa da malha urbana de esgotos; a definição de pontos de amostragem; a coleta, preservação e transporte das amostras de esgoto; e o recebimento e processamento das amostras em laboratório. Uma nota técnica produzida pela equipe, na qual esses fatores são detalhados, será disponibilizadas a quem tiver interesse em conhecer o projeto-piloto.
Superintendente de Planejamento da ANA, Sérgio Morais, explicou que a primeira detecção do novo coronavírus em fezes ocorreu em 31 de janeiro nos Estados Unidos. Em março, um outro estudo, este na Holanda, detectou a covid-19 no esgoto. As coletas nos dois municípios mineiros que servirão de base para o projeto-piloto tiveram início no dia 13 de abril. “Nossa ideia é gerar uma metodologia, a partir desse projeto”, disse.
De acordo com o superintendente, a realidade brasileira apresenta limitações com relação à aplicação dessa ferramenta em alguns municípios, uma vez que 45% da população não dispõem de esgoto, e que 70% das cidades não possuem estações de tratamento de esgoto.
Para o subcoordenador do INCT e professor do Departamento de Engenharia Sanitaria e Ambiental da UFMG, Cesar Mota, a detecção do RNA viral no esgoto foi surpreendente, já que esse tipo de molécula é muito sensível a fatores ambientais. “Mesmo com tudo que há no esgoto, como ácidos e temperaturas mais elevadas, foi possível detectar esse RNA viral nos esgotos, tanto nas fezes como na urina”, disse, acrescentando que, até o momento, nenhuma pesquisa comprovou a transmissão, via esgoto, da doença.
“O esgoto já é uma fonte inesgotável de doenças. A covid-19 é apenas mais uma. Por isso, usando equipamento de proteção, a contaminação é evitável. No entanto, precisamos ter cuidado com a transmissão feco-nasal, uma vez que, no caso da Sars, já foi identificada contaminação, por este meio, de residentes em prédios de Hong Kong”, complementou.

Regiões

Representando a Secretaria de Saúde do governo de Minas Gerais, o superintendente de Vigilância Sanitária estadual Filipe Laguardia disse que, "enquanto grande cliente do projeto”, o governo mineiro pretende identificar as regiões com maior incidência de infectados, de forma a auxiliar na tomada de decisões.
“Vemos alguns pontos motivadores para esse projeto. Um deles está relacionado à novidade que a doença representa. Toda informação nova sobre o comportamento e o agravo desse vírus é importante. Um outro ponto é a qualidade da proposta, que poderá disponibilizar informações científicas com as quais o poder público poderá se aliar”, disse o superintendente, animado também com a possibilidade de emissão de alertas precoces da circulação do vírus, a partir das análises feitas nos esgotos.
Essas possibilidades podem, segundo ele, compensar pelo menos parcialmente algumas das limitações pelas quais passam as autoridades sanitárias do país. Entre elas, o fato de o número de testes ser inferior à demanda.
“Muitos desses testes são de baixa qualidade. Além disso é grande o número de subnotificações de casos confirmados, especialmente os assintomáticos. Uma outra limitação é a pouca previsibilidade da evolução da doença”, argumentou, referindo-se à possibilidade de os exames considerarem tanto pessoas sintomáticas como as que não apresentam sintomas.
De acordo com o superintendente de Desenvolvimento Tecnológico, Inovação e Qualidade da Companha de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Marcus Tulius de Paula Reis, o projeto-piloto conta com 24 pontos de monitoramento. Dezoito deles na rede coletora, e os demais em pontos dos ribeirões Arridas e Onça; e em pontos de entrada e saída das estações de tratamentos de esgoto locais.

São Paulo registra 215 mortes por covid-19 em 24 horas


Números são da Secretaria de Estado da Saúde



Agencia Brasil 

O estado de São Paulo registrou, nas últimas 24 horas, mais 215 mortes causadas pela covid-19. No total, o estado contabiliza 5.773 óbitos pelo novo coronavírus (covid-19) em 229 municípios. Os dados, divulgados hoje (22), são da Secretaria de Estado da Saúde.
De acordo com o governo do estado, o vírus continua se espalhando em São Paulo e já há o registro de pessoas contaminadas em 500 dos 645 municípios paulistas. No total, até hoje, foram computados 76.871 casos da covid-19, sendo 3.132 novos registros nas últimas 24 horas.
No momento, há 11,6 mil pacientes internados no estado, sendo 4.433 em unidades de terapia intensiva (UTI) e 7.176 em enfermarias. A taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para atendimento a para a doença é de 74.7% no estado de São Paulo e de 91.4% na Grande São Paulo.
Segundo o governo do estado, até o momento, já foram registradas 15.296 altas de pacientes que tiveram confirmação da covid-19 e foram assistidos em hospitais de São Paulo.


Estudo identifica que cloroquina aumenta risco de arritmia cardíaca


Autores do levantamento dizem que a análise não é definitiva


Agencia Brasil

Um artigo científico publicado hoje (22) na revista médico-científica The Lancet afirmou que não houve melhora significativa na condição de saúde de pacientes medicados com quatro protocolos diferentes de cloroquina e hidroxicloroquina.
Feito por um grupo de cardiologistas, o foco da pesquisa foi identificar arritmias cardíacas e mortalidade hospitalar em pessoas sob o efeito dos medicamentos. O estudo foi realizado em um grupo multinacional de pacientes espalhados por 671 hospitais do mundo. Ao todo, 96.032 pacientes participaram dos testes, sendo que cerca de 15% total - 14.888 pessoas - foram medicados.
 
Protocolo 01 - Apenas cloroquinaProtocolo 02 - Cloroquina e antibióticosProtocolo 03 - Apenas hidroxicloroquinaProtocolo 04 - Hidroxicloroquina e antibióticos
1.868 pacientes3.783 pacientes3.016 pacientes6.221 pacientes
De acordo com a pesquisa, a mortalidade nos grupos que usaram as diferentes variações de protocolo baseadas na cloroquina ficou em 9,3% - acima do número do grupo de controle, as outras 81.144 pessoas. Neste grupo, que não foi medicado da mesma maneira, a taxa ficou em 0,3%.
De acordo com o artigo, condições de saúde pré-existentes, como diabetes, doenças cardíacas, índice de massa corporal (IMC), doenças pulmonares e tabagismo não foram consideradas, já que poderiam influenciar nos resultados.
Apesar da indicação de ineficácia dos protocolos que usam combinações de cloroquina e hidroxicloroquina, os autores do levantamento afirmam que a análise não é definitiva, e que mais estudos serão necessários para o diagnóstico final do uso das drogas.

Comorbidades

Apesar de não terem sido consideradas para o sucesso ou falha no protocolo de medicação, as chamadas comorbidades - a presença de uma ou várias doenças pré-existentes que podem potencializar os danos ao organismo - estavam presentes em uma ampla parcela dos participantes do estudo. De acordo com a publicação, 30,7% eram considerados obesos, com índice de massa corporal (IMC) maior que 30 kg/m², 26,9% eram hipertensos, 13,8% eram diabéticos, 3% tinham alguma doença imunossupressora, 17,2% eram ex-fumantes, 9,9% eram fumantes ativos, 12,6% eram portadores de doença coronária, 2,5% tinham histórico de falha cardíaca congestiva (entupimento de artérias) e 3,5% tinham histórico prévio de arritmia. Todas essas condições, citam os pesquisadores, já são relacionadas a uma alta taxa de mortalidade durante a internação hospitalar.

Substâncias

Metabolizada pelo fígado, a cloroquina já é uma droga conhecida e regulada por instituições de saúde mundiais. A substância foi patenteada há cerca de 70 anos, e tem o uso comprovadamente eficaz no combate à malária, artrite reumatóide e nos sintomas de doenças autoimunes, como lúpus. A variação mais nova da cloroquina, a hidroxicloroquina, pode ser tomada por mulheres gestantes, mas provoca alguns efeitos adversos, entre eles náusea, vômitos e, em casos mais severos, arritmia cardíaca.

terça-feira, 5 de maio de 2020

Ministerio anuncia desligamento de funcionário envolvido em protesto



Renan da Silva Sena era prestador de serviço terceirizado


Agência Brasil 

O Ministério da Mulher da Família e dos Direitos Humanos anunciou hoje (5) que Renan da Silva Sena não faz mais parte da equipe de prestadores de serviços terceirizados da pasta. Sena foi identificado como um dos participantes de aborgadens violentas a profissionais de saúde que participavam de uma manifestação na última sexta-feira, 1° de maio, na Praça dos Três Poderes em Brasília. 
De acordo com o ministério, ele foi contratado no dia 5 de fevereiro, como prestador da empresa G4F e que, portanto, não há qualquer vínculo direto com administração pública federal. O órgão afirmou ainda que ele atuava como assistente técnico administrativo na Coordenação-Geral de Assuntos Socioeducativos, onde cumpriu as tarefas demandadas até 6 de abril. A partir desse dia, o funcionário, que estava em trabalho remoto diante da pandemia, deixou de responder todas as tentativas de contatos telefônicos e e-mails da unidade. Diante disso, segunda nota, o ministério informou à empresa sobre a ausência de Renan.
O MMFDH disse que a empresa conseguiu contato com Sena no dia 23 de abril, dia em que órgão pediu a substituição do funcionário. O minsitério afirma que a efetivação da rescisão contratual foi concluída no último dia 4 de maio.
Ainda na nota, o MMFDH ressalta que repudia qualquer ato de violência e agressão, "principalmente contra profissionais de saúde em um momento que eles devem ser ainda mais respeitados e valorizados".

Sobre o ato

No dia 1° de maio, enfermeiros e outros profissionais da saúde participavam de um ato na Praça dos Três Poderes, em Brasília, O ato era em homenagem aos profissionais que trabalham na linha de frente no combate à covid-19 e destacava a importância do isolamento social. Imagens divulgadas em redes sociais mostram o momento em que Sena hostiliza parte do grupo que participava do manifestação na praça. 

SP faz mutirão para emitir documentos à população de rua


Polícia Civil estima que irá atender 40 pessoas por dia



Agência Brasil 


A Polícia Civil de São Paulo realiza nesta quarta-feira (6) um mutirão no centro da capital paulista para emitir documentos para a população em situação de rua. A ação será realizada diariamente e visa possibilitar que as pessoas atendidas consigam solicitar o auxílio emergencial concedido pelo governo federal no período de pandemia. 
Os atendimentos irão acontecer na sede da Associação Franciscana de Solidariedade, na rua Riachuelo, no Largo São Francisco. Segundo a Polícia Civil, a estimativa é atender 40 pessoas por dia, de segunda a sexta-feira.
Para garantir a segurança dos profissionais e da população atendida, os policiais civis utilizarão os equipamentos de proteção individual necessários e os locais serão higienizados a cada atendimento feito.

Justiça determina registro obrigatório de raça em casos da covid-19


Medida atende pedido de ONG e Defensoria Pública da União



Agência Brasil 


A Justiça Federal do Rio de Janeiro determinou que os dados registrados e divulgados sobre os casos de coronavírus no país incluam, obrigatoriamente, informações sobre a etnorraça dos infectados. A decisão, liminar, atendeu a um pedido da Defensoria Pública da União e do Instituto Luiz Gama (ONG que luta contra o preconceito) e reconheceu a necessidade de identificar grupos mais vulneráveis à pandemia.
"A urgência da medida reside na própria pandemia e na necessidade premente de que os gestores adotem medidas realmente condizentes com as necessidades da população, especialmente a que se encontra em situação de maior vulnerabilidade", escreveu o juiz federal Dimitri Vasconcelos Wanderley.
Segundo a decisão, a União deve expedir diretrizes para as secretarias de Saúde para o preenchimento obrigatório dos marcadores etnorraciais, conforme as categorias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que considera negra toda a população que se autodeclara preta ou parda. Também devem ser registrados e divulgados dados de localização e de gênero.
A exigência se aplica tanto a dados de contaminação quanto de mortalidade e inclui ainda que as informações passem a fazer parte da apresentação pública dos dados de infecção e mortalidade, "a fim de melhor direcionar as políticas públicas de proteção à saúde da população mais vulnerável".

Dados relevantes

O defensor regional de Direitos Humanos da DPU-RJ, Thales Arcoverde, argumenta que os dados são relevantes não apenas para demonstrar uma influência da desigualdade racial e do racismo no contexto da pandemia, mas também para que políticas públicas combatam essa disparidade.
"O que moveu a gente é um receio de que o racismo estrutural se apresente dessa forma. Negros têm menos acesso à saúde do que brancos", disse o defensor.
No pedido, a defensoria descreve que 67% da população negra depende do Sistema Único da Saúde (SUS). A DPU também argumenta que essa população tem maior dificuldade de fazer o isolamento social, já que a informalidade é de 47,3% entre os trabalhadores negros, enquanto a mesma taxa é de 34,6% entre os brancos.
A DPU cita dados de 11 a 20 de março, período em que o percentual de negros entre os mortos por covid-19 aumentou de 34,3% para 40,3%, em um cenário em que quase um terço dos casos não tinham identificação de raça ou cor.
O cruzamento desses dados com dados de localização e gênero pode apontar outras vulnerabilidades, segundo a DPU. "O recorte de localização, com a incorporação de dados como cidade e bairro das pessoas infectadas, uma vez diante do histórico de formação das favelas, permite uma identificação pontual de quem tem sido afetado e a relação disso com a insuficiência do serviço de saúde".
A defensoria também considera importante relacionar gênero e raça e cita que mulheres negras chefiam famílias com mais frequência que as brancas e também estão mais frequentemente em domicílios com mais de três moradores utilizando um mesmo cômodo como dormitório.
A DPU também argumenta que a inclusão das informações atende a recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que pede especial atenção a "mulheres, povos indígenas, pessoas afrodescendentes, trabalhadores e pessoas que vivem em pobreza ou extrema pobreza, especialmente trabalhadores informais e pessoas em situação de rua".

Ministério da Saúde

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde afirmou que "os marcadores raça/cor já são coletados no sistema do Ministério da Saúde e apresentados nos Boletins Epidemiológicos da pasta".
O Boletim Epidemiológico número 14, de 26 de abril, mostra que 60,3% dos casos de hospitalização por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) relacionada à covid-19 foram em pessoas brancas; 31,5%, em pessoas pardas; 5,9%, em pessoas pretas; 2%, em pessoas amarelas ; e 0,2% em indígenas. Entretanto, o boletim informa que 5.263 dos 45.772 que haviam sido contabilizados até aquele momento foram excluídos da análise porque tiveram a variável raça/cor ignorada no registro.
No caso dos óbitos, 1.298 dos 4.205 das mortes confirmadas até aquele momento tiveram a mesma variável não informada e ficaram de fora da análise, que apontou 52,3% de vítimas brancas, 38,8% de pardas, 6,4% de pretas, 2,2% de amarelas e 0,3% de indígenas.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro também respondeu à Agência Brasil que já cumpre o que foi determinado pela liminar. "O formulário SRAG Covid-19 para preenchimento de casos graves conta com o item raça/ cor. Desde a última semana, a plataforma ESus, de inserção de  casos leves, passou a utilizar também o item raça/cor no cadastramento de dados".
Apesar disso, a pagina principal do Painel Rio Covid-19, mantido pela secretaria, não informa dados sobre raça/cor ao lado de outros marcadores, como faixa etária, bairro de residência e sexo. Segundo a decisão, as informações etnorraciais precisam fazer parte da "apresentação pública dos dados".

Covid-19: Brasil bate novo recorde de mortes registradas em um dia


Nas últimas 24h, foram registrados 600 óbitos



Agência Brasil 


O Brasil bateu novo recorde de novas mortes por covid-19 registradas em um dia: 600. Segundo atualização do Ministério da Saúde divulgada nesta terça-feira (5), o total subiu para 7.921. A marca representou um aumento de 8% em relação a ontem, quando foram contabilizados 7.321 falecimentos. O índice de letalidade ficou em 6,9%. 
O Brasil chegou a 114.715 pessoas infectadas. Nas últimas 24horas,  foram adicionadas às estatísticas mais 6.935 casos confirmados, incremento de 6% casos em relação a ontem, quando foram registradas 107.780 pessoas nessa condição. Após declínio estatísticas de novos casos em 24h no fim de semana, o número voltou a crescer e se aproximou do recorde de 7.218, registrado na quinta-feira (30/4).
De acordo com o Ministério da Saúde, deste total, 58.573 estão em acompanhamento (51,1%) e 48.221 (42%) já foram recuperados, deixando de apresentar os sintomas da doença. Ainda são investigadas 1.579 mortes.
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, destacou que o número de mortes se refere aos óbitos registrados nessa data, e não significa que ocorreram nas últimas 24h, ou seja, abrange também óbitos em dias anteriores cuja investigação foi concluída e adicionada às estatísticas nas últimas 24h.

Covid-19 nos estados

Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde
Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde - Ministério da Saúde
São Paulo se mantém como epicentro da pandemia no país, concentrando o maior número de falecimentos (2.851). O estado é seguido pelo Rio de Janeiro (1.213), Ceará (795), Pernambuco (749) e Amazonas (649).  
Além disso, foram registradas mortes no Pará (369), Maranhão (271), Bahia (146), Espírito Santo (133), Paraná (99), Minas Gerais (94), Paraíba (85), Alagoas (80), Rio Grande do Sul (79), Rio Grande do Norte (68), Santa Catarina (55), Amapá (55), Goiás (38), Distrito Federal (33), Piauí (29), Acre (29), Sergipe (21), Rondônia (29), Mato Grosso (13), Mato Grosso do Sul (10), Roraima (11) e Tocantins (7).

Distanciamento social

O secretário Wanderson de Oliveira informou que a equipe da pasta se reuniu com secretários estaduais para discutir o enfrentamento à pandemia. Ele comentou as medidas adotadas em alguns lugares, como no Maranhão, de fechamento mais rígido (ou lockdown, no termo em inglês). 
“É medida complexa. Todos os secretários quando pensam neste assunto estão refletindo porque o impacto é muito negativo, mas o Ministério da Saúde está à disposição para apoiá-los. A decisão é do gestor local. São medidas temporárias que devem ser proporcionais e restritas a cada localidade”, observou.
Perguntado sobre quando será o pico da pandemia, ele respondeu que não é possível precisar e que a evolução será diferente em cada local e depende dos efeitos de medidas como o distanciamento social, que achata e prolonga a curva de contágio. Mas previu que de maio a julho deverão ser meses em que a pandemia seguirá preocupando. 
Oliveira relatou que 1,6 milhão de testes laboratoriais e 3,4 milhões de testes rápidos já foram entregues a autoridades estaduais e municipais de saúde. Da promessa de 24 milhões de exames, esse montante está sendo adquirido. Ele ressaltou que é um alto volume é que os fabricantes assumiram um cronograma de entrega, sem detalhar quando a totalidade dos kits deverá estar disponível.
Diante da falta de exames para testar muitas pessoas, o secretário defendeu uma estratégia de monitoramento das pessoas gripadas e de quem teve contato com essas. Ele anunciou que o governo deve lançar um sistema de monitoramento eletrônico, para além do já existente hoje, que coleta dados por meio de ligações telefônicas. 

Permanência no cargo

Wanderson de Oliveira também respondeu perguntas sobre seu cargo. Ele era da equipe do ex-titular da pasta, Luiz Henrique Mandetta. O gestor afirmou que foi convidado pelo novo ministro da Saúde, Nelson Teich, a continuar no cargo.

Casos de coronavírus aumentam de forma acelerada no interior de SP


Governo relaciona altos índices à queda do isolamento social

Agência Brasil


O número de casos do novo coronavírus vem crescendo de forma acelerada no interior de São Paulo. Segundo levantamento feito pela Secretaria estadual de Desenvolvimento Regional de São Paulo, o número de casos confirmados de pessoas infectadas pelo vírus cresceu 3.302% no interior do estado entre os dias 1º e 30 de abril, passando de 129 casos para 4.389.
Apesar de o número absoluto de infectados se concentrar na região metropolitana, o contágio cresce proporcionalmente a um ritmo quatro vezes mais rápido no interior e no litoral de São Paulo. Na região metropolitana, o crescimento nesse mesmo período foi de 770%, passando de 2.793 para 24.309 casos.
Até meados de março, o vírus estava restrito à região metropolitana de São Paulo. Mas começou a se alastrar pelo interior e pelo litoral do estado. Em menos de 45 dias, o vírus chegou a todas as regiões do estado. Até 17 de março, apenas nove cidades da região metropolitana apresentavam casos e somente a capital registrava óbitos. Agora, já há casos confirmados em 332 dos 645 municípios paulistas e mortes registradas em 150 cidades. 
Entre 15 e 30 de abril, a região que apresentou maior aumento no número de casos foi a de Itapeva, com 1.125% de crescimento, passando de quatro para 49 casos. Ela é seguida pelas regiões de Registro (com 546% de crescimento, passando de 13 para 84 casos) e Barretos (com 475% de crescimento, passando de 12 para 69 casos).
Segundo a secretaria, os casos vêm crescendo ao mesmo tempo em que a taxa de isolamento no estado vem caindo. A média de isolamento entre os dias 31 de março e 14 de abril era de 55% em todo o estado. Duas semanas depois, entre os dias 15 e 29 de abril, a média de isolamento chegou a apenas 49%. Ontem (4), a taxa de isolamento chegou a apenas 47% em todo o estado, abaixo do considerado satisfatório pelo governo paulista, que é de 50%. O ideal, segundo o governo, é que o percentual ficasse acima de 70%, o que impediria a propagação do vírus e diminuiria as chances de colapso nos hospitais.
Na região de Itapeva, por exemplo, o isolamento entre os dias 15 e 30 de abril caiu de 52% para 47% em relação aos 15 dias anteriores. Mesmo período em que a região registrou a maior proporção de aumento de casos do estado. Ou seja, quando caiu o isolamento, o número de casos na região cresceu de forma acelerada.
"O isolamento social é apontado por médicos e especialistas como o recurso mais eficaz para enfrentar o novo coronavírus. É fundamental que a taxa de isolamento siga crescente para que continuemos a ter sucesso na estratégia de combate à doença, principalmente neste momento de franca aceleração da curva de contágio", disse Marco Vinholi, secretário da pasta.