Nas crises econômicas, a bomba estoura em cima do trabalhador
Luís
Alberto Alves
Bastaram alguns poucos dias de greve para
ocorrer mudanças na postura da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo
(SP). Antes da paralisação, a empresa pretendia demitir 1.500 funcionários e se
recusava a entrar no PPE (Programa de Proteção ao Emprego), lançado pelo
governo federal visando estancar as inúmeras demissões que ocorrem no mercado
automobilístico.
O grande problema desse segmento industrial é
procurar ajuda do governo nos momentos de crise econômica, sem oferecer contrapartida.
Ganhou muito dinheiro nos últimos anos, agora em poucos meses de vacas magras
não teve dó de colocar na rua cerca de 10 mil trabalhadores.
Em época de crise a mesma ladainha é repetida
pelo empresariado: “a forte carga tributária dificulta a contratação de
empregados e mantê-los é difícil por causa do custo Brasil”. Concordo que é
grande a fome tributária do governo, mas é injustiça só comer o bolo e nunca
colocar a mão na massa.
Se
pudessem ficariam eternamente dependentes da isenção de vários impostos, para
continuar a venda de veículos a preços exorbitantes. É chegado o momento de
vários seguimentos empresariais darem a cota do sacrifício. Não podem jogar
tudo nas costas do trabalhador, a parte mais fraca desta cadeia de investimento
industrial.
Acusado de atirar é reflexo de uma sociedade neurótica
Luís
Alberto Alves
Na madrugada desta segunda-feira
(30), o motorista de ônibus José Marconi da Silva atirou num passageiro que se
recusou a pagar passagem. Antes de ser ferida, a vítima agrediu o cobrador e xingou o
condutor. Não é bom motorista de qualquer tipo de veículo andar armado, nem
muito menos resolver desavenças na bala.
Este exemplo mostra que nossa sociedade está à
beira de um ataque de nervos. Hoje tudo é motivo para conflito. O balconista
não pode demorar em trazer o cafezinho e logo é alvo de palavrões. A mesma cena
pode se repetir na fila do banco. O caixa vira alvo de fortes críticas porque o
atendimento é vagaroso.
Mesmo dentro de casa, os nervos andam a ponto
de explodir. O marido responde ríspido para a esposa a qualquer crítica. O
mesmo ela faz ao pegar o prato fora do lugar. Os filhos alteram o tom de voz
quando são proibidos de ficarem acordados até a madrugada por causa da
dependência nas redes sociais.
Na verdade é essa sociedade maluca quem
apertou o gatilho do revólver do motorista Silva. Talvez já embrutecido pelo trabalho, onde não
faltam passageiros mal educados e salários baixos e, às vezes, até salários
atrasados. Igual barril carregado de pólvora, ele não resistiu à pressão e
acendeu o pavio da bomba que muitos brasileiros carregam dentro de si, apenas
aguardando o momento de jogar tudo para os ares.
O couro começou a comer para cima do cartola Marco Polo Del Nero
Luís
Alberto Alves
Bem que o cartola Marco Polo Del Nero tentou,
via STF (Supremo Tribunal Federal) barrar sua quebra de sigilo bancário na CPI do Futebol, sob comando do senador
Romário. Na mira da Justiça dos Estados Unidos, Del Nero evita viajar ao
Exterior, com medo de acabar preso, destino de José Maria Marin, vice na CBF
(Confederação Brasileira de Futebol).
A situação dele não é nada boa. Terá de
explicar no Senado suposto pagamento de suborno envolvendo contratos para
realização da Copa das Confederações de 2013 e Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
Del Nero tentou espernear, mas o fim da linha chegou e será questão de tempo
para a CPI abrir a caixa preta da corrupção existente na CBF.
Só os fãs de Papai Noel e fada
madrinha para crerem na inocência deste cartola, tão corrupto quanto a maioria
que ainda ocupa a presidência de federações e times de futebol deste País. Há
muito tempo desconfiava de que algo não andava bem na CBF, principalmente
quando ela barrou, escorada na bancada da bola, a CPI da Nike na Câmara dos
Deputados. Felizmente a Justiça chegou.
Na maioria dos ataques, inocentes são mortos por PMs agindo como matadores de aluguel
Luís Alberto Alves
O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção
à Pessoa) vai pedir a prisão temporária do PM Fabrício Emmanuel Eleutério
reconhecido ontem (25) por testemunha como autor de tiro em ataque em Osasco
(SP) que deixou pessoa feria na Rua Suzano, Vila Menck, um dos dez pontos onde
ocorreram ação dos matadores, deixando 18 mortos e seis feridos.
Preso desde sábado realizando funções
administrativas na Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), ele responde a
cinco processos na Justiça e já havia sido preso há dois anos sob suspeita de
integrar grupo de extermínio.
Ao analisar os vídeos postados nas redes
sociais, onde os matadores executam várias pessoas dentro de um bar, é possível
identificar que o modo de agir dos assassinos é semelhante aos da PM quando
abordam suspeitos. Seguram as armas com uma só mão, não as balançam ao efetuar
os disparos, além de não tremer os braços. Atiram poucas vezes, mas em locais
mortais. Típico de execução.
Qual a razão para o policial virar matador?
Tirar a vida friamente de alguém, às vezes levando o corpo e jogando em locais
desertos, sem qualquer documento para dificultar sua identificação? Talvez,
segundo estudiosos, seja a inércia do nosso atrasado Código Penal, tolerante na
punição contra criminosos.
Não é novidade os casos de bandidos que
sorriem de PMs quando acabam soltos. Por causa da superlotação responderão em
liberdade o processo, salvos quando sejam crimes hediondos ou cometidos com
requintes de perversidade, impossibilitando qualquer chance de defesa à vítima.
O embrutecimento no dia a dia da profissão
retira sensatez e transforma policiais nos assassinos que eles deveriam prender
e retirá-los das ruas para preservar a vida de inocentes. Açoitados pela
ideologia de segurança nacional, ainda vigente nos quarteis da Polícia Militar
de todo o Brasil, passam a visualizar a população da periferia como inimigos de
Estado.
Daí para frente uma tênue linha separando o
bom senso e a bárbarie é rompida todos os dias. Pesquisa recente revelou que a
população sente medo da polícia. Tem razão. Com raras exceções, as blitzen nas
periferias, principalmente contra negros e pobres, são acompanhadas de extrema
violência.
É neste caldo de intolerância em que os
matadores usando fardas e distintivos passam a fazer o papel de Deus, retirando
a vida do próximo, quando esse desobedece às regras da boa convivência. Caso
não haja mudança nesta ideologia intacta nas polícias militares do Brasil, os
PMs matadores continuarão ceifando vidas, na maioria das vezes de inocentes.
A prefeita Lidiane Rocha (PP/MA) é o retrato
exato da política brasileira, onde muitos se elegem para tirar vantagem. Encher
a conta corrente com dinheiro retirado da administração pública. Ela não é
exemplo isolado. Por todo o País é possível encontrar prefeitos, governadores,
deputados e até senadores de bolso cheio de recursos retirados da população.
Em São Paulo há muitos anos as obras do Metrô
não terminam. A cada licitação o valor aumenta. Compra de vagões de trens para
o metropolitano é outra mina aos corruptos. Falta de medicamentos nos hospitais
estaduais e municipais. Ambulâncias encostadas por falta de peças, equipamentos
tecnológicos, alguns sofisticados, obtidos pelo caminho do superfaturamento.
O mais curioso é que a maioria dos políticos
entra pobre no primeiro mandato e saem ricos alguns anos depois. Triplicam o
patrimônio. Apenas com o salário recebido no Executivo ou Legislativo. O alvo é cofre da cidade onde procuram
retirar todo o dinheiro ali existente.
A mau caráter Lidiane Rocha é a ponta do
iceberg da podridão existente em nossa classe política. Acostumada a furtar e
roubar o erário público. Nunca se preocuparam com a população, apenas em
satisfazer seus caprichos. Pena que as nossas leis não punem rigorosamente essa
corja. Infelizmente continuarão zombando dos cidadãos de bem. Em tempo: ela é
suspeita de fraudar cerca de R$ 900 mil a R$ 1 milhão numa licitação de merenda
escolar. Com seus atos chama os eleitores de otários....
Após quase um ano e meio, o governador tucano Geraldo Alckmin reconhece que São Paulo está na seca
Luís
Alberto Alves
Mais de um ano e meio após
o início da crise hídrica, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) publicou nesta
terça-feira (19) portaria na qual reconheceu oficialmente, pela primeira vez,
que a situação hídrica na Grande São Paulo é crítica. A medida permite que o
Estado suspenda as licenças de captação particulares de águas superficiais e
subterrâneas para priorizar o abastecimento público na região onde moram mais
de 20 milhões de pessoas.
O reconhecimento da gravidade da crise era
cobrado por promotores e entidades civis desde 2014 quando começou a crise em
razão da estiagem no Sistema Cantareira, um dos seis mananciais que abastecem a
região. A portaria foi publicada no Diário Oficial pelo superintendente do Daee
(Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo), Ricardo Borsari,
responsável pela gestão dos recursos hídricos no Estado.
Essa é a postura do
estilo de governança dos tucanos: mentir até o fim. Depois trazem para sí a
marca de responsabilidade social, do partido íntegro, composto apenas de
cidadãos honestos, sem nenhum envolvimento com qualquer tipo de falcatrua. Há
muito tempo o Estado de São Paulo tem as torneiras secas. Em diversos bairros
da periferia e interior, é comum não existir água na maior parte do dia.
Mas o PSDB conta com a
simpatia da mídia. Parece que milhões de pessoas sem água, como na região de
Cidade Tiradentes, Zona Leste da capital paulista, aonde moram mais de 4,5
milhões de habitantes, não é notícia. Porém um buraco pequenino em qualquer rua
ou avenida de São Paulo é explorado profundamente para atacar a gestão petista do
prefeito Fernando Haddad.
É lamentável milhões
sofrerem com a forte seca, e o governo tucano de Geraldo Alckmin tentar ocultar
o problema. A péssima gestão dos recursos hídricos nos últimos 25 anos é a
grande culpada pela aridez enfrentada atualmente por 42 milhões de paulistas.
Daqui a pouco, Alckmin na maior cara de pau vai jogar a culpa em Deus e talvez
até acusá-lo pelo grave problema enfrentado nesta rica região do Brasil, mas
administrada de forma irresponsável.
Dono da Rede Globo não tem interesse que a presidente Dilma caia agora
Luís
Alberto Alves
Na semana passada, um dos herdeiros das
Organizações Globo, João Roberto Marinho, visitou Brasília, conversando com
ministros, até com a presidente Dilma Rousseff (PT), depois emendou o papo com
políticos da base aliada e até da oposição. Pauta: a crise atual. Quem conhece
o passado desta empresa jornalística sabe que eles não pulam em galho podre.
De início apoiaram a malhação de Dilma. Tudo
era motivo para noticiar nos jornais da casa. Até mesmo se ela espirrasse. O
avanço da crise, demissões em massa, falências, concordatas e redução da
receita com anúncios nos seus veículos de comunicação fizeram a Vênus Platinada
mudar de opinião, por enquanto.
Astuto igual ao pai, Roberto Marinho, que
durante décadas serviu de capacho dos militares que assumiram o poder no Brasil
em 1964, com direito a sair de braços dados ao lado ditador João Batista
Figueiredo, tentam frear a derrubada rápida de Dilma.
Na década de 1950 tiveram a sede do jornal O
Globo depredada após incentivar a morte do presidente Getúlio Vargas. Ficaram
na moita até 1964. A partir dai entraram na rede golpista. Escolados, sabem que
se Dilma sair agora, o Brasil corre dois riscos: ou mergulha numa ditadura ou desgoverna
de vez nas mãos do incompetente que assumir a direção da nação.
Para a Globo é melhor a presidente Dilma
sangrar lentamente. O jornalismo da família Marinho se encarrega de matá-la aos
poucos, arrastando junto o PT. Após 12 anos no poder não conseguiu ficar imune
aos pratos de lentilhas oferecidos pelos corruptores. Virou farinha do mesmo
saco onde estão os demais partidos políticos.
O avanço das redes sociais retirou muita
influência da Globo. Parte da população, principalmente os mais esclarecidos,
não aceitam mais suas reportagens como atestados de honestidade. Preferem
mentirem sozinhas. O então imbatível Jornal Nacional há muito perdeu a
credibilidade, virando verdadeira chapa azul e amarela tucana.
Mesmo assim, o estouro do escândalo da Fifa e
abertura da CPI da CBF em Brasília podem jogar lama no telhado da Globo. Aliás,
um dos herdeiros é sócio do capo J. Hawilla, réu confesso nos Estados Unidos e
condenado a devolver R$ 400 milhões aos cofres do tesouro americano, por causa
de acusação de propina na transmissão de jogos, dos quais a Globo mantém rígido
monopólio há 40 anos. O ditado popular é sábio: “quem tem rabo de palha não pula
fogueira”.
A dona de casa Gisele Santos de Oliveira, 22
anos, teve as mãos decepadas pelo marido, Élton de Freitas, e parte de um dos
pés cortado durante briga por causa de crise financeira que atingiu o casal.
Este ato irracional aconteceu em São Leopoldo, Rio Grande do Sul. O agressor
pegou um facão e ameaçou matar a vítima. Para se defender ela colocou as mãos
na frente e sofreu grave mutilação.
Qual casal nunca atravessou o
mar bravio da redução de dinheiro em casa? Quem nunca contou até dez quando o
filho começou a lhe cobrar o tênis novo, prometido no aniversário, mas o
orçamento curto impediu que o presente viesse mais cedo? Ou até mesmo não
alterou a voz com a esposa ou esposo?
As pessoas precisam,
principalmente nos dias de hoje, terem a cabeça no lugar. Não podem partir para
a briga, em qualquer hipótese, tentando resolver qualquer questão. Esse rapaz
acabou com a própria vida. Porque ficará alguns anos na cadeia. Por causa da
visibilidade e repercussão desse crime em todo o Brasil e Exterior, a Justiça
não poderá amolecer.
E quanto a essa jovem, de apenas
22 anos, agora sem as duas mãos. Como poderá realizar as mais simples funções
domésticas? Ou até mesmo pentear os próprios cabelos e até a própria higiene
pessoal? O facínora Élton de Freitas precisa sentir todo o rigor da Lei. Este
ato animalesco não pode ser empurrado para baixo do tapete.
Não é cabível alguém tomar atitude igual a
esta por causa dos efeitos da falta de dinheiro em casa. Boca e ouvidos existem
para serem usados. O melhor remédio para qualquer situação é conversar, se
possível várias horas. Não é aconselhável é partir para agressão. Nós seres
humanos somos racionais. Pelo menos alguns....
Fernando Collor deixando o governo do Brasil em 1992
Luís
Alberto Alves
Desemprego aumentando, número de falência
crescendo, preços chegando às alturas nos supermercados e feiras livres,
operação Lava Jato prendendo e revelando cada vez mais números assustadores da
corrupção na Petrobras. Para complicar, a base de apoio de 360 deputados na
Câmara, no início de 2015, caiu para 16 neste 6 de agosto. Até parece que uma
bomba atômica caiu sobre o governo Dilma Rousseff.
Hoje (6) à noite ela fará pronunciamento à
nação em rede nacional. No mesmo horário está programado nas redes sociais
imenso panelaço em todo o Brasil. Daqui a dez dias tem manifestações nas ruas
de diversas cidades do País. Ontem (5), o trio Renan Calheiros (PMDB/AL), Aécio
Neves (PSDB/MG) e José Serra (PSDB/SP) jantaram para discutir possível
impeachment de Dilma.
Igual lutador de boxe acuado no canto do
ringue recebendo diversos golpes, assim é o governo federal. Não consegue reagir
para agenda positiva e mostrar o pouco de positivo existente nesta gestão.
Parecido com o peru, passou a andar em círculos, caindo a todo o momento nos
efeitos provocados pela Operação Lava Jato.
Por falta de orientação política e até de
comunicação, a presidente Dilma continua insistindo em falar do seu passado
político, quando sentiu as dores da tortura durante a Ditadura Militar. A
população cansou desta conversa. O povo deseja ouvir quais soluções o governo
petista tem a apresentar para tirar o País do lamaçal onde entrou, após
privilegiar banqueiros com altas taxas de juros.
Nas regiões Norte e Nordeste a paralisação de
obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) por causa do escândalo
Petrobras deixou milhares de desempregados. Em algumas cidades, a falta de
trabalho deixou na rua 20 mil pessoas. A mídia golpista, ciente dos erros
cometidos pelo governo, aumenta a carga negativa, vendendo o Brasil como o pior
lugar para se viver.
Caso a presidente Dilma não reaja com medidas
eficazes, de grande impacto econômico e social, restabelecendo parceria junto
ao Congresso Nacional, ouça as sugestões de diversos setores da sociedade e
abaixe um pouco a crista, ela poderá ter o mesmo fim do então presidente Collor
de Mello em 1992. O brasileiro cansou de ouvir discurso vazio. A hora é de
ação. Do contrário o vice Michel Temer assumirá o cargo de presidente do Brasil
ainda neste ano de 2015.
Senador Collor de Mello sorrindo da população honesta do Brasil
Luís
Alberto Alves
É difícil de crer, mas o Brasil é o país da
piada feita. O senador honesto, Fernando Collor de Mello (PTB/AL) com três
automóveis de luxo apreendidos pela Polícia Federal recentemente, solicitou ao
STF (Supremo Tribunal Federal) a retirada dos três veículos, mesmo devendo
IPVA. Para piorar, a Lamborghini que custou R$ 3,2 milhões, após entrada de R$
1,2 milhão tem várias prestações atrasadas.
Reforma de 98 vagões de trens do Metrô
paulistano, com 35 anos de uso, consumiu R$ 2,5 bilhões, enquanto em Nova York
a prefeitura pagou US$ 600 milhões (R$ 1,8 bilhão) por 300 vagões novos da
mesma empresa. O descalabro é maior ainda quando o Detran/SP divulga pesquisa
apontando que de seis em cada dez motoristas multados por embriaguez ao volante
no Estado governado pelo tucano Geraldo Alckmin continuam dirigindo, colocando
em risco a vida do próximo.
Outro absurdo é rico nunca parar na cadeia.
Mesmo cometendo crimes graves. Um dos filhos do ex-bilionário Eike Batista
atropelou e matou ciclista no acostamento de rodovia no Rio de Janeiro.
Contratou o então ex-ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos e a pena
resultou em fornecimento de cestas básicas. Não sentiu nenhuma noite o frio da
cela da prisão. Detalhe: o rapaz já tinha cometido diversas infrações de
trânsito. Nada disso influenciou na decisão da Justiça.
Com toda essa situação é difícil levar a sério
o Brasil. Aqui as leis só funcionam para os pobres ou marginalizados pela
sociedade. Blitz da PM bate forte em motorista negro e na periferia. O mesmo
alvoroço é feito nas biqueiras que funcionam em favelas. Nos pontos de tráficos
situados em bairros nobres, responsável pela venda da droga aos milionários,
nem perto os carros da polícia passam. Este é país da farra, do samba, futebol
corrupto e mulher pelada, servindo de isca para o rentável mercado de
prostituição de luxo.
Famoso comício pelas Diretas no Anhangabaú em abril de 1984
Luís
Alberto Alves
Começo da década de 1980, época
de inflação alta, geralmente 40% ou até 60% por mês. Naquela época, na flor dos
meus 20 anos acompanhei o nascimento do PT. Considerado por nós como um partido
jovem, sem vínculo com a velharia de outras agremiações. Muita energia. Assinei
minha filiação ao diretório de Vila Madalena, bairro boêmio da Zona Oeste de
Sampa.
Veio a primeira eleição para governador após
decretação da anistia, em 1979. O candidato foi o Lula. Fazia comício de boné
na cabeça, turbinado nos discursos de linha sindicalista. Panfletagem, pintura
e colagens de cartazes nos muros eram feitas em ritmo de animação. Ninguém recebia
um centavo. Pelo contrário, através de rifas e bingos tirávamos dinheiro do
bolso para ajudar a candidatura de outros companheiros.
O PT ganhou a única prefeitura em SP, na
cidade de Diadema, região do ABC. Lógico, a elite tirou a forra na gozação. A luta
prosseguiu. No primeiro comício pelas eleições diretas, diante do estádio do
Pacaembu, num mês de agosto de 1983, conseguimos reunir bastante gente,
enchendo a Praça Charles Miller.
Poucos levaram a sério a mobilização. Logo
começou engrossar até chegar o mês de abril de 1984. O Vale do Anhangabaú virou
um mar de manifestantes, com a Praça Ramos de Azevedo e o Viaduto do Chá tomado
pela multidão. Ao lado de outros colegas bancários, saímos da Avenida Paulista,
onde hoje é a sede do espanhol Santander, na época matriz do banco Real, e
fomos em passeata até o Anhangabaú.
Diversos políticos discursaram. A maioria
raposa velha como o falecido Ulysses Guimarães, Leonel Brizola e o próprio
Tancredo Neves. A massa queria ouvir o Lula. Ele mandou brasa, colocando fogo
na multidão. Já era noite. Mas ninguém estava preocupado com o horário. O legal
da história era estar ali. No outro dia o Jornal da Tarde publicou uma página
inteira com a foto de mais de 800 mil pessoas assistindo ao comício.
Na votação da Emenda Dante de Oliveira, o
general Newton Cruz, recebeu ordens do ditador João Batista Figueiredo para
tachar de subversivo quem vestisse qualquer peça de roupa amarela naquele dia
24 de abril de 1984. No banco onde trabalhava, a maioria ignorou e vestiu uma
peça amarela. As mulheres usaram broches, lenços e até pulseiras.
O projeto de eleição direta não passou. A capa
do dia 25 de abril, toda preta do Jornal da Tarde, refletia a dor do
brasileiro, inclusive a minha. Quase chorei. Senti como o time querido de
futebol perdendo o título. Dois anos antes, a Seleção Brasileira tinha perdido
da Itália na Copa do Mundo da Espanha, com um dos melhores times após o
esquadrão de 1970.
Mesmo assim continuei gostando do PT. Chegaram
as eleições de 1989, as primeiras diretas para presidente da República.
Novamente o estádio do Pacaembu entra em cena. O famoso comício antes do
fatídico debate da Rede Globo contra o então caçador de marajás, Collor de
Mello. A edição criminosa do Jornal Nacional favoreceu o preferido da elite na
época. Lula perdeu a eleição. Outra ducha de água fria.
Na década de 1990 só deu PSDB, com Fernando
Henrique Cardoso ganhando a presidência do Brasil duas vezes. Soube tirar
proveito do Plano Real derrubando uma hiperinflação de 2.450% ao ano para
praticamente zero por cento. Já estava perto dos 40 anos, quando deixamos de
acreditar em fantasias e colocar os pés no chão. Não era mais bancário, mas
jornalista.
A década de 2000 caiu no colo do PT. Lula
ganhou duas vezes para presidente. Percebi que em nome da governança, já não
era mais o candidato do início da década de 1980. Passou a fazer aliança com o
lado mais podre da política brasileira, não ficando de fora José Sarney, Jader
Barbalho, Quércia e até Antônio Carlos Magalhães. Tudo em nome da governança.
Velhos aliados como Plínio de Arruda Sampaio,
Airton Soares, Luiza Erundina, Hélio Bicudo e outros nomes de peso no partido
começaram a sair do PT. Aos poucos surgiam comentários de corrupção envolvendo
parlamentares petistas. Mas para abafar o caso, Lula entrava em campo e dizia
que era manipulação da grande imprensa.
Agora do outro lado do balcão passei a
perceber que não era bem assim. O partido já tinha seus ladrões. Nas coletivas
de imprensa ouvia colegas de outros jornais e emissoras de televisão comentando
casos suspeitos. Chegamos ao mensalão. E a sujeira veio à tona. Como disse
Jesus Cristo: “nada há de oculto que não seja revelado”.
Mesmo assim, Lula conseguiu emplacar o segundo
mandato escorado no carisma. Já não sentia a mesma atração pelo partido que vi
nascer. Numa cerimônia em Brasília presenciei Lula demolindo a sua ex-ministra
de Meio Ambiente, Marina Silva, em prol de Dilma Rousseff, na época na pasta
das Minas e Energia. Ali percebi que o PT estava igual aos partidos que ele
tanto criticou.
Era disputa apenas pelo poder. Não interessava
os meios para chegar. Tudo valia a pena. Até se corromper, aparelhando as
estatais com dirigentes sem nenhuma capacidade técnica. Para aprovar projetos
de lei, a mala de dinheiro entrava em ação e aumentou o balcão de negócios do Congresso Nacional.
Portanto não fiquei espantado com a atual
crise enfrentada pelo PT. Nem muito menos por que parte da população o deixou de
lado. A maioria dos eleitores não acredita mais nas desculpas esfarrapadas de
perseguição da grande mídia. Ela percebeu que o partido virou um almoxarifado
cheio de bandidos de colarinho branco, igualzinho ao existente no PMDB, PP, PR,
DEM e outros.
Lula perdeu o carisma de grande líder
conquistado na porta das fábricas do ABC paulista. Ao se aliar com as raposas
velhas da política brasileira jogou no lixo a reputação conquistada embaixo de
muita luta. Seus discursos não entusiasmam mais ninguém. Apenas meia dúzia de
fanáticos que trabalham em alguma prefeitura ou ministério petista. A claque
paga. Perdeu a chance de permanecer em silêncio após dirigir o Brasil duas
vezes.
Caso insista em retornar nas eleições de 2018
vai tomar tremenda lavada nas urnas. Não tem mais o carinho dos brasileiros que
um dia fizeram boca de urna, distribuíram santinhos, carregaram faixas e
bandeiras e até perderam amizades sinceras, sem ganhar um tostão. Apenas por
amor a um partido, que havia nascido com a proposta de moralizar a nossa
política. No poder acabou engolido pelo dragão da corrupção repetindo os mesmos
esquemas existentes no Congresso Nacional há décadas. Infelizmente!!!
A casa voltou a cair para o ex-ministro chefe
da Casa Civil, Zé Dirceu, durante a gestão do presidente Lula. Segundo o juiz Federal Sergio Moro, Dirceu teria
recebido entre 2004 e 2013 R$ 11,5 milhões relativos fruto de dinheiro desviado
da Petrobras neste período. O delator premiado Milton Pascowitch garantiu nos
depoimentos à Justiça o pagamento de R$ 500 mil para uma das filhas de Zé
Dirceu.
Como se vê, a situação do PT fica cada vez
mais crítica, visto que a cada dia estoura uma bomba revelando a podridão envolvendo
o partido e a administração da Petrobras. Na semana passada outro explosivo,
semelhante nitroglicerina pura, acendeu o pavio com a prisão do almirante
reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva,
um dos idealizadores do complexo industrial-militar montado para dotar o Brasil
e energia nuclear e presidente licenciado da Eletronuclear.
A Operação Lava Jato encosta cada vez mais
nos políticos graúdos. Durante décadas gozaram da imunidade proporcionada pela
corrupção solta que corre em Brasília. Qualquer ameaça séria, o STF (Supremo
Tribunal Federal) jogava água fria na fogueira acesa pelo Ministério Público e
Polícia Federal. Agora a situação inverteu. No início muita gente não levou a
sério que poderosos sentissem nas costas o frio gelado de dormir nas celas da
PF em Curitiba (PR).
O próprio PT zombou da inteligência alheia.
Durante vários anos esteve na vitrine dos partidos honestos, que recusava
seguir a cartilha de outras agremiações calejadas na arte de roubar o erário
público. Porém, nada como o tempo para arrancar a máscara da falsidade. Chegou
à instância máxima do poder, Presidência da República, e passou a ironizar o
eleitor.
No começo soltavam a manjada nota alegando
perseguição da grande mídia, que não aceitava no governo do País, um partido
que se preocupava com os pobres. Mas depois de tantas provas chegando às mãos
da Justiça ficou difícil sustentar a mentira. Para complicar, em troca da
sustentabilidade no governo, o PT se alinhou ao pior da nossa política. Como
dizia o falecido Leonel Brizola: “juntar o ruim com o pior”.
Zé Dirceu vai segurar o bico, para não estourar
de vez com a gestão da presidente Dilma Rousseff. Porém será muito difícil
segurar essa onda. Dizer que o PT não tem nenhuma ligação com os crimes
praticados pelo ex-homem forte de Lula no Palácio do Planalto durante sua
passagem por Brasília. O segredo bancário dele vai revelar que é muito difícil ganhar
bastante dinheiro fazendo apenas assessoria política. Caso a justificativa dele
emplaque, passarei acreditar que é a cegonha a responsável pelo nascimento dos
bebês e fada madrinha existe....