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A Ineficiência do Gasto Público

    Pixabay Radiografia da Notícia *  Por definição, a eficiência do gasto público é menor do que a do gasto privado *  Logicamente num regi...

sábado, 31 de janeiro de 2015

Jovens foram dizimados pela Ditadura Militar de 1964





Luís Alberto Alves

 O ano de 1968 foi terrível no Brasil. Auge da Ditadura Militar que tomou o poder do presidente eleito diretamente, João Goulart (PTB) em 1° de abril de 1964. Não demorou em começar as perseguições contra opositores. A ordem do Regime era eliminar qualquer tipo de pensamento contrário ao novo governo imposto pela força das baionetas.

 Infelizmente foram os jovens que pagaram o pato. Da maioria morta nos porões dos quartéis e delegacias, 80% tinham menos de 25 anos. Motivo? A juventude da década de 1960 era revolucionária. Não tinha medo de ir às ruas. Alguns até pegaram em armas para tentar vencer a truculência dos que mandavam no Brasil.

 Em 1968, as passeatas estudantis levavam mais de 60 mil pessoas para dizer não ao arbítrio imposto pelos sucessores do ditador Castelo Branco, que entregou o bastão ao então presidente Costa e Silva, eufemismo de governo onde não existia a palavra democracia.

  Os jovens diferem dos adultos, de quem já atravessou a faixa dos 40 anos. Época em que a utopia deixa de freqüentar nossa mente. Quando o conformismo começa se instalar lentamente em nossos corações. Tirar o pé do acelerador, por que a história começa se repetir.

 Nos anos de chumbo da Ditadura Militar brasileira, os inconformados com os rumos do País tinham entre 15 e 25 anos. Não aceitavam perder a liberdade. Os velhos, acima dos 50 anos, preferiram cair no canto de sereia dos simpatizantes da ausência de democracia. Logo sentiram o peso do arbítrio com fechamento do Congresso Nacional, cassações de mandatos e exílio para outros.

 Imagino se os jovens mortos pela tortura, muitos como Alexandre Vannucchi, estudante da USP, trucidado em 1973 no famigerado DOI/Codi, não tivessem sido eliminados pelos trogloditas do triste Regime Militar. Talvez teríamos um Brasil mais justo e avançado política e economicamente. Infelizmente perdemos a nata de nossa classe estudantil e militantes sindicais.


 Esse foi o legado do golpe de 1964: acabar ou tentar reduzir com a capacidade de sonhar do brasileiro. Hoje temos pouca contestação aos desmandos que ocorrem em várias áreas da nossa sociedade. Poucos ousam criticar a corrupção existente nas esferas municipal, estadual e federal. O conformismo entrou para valer numa juventude, pouco preocupada com os rumos deste País. Oposto de 1968, quando 100 mil estudantes universitários, maioria entre 16 e 25, superlotaram as ruas do Rio de Janeiro. 

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Alguém poderia me dizer se é possível tomar dinheiro no lugar de água?


Especulação financeira "matou" diversas fontes de água potável em São Paulo

Luís Alberto Alves

 Agora não é possível esconder mais: São Paulo terá rodízio de água, com cinco dias sem e dois com água. O governador tucano Geraldo Alckmin tentou ocultar o óbvio: a grande crise hídrica enfrentada pelos paulistas. Por motivos políticos a maioria da mídia procurou amenizar o impacto desta seca, deixando, o quanto pode, intacta a imagem de Alckmin, principalmente a RG (Rede Globo), cujos maiores problemas, na visão jornalística dela, da falta d´água é culpa da gestão petista de Dilma Rousseff, como se a Sabesp (Cia. de Saneamento Básico do Estado de SP).

 O problema é como resolver essa bomba de nitroglicerina pura. A cidade de São Paulo tem 12 milhões de habitantes, só na Zona Leste são quase 5 milhões de pessoas. Qual estratégia a Sabesp adotará para não cometer injustiças? E a elite financeira, residente nas mansões, dotadas de piscinas que consomem esse líquido precioso? Será estipulada uma quantidade de água para cada consumidor ou os ricos ficarão por cima desta carne seca?

 E os setores industriais, grandes consumidores de água, como a indústria da alimentação, qual mecanismo de controle para que não haja abusos o governo colocará em prática. Afinal é injusto, por exemplo, o segmento de bebidas ficar isento do consumo excessivo. E os frigoríficos, outro setor onde é monstruoso o gasto de água, qual será a cota de sacrifício.


 Nesta crise relembro as palavras de gozação ditas contra ambientalistas dez anos atrás, quando se falava a respeito da preservação das fontes hídricas. Empresários do setor, interessados apenas em deixar a conta corrente mais gorda, enfatizavam que esse tipo de conversa é de gente que não tinham nada para fazer. E hoje? Será que eles fariam dinheiro sair pelas torneiras como líquido. Claro, papel nunca vai virar líquido. Salvem-se quem puder nesta guerra hídrica...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Oposição aposta no caos com inflação a 7% ao ano

Oposição aposta na alta da inflação para fustigar governo Dilma Rousseff (PT)


Luís Alberto Alves

A mídia tem feito grande carnaval com a previsão de que a inflação atinja 7% neste ano. A oposição, na falta de propostas decentes, aposta no caos. Nas entrevistas pintam cenário de caos para 2015. O Brasil vai mergulhar no atoleiro, milhões de desempregados e grave crise econômica. Curioso é que os mesmos opositores, principalmente tucanos, procuram não se recordar do cenário tétrico de início da década de 1990, quando a inflação atingia 30% ou 40% ao mês.

 Naquela época e nas duas gestões do governo FHC, o desemprego passava dos 19%. Não sou advogado da presidente Dilma Rousseff (PT), mas é preciso que a serenidade esteja presente nas discussões. Na maioria dos veículos de imprensa, igual papagaio, os comentaristas só abrem a boca para criticar. Alguns mais exaltados  xingam a administração petista de ladra e outros adjetivos horríveis. 

 Na semanal revista Veja tudo é motivo de crítica. Curioso que essa mesma mídia raivosa contra a gestão Dilma Rousseff, não repete a mesma dose contra o tucano Geraldo Alckmin, mesmo com São Paulo vivendo uma de suas maiores secas e constante falta de água na capital, sem a administração assumir a grave crise na capital.

  Aprendi em quase 30 anos de jornalismo, que toda crítica deve visar a melhoria da nossa sociedade, principalmente trazendo entrevistas de profissionais para enriquecer o debate. Essa regra deixou de ser adotada nos últimos 12 anos. É só pauleira. Parece mulher divorciada descendo a madeira no antigo marido, apagando todas suas qualidades positivas e destacando apenas os defeitos.

 Não é ideal termos 7% de inflação, mas quando comparamos com a triste época de 800% ao ano, precisamos levantar nossas mãos para os céus. De ouvir o barulho da máquina de remarcação de preços nas prateleiras dos supermercados e o dinheiro perder rapidamente o valor. A oposição precisava trabalhar para melhorar, ainda mais, o nosso país, em vez de ficar procurando pelo em ovo. 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Você é uma pessoa forte?




Luís Alberto Alves

 Você é alguém forte? Sabe encarar qualquer tipo de situação de cabeça erguida, com coração batendo suavemente? Bem na mesa do bar, numa rodada de cerveja gelada cercada de vários pratos de petiscos qualquer um tem disposição para vencer a batalha.

  Agora imagine você, pai de família, estar comprometido até o último fio de cabelo da cabeça em prestações de carro, apartamento novo, faculdade de filhos, mensalidades de colégio para as crianças menores, dívidas no cartão de crédito e cheque especial. Bem neste quadro citado você descobre que tua empresa está próxima da falência.

  Tua resistência permanece inabalável? O humor continua nota dez? O apetite sexual prossegue em alta? O sono lhe abraça suavemente ao deitar ou precisa apelar aos famosos calmantes para se apagar de vez?

 Pois é. Às vezes imaginamos que somos fortalezas, imunes a qualquer tipo de ataque. Pensamos que os nossos nervos são de aço ou de gelo. Nada vai nos balançar. Até o dia fatal. Ali você conhecerá o quanto é alta ou baixa a tua resistência. Como vai encontrar forças para enfrentar a terrível situação.

 Em raras exceções, boa parte do ser humano não é preparada para o dia mau, como disse o sábio Salomão no livro bíblico Eclesiastes. Sem qualquer mordomia, Deus permite que ele chegue para os bons ou não. Todos passarão nesta peneira cruel.

 É quando o ar parece sumir dos pulmões, o coração dá a impressão de começar bater mais lento e o frio do medo percorre nossa coluna cervical. Vem a incerteza em relação ao futuro, principalmente quando existem filhos dependentes da sua saúde financeira e credores aguardando o dinheiro do teu salário.

 A mesma situação é aplicada ao saber do médico que um câncer está dentro do seu corpo e agressivamente vai consumir o que resta de vida dentro de ti. É a dura realidade de lutar contra a morte todos os dias, sofrendo o martírio da quimioterapia e a discriminação dos supostos amigos. Afinal de contas nem todo mundo compartilha a amizade com um canceroso.


 Os exemplos são inúmeros, mas em todos eles o ser humano acabará diante da prova dura de enfrentar algo terrível. Não há chance de escapar, de pular do barco. Os covardes optam pelo suicídio temendo a presença da vergonha que os aguardam nas esquinas da vida. Todos nós sabemos o quanto existe de força em nosso interior ao nos depararmos com o dia mau diante de nós. Até lá qualquer problema é sinônimo de facilidade.

Cuidado: na vida seja bom, mas sem bancar o ingênuo!


Ao nosso lado existe muito lobo em pele de cordeiro

Luís Alberto Alves

 Ser bom é virtude, mas ingênuo é defeito. Em diversos segmentos da vida, existem lobos em pele de cordeiro. Pessoas sem quaisquer escrúpulos. Não vacilam para aplicar o bote visando proveito próprio. Pensam primeiro em si, depois vem o restante.

 Exemplo típico são nossos políticos. Em todas as eleições aparecem com a mesma conversa fiada, prometendo o impossível. Neste período comem pastel na feira, pisam no esgoto a céu aberto existente nas favelas, pegam no colo crianças sujas de barro e catarro escorrendo do nariz. Tudo para iludir.

 No mercado de trabalho a mesma tática é aplicada. Nas fases de dificuldades financeiras, o funcionário é convocado para colaborar. Lógico que aparecerá a promessa de que quando tudo voltar aos eixos, ele será recompensado. Mentira. Mais adiante sua confiança levará punhalada pelas costas e amargará, provavelmente demissão por tentar ser bom.

 Em relacionamentos amorosos ocorre o mesmo. Nas raras exceções de infidelidade conjugal, ou a mulher ou homem eram pessoas boas, honestas e sinceras. Estavam prontas para qualquer sacrifício, tudo pelo bem do casamento. Até aparecer alguém mais bonito ou bonita, atraente e o sonho lindo virou pesadelo.

 Poucos conseguem jogar no time da bondade, sem assinar papel de bobo. Atualmente, numa sociedade onde conta pontos o volume de dinheiro na conta corrente, mesmo que venha de práticas ilícitas, a malícia é necessária. É aconselhável confiar, mas atento. Sem se deixar levar pela emoção, mas firme nas mãos da razão.

 Esta é a única forma de continuar sobrevivendo, deixando a loucura longe da nossa mente. O olhar clínico em diversas situações é a tática para prosseguir de pé. Desconfie de promessas e excesso de bondade. O inferno está cheio de boas intenções.

 Cuidado com elogios em demasia. Eles cegam o ingênuo. Quando consegue abrir os olhos, o estrago já está feito. Não se transforme num neurótico, porém fique amigo da precaução. Afinal, caldo de galinha e prudência nunca fizeram mal a ninguém.ará punhalada pelas costas e amargará, provavelmente demissão por tentar ser bom.

 Em relacionamentos amorosos ocorre o mesmo. Nas raras exceções de infidelidade conjugal, ou a mulher ou homem eram pessoas boas, honestas e sinceras. Estavam prontas para qualquer sacrifício, tudo pelo bem do casamento. Até aparecer alguém mais bonito ou bonita, atraente e o sonho lindo virou pesadelo.

 Poucos conseguem jogar no time da bondade, sem assinar papel de bobo. Atualmente, numa sociedade onde conta pontos o volume de dinheiro na conta corrente, mesmo que venha de práticas ilícitas, a malícia é necessária. É aconselhável confiar, mas atento. Sem se deixar levar pela emoção, mas firme nas mãos da razão.


 Esta é a única forma de continuar sobrevivendo, deixando a loucura longe da nossa mente. O olhar clínico em diversas situações é a tática para prosseguir de pé. Desconfie de promessas e excesso de bondade. O inferno está cheio de boas intenções. Cuidado com elogios em demasia. Eles cegam o ingênuo. Quando consegue abrir os olhos, o estrago já está feito. Não se transforme num neurótico, porém fique amigo da precaução. Afinal, caldo de galinha e prudência nunca fizeram mal a ninguém.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Vida de traficante termina na frente de pelotão de fuzilamento


Cardoso (camiseta preta) foi fuzilado à 00h30 de sábado, (15h30 horário de Brasília, na Indonésia



Luís Alberto Alves

  A vida de glamour do traficante Marco Archer Cardoso, 53 anos, terminou no começo da madrugada de sábado (18) diante dos tiros disparados por um pelotão de fuzilamento na cidade de Tangerang. Preso durante 11 anos, o bandido acabou condenado à morte por tentar entrar na Indonésia com 13,5 quilos de cocaína nos tubos de sua asa delta em 2003.

 Ele teria vivido 25 anos no mundo do crime, apenas vendendo drogas, inclusive as fornecidas pelos cartéis colombianos no final da década de 1980.  O criminoso assumiu que nunca trabalhou, apenas traficou. Ou seja, ajudou a destruir inúmeras vidas, inclusive de adolescentes e jovens que buscavam refúgio no falso alívio fornecido pelos entorpecentes.

 Não era santo, como tentou pintar parte da mídia, “comovida” com a pena de morte decretada pelo governo da Indonésia. Para conseguir se manter vivo neste mundo tenebroso do crime, e escapar das garras da polícia no Brasil e vários países onde entrou carregando grande quantidade de droga, ele não era nenhum bobo. Conhecia profundamente as regras deste negócio explosivo igual nitroglicerina.

  Infelizmente todas as pessoas ruins são “santificadas” próximo da morte ou quando dá o primeiro passo rumo ao além. Poucos procuraram pensar nas famílias esmagadas pela cocaína vendida por Cardoso nesses últimos 25 anos. Nos filhos que passaram a envergonhar os pais ao mergulhar nos assaltos para manter o vício, nas jovens refugiadas na prostituição visando garantir o dinheiro do pó maldito que ele trazia da Colômbia.

  Poucos vão se preocupar com as mães que choraram muitas noites ao ver seus filhos alucinados dentro de casa, furtando ou roubando objetos para trocar pelos papelotes na “biqueira”. Só merece destaque o falso glamour ostentado pelos traficantes. Elogio ao crime.

 Lógico que é dramático perder a vida diante de um pelotão de fuzilamento. Sem direito a nenhum recurso da Justiça. Imagino os últimos passos desse criminoso rumo ao local onde teria o encontro com a morte. Talvez pensasse nos erros cometidos. Nos conselhos dos pais e até dos amigos para largar essa vida errada.
 Seu coração provavelmente acelerou as batidas, as pernas tremeram e talvez até a urina passasse a descer pelas pernas, numa reação de medo desencadeada pelo corpo. 

 Quando olhou para os algozes, com os fuzis apontados em sua direção e os dedos no gatilho, percebeu tardiamente que o mundo do crime é ilusório. Nada dura para sempre. Até o ato de viver pode se acabar em segundos, num confronto com policiais durante uma blitz, na cadeia em brigas com quadrilhas rivais ou em um país onde não se passa as mãos na cabeça de criminosos. Cardoso colheu o que plantou durante mais de metade de sua vida, infelizmente.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Fé pode ser alvo de insulto?



No Judaísmo, o candelabro significa os sete Espíritos de  Deus

Luís Alberto Alves

 Imagine o candelabro, que simboliza os sete Espíritos de Deus no Judaísmo, virar alegoria numa escola de samba, num enredo que elogia a prostituição como estilo de vida? Pior: chargistas fazerem desenhos obscenos usando o candelabro, como se ele fosse algo desprezível na fé dos judeus.

 Outro contexto: uma ilustração mostrando a Virgem Maria como se fosse garota de programa. Qual seria a reação dos católicos? De calma ou partiriam para a fúria, como ocorre entre os muçulmanos quando percebem que foi ofendido o profeta Maomé, colocado no mesmo patamar que Jesus Cristo?

 Se fosse na Índia, o deus Brahma também ridicularizado por meio de desenhos, não ocorreriam reações?Entre os cristãos, a Bíblia é considerada um livro sagrado, onde Deus orienta o que se deve fazer para conquistar a salvação e ter vida reta. Caso alguém resolvesse desenhar a Bíblia como rolo de papel higiênico, os cristãos iriam compreender ou partiriam para o confronto?

 A liberdade de expressão exige respeito. Você mora num prédio, o apartamento está pago, porém as regras de convivência não permitem que se ouçam músicas em alto volume, principalmente após as 22 horas. O automóvel é seu, mas não lhe dá o direito de sair atropelando as pessoas nas ruas e avenidas. O casamento no civil e religioso não é licença para transar num banco de um shopping Center, em nome da liberdade sexual.

 O nó da questão é conseguir resolver essa equação: até onde posso avançar nas minhas críticas? Quando o assunto envolve fé, o problema é maior. Ela é instrumento e roteiro para muitos conseguirem enfrentar as lutas diárias. Serve de ânimo para continuar batalhando. Estão errados ou certos? Pergunta difícil de responder. Até quem crê no diabo, usa sua fé, pois aposta nas práticas malignas como resolução de problemas.

 É nesta linha tênue que mora o perigo. O fanatismo explode quando o objeto de sua fé é ironizado ou mesmo atacado. É igual alguém no trabalho ou escola fazer piada de mau gosto com sua família. Resolvem xingar teus pais, filhos, irmãos ou mesmo esposa ou esposo. Qual a reação neste momento? De alegria ou tristeza? Ninguém é livre para sair atacando em todas as frentes. É preciso bom senso.

 Lembro de uma frase do humorista Bussunda, cérebro do grupo de humor Casseta & Planeta, quando lhe perguntaram os motivos de nunca o dono da Rede Globo, Roberto Marinho, ter sido alvo de piadas no programa que exibiam naquela emissora. “Somos humoristas, não malucos”, resumiu. Numa avaliação profunda, a revista Charlie Hebdo lembra o Casseta & Planeta, cuja metralhadora giratória não perdoava novelas, minisséries e programas de auditórios da empresa que lhe pagava o salário, e claro governo e outros artistas.


 A maior arte da vida é saber onde termina nossa liberdade. Até onde posso pisar. O intelectual precisa entender em que tipo de arte vai concentrar esforços: na panfletária ou aquela visando sacudir a sociedade por meio de temas que provoquem debates. É parecido com filho: não é porque saiu do seu esperma e se juntou ao óvulo da mulher amada, que lhe dá o direito de agredir ou fazer dele escravo. Quando entendemos essa fina e quase invisível divisão a convivência não vira conflito, resultando em mortes como ocorreu na redação da Charlie Hebdo em Paris. 

Meio milhão tira zero na prova de redação do Enem



A triste categoria dos candidatos que tiraram zero na prova de redação do Enem

Luís Alberto Alves

 É preocupante 500 mil pessoas (maioria adolescentes) tirarem nota zero na prova de redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Não conseguiram entender, explicar e desenvolver o tema proposto nesta prova, que versava sobre a publicidade infantil. A culpa é de quem? Dos pais, do governo ou da nossa sociedade hipócrita, cada vez mais mergulhada no egocentrismo, valorizando o ter no lugar do saber?

 Infelizmente esses candidatos falharam no ato simples de contar uma história sobre algo tão contundente na atualidade. Na busca por mais lucros, o mercado publicitário ataca profundamente em todos os cantos. Em lojas de produtos para bebês, já existem até mastigadores no formato de tablets e celulares, induzindo aquele tenro consumidor para o segmento de eletro eletrônico.

 Hoje muitos adolescentes são incapazes de descrever seu próprio cotidiano. Encontram dificuldades para resumir numa pequena redação o contexto em que se desenvolveu determinado filme. Sabem mexer e conviver com a sofisticada tecnologia nas redes sociais, porém incapazes de raciocinar profundamente.

 É igual mulher linda, mas quando abre a boca para falar, só diz besteira. São alienados. Vivem presos num canto, repleto de diálogos curtos, sem qualquer intensidade. Desconhecem fatos históricos importantes. Ao verificar suas páginas nas redes sociais, é deprimente a pobreza de assuntos. Comentam futilidades, valorizam selfies sobre atos sem nenhuma importância, como uma foto diante do vaso sanitário.

 Preocupante é que esses 500 mil adolescentes logo serão adultos. Qual será o comportamento deles no mercado de trabalho? Empresário algum gasta dinheiro com funcionário sem qualquer noção. Paga salário, até pouco, porém visa resultado, em curto prazo. Afinal de contas ali não é obra de caridade. Imagine uma recepcionista ou trabalhador de chão de fábrica que passa a maior parte do tempo navegando na internet, deixando o serviço em segundo plano. O problema é sério.


 Reconheço que o governo não tem interesse numa população culta, preocupada com a melhoria da sociedade. Quanto mais idiotas existirem, melhor será o controle, impedindo a crítica contra os corruptos existentes em nosso País. Quem não consegue descrever determinada situação, mesmo fútil, vai jogar no time da massa de manobra, batendo palmas para os outros e mergulhado na miséria da falta de sabedoria. 

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Atentado em Paris piora imagem do islamismo



Corredor da redação da revista Charlie Hebdo, onde 12 pessoas foram executadas em Paris


Luís Alberto Alves

 Pense rápido: qual a ligação existente entre Paquistão, Afeganistão, Indonésia, Irã, Egito, Árabia Saudita e Iraque? São todas nações com grande número de muçulmanos e intolerantes contra outras religiões, principalmente cristãos e judeus. Na Indonésia templos evangélicos são derrubados e os seguidores de Jesus Cristo são maltratados nas ruas e até mortos, dependendo da região.

 Não existe convivência pacífica como ocorre nos países da Europa, América Latina e Estados Unidos e Canadá. Apesar do discurso político de que o Islã é a religião do amor, não é bem assim na prática. As mulheres são tratadas como escravas, proibidas de usar saias, mesmo na altura do joelho e de maio ou biquíni na praia. Até para jogar vôlei não podem mostrar o corpo.

  O Deus que todos seguem no mundo cristão e judeu não é o mesmo deles. Segundo o islamismo Alá seria o deus supremo em detrimento daquele que enviou Jesus Cristo para este mundo. Aliás, para o islã, Jesus é apenas um profeta e nada mais. Até aqui a discussão é dentro de regras civilizadas.

 A partir do momento que entra em cena a ala extremista, defensores a ferro e fogo do islamismo como a religião que salva e dá o direito a várias mulheres virgens no Paraíso, qualquer diálogo é sepultado. No Afeganistão, as pessoas morrem para honrar o nome de Alá. Mulheres casam em matrimônios arranjados pelos seus familiares, com homens mais velhos, mesmo sem elas gostarem do futuro marido.

 O sexo feminino é proibido de ir à escola. Qualquer vacilo elas podem sofrer vários estupros, avalizados pelos próprios pais, para servir de castigo. Algumas comunidades islamitas mutilam o clitóris das meninas para evitar que sintam qualquer tipo de prazer nas relações sexuais, quando chegar a época do casamento.

  Já entraram em campo os bombeiros do islã, dizendo que eles não compactuam com atos terroristas. Pelo contrário, são a favor da paz. Porém perseguem cristãos nos países de maioria islamita. No Egito, cristão são mortos ao recusarem acreditar no profeta Maomé.

 É desse caldo que surgiram os terroristas responsáveis pela chacina dentro da redação da revista satírica Charlie Hebdo, em Paris, com a morte de 12 pessoas, a maioria jornalistas. Aliás, os alucinados da Al Qaeda e do Estado Islâmico também são muçulmanos. Assim como os homens bombas que explodem o próprio corpo, levado diversas vidas consigo, em obediência a Alá.


 Após todo esse quadro, o islamismo vai precisar de grande trabalho de marketing para tentar tirar a imagem de que de fato não é uma religião adepta da violência e intolerante com outros credos. É preciso comprovar. Palavras bonitas não servirão de esponjas para tirar a sujeira que os radicais estão semeando há vários anos na Europa. Quem pode se esquecer do fatídico 11 de setembro nos Estados Unidos. Os terroristas que arremessaram os aviões sobre as torres gêmeas do World Trade Center eram todos muçulmanos. Seria muita coincidência em todos os atos de terror semeado no mundo? Quero crer que sim! Do contrário....

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Estados Unidos correm atrás do leite derramado



Após o leite cair no chão, é difícil recuperar o conteúdo que se perdeu

Luís Alberto Alves

 A presença do vice­ presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e do secretário de Estado, John Kerry, na festa da posse da presidente Dilma Rousseff (PT), no dia 1º de janeiro, não teve apenas objetivo protocolar. Os norte­americanos correm atrás do leite derramado, quando perderam para os suecos a chance de colocar os aviões fabricados pela Boeing na FAB (Força Aérea Brasileira), cuja frota de caças Mirage venceu o prazo de continuar voando no País.

  A concorrência de bilhões de dólares demorou chegar ao final. Os EUA contavam como certa a vitória. Porém os militares da Aeronáutica sinalizaram que as aeronaves de guerra produzidas pela Boeing não agradavam, pois a transferência de tecnologia dependia do Congresso Nacional. Lógico que os Estados Unidos tentariam empurrar os aparelhos numa caixa preta. Para forçar a dependência do Brasil quando quisesse fazer trabalho de conserto mais sofisticado.

 Perderam. Para complicar a situação, veio à tona o escândalo de espionagem em cima da presidente Dilma Rousseff (PT) e de outros setores da indústria brasileira. O clima ficou tão pesado, que ela desmarcou o jantar que teria com o presidente Barack Obama quase no final de 2013.

  No intercâmbio comercial os EUA perderam o primeiro lugar para a China. Outro golpe duro. Ou, seja, o Brasil faz mais negócios hoje com o parceiro do outro lado do mundo, do que com o vizinho do norte, a poucas horas de viagens.

 Durante vários anos a política norte­ americana foi a de ignorar o Brasil. Era o Zé ninguém da América do Sul. Só lembrado em época de Copa do Mundo e do Carnaval. Porém o tempo mostrou que ninguém é eterno. O império turco otomano durou mais de mil anos e caiu, o mesmo ocorreu antes com os romanos, que dominaram o mundo por vários séculos.
A presidente Dilma Rousseff e o vice de Barack Obama, Joe Biden

 Aos poucos o nosso país começou a se livrar da forte anestesia aplicada por gestões danosas, desde a época da Ditadura Militar até chegar ao governo FHC, onde por pouco o Brasil não acabou vendido a preço de banana, inclusive privatizando, a preço vil, sua principal empresa de telecomunicações, a Embratel, responsável por grande parte dos dados de informações confidenciais.

 De 2000 em diante o Brasil passou a caminhar a passos longos. Marcando presença em diversos assuntos, inclusive no barril de pólvora chamado Irã, quando o então presidente Lula, sugeriu que aquele país fizesse acordo político com os Estados Unidos, deixando em segundo plano o programa nuclear.

 A roda girou em vários ângulos. Brasília ajudou jogar água na fogueira acesa por Hugo Chávez, que pretendia transformar a Venezuela numa nova Coreia do Norte. Sugeriu abertura de conversações entre governo colombiano e o grupo narcoterrorista Farc.

 A chegada de inúmeras montadoras de automóveis ao país, o forte aquecimento da construção civil, e a entrada de milhões de consumidores na classe média e o milagre de o Brasil ter conseguido, após mais de um século, ter pago a dívida externa, transformando os Estados Unidos em devedor, anunciou que os norte­americanos não poderiam mais nos ignorar.

 O presidente Barack Obama implantou mecanismos para facilitar o acesso de brasileiros nas viagens aos EUA. Atualmente os nossos endinheirados são os maiores compradores de imóveis nas cidades daquele país. As vendas, na maioria das vezes, são à vista. O mesmo ocorre nas visitas ao complexo turístico da Disney World.

 Enquanto o grande irmão do norte patina em grave crise econômica, com milhões de desempregados e sem tetos vagando pela rua. O Brasil, pela primeira vez, tem menos de 6% de empregados à procura de trabalho. No final da década de 1990, as estatísticas da Fundação Seade e Dieese apontavam quase 20% dos brasileiros sem emprego.


 Portanto a visita de Joe Biden, na posse da presidente Dilma Rousseff (PT), teve a mensagem subliminar de tentar pegar o leite derramado nos últimos anos. Ter o Brasil como parceiro comercial, visando deixar a China em segundo lugar. Algo que considero difícil. Infelizmente na vida, as pessoas reconhecem que erraram depois de decorrido muito tempo. Algumas conseguem se recuperar, outras ficarão eternamente segurando a xícara vazia, sem o leite que deixou cair no chão.