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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Estados Unidos correm atrás do leite derramado



Após o leite cair no chão, é difícil recuperar o conteúdo que se perdeu

Luís Alberto Alves

 A presença do vice­ presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e do secretário de Estado, John Kerry, na festa da posse da presidente Dilma Rousseff (PT), no dia 1º de janeiro, não teve apenas objetivo protocolar. Os norte­americanos correm atrás do leite derramado, quando perderam para os suecos a chance de colocar os aviões fabricados pela Boeing na FAB (Força Aérea Brasileira), cuja frota de caças Mirage venceu o prazo de continuar voando no País.

  A concorrência de bilhões de dólares demorou chegar ao final. Os EUA contavam como certa a vitória. Porém os militares da Aeronáutica sinalizaram que as aeronaves de guerra produzidas pela Boeing não agradavam, pois a transferência de tecnologia dependia do Congresso Nacional. Lógico que os Estados Unidos tentariam empurrar os aparelhos numa caixa preta. Para forçar a dependência do Brasil quando quisesse fazer trabalho de conserto mais sofisticado.

 Perderam. Para complicar a situação, veio à tona o escândalo de espionagem em cima da presidente Dilma Rousseff (PT) e de outros setores da indústria brasileira. O clima ficou tão pesado, que ela desmarcou o jantar que teria com o presidente Barack Obama quase no final de 2013.

  No intercâmbio comercial os EUA perderam o primeiro lugar para a China. Outro golpe duro. Ou, seja, o Brasil faz mais negócios hoje com o parceiro do outro lado do mundo, do que com o vizinho do norte, a poucas horas de viagens.

 Durante vários anos a política norte­ americana foi a de ignorar o Brasil. Era o Zé ninguém da América do Sul. Só lembrado em época de Copa do Mundo e do Carnaval. Porém o tempo mostrou que ninguém é eterno. O império turco otomano durou mais de mil anos e caiu, o mesmo ocorreu antes com os romanos, que dominaram o mundo por vários séculos.
A presidente Dilma Rousseff e o vice de Barack Obama, Joe Biden

 Aos poucos o nosso país começou a se livrar da forte anestesia aplicada por gestões danosas, desde a época da Ditadura Militar até chegar ao governo FHC, onde por pouco o Brasil não acabou vendido a preço de banana, inclusive privatizando, a preço vil, sua principal empresa de telecomunicações, a Embratel, responsável por grande parte dos dados de informações confidenciais.

 De 2000 em diante o Brasil passou a caminhar a passos longos. Marcando presença em diversos assuntos, inclusive no barril de pólvora chamado Irã, quando o então presidente Lula, sugeriu que aquele país fizesse acordo político com os Estados Unidos, deixando em segundo plano o programa nuclear.

 A roda girou em vários ângulos. Brasília ajudou jogar água na fogueira acesa por Hugo Chávez, que pretendia transformar a Venezuela numa nova Coreia do Norte. Sugeriu abertura de conversações entre governo colombiano e o grupo narcoterrorista Farc.

 A chegada de inúmeras montadoras de automóveis ao país, o forte aquecimento da construção civil, e a entrada de milhões de consumidores na classe média e o milagre de o Brasil ter conseguido, após mais de um século, ter pago a dívida externa, transformando os Estados Unidos em devedor, anunciou que os norte­americanos não poderiam mais nos ignorar.

 O presidente Barack Obama implantou mecanismos para facilitar o acesso de brasileiros nas viagens aos EUA. Atualmente os nossos endinheirados são os maiores compradores de imóveis nas cidades daquele país. As vendas, na maioria das vezes, são à vista. O mesmo ocorre nas visitas ao complexo turístico da Disney World.

 Enquanto o grande irmão do norte patina em grave crise econômica, com milhões de desempregados e sem tetos vagando pela rua. O Brasil, pela primeira vez, tem menos de 6% de empregados à procura de trabalho. No final da década de 1990, as estatísticas da Fundação Seade e Dieese apontavam quase 20% dos brasileiros sem emprego.


 Portanto a visita de Joe Biden, na posse da presidente Dilma Rousseff (PT), teve a mensagem subliminar de tentar pegar o leite derramado nos últimos anos. Ter o Brasil como parceiro comercial, visando deixar a China em segundo lugar. Algo que considero difícil. Infelizmente na vida, as pessoas reconhecem que erraram depois de decorrido muito tempo. Algumas conseguem se recuperar, outras ficarão eternamente segurando a xícara vazia, sem o leite que deixou cair no chão.

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