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domingo, 18 de janeiro de 2015

Vida de traficante termina na frente de pelotão de fuzilamento


Cardoso (camiseta preta) foi fuzilado à 00h30 de sábado, (15h30 horário de Brasília, na Indonésia



Luís Alberto Alves

  A vida de glamour do traficante Marco Archer Cardoso, 53 anos, terminou no começo da madrugada de sábado (18) diante dos tiros disparados por um pelotão de fuzilamento na cidade de Tangerang. Preso durante 11 anos, o bandido acabou condenado à morte por tentar entrar na Indonésia com 13,5 quilos de cocaína nos tubos de sua asa delta em 2003.

 Ele teria vivido 25 anos no mundo do crime, apenas vendendo drogas, inclusive as fornecidas pelos cartéis colombianos no final da década de 1980.  O criminoso assumiu que nunca trabalhou, apenas traficou. Ou seja, ajudou a destruir inúmeras vidas, inclusive de adolescentes e jovens que buscavam refúgio no falso alívio fornecido pelos entorpecentes.

 Não era santo, como tentou pintar parte da mídia, “comovida” com a pena de morte decretada pelo governo da Indonésia. Para conseguir se manter vivo neste mundo tenebroso do crime, e escapar das garras da polícia no Brasil e vários países onde entrou carregando grande quantidade de droga, ele não era nenhum bobo. Conhecia profundamente as regras deste negócio explosivo igual nitroglicerina.

  Infelizmente todas as pessoas ruins são “santificadas” próximo da morte ou quando dá o primeiro passo rumo ao além. Poucos procuraram pensar nas famílias esmagadas pela cocaína vendida por Cardoso nesses últimos 25 anos. Nos filhos que passaram a envergonhar os pais ao mergulhar nos assaltos para manter o vício, nas jovens refugiadas na prostituição visando garantir o dinheiro do pó maldito que ele trazia da Colômbia.

  Poucos vão se preocupar com as mães que choraram muitas noites ao ver seus filhos alucinados dentro de casa, furtando ou roubando objetos para trocar pelos papelotes na “biqueira”. Só merece destaque o falso glamour ostentado pelos traficantes. Elogio ao crime.

 Lógico que é dramático perder a vida diante de um pelotão de fuzilamento. Sem direito a nenhum recurso da Justiça. Imagino os últimos passos desse criminoso rumo ao local onde teria o encontro com a morte. Talvez pensasse nos erros cometidos. Nos conselhos dos pais e até dos amigos para largar essa vida errada.
 Seu coração provavelmente acelerou as batidas, as pernas tremeram e talvez até a urina passasse a descer pelas pernas, numa reação de medo desencadeada pelo corpo. 

 Quando olhou para os algozes, com os fuzis apontados em sua direção e os dedos no gatilho, percebeu tardiamente que o mundo do crime é ilusório. Nada dura para sempre. Até o ato de viver pode se acabar em segundos, num confronto com policiais durante uma blitz, na cadeia em brigas com quadrilhas rivais ou em um país onde não se passa as mãos na cabeça de criminosos. Cardoso colheu o que plantou durante mais de metade de sua vida, infelizmente.

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