Especulação financeira "matou" diversas fontes de água potável em São Paulo |
Luís
Alberto Alves
Agora não é possível esconder mais: São Paulo
terá rodízio de água, com cinco dias sem e dois com água. O governador tucano
Geraldo Alckmin tentou ocultar o óbvio: a grande crise hídrica enfrentada pelos
paulistas. Por motivos políticos a maioria da mídia procurou amenizar o impacto
desta seca, deixando, o quanto pode, intacta a imagem de Alckmin,
principalmente a RG (Rede Globo), cujos maiores problemas, na visão
jornalística dela, da falta d´água é culpa da gestão petista de Dilma Rousseff,
como se a Sabesp (Cia. de Saneamento Básico do Estado de SP).
O problema é como resolver essa bomba de
nitroglicerina pura. A cidade de São Paulo tem 12 milhões de habitantes, só na
Zona Leste são quase 5 milhões de pessoas. Qual estratégia a Sabesp adotará
para não cometer injustiças? E a elite financeira, residente nas mansões,
dotadas de piscinas que consomem esse líquido precioso? Será estipulada uma
quantidade de água para cada consumidor ou os ricos ficarão por cima desta
carne seca?
E os setores industriais, grandes consumidores
de água, como a indústria da alimentação, qual mecanismo de controle para que
não haja abusos o governo colocará em prática. Afinal é injusto, por exemplo, o
segmento de bebidas ficar isento do consumo excessivo. E os frigoríficos, outro
setor onde é monstruoso o gasto de água, qual será a cota de sacrifício.
Nesta crise relembro as palavras de gozação
ditas contra ambientalistas dez anos atrás, quando se falava a respeito da
preservação das fontes hídricas. Empresários do setor, interessados apenas em
deixar a conta corrente mais gorda, enfatizavam que esse tipo de conversa é de
gente que não tinham nada para fazer. E hoje? Será que eles fariam dinheiro
sair pelas torneiras como líquido. Claro, papel nunca vai virar líquido. Salvem-se
quem puder nesta guerra hídrica...
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