Luís
Alberto Alves
Não possível negar o quarto lugar como melhor
emissora de televisão do mundo. Porém em termo de manipulação a Rede Globo nada
mudou em 50 anos, quando o empresário e jornalista Roberto Marinho ganhou a
concessão do canal e puxando o saco do regime militar subiu velozmente. Aliás, quem não se lembra do “famoso” Amaral
Neto, o Repórter,na década de 1970, cujo programa elogiava todas as obras
bancadas pela Ditadura Militar?
Nem mesmo após a abertura política, com a
promulgação da anistia política, ela deixou de ser governista. Todo tipo de
manifestação popular, às vezes, não ganhava espaço no Jornal Nacional. Já as
baboseiras do ditador de plantão, general João Batista Figueiredo, virava
matéria até no programa Fantástico.
Pelas lentes da Globo o mundo foi sempre cor
de rosa. Em suas novelas , pobre come carne todo dia, só existem brancos e
loiras no Brasil, negro é favelado e faxineiro, família é sinônimo de conflito
constante e todo tipo de absurdo. O auge da canalhice ocorreu no segundo turno
das eleições presidenciais de 1989, quando Lula enfrentou Collor de Mello,
apoiado pela elite e menino de ouro da Globo. O debate entre ambos acabou
editado na edição do Jornal Nacional do dia seguinte para influenciar no
resultado eleitoral.
O ano de 2013 foi marcado por várias
manifestações nas ruas, muitas delas violentas com depredação de lojas e
automóveis de luxo vendidos em concessionárias. No princípio, a Globo tentou
esconder o óbvio. Nos seus telejornais aparecia apenas flash da “muvuca” que
tomava conta de várias cidades brasileiras, principalmente em São Paulo e Rio
de Janeiro.
O grande responsável pela estocada na política
jornalística da Globo foram o youtube e as redes sociais. O que a Vênus platinada
tentava esconder de parte da população esclarecida, os vídeos postados no
youtube mostravam a realidade. Alguns alcançaram mais de 1 milhão de acessos. O
Jornal Nacional começou perder audiência. Nem tudo que ele exibe repercute
tanto no Brasil. Deixou de ser o principal noticiário do País.
Mas como lobo perde pelo, sem nunca trocar as
garras, no final da semana passada ela transformou o filme Tim Maia numa
minissérie. Que horror! Colheu vários depoimentos de artistas que conviveram
com o Síndico, inclusive do amigo de adolescência e desafeto Roberto Carlos. Na
edição, cortou trechos onde o rei humilhava Tim Maia lhe dando uma bota, cheia
de dinheiro amassado, sem falar nada com ele.
O auge da canalhice foi exibir a fala de
Roberto Carlos, dizendo que sempre o ajudou, eram amigos. Na época em que Tim veio
deportado dos Estados Unidos e estava na miséria, pediu que sua esposa Nice o
ajudasse a gravar um disco pela CBS, onde era contratado. Mentira. A todo custo
a Globo tentou proteger seu garoto propaganda nos programas de final de ano,
passando a imagem de bom menino de Roberto Carlos.
Claro que o fim trágico de Tim Maia foi
resultado de uma vida regada a drogas, bebidas e falta de seriedade no
trabalho. Quando estava dopado, esquecia de comparecer a shows, não pagava
cachês de músicos e brigava até com o vento. O filme retrata isso. Afinal de
contas, em pleno século 21, auge da tecnologia, é impossível qualquer artista
irresponsável tentar esconder o sol com peneira.
Mas manipular a história, mostrando um Roberto
Carlos carneirinho, preocupado com amigo de adolescência, que lhe ensinou
inclusive as primeiras lições para tocar Rock and Roll, é gozar da inteligência
alheia. Roberto não foi nem ao velório e enterro de Tim Maia, falecido em 1998.
Quando procurado, na época, para dar qualquer esclarecimento sobre as
desavenças e sua opinião sobre a morte do amigo, de tantos anos, optou pelo
silêncio. Infelizmente a Globo pensa que todos são bobos. Aliás, o mal do
esperto é imaginar que a maioria é burra.....
Nenhum comentário:
Postar um comentário