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A Ineficiência do Gasto Público

    Pixabay Radiografia da Notícia *  Por definição, a eficiência do gasto público é menor do que a do gasto privado *  Logicamente num regi...

sábado, 30 de agosto de 2014

Sul do Brasil é tão racista quanto a mesma região dos Estados Unidos




Patricia, torcedora do Grêmio, xingando o goleiro do Santos


Luís Alberto Alves

 A vida não é fácil para negros no Sul dos Estados Unidos, onde é forte a discriminação racial. O mesmo ocorre na mesma  região do Brasil, apesar dos desmentidos de que em nosso país os negros nunca sofrem ofensas por causa de sua cor de pele. Os xingamentos contra o goleiro Aranha, na partida entre Santos e Grêmio mostram que não é mais possível esconder o sol com a peneira.
Aranha disse à polícia que as ofensas começaram na segunda etapa do jogo, vencido pelo Santos


 As atitudes da auxiliar de odontologia Patrícia Moreira e de outros torcedores gremistas mostram a intolerância de parcela da população contra negros. Aranha contou à polícia, quando foi registrar boletim de ocorrência numa delegacia de Porto Alegre, que os xingamentos começaram no segundo tempo do jogo vencido pelos Santos. Ele disse que ouviu vários torcedores lhe taxando de preto fedido, bando de preto e se conteve, até começarem a chamá-lo de macaco.

 Para azar de Patrícia, as câmeras de uma emissora de televisão a flagrou com a mão na boca ofendendo o arqueiro do time paulista. Ela trabalha numa empresa que presta serviços à PM gaúcha e acabou suspensa. O juiz Wilton Pereira, alertado por Robinho e Gabriel, e de posse das imagens das emissoras que captaram os xingamentos, poderá ajudar o Grêmio sofrer multa de até R$ 100 mil, perder pontos e eliminação da equipe do Brasileirão, segundo regras do Código Brasileiro de Justiça Desportivo.

                                                           Violência
 Infelizmente algumas pessoas consideram o assunto tempestade num copo de água. Que não há mal nenhum chamar o negro de nomes pejorativos. Guardam a herança da época da escravidão, quando sofriam todos os tipos de violência e não podiam fazer nada. Qualquer tipo de discriminação é horrível, porque ofende a pessoa, causando sérios danos a sua personalidade.

 No início de minha carreira no jornalismo, na década de 1980, senti na pele a dor de perder um emprego porque a minha chefe não gostava de jornalista negro. Depois sofri a mesma experiência quando tentei trabalho numa emissora de rádio famosa de São Paulo. Por alguns dias me senti o pior dos seres humanos.

 Em outra ocasião fui fazer a entrevista para o jornal com um político e passei o mesmo vexame: o repórter fotográfico era branco e estávamos sentados na sala de recepção com outro rapaz que não era negro. Ele sai da sala e o cumprimenta me ignorando. Seu rosto mudou de cor ao ouvir a frase: “o jornalista é ele”. Apertou minha mão, meio sem graça. Tentou se desculpar, mais não conseguiu esconder sua discriminação contra mim. Infelizmente esse é o Brasil que muitos tentam esconder, com o falso discurso de democracia racial.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Eleições 2014: candidatos tratam eleitor como se fossem palhaços


O sorriso do palhaço Tiririca mostra que os políticos abusam da vontade do eleitor



Luís Alberto Alves

 Como ocorre sempre, nestas eleições o mesmo tom de deboche prevalece na campanha de vários candidatos. Pela propaganda exibida na televisão nos tratam como se fôssemos palhaços ou alienados, sem condições de analisar de forma crítica o que nos empurram goela abaixo.

 Exemplo mais triste é do então deputado federal Tiririca na busca do segundo mandato. Sem medo algum plagiou música de Roberto Carlos para tentar vender o peixe podre da sua plataforma política. A cena em que simula o anúncio feito por Roberto para uma indústria de carnes é deplorável. Ao exibir o pedaço de bife no prato não para de sorrir, esquecendo de que milhões de brasileiros precisam recorrer ao lixo para matar a fome.

 Outros candidatos apelaram para a mentira. Alguns garantem que eleitos vão lutar para tornar ilegal a venda de bebidas alcoólica nos postos de gasolina. Desconhecem que a Lei Seca reduziu bastante o número de motoristas bêbados nas ruas, por causa do rigor da punição, incluindo a pesada multa de quase R$ 2 mil para quem for flagrado com álcool no sangue.

 A bancada da bala, como é conhecida a reunião de policiais militares da reserva, a maioria da PM, promete, caso chegue ao Congresso Nacional lutar para leis mais duras contra os criminosos. É outro discurso vazio. Apela para a violência visando conquistar votos dos eleitores que ainda acreditam no cano de uma arma de fogo como solução para o grave problema que assola a maioria das cidades brasileiras.

 Enfim existem dublês de político de toda categoria, seja nos partidos considerados de direita, de esquerda e os de extrema-esquerda, caso do PCO, PSTU e do PCB, que ainda acredita no velho e manjado discurso de que o comunismo é a solução dos problemas do País. Repetem o discurso de estatizar diversas empresas e fazer reforma agrária e até a extinção da polícia.

 Muitas gravações parecem trabalho de amadores, onde o candidato aparece sentado num estúdio com iluminação precária, deixando sombra na hora da filmagem. Algo que qualquer aluno de Jornalismo aprende na faculdade a nunca cometer essa falha. Porém, eles tratam os eleitores como bando de ignorantes.
 Na verdade todos eles estão interessados é no gordo salário de R$ 26 mil, e outras mordomias. Somadas elas ultrapassam os R$ 120 mil mensais. Inclusive com direito a plano de saúde requintado, fornecendo acesso aos melhores hospitais e até no Exterior, caso o problema não possa ser resolvido pelos nossos médicos.

 O melhor dessa bagunça institucionalizada em Brasília é se aposentar com apenas oito anos de trabalho. Ou seja, duas legislaturas. Vão receber de benefícios R$ 26 mil mensais. Na verdade todos os candidatos lutam para entrar neste rico clube. Os criminosos de colarinho branco usam mandato como seguro para adquirir fórum privilegiado. Sabem que o STF (Supremo Tribunal Federal) é lento para julgar casos envolvendo políticos. Deste jeito até injeção na testa vale a pena. Basta iludir o trouxa do eleitor.


segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Eleições 2014: morte de Eduardo Campos embaralha corrida à presidência





A reeleição de Dilma Rousselff começa correr perigo....

...com a ascensão da ambientalista Marina Silva....

...ocupando o lugar do tucano Aécio Neves
Luís Alberto Alves

 A morte de Eduardo Campos, candidato do PSB na disputa à presidência da República, mudou o quadro desta eleição. Ainda vivo, tinha, segundo pesquisas, 9% contra 21% do tucano Aécio Neves e 36% da petista Dilma Rousselff, visando se manter no cargo. Com grande chance de virar cabeça de chapa, a ambientalista Marina Silva já ocupa o segundo lugar, empatada com Aécio Neves.

 Viajar no mesmo barco do PSDB é palpite fora de cogitação nos planos de Marina. Da noite para dia, ela virou a terceira opção dos eleitores cansados do binômio PT/PSDB. Quatro anos atrás o discurso verde de Marina resultou em 19% dos votos. Colocada para escanteio no PT quando Dilma foi cacifada por Lula para ocupar sua cadeira no Palácio do Planalto, é difícil uma composição.

 Entre os ambientalistas a presidente Dilma Rousselff é vista como amiga dos ruralistas, numa agenda onde apenas o agronegócio encontra espaço. Essa postura virou estopim das rusgas entre ela e Marina, quando Dilma era ministra chefe da Casa Civil. As pautas do ministério do Meio Ambiente, pasta ocupada por Marina, sempre encontravam enfrentavam barreiras até virar realidade. Na maioria das vezes caiam antes de aterrissar na mesa do então presidente Lula.

 Para engrossar o eleitorado do PSB, o discurso verde e a postura da sucessora de Eduardo Campos ganham simpatia numa parcela de brasileiros cansados com o continuísmo petista no poder: estão a 12 anos no governo. Algo parecido ocorreu no México, onde o PRI ficou 70 anos mandando naquela nação.

 Outro problema é que o PT perdeu a aura de agremiação política acima de qualquer suspeita. Nessas três gestões estouraram diversos escândalos, o mais famoso deles o do Mensalão. Em busca de apoio no Congresso Nacional, Lula e Dilma fizeram alianças horrorosas: José Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho e Collor de Mello; quarteto conhecido pela ficha respigada de sujeira na Justiça. Se fossem parlamentares na França ou Estados Unidos já estariam na cadeia há muito tempo.

 O tucano Aécio Neves dificilmente emplaca, por causa do estilo playboy de vida, que não agrada a parte do eleitor conservador. Pesam sobre ele denúncias de suposta dependência química, que até agora continua nebulosa. Quando questionado sobre seus projetos, caso ganhe a eleição, responde com discurso vazio. Se auto carimba como alguém incapaz de administrar a sexta economia do mundo. Para complicar, o ex-presidente do Banco Central na gestão FHC, Armino Fraga, respondeu que numa gestão Aécio Neves, o arrocho salarial seria aplicado, principalmente reduzindo o percentual de reajustes do salário mínimo.

 Deixando de fora os votos nulos e brancos, a entrada de Marina Silva possivelmente vai provocar dor de cabeça no quartel general de Dilma Rousselff, talvez retirando a cereja do bolo de uma possível reeleição. Não é desprezível a hipótese do tucano Aécio Neves começar voar baixo, sepultando por enquanto o sonho de sentar na cadeira de presidente no Palácio do Planalto que seu avô Tancredo Neves foi impedido pela morte em 1985.


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Partido de Eduardo Campos já começa desconfiar de investigação do acidente



Destroços do avião que caiu numa das casas em Santos (SP)

Luís Alberto Alves

 O anúncio pela Aeronáutica, hoje (15), de que não foram encontrados quaisquer diálogos na caixa preta achada no local onde caiu o avião que matou o candidato à presidência do Brasil, Eduardo Campos, na quarta feira (13) em Santos (SP) acendeu a luz amarela no PSB, (Partido Socialista Brasileiro), agremiação a qual pertencia Campos.

 O deputado federal Beto Albuquerque (PSB/RS), líder do partido na Câmara, vai exigir na Justiça o direito de acompanhar as investigações, atualmente sob sigilo. Segundo ele vários pontos merecem explicações mais detalhadas. “Nos informaram que na região haviam dois drones (aviões não tripulados) da Aeronáutica na hora do acidente. Antes desmentiram, depois confirmaram, ressalvando que eles estavam distantes”, explicou.

 Albuquerque não se conforma com a justificativa de que o áudio disponível na caixa preta do avião que caiu não corresponde ao voo terminado tragicamente em Santos (SP). Para ele e a cúpula do PSB, qual a razão para não ter gravado qualquer diálogo entre os pilotos, nas duas horas antes do desastre? Albuquerque ressaltou que a aeronave era nova e moderna e os pilotos, profissionais experientes.

 Mesmo não sendo especialista em aviação, o parlamentar enfatiza que é a primeira vez  a ouvir a história num acidente deste tipo em que a caixa preta não corresponde ao voo. Segundo ele seria a primeira vez que esse aparelho deixou de registrar os diálogos na cabine nas últimas duas horas de voo.

 De acordo com análise inicial de peritos, o avião estaria em grande velocidade quando bateu no solo, abrindo cratera de 4 metros de profundidade. Segundo testemunhas, o aparelho ainda no alto exibia chamas, mas estranhamente esses depoimentos continuam ignorados pela equipe de investigação.

 Segundos antes de cair, outra testemunha afirmou ter visto a aeronave soltar fumaça esbranquiçada pelas turbinas e voando baixo fazia barulho muito forte, provocando a quebra de vidraças dos imóveis próximo do local onde caiu. De acordo com o morador parecia que os pilotos tentavam controlar o avião.


 Existe hipótese de que uma das turbinas da aeronave explodiu, ainda no ar, provocando a perda de controle e a queda. Populares de prédios próximos ao local onde o aparelho se destroçou, afirmaram que após ele arremeter, logo em seguida mergulhou de bico, para explodir pouco depois, matando os sete ocupantes a bordo. 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Queda de avião com Eduardo Campos fazem brasileiros viajar na maionese



Parte da turbina do avião que caiu em Santos (SP), matando sete pessoas, entre elas o político Eduardo Campos

Luís Alberto Alves

 Lembro de que há 14 anos era secretário de redação num jornal da Grande SP e um rapaz veio falar comigo. Com vários papéis nas mãos passou a mostrar mapas da Europa enfatizando que o mundo iria acabar na próxima semana. Pediu para publicar reportagem para as pessoas se preocuparem com elas mesmas, para ocorrer arrependimento mais tarde. Estamos em 2014 e tudo aquilo não passou de loucura. Quando saiu da minha sala, joguei a papelada no lixo.

  Em 2008, já trabalhando como editor chefe no Metrô News outro doido veio conversar comigo exibindo várias páginas de suposto processo contra candidato a prefeito em Guarulhos, segunda maior cidade do Estado de SP, com 1,3 milhão de habitantes. Agindo como dono da verdade me garantiu que o tal político já era condenado e logo estaria atrás das grades. O eleitor, segundo ele, não poderia correr o risco de votar em alguém que passaria o resto dos seus dias na prisão. Examinando a papelada criteriosamente, tudo era falso.

 Agora com a morte do candidato à presidência do Brasil, Eduardo Campos (PSB), na queda do avião na cidade Santos (SP), ontem (13) de manhã, volta à cena a mesma teoria de suposta sabotagem na aeronave. Os alucinados na busca por segundos de fama apelam para o misticismo tentando provar o improvável. Dizem que a soma dos números da idade de Campos (49) na numerologia totaliza 13, que ele morreu no mesmo dia em que se comemora o óbito do avô, Miguel Arraes, que os interessados pelo acidente, na visão deles o PT, tem o número 13 e pasmem: nem o DDD de Santos escapou, pois tem o prefixo 13.

 No jornalismo aprendi nos meus 30 anos de profissão que devemos desconfiar sempre, além de termos sensatez. Jamais embarcando na conversa fiada de ninguém. Para ser notícia são necessários dados confiáveis. Pelo pouco que conheço de aviões, os momentos mais perigosos são na decolagem e pouso, quando a aeronave, independente do tamanho pode explodir, caso o piloto cometa qualquer falha. Na subida os tanques estão cheios, e se o aparelho não ganhar grande velocidade para sair da pista, pode cair logo adiante e provocar desastre fatal.

                                                            Concreto
 Quando ocorre o pouso, o avião está a grande velocidade, por volta de 350 km/h, as turbinas invertem o funcionamento deixando de sugar o ar para trás, fazendo movimento contrário, ajudando na frenagem da aeronave. Visto que só os freios das rodas não param o aparelho. Caso quebre o trem de pouso, ele vai bater com o dorso no concreto duro da pista, provocando faíscas e sua explosão, alimentada pela rápida combustão do querosene de aviação, mais inflamável do que a gasolina.

 Pelo que apurei nos noticiários, o mau tempo impediu o pouso do avião que levava o candidato Eduardo Campos à cidade de Santos (SP). Em virtude disso o piloto arremeteu (quando estava próximo da pista resolveu subir rapidamente). Da baixa velocidade, ele acelerou para ganhar altura e continuar voando sobre o local até o tempo melhorar ou então aterrissar em outro aeroporto.

 Talvez esse foi o ponto x que teria provocado o acidente. Ao ganhar altura rapidamente, o aparelho teria perdido o controle ou sofrido alguma pane. De acordo com alguns moradores, segundos antes da queda, o avião passou sobre algumas casas com forte barulho das turbinas, semelhante a um zumbido bem forte, soltando fumaça branca. Outros garantem ter visto chamas na fuselagem. Logo ele caiu, batendo num prédio residencial e explodindo.


 Não é possível alegar falta de prudência dos pilotos. Segundo autoridades que participaram do resgate dos restos mortais das sete vítimas, eles levaram o aparelho para uma área próxima de um bambuzal, livre para pouso de emergência. Mesmo sabendo que poderiam morrer, evitaram ao máximo cair na região central da cidade, onde o número de vítimas poderia alcançar várias pessoas. Diante disso é loucura ou falta de bom senso afirmar que a queda da aeronave foi atentado ou sabotagem. Pensar assim é viajar na maionese, atitude de alguém que não tem nada para fazer na vida.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Geração atual é composta de filhos rebeldes






Muitos filhos mais são parecidos com lobos em pele de cordeiro

Luís Alberto Alves

“Pai, você é um vacilão (bobo). Não sabe nem escolher um tênis de marca. Não vou usar esse tênis de baciada (de marca desconhecida). Enfia ele no teu c...”, esbravejou o adolescente de 14 anos ao receber de presente o calçado entregue pelo pai, que sustenta a família de cinco pessoas, com o minguado  salário de R$ 2.500,00 de motorista de ônibus na periferia de São Paulo, ajudado pela esposa que ganha R$ 60,00 diários para fazer faxina nas casas do Jardim Europa, onde mora parte da elite brasileira.

 Mas a discussão não ficou restrita ao menino. Logo a irmã, de 16 anos, engrossou a voz com a mãe: “Será que preciso virar vapor (pessoa que entrega drogas aos dependentes endinheirados) para conseguir aquela bermuda que lhe pedi faz dois meses? Caramba, nesta casa só pensamos em comer. Cadê minha sandália e o celular de dois chips da Sony?”

 Atualmente a rebeldia é marca registrada na maioria das famílias brasileiras. Filhos desobedecem aos pais, xingam e os maltratam. Não têm educação. Exigem calçados e roupas de grife, mesmo sabendo que nem todos gozam de ótima situação financeira. Amparados pelo ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) partem para o confronto e quando levam um tapa na cara, correm às delegacias dizendo que são agredidos diariamente e a Justiça enquadra os pais.

                                                                  Eletrônicos
 O consumismo em alta faz a cabeça dos adolescentes. Colocam nas suas frágeis mentes que para merecer respeito precisam usar determinada marca de roupa, calçado, aparelhos eletrônicos e cortes de cabelo. Do contrário serão excluídos da turma. Sem trabalho, passam a pressionar os pais para que comprem os objetos desejados por eles. Mas nem sempre essa equação é solucionada e o conflito estoura.

 Envenenados pela rebeldia não pensam duas vezes para agredir com palavrões os pais. É o primeiro passo rumo ao crime organizado, na busca por dinheiro fácil e satisfazer sua fome de comprar o que a internet e televisão despejam incessantemente nas suas cabecinhas. Muitas meninas usam o sexo para se aproximar de menores infratores. Aspiram ao conforto, nem que para isso paguem alto preço no futuro.

 Com uma sociedade onde os valores foram invertidos, onde o certo é errado e este é certo, é difícil os pais conterem a rebeldia dos filhos. Oposto de décadas passadas, os adolescentes de 14 anos hoje, em muitas vezes, mais parecem adultos por causa da elevada estatura. As meninas dessa mesma idade aparentam mulheres adultas, com o corpo bem desenvolvido, cheio de sedução.

                                                                   Responsabilidade
 Geralmente o clima fica pesado na maioria dos lares brasileiros. Em algumas casas, os pais não conseguem mais impor suas vontades. Permanecem a reboque de adolescentes que se julgam sabedores da verdade, sem qualquer noção da responsabilidade de colaborar, em vez de só cobrar. Alguns partem para agressão, tornando a vida da família um inferno.

 Solidariedade é palavra desconhecida nesta geração adolescente. Muitos não lavam sequer o prato e copo onde tomam café. Tratam os pais como empregados. Na classe média baixa, são poucos os filhos que ajudam na faxina da casa. Para eles é descrédito alguém pegar a vassoura para limpar o chão. As meninas são bem arredias. Quando percebem a intenção da mãe, procuram sair rápido de casa e retornar mais tarde.

 Neste ritmo de vida ninguém sabe qual a cor do futuro dessa juventude. Imaginam que o mundo tem a obrigação de ceder aos seus caprichos. Quando perceberem a dureza da realidade da vida, como irão encarar a situação? É fácil viver sob a barra da saia da mãe e braço do pai, porém chega o dia de andar com as próprias pernas. De tomar decisões sozinhos, algumas delas de grande impacto mais adiante. O rebelde costuma sofrer bastante até conhecer as duras regras da faculdade da vida.



Você conhece todos os problemas do seu próximo?

Robin Williams no inesquecível filme "Bom Dia Vietnã"



Luís Alberto Alves

 A sabedoria popular diz que cada pessoa tem uma cruz para carregar durante a vida, e o seu peso é proporcional. A minha não serve para você nem a tua para mim. Às vezes imaginamos que artistas e personalidades famosas não tenham problemas. Vivem num mundo cor de rosa, bonito, sem nenhum tipo de aflição. Mentira. Eles enfrentam barreiras, talvez intransponíveis para o cidadão comum, acostumado a dirigir automóveis populares ou andar igual sardinha em lata no transporte coletivo.

 O suicídio do ator Robin Williams é a ponta do iceberg dessa polêmica questão. Quais motivos levariam alguém, teoricamente bem de vida, a se matar? Profissional badalado em Hollywood e longe do ostracismo, onde muitos de seus colegas estão jogados, ele teria se enforcado, por motivos até agora desconhecidos.

 Infelizmente nunca temos condições de saber o que se passa na cabeça de uma pessoa depressiva. Ali, trancada nesse tenebroso mundo, o futuro suicida sofre no silêncio. Não consegue colocar para fora a amargura guardada no fundo da alma. Por razões desconhecidas perde as forças para vencer os fantasmas responsáveis pela perda de vontade de continuar sobrevivendo.

 As cobranças existem nos diversos seguimentos onde trabalhamos. O técnico de futebol ganhará elogios da torcida enquanto o time ganhar títulos. Quando começar a descer a ladeira da derrota, logo ganhará o bilhete azul, engrossando o time dos desempregados. O Barcelona fez isto quando voltou ao patamar das equipes comuns, levando tremenda goleada do Atlético de Madrid. O mesmo ocorreu com Felipão após os inesquecíveis 7 a 1 da Alemanha nesta Copa do Mundo de 2014.

                                                                Festivas
 Por causa do nosso ritmo frenético de vida deixamos de prestar atenção ao nosso próximo. Às vezes falamos pouco até com filhos, esposa ou esposo. Primos e tios são lembrados nas datas festivas de final de ano. O vizinho do lado deixa de ser alguém interessante, até ouvirmos a notícia de que colocou fim à própria vida.

 Quantas vezes esquecemos de conversar com nossos filhos. Sentarmos ao lado deles na sala ou cama para sabermos o que fazem na escola ou faculdade. Questionar ou até mesmo perguntar a respeito de algum problema ou desabafo. Optamos pela tática do presente, de preferência eletrônicos. Esquecemos que presente não compra amor, porém amor adquire presentes.

 Hoje a solidão marca forte presença nos condomínios de apartamentos luxuosos. Da rua olhamos para o imenso prédio e imaginamos que ali só moram pessoas felizes, sem qualquer tipo de problema. Conheci um empresário residente num desses imóveis, decorado com mobília de bom gosto. A crise familiar envolvendo filhos e esposa quase o levou a pular pela janela na busca do alívio que a morte não iria lhe proporcionar.

 Outros, principalmente artistas e esportistas, após deixarem de interessar às colunas sociais, iludem a solidão com doses elevadas de drogas, principalmente álcool. Lembro de famoso cantor, que morreu fazendo sucesso, dono de voz linda e admirado por jovens nas décadas de 1970 e 1980. Num desabafo confessou que contratava prostitutas para dormir ao seu lado, quando estava sozinho em casa. Não fazia sexo com elas, deseja apenas companhia.

                                                                  Solitário
 Nem a fama e o dinheiro serviram para aplacar a dor de viver solitário. Nos shows era perseguido pelas meninas de 18 anos. Não era bonito, mas por causa da suas lindas canções, a maioria sucesso até hoje, precisava ceder aos abraços e beijos das fãs. As garotas desconheciam que o ídolo delas estava carente de carinho.

 O sucesso é algo solitário. O profissional vive esta experiência sozinho. Mesmo cercado de inúmeras pessoas. Cai no círculo vicioso de manter longe o fracasso. Passa a concentrar forças apenas no seu desempenho. Alguns nem dormem mais direito. Levam o trabalho para casa e dividem as tarefas com a família.

 Quantas pessoas não continuam discutindo com esposa e filhos o acontecido dentro da empresa. Falam do funcionário língua solta, do invejoso, da inveja e do puxa tapete. Em vez de falarem de assuntos relacionados ao casal, persistem nos assuntos de emprego. Quanto mais tempo de empresa tiver, essa postura vai perdurar. É a forma de mostrar sua importância naquele local.

 Nenhum empresário pratica caridade com trabalhador. Ele é pago para gerar lucro, manter a máquina funcionando em bom estado. Após deixar de render o necessário e passar a enfrentar problemas de saúde, logo sentirá o gosto amargo da demissão. Independente de quantos anos tenha naquele local. É regra básica do mercado.

                                                                 Filmes
 Porém o que leva um profissional cortejado pelo mercado, apesar de estar com 63 anos, resolver se matar? Como ocorreu com Robin Williams? A indústria do cinema dos Estados Unidos sabia que ele poderia continuar proporcionando muito lucro através de bons filmes. Não era alguém desprezível, igual carta de baralho, nem muito menos jogador de futebol já enfraquecido pelo peso da idade. Estava no ápice.

 Os seus familiares eram próximos dele ou vivia isolado dentro de casa? Tinham ouvidos abertos sempre para os desabafos dele ou apenas gostavam dos personagens inesquecíveis interpretados nos inúmeros filmes em que trabalhou? Talvez nunca iremos conhecer as respostas. Quem poderia falar a respeito disso levou esse segredo para o além: o próprio Williams.

 Que a morte desse grande ator sirva de alerta para todos nós. Precisamos abrir nossos olhos e passar a prestar atenção aos nossos familiares. Investir tempo visitando amigos e parentes que não vimos há muito tempo. Jogar um pouco de conversa fora. Deixar de lado, por algumas horas, a massacrante rotina profissional. Sentarmos à mesa, sem qualquer etiqueta, comermos pão com as mãos, enfiarmos o dedo no copo de requeijão cremoso e colocarmos a conversa em dia.

 Ficar em silêncio ouvindo o nosso amigo ou parente falar de suas lutas e vitórias. Prestar atenção aos projetos que ainda sonha concretizar, mesmo que para nós pareçam utopias. Tudo de forma bacana, deixando smartphone desligado, longe das infalíveis redes sociais, para sermos instrumentos que possa impedir aquela pessoa de achar que o problema da solidão é resolvido pelo suicídio. Como animais sociais, o individualismo não deve continuar prevalecendo em nossas vidas.


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Hamas e Israel, quando extremistas brigam quem sofre é o povo





Crianças mortas na ofensiva israelense na Faixa de Gaza

Luís Alberto Alves

 Hoje (08) com quase 2 mil mortos, entre eles 430 crianças, a ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza mostra que os extremos nunca vão entrar em acordo. Eles lutarão até o fim tentando se aniquilar, igual o cachorro correndo atrás do próprio rabo. Do lado hebreu, a extrema direita tem o controle do governo do país e abusa do poder bélico para aniquilar a gestão terrorista do Hamas.

 Já faz algum tempo que Israel é atacado pelos foguetes lançados pelos extremistas escondidos em Gaza. Antes, quando ela estava sob controle da All Fatah, grupo político mais moderado dos palestinos, dirigido muitas décadas por Yasser Arafat, existiam atentados, mas havia boa vontade de negociar a paz com os israelenses.
 Após serem expulsos do poder pelos malucos do Hamas, a população civil passou a sofrer, quando a extrema esquerda assumiu o governo. Satélite do Irã, os terroristas desse bando de doidos prometeram aniquilar Israel do Oriente Médio.
Tanque israelense atacando guerrilheiros do Hamas 

 Para entender essa piada de mau gosto, é o mesmo de um lutador raquítico e despreparado desafiar nos bons tempos o boxeador George Foreman ou Joe Frazier para o combate ou alguém dirigindo um carro caindo aos pedaços ousar entrar na pista de Fórmula 1 e tentar vencer a Ferrari ou Williams.

 Claro que a reação israelense foi desproporcional. Usaram tiro de canhão para matar formiga. Orientados por um governo de extrema direita, envenenados pelos políticos do Likud, partiram rumo ao combate e transformaram a Faixa de Gaza num pedaço do inferno. A população civil pagou pelas bravatas dos dirigentes do Hamas.

 A palavra paz é desconhecida pelos governos de Israel e Hamas, ambos dominados por extremistas. No meio ficam os pacifistas, tanto do lado judeu quanto do palestino, cansados de tanto derramamento de sangue. Entenderam que nessa luta, os beneficiários são os mercadores de armas, interessados em manter eternamente essa guerra.

 O povo judeu sofreu muito na Segunda Guerra Mundial, entende a dor de viver a perseguição, de perder parentes embaixo de bombas ou fuzilados no paredão. Os pacifistas israelenses entendem a dor de pais palestinos obrigados a enterrar filhos ou toda família, a cada bombardeio desferido contra a Faixa de Gaza.

 Mas eles são minoria. Neste conflito infelizmente quem acaba ganhando é  o terrorismo semeado pelo Hamas e a sede voraz das Forças Armadas israelense. Mesmo que seja assinado algum acordo. Logo ele será quebrado. Extremistas nunca vão sentir bem com a calma trazida pela paz. Infelizmente o cheiro doce de sangue e ardido das bombas caindo no campo de batalha os domina há várias décadas.