Claudio Carsughi trabalhou 58 anos na rádio Jovem Pan |
Luís
Alberto Alves
A demissão do jornalista Claudio Carsughi, 83
anos, na segunda-feira (13) após 58 anos trabalhando na rádio Jovem Pan revela
a postura de caráter duvidoso de alguns veículos de comunicação. Décadas atrás
a Band Am mandou embora o repórter Bahia Filho, com mais de 30 anos de casa.
Repetiu a dose colocando na rua o locutor esportivo Fiore Giglioti, após 38
anos de emissora.
Essa regra é aplicada em jornais, revistas e redes
de televisão. É só chegar ao pedaço algum diretor metido a besta, ávido em mostrar
serviço. Geralmente jovem, cheios de teorias e raquíticos em experiência de
vida, chutam para escanteio profissionais já rodados. É a famosa história de
trazer sangue novo.
Locutor Fiori Giglioti demitido após 38 anos na Band Am |
Encontrei com Carsughi várias vezes nas
coletivas de imprensa de montadoras de automóveis. Apesar de mais de 80 anos,
sempre fez comentários serenos. Mesmo famoso, por causa da grande capacidade
jornalística, nunca apareceu como estrela. Respeitava até as perguntas sem nexo
de jornalistas recém-saídos da faculdade. Postura de mestre.
Algumas pessoas perguntam o motivo de
determinados veículos de comunicação engatar primeira marcha rumo ao abismo. É
agindo igual a Band Rádio e Jovem Pan. Por coincidência as duas empresas passam
dificuldades, reduzindo drasticamente o quadro de funcionários.
O grande problema é que trabalhador comum, sem
talento e grande experiência, se acha facilmente. Agora encontrar alguém do
porte de um Carsughi, expert em automobilismo e futebol não é fácil. É o mesmo
que o time do Santos tentar substituir Pelé, o tênis feminino procurar
preencher a vaga deixada por Maria Esther Bueno e a Fórmula-1 descobrir outro
Ayrton Senna.
Infelizmente a diretoria de RH de várias
empresas não pensa com cérebro, usa a conta bancária para encontrar a chave do
sucesso. Em jornalismo, o talento é peça jovem para alavancar anúncios
publicitários. Determinados profissionais são sinônimos de confiança no
mercado. Por causa da credibilidade conquistada há vários anos. A Jovem Pan
preferiu apostar em comentaristas fascistas para puxar o saco de uma minoria
reacionária. Vai descer a ladeira rumo à falência rapidamente.
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