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quinta-feira, 30 de abril de 2015

“Pagar com a vida é excessivo demais”



Gularte a caminho do fuzilamento 

Luís Alberto Alves

 Essas foram as últimas palavras ditas pelo traficante brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42 anos, antes de receber os tiros desferidos pelo pelotão de fuzilamento na madrugada de quarta-feira (29), e tarde de terça-feira (28) na Indonésia, onde foi condenado à morte por tráfico de drogas.

 É ruim pagar com a vida em qualquer circunstância. O ideal é cumprir pena rígida numa prisão, talvez perpétua para tirar qualquer desejo de achar que o crime é boa alternativa de enriquecimento. Porém não é assim a realidade. Principalmente na venda de drogas.

 Será que Gularte pensou nas inúmeras pessoas que pagaram com a vida ao ficarem vários anos escravas dos malditos papelotes de cocaína, que ele ajudou a vender? E as adolescentes, fisgadas pelo falso brilho transmitido por esse pó, que mais tarde descobriram as dores da dependência química? E para manter o vício passaram a vender o próprio corpo, se transformando em farrapos humanos?

 Nos 29 anos vividos no submundo do tráfico de entorpecentes, Gularte pensou nos pais que tiveram suas vidas destruídas financeiramente e emocionalmente ao enfrentar o martírio de ver um filho ou filha aniquilados pela droga? Ele pensou naquela mãe desesperada ao ver o filho roubando eletrodomésticos dentro de casa para saciar o desejo de cheirar mais uma carreira de cocaína?

 Pensou no dependente químico, completamente destruído, sem um centavo no bolso para alimentar o vício e por não ter condição de pagar mais pela droga, entrou no time dos marcados para morrer, a mando, talvez, dele mesmo. Afinal de contas traficante cobra dívida com balas de revólver ou pistola.

 Nunca defendi a morte de ninguém, nem dos piores dos criminosos. O único com poder para retirar a vida é Deus, pois Ele nunca erra. Os humanos sim. Ao entrar para o tenebroso mundo do crime, principalmente do tráfico de entorpecentes, Gularte precisaria ter em mente que começava a cavar o buraco da própria sepultura. Poderia não ter pago com a vida e quem sabe viver muitos anos, caso estivesse no time dos honestos. Dos cidadãos do bem. 

Escolheu o caminho errado e pagou alto preço. No mundo do crime, nunca se tem um final feliz. Que o diga o supertraficante Pablo Escobar, integrante do círculo dos homens mais ricos do mundo na década de 1980. Morreu fuzilado e sua família foi obrigada a abandonar a Colômbia para não perder a vida.


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