Novo shopping custou R$ 500 milhões e será inaugurado hoje (30) |
Luís
Alberto Alves
A construção do Shopping Cidade São Paulo,
inaugurado hoje (30) no cruzamento da Avenida Paulista com Rua Pamplona,
Centro, é o elogio à ignorância e desrespeito ao trânsito. Investimento de R$
500 milhões, trazendo no bojo o velho argumento de geração de mais empregos
diretos, deixou de lado o impacto, principalmente no horário de pico, numa das
mais importantes vias públicas da cidade, próxima a diversos hospitais.
Por razoe$ de$conhecida$ a Prefeitura não
exigiu o Estudo de Impacto de Vizinhança, pelo fato de ser obra de grande
envergadura. O estacionamento caberá 1.557 veículos. Imagine final de ano ou
mesmo datas festivas onde este tipo de estabelecimento registra grande acesso
de consumidores. Em dias normais, no encerramento de expediente, o
congestionamento é rotina na Paulista.
Já entrou no calendário turístico os eventos
alusivos ao Natal realizados nessa avenida, atraindo muitas pessoas e carros,
dificultando o tráfego, refletindo inclusive na estação Paraíso do Metrô e Rua
Vergueiro, pouco distante do início da Avenida Paulista.
Nenhum consumidor entra num shopping igual
robô. O entra e sai é comum. Resultado: fila de veículos na Rua São Carlos do
Pinhal, paralela à Paulista. Ela atravessa a Alameda Campinas. Caso os carros
comecem a se locomover lentamente, e isso vai acontecer, impactará na Alameda
Campinas e Joaquim Eugênio de Lima, refletindo na Paulista. Daí para frente é o
famoso efeito dominó: milhares de motoristas parados, mesmo diante de semáforos
abertos.
Para quem não mora na capital paulista, esse
artigo pode parecer algo maluco. São Paulo, cidade com 12 milhões de
habitantes, tem extensa frota de veículos. Suas ruas, maioria estreitas e
cheias de buracos, são insuficientes para comportar os milhares de automóveis
que circulam pelas vias públicas. Congestionamento é rotina para o paulistano.
Para se entrar no trabalho às 8h da manhã, dependendo da região, é preciso sair
de casa três horas antes.
Por falta de praia, o lazer da população dessa
cidade é visitar shoppings, principalmente nos finais de semana. Numa sacada
comercial, vários desses estabelecimentos criaram praças de alimentação
reunindo diversos restaurantes e lojas de fast food. Muitas pessoas vão a esses
locais para almoçar ou jantar. No final de ano, as famosas compras atraem
milhares de consumidores, pois encontram no mesmo local inúmeras lojas onde
podem “queimar” o famoso dinheiro do 13° salário.
Agora não adianta chorar o leite derramado.
Para quem precisa utilizar a Paulista todos os dias, para ir e voltar ao
trabalho, é preparar o ânimo, visto que o congestionamento crescerá na região.
O poder público, infelizmente, faz vistas grossas para empreendimentos onde
milhões são investidos. Quanto à população, que se acostume a ficar presa no
trânsito muito tempo.
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