É geração que acredita que na vida sempre estaremos por cima |
Luís
Alberto Alves
Dentro do Metrô de SP uma cena me chamou
atenção: vários passageiros navegavam na internet enquanto sentado em outro
banco, um idoso estava praticando o hábito que oxigena a mente: estava com
livro nas mãos, lendo. Algo raro atualmente, porque a geração “plugada” deixou
esse hobby de lado.
Tudo gira em torno das redes sociais. Gosta do
descartável. Não se aprofunda, nem procura entender quais motivos determinaram
a atitude de uma autoridade ao vetar um projeto de lei ou mesmo por qual razão
mandou o recado, de forma dura, através dos telejornais.
Passado para os jovens deste século 21 é algo
careta. Pedir para pensar em algo ocorrido no final da década de 1970 é
considerado sacrilégio. Não prestam atenção aos telejornais ou mesmo blogs de
notícia. Só vale a pena olhar besteiras, sem pé e cabeça.
A vida para essa parcela da população se
resume a ficar sentando horas diante do computador “conversando” com amigos
virtuais, os quais, talvez, nunca tiveram nenhum contato físico. Quando enjoam,
apertam a tecla del e os retiram do caminho.
O descartável exerce grande fascínio para
eles. As meninas, por exemplos, têm horror ao hábito de cozinhar. Preferem a
horrorosa comida das lanchonetes de fast food, carregada de gordura saturada e
sódio. A maioria, sequer, sabe fritar um ovo.
Compram roupas, usam poucas
vezes, e logo é abandonada num canto do quarto ou mesmo sala. A bolsa, alvo de
intenso desejo, não dura muito tempo. É aposentada rapidamente. Se comparado ao
sexo, é a geração que perde a excitação velozmente. Tudo para eles é
descartável.
Em algumas festas de 15 anos, exigem dos pais
o doce “bem vivido”. Falam que já estão velhos e precisam dessa lembrança da
época em que eram “jovens”. Absurdo do absurdo. Por causa da forte dependência
da internet perdem o contato com a realidade, pois no mundo virtual tudo muda
em grande velocidade. Na vida real, o processo é lento, até para se aprender o
valor da vida.
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