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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Complexo Cantareira está perto do colapso



Se dentro de seis meses não chover o suficiente para repor as perdas, faltará águas para 6 milhões de paulistanos

Luís Alberto Alves

 Mesmo com as tempestades que desabaram sobre São Paulo, o Complexo Cantareira (as três represas: Jaguari/Jacareí e Atibainha) prossegue com pouca água. Em novembro, o volume de água das chuvas não foi suficiente para estancar a “hemorragia” do sistema responsável pelo abastecimento de 6 milhões de paulistanos.

 A situação é mais crítica do que a apresentada pela Sabesp (Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Para encher completamente o  sistema Cantareira, é preciso chover muito nos próximos meses, como se fosse dilúvio.

 Infelizmente a água é parecida com dinheiro: quando ele entra na conta (reservatório) é fácil de gastar (descarga, banho e lavagem de louças e roupas prolongados). Mas para deixar a conta corrente no verde é preciso trabalhar bastante. Para se ter uma idéia deste drama; a descarga do banheiro consome 18 litros de água num simples aperto na válvula para deixar o vaso sanitário limpo e em condições de uso. Ficar embaixo do chuveiro durante meia hora consome 90 litros.

 Ao multiplicar o gasto de 6 milhões de habitantes, incluindo indústrias e comércio, é possível descobrir o motivo de o Complexo Cantareira continuar vazio, próximo do colapso total. Uma família de quatro pessoas usa, em média, 25 mil litros de água por mês, em condição ideal. Calcule um prédio de 20 andares, de quatro apartamentos, totalizando 80 moradias. Multiplique este número por 25 mil litros. Só neste edifício mensalmente são absorvidos 200 mil litros de água.

 Infelizmente estamos gastando mais água do que a reposição feita pela baixa quantidade de chuva dos últimos dias. Como comparei linhas atrás, de que a água é semelhante ao dinheiro, pois sai fácil e rapidamente das torneiras, porém é difícil de fazer sua reposição. O Complexo Cantareira cheio tem 1, 047 bilhão de m³ de água (cada m³ equivale a mil litros), cobrindo uma área de 50 km² (cada km² tem o tamanho de cem quarteirões).

 Com a atual seca que atingiu o sistema, o volume de água baixou dos 1, 047 bilhão de m³ para 140 milhões de m³, ocupando uma superfície de 16 km², deixando à mostra uma área de 34 km² de terra e lama. Para piorar, a retirada do segundo volume morto vai reduzir para 42 milhões de m³ de água, diminuindo a área coberta por água para 8 km².

 A Sabesp já retirou o primeiro volume morto, totalizando 182, 5 milhões de m³. O segundo volume, de 106 milhões de m³, também já passou a entrar nas torneiras dos 6 milhões de paulistanos. Nas represas de Jaguari/Jacareí ainda é possível retirar 99 milhões de m³ e depois não é possível fazer mais nada. A natureza tem seis meses para encher de água o Complexo Cantareira, pois este é o prazo para se esgotar o pouco volume de água que ainda resta neste sistema. Caso isso não ocorra, o negócio é comprar cactu para retirar água de seu caule. Do contrário......


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