Chapolin calorado parodiava os super herois americanos |
Luís
Alberto Alves
Humor verdadeiro é simples. Quando conquista o
coração das crianças. Elas são sinceras. Descobrem facilmente a manipulação. O
criador de Chaves era mestre neste quesito. Seus quadros não exigiam cenários
luxuosos. As frases curtas, mas de efeito, logo caiam no gosto popular. Ficou no
ar vários anos nas emissoras de televisão de todo o mundo. Inclusive no Brasil.
Infelizmente após a perda de Chico Anysio, da
retirada do ar do programa Casseta & Planeta, já baleado com a morte de
Bussunda, o gênio daquela turma, Jô Soares optando pelas entrevistas e Agildo
Ribeiro sem motivação, fica difícil sorrir com a atual safra de humoristas.
Retiraram a graça e colocaram a intelectualidade para tentar conquistar as
mentes dos telespectadores.
Os redatores precisam entender de que para
fazer sorrir é preciso adotar a mesma tática das piadas de rua: tudo simples,
mas cheio de graça para fazer alguém feliz. Nem que seja por alguns segundos. A
tática de Bolaños era usar situações do cotidiano para provocar o riso. Ele
conseguia.
Quando olhamos para o personagem Chaves, com
aquela touca usada por velhos e roupas surradas, pensamos que ele estava
fazendo gozação com a gente, sentada diante da televisão. Mas ao abrir a boca,
tudo mudava. Não se percebia o cenário pobre, talvez de propósito, para entrar
nas casas dos telespectadores de baixa renda e até da classe média, o foco
persistia no humor sem frescuras.
Essa é a razão do velório de Bolaños ter sido
realizado no estádio Azteca, na cidade do México. Por mais engenhosa que seja a
máquina da ilusão, conhecida como televisão, ninguém consegue conquistar o
coração e as mentes do telespectador sem ter carisma. Os falsos humoristas não
resistem ao tempo. Ao assistirmos as tiradas inocentes de Chaves, percebemos o
quanto Bolaños era verdadeiro na arte de fazer rir, mesmo usando frases
simples. Entrou para história.
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