Tecnologia sofisticada que aproxima e afasta pessoas |
Luís
Alberto Alves
Hoje milhões de pessoas são reféns da ditadura
do celular. Não conseguem sair de casa sem este telefone móvel. Mesmo no
banheiro, sentados no vaso sanitário, ficam livres dele. Nos restaurantes,
durante almoços em grupos, ou até mesmo ao lado de familiares, virou rotina as
pessoas navegando na internet ou no wathsApp.
As relações ficaram frágeis. É mais fácil
falar com alguém que esteja no Exterior ou mesmo em outras regiões do Brasil,
do que conversar ou prestar atenção ao que diz o filho, filha, marido ou
esposa. O distante ganhou status de interesse. Quem está perto acabou de lado.
Não merece mais atenção.
Nas reuniões de trabalho são regra os
participantes ouvindo as instruções do chefe ou diretor, porém munido de
celulares. Outro terror são os famigerados salfies. Nem mesmo velório escapa
dele. Virou espécie de prova. É preciso se auto fotografar comprovando que
esteve naquele local. Os jovens abusam de tudo. Alguns fazem selfies com o
rosto inchado e olhos cheios de cera ao acordar.
Infelizmente a mesma tecnologia que aproxima
o parente distante, possibilitando envio de fotos e vídeos familiares, é usada
para destruir as relações. Maridos e mulheres deitam, ambos de celular nas
mãos. Em vez do carinho e até relação sexual, os dois preferem circular pela
internet até o sono chegar.
O trânsito já registra acidentes provocados
por motoristas que conduziam o veículo, com uma das mãos e a outra usava para
digitar no celular. É rotina o semáforo abrir, e o carro continuar parado.
Motivo: as redes sociais ou o famoso whatsApp prendem a atenção daquele alguém,
despreocupado com a imensa fila de veículos atrás de si.
Por causa das inúmeras ferramentas existentes
nos atuais celulares, desde jogos a aplicativos possibilitando baixar músicas,
vídeos, livros e outras “guloseimas” eletrônicas, as pessoas viraram reféns deste
aparelho. Agora tudo gira em torno dele. Como se fosse a peça mais importante da
vida. É perigoso quando uma sociedade passa à condição de reféns de uma
máquina, deixando em segundo plano as relações pessoais.
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