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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Aumento de divórcios revela falência do casamento?




Luís Alberto Caju

  Pesquisa divulgada neste mês revelou que 2013 teve aproximadamente 18 mil divórcios no Estado de São Paulo. Este número revela o total de casais que procuraram a Justiça, por meio de cartórios, para cada um seguir seu rumo. Números aparentam, geralmente, frieza. É preciso análise profunda, como recomenda a Sociologia de que não há problema sem causa.

 Quais as razões por trás do pedido de separação em definitivo? De não desejar mais encontrar aquele alguém, que num passado bem recente era a razão de viver e por ele (a) qualquer sacrifício seria válido? Vários estudiosos, principalmente os terapeutas, dizem que as pessoas mudam.

 Hoje os relacionamentos sentimentais mais parecem corridas de Fórmula 1. Conheceu o outro ou a outra numa festa, transou na mesma noite e poucas semanas depois correm para o cartório, quando fazem isto, e se casam pensando em viver juntos eternamente.

 O principal atrativo neste tipo de união é o sexo. Quanto mais a mulher for gostosa e bonita e o homem for do estilo pegador, daqueles parecidos com máquinas de fazer amor, terá muita chance de entrar no coração de mulheres fragilizadas sentimentalmente.

                                                      Alpinismo social
 O dinheiro é outro componente a engrossar o caldo da conquista. Numa era de alpinismo social, várias meninas candidatas a musa de qualquer moda, imaginam que o lado financeiro funciona como calmante do coração. De preencher o vazio da saudade, de saciar a vontade de estar ao lado de alguém que nunca tem tempo disponível.

 Há casos de pessoas candidatas a casamento apenas como instrumento de fuga. Não aguentam mais viver dentro de casa com o restante da família, onde precisa cumprir determinadas obrigações impostas por pai e mãe. Usam o matrimônio para sair dessa panela de pressão, imaginando que ao lado do futuro marido, tudo será cor de rosa.

 Muitos, tanto homens quanto mulheres, pensam que o tesão é eterno. Que num casamento é possível transar todos os dias, com sexo de manhã, ao sair para o trabalho, outra rapidinha na hora do almoço, e triunfal quando chegar em casa de noite. Não é nada disso. A realidade é diferente.

 Nas primeiras semanas de lua de mel é muito forte a atração entre o casal. De não querer sair da cama ou mesmo fazer amor em qualquer lugar da casa, num desejo como ocorre com os animais na época do cio. Mas tudo enjoa. Ninguém consegue comer doce o dia todo ou mesmo durante o transcorrer da semana. O organismo exige mudança.

                                                            Inebriante
 Começam a aparecer as diferenças, que na época de namoro eram invisíveis ou nenhum dos dois desejava enxergar. A mulher linda, toda produzida, sem maquiagem, despenteada, principalmente no período de TPM, passa a perder o brilho. É chata, ranzinza, egoísta, orgulhosa, metida, anti-higiênica e desorganizada, deixando absorvente sujo jogado no canto do banheiro e roupas íntimas espalhadas pela casa.

 O príncipe bem vestido, de cabelos cortados no estilo da moda, trajando roupas e sapatos de grife, perfume inebriante, barriga “tanquinho” é irresponsável. Não consegue administrar suas finanças corretamente, tem uma péssima vida profissional. Pula de emprego como macaco de galho. Dentro de casa joga pela janela o espírito solidário, sem nunca colaborar com nada.

O passar do tempo vai mostrando mais diferenças entre o casal. Logo acende a luz amarela de atenção. O primeiro sinal é a falta de diálogo. Quem passava horas diante da rede social ou mesmo no telefone na época de namoro parte para o ostracismo. O diálogo fica escorado apenas em monólogos: “Olá”, “Oi”, “Tá”, “Bom”, “Sei”, “Correto”, “Entendi” etc.

 A mulher não sente mais o grande tesão pelo marido. Para evitar relações sexuais apela para as famosas dores de cabeça. O homem coloca em campo o cansaço do trabalho e indisposição para pensar em qualquer coisa. Quando saem juntos (os passeios escasseiam) raramente estão de mãos dadas. Parecem dois estranhos na rua.

                                                         Mofo
 Nenhum deseja ir à casa do sogro ou sogra. Preferem fazer as refeições, aos domingos, cada num local da casa. Ele diante da televisão para não perder o jogo de futebol, e a esposa no quarto de olho nas fofocas de artistas de novelas. Não demora em o marido sair e tomar a cervejinha na padaria da esquina e depois esticar para o jogo de bilhar ou futsal.

 A mulher começa explodir, quando não tem empregada, e se depara com a montanha de roupas para passar. A limpeza da casa há muito deixou de ser feita corretamente. A sujeira começa aparecer nos azulejos do banheiro, da cozinha e lavanderia. O cheiro de mofo logo vai invadir o quarto do casal, pois as janelas só vivem trancadas.

 O tempo para as festas de época de solteiros fica escasso, pois não é possível manter despesas domésticas gastando muito nos bares e shows musicais. Nesse caso pesa muito as despesas do casamento, principalmente de móveis, compra ou aluguel do imóvel. O dinheiro do casal desaparece igual pólvora no fogo. Logo surgem as discussões e comparações: “como não percebi que você era uma “Maria Gasolina”, “piranha de festa”, diz o marido.

 “Meu Deus onde estava com a cabeça para ver que iria me envolver com um cafetão, explorador de mulher. Inútil, que não consegue lavar nem o prato onde come”, retruca a esposa. Neste clima aparecerão discussões e até agressões verbais e depois as físicas, com direito a boletins de ocorrência na delegacia.

                                                          Felicidade
 Às vezes essa situação perdura poucos meses ou até três ou seis anos. Quando não aparecem os filhos, pois muitas meninas já casam grávidas, numa estratégia para não deixar escapar o futuro marido. As humilhações de ambos os lados crescem sem parar até chegar o momento crucial de cada um seguir seu caminho à procura da felicidade, que se tornou utopia.

 Poucos conseguem compreender que casamento significa renúncia. Cada um precisa ceder. Não existe o dono da razão. Deve existir solidariedade entre ambos. Consciência de que relacionamento sentimental não se baseia apenas em sexo, mas em respeito e apoio ao outro num momento de dificuldade. Que às vezes é preciso se calar para não deixar uma palavra mal colocada magoar profundamente quem escolhemos para ficar ao nosso lado eternamente.

 Consciência para entender que o casamento real não se parece com os filmes de Hollywood, onde tudo funciona perfeitamente. Existem os dias de sol, mas também aqueles de frio e chuva. Das alegrias das conquistas no emprego e faculdade e também das tristezas de uma demissão injusta ou mesmo de ser vítima de assalto, onde as ameaças dos bandidos de armas em punho deixaram marcas profundas no coração, semeando a paranoia dentro de casa durante um tempo.

                                                           Disposição
 Marido e mulher precisam entender que não serão lindos para a vida toda. O homem de corpo atlético vai precisar das caminhadas e corridas aos finais de semana ou durante as manhãs, para manter à distância a celulite que teimosamente ousa se instalar na sua barriga e rosto. Os cabelos ficarão brancos, os dentes vão se amarelar e a disposição, até para fazer amor, diminuirá.

 A mulher linda, que deixava todos boquiabertos numa festa vai sentir, também, o impacto da chegada do tempo. As rugas lentamente invadirão seu rosto. Os cabelos pretos cederão lugar aos grisalhos. A celulite vai pegar pesado nas suas pernas, principalmente coxas e barriga e braços. Os filhos vão consumir sua mente com preocupações que todo pais têm.

 Quem conseguir entender profundamente essas diferenças e conciliar os ânimos quando acirrados e lutar para que dois sejam um, como está escrito na Palavra de Deus, no livro de Coríntios, pelo apóstolo Paulo, vai conseguir compreender que o casamento é uma sociedade, que para dar certo os dois sócios precisam trabalhar muito em completa sintonia. Do contrário virá a falência, com o nome de divórcio.  


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