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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A fúria da mãe natureza




Desmatamento acelerado da floresta amazônica

Luís Alberto Caju

 Os homens abusaram da paciência da natureza. Não tiveram bom senso de pisar no freio. Influenciados cada vez em ganhar mais dinheiro derrubaram florestas inteiras, desapareceram com pântanos, desviaram cursos de rios, envenenaram o ar de gases tóxicos expelidos de milhões de chaminés, subiram os sopés das serras e ali construíram centenas de milhares de loteamentos. As nascentes de águas puras logo se tornaram sujas por causa do esgoto doméstico.

 Quando ecologistas alertaram que o futuro da população mundial corre risco, logo receberam o carimbo de radicais da natureza. Durante alguns anos prestei assessoria ambiental e conheci de perto a fúria do dinheiro contra o planeta. Presenciei uma cidade nas Minas Gerais, histórica, mas repleta de rachaduras. Algumas delas passa a mão inteira, afundando lentamente.
Parte do Espírito Santo ficou embaixo de água no final de 2013

  Causa da tragédia é a exploração de poços artesianos perfurados por uma multinacional. Ela retira diariamente quase 1 milhão de litros de água, engarrafa e ganha muito dinheiro. Dentro de alguns anos, segundo engenheiros hídricos, parte da cidade vai ceder, porque a saída de grande volume de água deixa o solo oco.

 Em outras regiões do Brasil a cena se repete. O silêncio das autoridades é comprado com bastante dinheiro. A população só percebe o estrago quando as residências começam a afundar e as paredes enchem-se de rachaduras. A cidade de Ribeirão Preto já apresenta esse problema, porque a prefeitura resolveu retirar água de poços artesianos para engordar o saneamento básico. Resultado: determinados bairros apresentam o solo rachado, inclusive ruas e avenidas.
Cidade Itaoca (SP) após fortes chuvas


 A floresta amazônica já perdeu milhões de pés de árvores. Encheram-se de pastos. De avião é possível enxergar os enormes clarões naquela região, que 50 anos atrás era conhecida como “inferno verde”. Tudo em nome do agronegócio. Grileiros de terras invadem aldeias de índios, e derrubam árvores que estavam de pé há mais de 60 anos. Algumas precisavam de 15 pessoas abraçadas para contornar sua circunferência. A bancada ruralista no Congresso Nacional defende a destruição para garantir dinheiro na conta corrente.
Bancada ruralista aprova derrubada de milhões de árvores na Amazônia

 Os milhões de veículos despejam mais fumaça na atmosfera do que as fábricas. Calcula-se que a partir de 2018 sejam fabricados 5 milhões de unidades por ano. Haja pulmões para suportar tanta fumaça. Na atividade industrial, principalmente setor de bebida e laboratórios, são consumidos 60 mil litros de água por dia. As refinarias de petróleo gastam 1,5 milhão de litros diariamente na produção de diversos combustíveis.
Praça da Bandeira, Centro de SP, por onde passa o rio Anhangabaú, hoje coberto pelo asfalto


 O tempo passou e a mãe natureza começou a ficar irada. Em diversas regiões do mundo o clima ficou maluco. Inverno rigoroso nos Estados Unidos com quase 40º negativos, congelando rios, impedindo a locomoção de pessoas e prejudicando o trânsito, principalmente de aviões.
Inverno rigoroso nos Estados Unidos em 2013


 As enchentes tanto na Europa quanto nas Américas são cada vez mais arrasadoras. Em poucos minutos o volume da chuva é o equivalente ao calculado para o mês. Antes vem o calor. Sempre intenso. O Brasil enfrenta temperaturas elevadas. Virou rotina atingir 35º graus Celsius. Os reservatórios de águas baixam velozmente, reduzindo a capacidade de abastecimento.
Enchentes na Alemanha....


 Mesmo assim o homem não consegue compreender que ele é o grande culpado de tudo isso. Sua ganância é a responsável pelo caos climático. Ao derrubar tantas árvores na região Amazônica, o clima sofreu graves influências, pois caiu a capacidade de fotossíntese (troca do gás carbônico por oxigênio), aumentando as ilhas de calor e fortes chuvas.

Na Itália, em Veneza

 Os pântanos soterrados para virar avenidas, condomínios fechados ou até grandes empreendimentos comerciais dão o troco na época das tempestades: inundam tudo. Na verdade reocupam o lugar que o homem retirou dele. Às águas cobrem as ruas, por que ali era o local delas. Mas a ânsia para ganhar dinheiro cobriu de asfalto e concreto essas áreas.


 O homem só vai compreender a fúria da natureza quando perceber que ninguém come, bebe ou respira dinheiro. Caso chegue a esse limite, será muito tarde para reverter a situação. Precisa ter bom senso e pisar no freio rapidamente. Porque a natureza já sofreu muitos ataques da dita civilização. 
A fúria das águas na Europa Central

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