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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Relações sentimentais na era do “delete”


Nas redes sociais, adolescentes e jovens escolhem seus pares amorosos

Luís Alberto Caju

 As redes sociais fizeram a cabeça da nova geração de adolescentes e jovens, principalmente dos que estão na faixa dos 25 anos. Muitos cresceram sob impacto das relações superficiais construídas na internet. Alguns têm três mil “amigos”, mas só entrou em contato com 50 ou no máximo 60. Esteve junto numa festa ou mesa de barzinho com 10 ou 15.

 Foram condicionados a apagar rapidamente de suas páginas quem não acrescenta qualquer dividendo, mesmo em termos de fofoca. Visto que os diálogos são construídos em cima de frases curtas, a respeito de festas ou eventos onde poderão desfrutar de alguma vantagem com alguém.

 Com raras exceções, poucos ostentam bom vocabulário para manter um diálogo sobre qualquer tema. Para aparentar suposta sabedoria, acabam colocando trechos de textos de autores conhecidos ou mesmo de autoajuda, visando passar a imagem de alguém conectado com as novidades literárias.

 O maior perigo nesta nova geração é encarar as relações sentimentais como se estivessem dentro de uma rede social. Não têm estrutura emocional para resolver pequenos problemas, às vezes casuais. Rompem o relacionamento, como se os sentimentos das pessoas fossem apagados da mente e coração, quando se usa a tecla delete do computador.

                                                  Integridade moral
 É a geração que valoriza muito o hoje, agem de forma exagerada apostando todas as energias no presente. Deixam em segundo plano as boas atitudes, a integridade moral e espiritual de quem está ao lado. Os homens pensam apenas em levar para a cama a menina que conheceu na balada. Como se fosse troféu neste tipo de campeonato.

 As meninas acabam valorizadas quando passam pelas mãos de várias pessoas, sem qualquer preocupação que esteja fazendo o papel de prostituta que não cobra pelo programa. Caso algum rapaz goste dela, o espaço é curto no seu coração. Talvez consiga ficar ao lado daquele simpatizante dois finais de semana e logo a tecla “delete” será acionada e ele sairá de sua vida.

 São pessoas que valorizam excessivamente o visual: as mulheres gostam de roupas sensuais, principalmente bermudas ou shorts bem curtos, assim como saias mais parecidas com uma faixa de roupa abaixo da cintura. Para aparentar autoridade não abrem mão de sapatos de saltos bem altos e finos. Camisetas top, com umbigo à mostra, vários anéis e pulseiras imitando ouro ou prata e cabelos bem escovado ou passado por progressivas. Muitas delas usam calcinha tipo fio dental. A meta é ressaltar a sensualidade.
As mulheres abusam da sensualidade com roupas bem curtas e provocantes


 Os homens usam camisas ou camisetas e calças de grife, mesmo quando são jeans. Nos pés, os calçados são tênis caros e de marca. Óculos ray-ban também precisam ser de marcas de alto custo, para aparentar boa condição econômica. Alguns são frequentadores de academia e malham muito para ter corpo de atleta. Às vezes usam anabolizantes para obter rapidamente a musculatura que chame a atenção das meninas.

                                                  Potência do motor
 Este time da geração “delete” gosta de carro veloz. O preferido dos rapazes é o Golf, conhecido como automóvel de fuga pela polícia, por causa da grande potência do motor e ser bem rápido. Essa preferência era dividida pelo Stylo da Fiat. Ficam nesta seleção os modelos Astra e Vectra da GM, e o Audi A4, além das motos.

 O erro dessa parcela da população, que ainda está na 20º volta do Grande Prêmio da Vida, é colocar nas redes sociais tudo o que faz, até mesmo as besteiras. Sentem prazer em mostrar aos outros assuntos de sua intimidade, como quantas vezes saíram com determinada pessoa, seja ela homem ou mulher. As meninas não hesitam em dizer que fulano de tal é bom de cama ou apenas um fracassado metido à besta.

 Usam os outros como escada na busca pelo sucesso. Seja na escola ou trabalho. Caso receba indicação para entrar em outro emprego para ganhar salário maior, vai pedir a demissão rapidamente esquecendo o investimento que antigo patrão fez com ela. Nos relacionamentos amorosos repetem a mesma atitude. Não ficam ao lado de alguém que não tenha bom futuro (leia-se chance de ganhar bom salário). Os sentimentos são ignorados.

 Alguns cometem o absurdo de dizer que aos 20 anos estão velhos, quando essa fase da vida chega 45 anos depois. Têm grande preocupação com o visual, tanto homens quanto mulheres, deixando em segundo plano o conhecimento. Poucos mergulham de cabeça nos estudos. Vão à escola para marcar presença e obter o diploma, mas sem qualquer interesse de se tornar culto (a). O alvo principal são as festas, de sexta, sábado e domingo.

                                                 Independência financeira
 Costumam rotular a geração que passou dos 50 anos de careta e Caxias. Não gostam de repressão, mesmo quando erraram. Nas reuniões de trabalhos dividem a atenção com as redes sociais, sem demonstrar qualquer respeito com os demais. Consideram perda de tempo ter foco apenas num assunto. Gostam de fazer várias coisas ao mesmo tempo, ignorando os sentimentos de quem esteja ao lado.

 A palavra romantismo para a geração “delete” é resumida em relação sexual, de preferência rápida. Alguns cometem o absurdo de registrar aquele ato nos celulares, para mostrar a suposta sabedoria perante o restante da turma. As mulheres gostam de homens que as levem a lugares e shows badalados. Eles precisam gastar muito dinheiro, para mostrar sinais de independência financeira.
Nas relações da era das redes sociais, a poeira do tempo não se acumula, logo os parceiros são descartados


 Essa geração de adolescentes e jovens é muito ruim na arte de dançar e boa música. Alguns nem sabem quem são os Rollings Stones ou foram os Beatles. Falar de Tim Maia ou Jorge Benjor para eles é perda de tempo. Porque gostam de músicas curtas, sem qualquer conteúdo. De preferência as letras precisam ter vários refrões fáceis, composto de  palavras monossílabas como: hum, hum, lá lá laia, tchum tchum, bá, babá, upa, ripa etc.

 Os artistas que cativam a atenção da geração “delete” são classificados de cometa: logo aparecem e somem rapidamente. Muitos dos cantores e cantoras são armações de marketing das gravadoras. Conseguem fazer sucesso apenas nas grandes capitais do País, por que aparecem nos programas de auditórios das emissoras de televisão. Alguns não duram mais de dois anos na carreira. Logo são “deletados”, como fazem esses adolescentes e jovens que imaginam que relações sentimentais sejam iguais aos textos escritos num computador, que pode ser apagado sem deixar qualquer vestígio.


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