Postagem em destaque

Governo cria malha aérea emergencial para atender o Rio Grande do Sul

EBC   Radiografia da Notícia *  Canoas receberá 5 voos diários. Aeroportos regionais ampliam oferta *  Antes do fechamento, o aeroporto da c...

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Consumidor é incentivado ao supérfluo


A essência do supérfluo é fazer o consumidor gastar cada vez mais com algo desnecessário

Luís Alberto Caju

 Na época de final de ano, o consumidor é bombardeado a comprar produtos supérfluos. Mesmo quando não existe necessidade para adquirir determinado objeto. O televisor que ainda continua funcionando bem passa a parecer velho diante do novo modelo, repleto de dispositivos que na maioria das vezes não serão utilizados, como ocorre nos telefones celulares.

 A geladeira, de bom estado e conservando bem os alimentos há vários anos, vai perder espaço para o aparelho apresentado pela propaganda. O guarda-roupa ganhará ares de peça de museu virando candidato ao lixo, para ceder lugar ao outro que, apareceu no anúncio publicitário e ocupará o espaço naquele quarto.
 O forno micro-ondas, mesmo cumprindo as funções perfeitamente, dificilmente resistirá aos ataques desferidos pela televisão, internet, rádio ou páginas de jornal cheias de cadernos trazendo as últimas novidades para o próximo ano.

                                                  Modelo antigo
 Nem computadores escapam da guerra comandada pelo supérfluo. Os lançamentos incorporarão dispositivos que facilitarão a navegação na internet, o aumento da capacidade para armazenar arquivos de fotos, vídeos e textos. O modelo antigo acaba ganhando inúmeros defeitos para abrir caminho ao ocupante do cargo ocupado por ele naquela casa.

 O supérfluo ataca em todos os setores. As mulheres serão alvejadas no item calçado. O design e a textura do material, aliado a cores da estação, vão impactar a mente de esposas e filhas. Logo a sapateira será esvaziada e diversos pares ocuparão espaço. Alguns poucas vezes estarão nos pés. O que vale é atender aos desejos do mercado.

 Nesta mesma trilha entram as roupas. Elas precisam estar em sintonia com determinada estação. É caretice não renovar o guarda-roupa todo ano, mostrando falta de dinheiro ou sintonia com o mundo. No caso de adolescentes, ausência de novas peças de roupas pode passar a imagem de alguém pobre ou relaxado, sem conexão com o mundo.

                                                   Forte de opinião
 O homem é acertado com forte direto no estômago para trocar o modelo do carro, mesmo que ele ainda esteja em boas condições uso. Para o mercado não é bom alguém ficar com um automóvel mais de cinco anos. As montadoras, semelhantes aos cabeleireiros, sempre está mudando o visual do veículo, principalmente nas lanternas e faróis, assim como na grade da frente.

  Caso a pessoa não seja forte de opinião, todo final de ano cairá na armadilha proposta pelo comércio de trocar algo bom por outro novo. O enfoque não recai sobre o essencial, mas visa o supérfluo, que não precisa ser comprado. Nessa corrida maluca, o endividamento aumenta, porque nem sempre aquela mercadoria mantém a eficiência da antiga. Visto que entramos na era do descartável. De produtos que durem pouco ou apresente defeitos rapidamente, para acelerar sua troca.


 Numa sociedade amplamente consumista, onde as pessoas são avaliadas pelos objetos que têm dentro de casa, o automóvel que coloca na garagem e roupas que usa; fica difícil resistir ao assédio do supérfluo. Quem não tiver forte estrutura emocional, acabará caindo neste jogo para aumentar os lucros da indústria, na maioria das vezes oferecendo produtos de qualidade duvidosa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário