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sábado, 4 de janeiro de 2014

Quando se perde a capacidade de sonhar, a morte já começou a chegar


A concretização dos sonhos está no infinito horizonte de nossa mente

Luís Alberto Caju

 Lembro-me de um caso que aconteceu comigo, perto do ano 2000. Ocupando o cargo de chefia, percebi que um colega não estava mais rendendo. Não conseguia repetir boas reportagens. Observei pelo seu olhar que o desânimo era visível, semelhante ao jogador de futebol que entra no campo dizendo que o adversário já ganhou a partida, antes mesmo de tudo começar.

  Após algum tempo fui conversar com ele. Pedi explicação para o baixo rendimento. A empresa estava cumprindo a parte dela, proporcionando as condições necessárias para o exercício da função. Qual o motivo para queda da qualidade? Num tom amistoso, mas incisivo, queria conhecer as razões para o que estava acontecendo.

 Sentado diante de mim, ele olhou para o chão e depois fixou em meu rosto e disse numa pequena frase o motivo de tudo: “Não tenho mais sonhos”! O questionei. Era problema de saúde, de família ou se encontrava numa crise existencial? O rapaz reforçou que havia perdido a vontade de sonhar e saiu da sala, com o olhar perdido, como se estivesse à procura de algo oculto no horizonte de sua espiritualidade.

 As pessoas não são iguais. Ainda bem. Do contrário estaríamos mergulhados num abismo de totalitarismo, sem qualquer novidade. Algumas encontram forças no fracasso para avançar rumo ao alvo e obter sua conquista. Neste time estão os sonhadores, considerados malucos pela maioria. Quando o pai da aviação Alberto Santos Dumont (não os irmãos Wright nos Estados Unidos) insistiu que iria fazer um aparelho e voar, muitos o acharam maluco. Quando o viram dar a volta ao redor da torre Eiffel em Paris, o sonho virou realidade.

Na verdade o sonho é algo que existe apenas em nossa cabeça. Não está à disposição de quem está do lado. A letra de uma música, primeiro hibernou na mente do compositor, até se transformar numa série de palavras, ganhar melodia e chegar aos lábios do artista, entrando na galeria do sucesso. A canção “Yesterday”, dos Beatles, autoria de Paul McCartney, apareceu escrita num sonho dele. Ao acordar, a transcreveu e o resultado todos conhecem.

 O casamento é parte sonho e outra realidade. Muitos homens e mulheres planejam ficar juntos para sempre, mas esquecem de manter a casa chamada sonho em pé, ou como dizem os norte-americanos: dream house. O sonho é o combustível para fazer o carro andar, mas se ficar fora do tanque, o veículo continuará parado. As pessoas precisam acreditar e lutar pelo que sonha, aproveitando as condições para torná-lo realidade.

 Deve fazer igual ao homem que desejava ser engenheiro e procurava acompanhar a rotina dos trabalhadores numa construção de prédio. Perguntava para que serviam determinados instrumentos na obra. O uso constante do prumo no erguimento das paredes, o olhar constante na planta feita pelo arquiteto, o cuidado para o concreto não ficar muito duro e prejudicar o enchimento de colunas e lajes. Questionava o mestre de obras, o engenheiro sobre vários detalhes daquela construção. Quando entrou na faculdade parte do seu sonho já estava concretizado, o restante veio com a teoria ensinada nas aulas.

 Infelizmente várias pessoas matam os próprios sonhos ao não acreditar no potencial que existe dentro delas. Almejam conquistas, mas sem lutas. Pensam que tudo virá de mão beijada. O próprio Jesus Cristo disse aos seus apóstolos que no mundo eles teriam aflições, mas que nunca desistissem, que acabariam vencendo tudo, caso continuassem batalhando. Quando alguém deixa de sonhar, já começou a entrar na sepultura. Começou a morrer, basta apenas colocá-lo num caixão e enterrá-lo.



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