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domingo, 5 de janeiro de 2014

Na juventude se ganha força e reduzido juízo


No ringue da vida, o Tempo sabe desferir o golpes certeiros para derrubar qualquer adversário


Luís Alberto Caju

 Imaginem um jovem de 20 anos com a sabedoria de alguém de 50? Quanta besteira seria evitada. A violência teria índices muito baixos, pois em qualquer briga, o combustível do conflito é a falta de juízo. Às vezes para mostrar ao restante da turma que a valentia é o cartão de visita para resolver todo tipo de problema.

 Caso esteja ao lado de uma mulher bonita de rosto e corpo, o desaforo não será levado para casa. O troco virá rapidamente. Tudo em fração de segundos. A situação ficará pior quando entram armas na discussão. Logo um dos lados terá prejuízo.

 O curioso é que o jovem é agitado por natureza. Gostam de gritar e gesticular bastante para se impor. Outros reforçam usando roupas extravagantes, demonstrando quem manda naquele território. As meninas, a maioria, abusam de perfumes fortes e saias e shorts curtos, deixando bem à mostra que são gostosas.

 Aconselhar esse segmento da população é difícil. Poucos dão atenção. Em época de rede social, os olhos deles são cativos em computadores ou smartphones. Passam horas diante de uma tela fria “conversando” com os “amigos”. Compartilham besteiras, algo sem qualquer significado para vida, mas naquele momento é bom colocar naquela rede social o rosto inchado de tanto dormir ou os cabelos precisando de xampu.

 Pensam que tudo é conquistado com facilidade na vida. Afinal de contas o dinheiro dos pais ajuda bancar tudo. Até aquela roupa para ele mostrar à turma que está sintonizado com a moda. Nesta fase da vida sobra energia e falta juízo. Poucos, raros, conseguem canalizar a força em excesso para algo bom, como investir no estudo para ter uma velhice sem sustos, amparado numa profissão que renda salário excelente.

 Mas a força impede que a mente seja cativada por ideias brilhantes. O erro do jovem é imaginar que será forte para sempre. Terá energia suficiente para pular qualquer obstáculo. Que o mundo vai se curvar diante dele. Todas suas vontades serão satisfeitas. Nada irá impedi-lo de realizar seus sonhos, por mais absurdo que seja.

 Porém o professor Tempo é esperto suficiente para dobrar qualquer aluno rebelde. Vence pelo cansaço. Suas lições práticas doem na alma. Igual grande lutador, desfere golpes certeiros no local onde o adversário sentirá e perderá o fôlego e vai a nocaute. Com o Tempo não adianta usar qualquer tipo de força, pois ele consegue o domínio sobre todas.

 É quando se diz que a escola da vida ensina de forma rude. Os brigões logo aprenderão que não é vergonha conversar para evitar o conflito. Estender a bandeira de paz é melhor do que partir para o combate e sofrer grande derrota, e até a vida. Os espertos perceberão que nem sempre levar vantagem é sinônimo de vitória. Às vezes perder tem o gosto doce de ganhar algo.

 As meninas, com o passar dos anos, vão perceber que beleza não é eterna. As rugas chegam, assim como a flacidez e os temíveis “pneuzinhos”. O adjetivo “gostosona” logo começa entrar no museu, quando a pele do rosto não resiste mais às acnes, manchas e rugas. Notarão, ensinadas pelo Tempo, que o caráter é melhor do que a valentia e arrogância.

 Logo saberão a diferença entre coleguismo e amizade. São parecidos, mas diferentes na essência. Nessa época é quando a força começa ceder espaço à sabedoria. Os olhos se abrem para enxergar o que se esconde em cada situação, por mais insignificante que seja. É quando a boca demora em abrir e o ouvido é mais usado para ouvir. Os pés não entram mais em lugares que antes eram charmosos e atraentes. A preocupação com o amanhã começa administrar a vida.


 Nesta fase da vida, depois dos 40 anos, as pessoas percebem porque não existe general, brigadeiro nem almirante com 20 anos. Para que tragédias não ocorram, alimentadas pela arrogância, orgulho e falta de juízo. É quando o bom senso mostra como se deve agir em qualquer situação que possa surgir. 

Tudo para continuar a caminhada até o final da vida, em paz, porque nos cemitérios a população predominante são de valentes. Com a diferença que não poderão mais intervir em nada que acontece aqui neste mundo.

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