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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Jesus Cristo nasceu em 25 de dezembro?







Vista parcial de Belém da Judeia (Israel), cidade onde nasceu Jesus Cristo



Luís Alberto Caju


 Há muito existe polêmica quanto Jesus Cristo ter nascido no dia 25 de dezembro, quando se comemora o Natal. No primeiro livro do Novo Testamento, escrito pelo apóstolo Mateus, capítulo 2 está escrito: “Após o nascimento de Jesus  em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, eis que alguns sábios vindos do Oriente chegaram a Jerusalém”. Essa mesma informação consta tanto na Bíblia usada pelos evangélicos quanto por católicos.

 De acordo com estudiosos o primeiro calendário foi elaborado por Dionísio Exíguo, de Roma, no século VI. Ou seja 600 anos após a vinda de Jesus Cristo. Ele acabou adotado no mundo predominante cristão da época. Mais constatou-se que Dionísio errou em pelo menos 4 anos em relação ao mais antigo calendário romano.

 Em cima desses dados se descobre que Herodes, chamado “O Grande”, reinou  de 39 a.C a 4 a.C, quando mandou matar  todas as crianças de Belém, de até 2 anos, visando o extermínio do menino Jesus. É presumível que Cristo estivesse com 2 anos de idade e tenha nascido  5 anos do Anno Domini (ano oficial do nascimento de Jesus Cristo).

 Quanto à estrela que os sábios do Oriente enxergaram no céu, como ressalta o versículo 2, do capítulo 2, no livro apóstolo Mateus: “E , indagavam: “Onde está aquele que é nascido rei doso judeus? Pois do Oriente vimos sua estrela e viemos adorá-lo?”

 Segundo o astrônomo Kepler, séculos mais tarde, teria sido a conjunção dos planetas Júpiter e Saturno na constelação de Peixes, em 7 a.C. Na China o mesmo fenômeno foi observado no ano 4 a.C, e interpretado como o aparecimento de uma estrela variável, com surgimento e desaparecimento periódicos.

 O nosso atual calendário chamado de gregoriano, em homenagem ao Papa Gregório XIII substituiu o antigo, denominado Juliano, em 24 de fevereiro de 1582. Porém nem todos os países ocidentais o utilizam, como ocorre com Israel (atualmente no ano 5.774, cujo ano começa em outubro), Irã (segue o calendário muçulmano), Índia, Bangladesch, Paquistão, Argélia. A mudança levou cinco anos de estudos, sendo implantado lentamente em cada país. 

 Do antigo calendário Juliano foram retirados dez dias, corrigiu-se a medição do ano solar, estimando que este durava 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 12 segundos, equivalente a 365,2425 dias solares. Convencionou-se iniciar o ano em 1º de janeiro. Primeiro ele foi adotado na Itália, Portugal, Espanha e França, pela maioria dos países católicos europeus.

                                                Nascer da primeira estrela
 O começo do dia no calendário judaico é marcado pelo nascer da primeira estrela e termina com o pôr do Sol do dia seguinte. Ou seja, o dia dura uma noite e um dia inteiro, diferente do nosso, em que começa à meia-noite e termina na outra meia-noite, totalizando 24 horas. No calendário judaico, por exemplo, o dia pode começar a escurecer, às 18h30 ou 19h, podendo nesse caso ter 30 horas, em vez de 24.
 
No calendário judaico, o dia termina ao pôr do sol do dia seguinte
  A semana tem sete dias, mas com diferenças. Iom rishom (vai de sábado de noite até o fim da tarde de domingo), Iom sheni (segundo dia, de domingo de noite até segunda fim de tarde), Iom Shlishi (terceiro dia, de segunda noite a terça fim da tarde), Iom Revii (quarto dia, segue a mesma lógica), Iom Chamishi (quinto dia), Iom Shishi (sexto dia) e Iom Shabat (dia do cessamento, pois nele Deus não criou nada, apenas descansou).

 Outro detalhe curioso, é que o calendário judaico pode ter 12 ou 13 meses, dependendo da lunação, pois ele é baseado nos ciclos da lua. O seu primeiro dia de cada mês, cai sempre no dia de lua nova. O calendário deles se ajusta ao solar, como ocorre com o nosso (Gregoriano.

  Veja os nomes dos meses no calendário hebraico. 1) Nissan (30 dias), 2) Iyar (29 dias), 3) Sivan (30 dias), 4)Tammuz (29 dias), 5)Av (30 dias), 6) Elul (29 dias), 7) Tishrei (29 dias), 8) Heshvan ( 29 ou 30 dias), 10) Tevet (30 dias), 11) Shevat (30 dias), 12) Adar I (29 dias), 13) Adar II (29 dias).

 A contagem dos anos decorre da soma das idades de cada nascimento até uma data já conhecida, determinando-se a idade do mundo. Em outubro de 2013, os judeus entraram no ano 5.774. Por exemplo: Adão foi o primeiro homem, com 130 anos ele teve um filho chamado Seth, por sua vez gerou um filho com 105 anos a que chamou de Enos, que com 90 anos gerou Cainã, que com 70 anos gerou Maalalel, conforme Gênesis, capítulo 5, versículos 1 a 9.

                                               Calendário Judeu
 Os judeus contam os anos desde o tempo em que Deus criou o mundo. O ano 1 judeu ocorreu 3.760 anos antes do ano 1 do nosso calendário, conhecido como Gregoriano.  Porém, o calendário judeu tem os mesmos 12 meses, mas há diferença entre eles. Os meses não se chamam janeiro, fevereiro como o nosso. Têm nomes adaptados do antigo calendário babilônico e são maiores do que os meses do calendário Gregoriano.
Nome de Jesus escrito em hebraico


A Bíblia contém nome de sete meses que os judeus usam até hoje:
Kislev (Ne 1:1 e Zc 7:1)
Tebeth (Et 2:16)
Shebat (Zc 1:7)
Adar (Et 3:7 e 8:12)
Nisan (Ne 2:1 e Et 3:7)
Sivan (Et 8:9)
Elul (Ne 6:15)

A Bíblia também menciona quatro nomes antigos que não estão mais em uso e que se relacionavam com agricultura ou plantas:
Abib (Ex 13:4)
Ziv (I Rs 6:1, 37)
Ethanim (I Rs 8:2)
Bul (I Rs 6:38)

Os meses judeus começam com a "lua nova", noite em que no ciclo lunar a lua não está visível no céu. Considerando que a lua nova ocorre a cada 29,5 dias, o ano tinha 354 dias. Não se sabe como os judeus fizeram para ajustar os 11 dias restantes. Mais tarde adicionaram um mês extra (chamado Veadar) sete vezes num período de 19 anos para que seus meses pudessem acompanhar os anos.

 Muito importante de se ressaltar é que os meses tinham significados religiosos que marcavam importantes eventos em sua história. Consideravam sagrado o início de cada mês. Para eles, "a lua se levantará para a nação deles e o sol para o Messias" (Ml 4:2). Assim como a lua reflete a luz do sol, era esperado que Israel refletisse a luz do Messias para o mundo.

 Essa é uma idéia que se aplica aos cristãos também. Podemos nos considerar "luas" que refletem a luz de Jesus para todos ao nosso redor. Durante o período de 400 anos entre o fim do Velho Testamento e o início do Novo Testamento, alguns líderes tentaram fazer com que Israel mudasse seu calendário, que passou a ter 12 meses de 30 dias cada, o último com cinco dias extras adicionados. Esse calendário era mais preciso, embora o antigo ainda continue a ser aceito por eles.

 É com base neste calendário que muitos historiadores acreditam ser errado dizer que Jesus Cristo nasceu na noite de 25 de dezembro, como comemoram os cristãos. Ele era judeu, cuja a contagem das horas dos dias é diferente da nossa.  Se por exemplo fosse em dezembro, pelo calendário hebraico teria de ser no mês chamado de Sivan, com 30 dias. A meia-noite para eles pode ser às 18h30 ou 19h, que é quando escurece e aparece no céu as primeiras estrelas.

 Detalhe: no ano 1 de nossa era, cada povo tinha seu próprio calendário, inclusive os romanos, que na época governavam Israel, onde ocorreu o nascimento de Jesus Cristo. Naquela época ainda não existia o mês de dezembro.

 Os antigos judeus não se referiam às datas como fazemos hoje (por exemplo, 21 de agosto). Em vez disso, se queriam se referir a um dia especial contariam quando o evento relevante aconteceu , tal como o ano em que determinado rei começou a reinar. Essa é forma que freqüentemente encontra no Velho Testamento.

 Os escritores do Novo testamento mantiveram essa prática. Algumas vezes também relacionavam os dias a algum evento do mundo romano (Lc 1:5 / Jo 12:1 / At 18:12). Somente mais tarde, quando a reforma do calendário de Júlio César começou a ser amplamente aceita, começaram a se referir aos dias de uma maneira mais universal.

                                                  Nomes dos meses
Janeiro: Jano, deus romano das portas, passagens, inícios e fins.
Fevereiro: Februus, deus etrusco da morte; Februarius (mensis),
"Mês da purificação" em latim, parece ser uma palavra de origem sabina e o último mês do calendário romano anterior a 450 a. C.. Relacionado com a palavra "febre".

Março: Marte, deus romano da guerra. Abril : É o quarto mês do calendário gregoriano e tem 30 dias. O seu nome deriva do Latim Aprilis, que significa abrir, numa referência à germinação das culturas. Outra hipótese sugere que Abril seja derivado de Aprus, o nome etrusco de Venus, deusa do amor e da paixão.

 Maio: Maia Maiestas, deusa romana. Junho: Juno, deusa romana, esposa do deus Júpiter. Julho: Júlio César, imperador romano. O mês era anteriormente chamado Quintilis, o quinto mês do calendário de Rômulo.
Agosto: Augusto, primeiro imperador romano. O mês era anteriormente chamado Sextilis, o sexto mês do calendário de Rômulo.

 Setembro: septem, "sete" em latim; o sétimo mês do calendário de Rômulo. Outubro: octo, "oito" em latim; o oitavo mês do calendário de Rômulo. Novembro: novem, "nove" em latim; o nono mês do calendário de Rômulo. Dezembro: decem, "dez" em latim; o décimo mês do calendário de Rômulo.



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