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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Festas de fim de ano revelam hipocrisia

A farta comida faz muito hipócrita aparecer ao almoço ou jantar com fisionomia de anjo


Luís Alberto Caju

 Nas festas de final de ano é quando a hipocrisia bate o recorde. De repente todos ficam bons. Mesmo o mais canalha da família ou do emprego. O mesmo discurso aparece em vários lábios: “Feliz Natal, que o menino Jesus lhe dê tudo o que precisa. Tenha um ótimo Ano Novo”.

 No horário do almoço ou jantar, muito político velho de carreira ficaria envergonhado ao se deparar com o desempenho de algumas pessoas. Sentam-se com aquela cara de anjo e fazem discurso para tudo. Elogiam a comida: “Há quanto tempo não saboreio um peru tão bem assado, acompanhado de arroz à grega, só com este bom gosto nos restaurantes de grã-finos”!

 As diferenças com os parentes, em nome do Natal e Ano Novo, são esquecidas. Os comentários maldosos saem de cena para entrar a puxação de saco. O sobrinho (a) problemático (a), a esposa ranzinza, a sogra “mala sem alça”, o tio sacana, o cunhado pilantra, a nora sem vergonha, os primos (a) interesseiros; todos são revestidos de bondade. Os defeitos deles desaparecem.

 O brinde ao Natal e votos de próspero Ano Novo são repletos de sofisticada engenharia política. Os cafajestes conseguem sorrir com o coração fervendo de ódio e vingança. Até o suor desaparece da palma da mão em nome dessas poucas horas de paz.

 Caso fossem todos fossem filmados na mesa do almoço ou jantar e depois o conteúdo daquela reunião gastronômica fosse exibido para um psicólogo, a fisionomia de cada pessoa revelaria quais eram suas intenções. Os olhares mostrariam a raiva contida, a vontade de avançar no parente que é sacana o ano todo e durante o Natal posa de santo.

 Não passaria despercebido a ira da nora em relação à sogra que não aceitou sua entrada na família. O sorriso irônico do tio mostraria o desprezo nutrido pelos sobrinhos, interessados apenas em fazer uma “boquinha”. Os gestos do cunhado sinalizaria a falta de sintonia dele com o marido de sua irmã.

 Porém, em nome da paz, o Natal e a chegada do Ano Novo provocam tréguas nos corações de grandes canalhas e hipócritas. Gente ordinária, que nunca teve o verdadeiro amor de Jesus Cristo dentro de si. Apenas ficam felizes com o mal do próximo, principalmente quando se trata de familiares. É a época em que a hipocrisia revela todo o arsenal de como fingir que se ama, quando na verdade é o ódio reinante naquela vida. No outro ano a mesma cena volta a repetir. Infelizmente.


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