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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Honestos presos em casas e desonestos livres nas ruas


Inversão de valores: cidadãos honestos são obrigados a enxergar a luz do sol atrás das grades...de sua casa

Luís Alberto Caju

  Vivemos numa completa inversão de valores: os cidadãos honestos, pagadores fieis de impostos e obedientes à Lei são obrigados a viver como detentos em suas casas. Precisam colocar grades nas janelas, reforçar as portas com várias fechaduras, erguer os muros e sobre eles pôr ferro pontiagudos ou até fios eletrificados.

 As pessoas de maior condição financeira recorrem às empresas de segurança, instalando alarmes sofisticados e até homens armados visando oferecer antídoto contra roubos e assaltos, principalmente no momento em que se colocam os carros na garagem.

 Mesmo os outrora seguros condomínios fechados se transformaram em alvos de bandidos, às vezes com os temíveis arrastões, provocando pânico nos moradores. Hoje não existe bairro ou cidade segura. Todos são alvos de criminosos. Nas de pequeno porte, afastadas dos grandes centros é rotina invasão de quadrilhas para explodir caixas eletrônicos em assaltos que duram poucos minutos.

 Enquanto a polícia usa pistola .40 na repressão, os criminosos atacam com fuzis sofisticados, cujas balas furam blindagem de carros fortes e até derrubam helicópteros. Às vezes utilizam explosivos, mostrando que têm poder de fogo para enfrentar qualquer situação. É romantismo recordar da época em que carro da polícia amedrontava bandidos. Hoje eles partem para cima, matam os soldados e se possível colocam fogo no veículo.

 Por causa de um Código Penal arcaico, elaborado na década de 1940, o crime organizado contrata advogados especialistas no encontro de brechas para soltar os assaltantes ou traficantes o mais rápido possível. Em muitos casos, os policiais deixam os bandidos na delegacia de manhã. No período da tarde já estão de volta às ruas.

 Dentro dos presídios o Estado não tem nenhum poder. Ali é território comandado por facções que “administram” a rotina dos detentos. Em muitos estabelecimentos os artigos de higiene pessoal são fornecidos por essas máfias, assim como roupa de cama. O custo das viagens para visitas, quando o local fica no Interior, é bancado pelas entidades criminosas, assim como o fornecimento de cestas básicas e até o aluguel do imóvel onde mora a família do detento.


 Como o governo não tem pulso para mudar a situação, a grande parcela da sociedade, honesta e trabalhadora, perdeu sua liberdade. Por outro lado, os bandidos reinam absolutos nas ruas. Para conseguir se manter vivo, entra em ação a famosa política da boa vizinhança. Onde cada pessoa cuida de sua vida sem interferência na do outro. Quanto ao Estado, ele continua andando devagar, como fazem os elefantes. Até quando vai durar essa situação, ninguém é capaz de dizer.

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