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terça-feira, 19 de maio de 2015

Ressaca pós-maratona





O autor deste blog na maratona 2015 disputada em São Paulo em 17 de maio 

Luís Alberto Alves

 Só quem disputou uma maratona vai compreender perfeitamente essas linhas escritas. É o desafio contra o próprio corpo. Correr vários quilômetros na academia, sobre o tapete da esteira não se compara com o asfalto onde os pés pisam durante as horas de prova.

 Ali você está ao lado de milhares de pessoas. A maratona 2015 teve 16 mil inscritos. A largada no Ibirapuera teve lentidão. Durante 10 minutos não havia condições de correr, apenas andar, às vezes até tropeçando nos pés de outros competidores.

 Perto da placa marcando 1 km foi possível começar a disputa para valer. Mesmo aquecido por causa do alongamento, o organismo ainda está frio. Com o passar do tempo e quilômetros começam a surgir às primeiras gotas de suor no rosto e restante do corpo.

  Aos poucos a multidão vai rareando, aparecem os primeiros clarões, desaparece o risco de esbarrar nas pernas do colega que corre ao lado ou diante de você. A garganta dá sinal de secura. As pernas ainda estão imunes ao cansaço.

 Após 12 quilômetros, muitos participantes percebem que foram emotivos ao fazer a inscrição nesta modalidade esportiva. Deveriam ter ficado em casa, assistindo pela televisão, o desempenho de vários atletas de academia ou de final de semana.

 Infelizmente muitos inscritos numa maratona são freqüentadores de parques públicos aos finais de semana, onde correm 2 quilômetros e depois de 30 minutos de pique acreditam ter ganhado preparo para correr pelo menos 25 quilômetros.
A sonhada medalha após várias horas de corrida

 O buraco é mais embaixo. Pelo menos três vezes semanalmente é preciso ralar quase duas horas, acompanhado de diversos exercícios de resistência e fortalecimento da musculatura, além de alimentação adequada.

É importante simular o desgaste de uma prova real. Correr mais de 18 quilômetros é recomendável, em boa velocidade, não apenas trotando. E claro marcando o tempo no relógio. Ficar distante de bebidas alcoólicas e cigarro, além de alimentação saudável.

 Esse é o segredo para não sair destruído de uma maratona, direto para o hospital a bordo da ambulância. Saber dosar o ritmo é outra estratégia importante. O corpo sente o ritmo pesado. Logo aparecem fisgadas na coxa, panturrilha ou virilha.

Neste caso não é aconselhável manter o pique. É hora de reduzir a potência, mas continuar em frente. Parar e sentar é assinar o cartão azul da corrida. O corpo vai esfriar e o desânimo vem velozmente. Acabou a prova.


 Para quem chegou ao fim, restará o cansaço, mesmo após muito preparo. Não somos máquina. A musculatura sentirá o desgaste do tempo de corrida, principalmente as pernas. É a ressaca pós-maratona. Reflexo do esforço gasto durante a competição. O melhor remédio é descansar. Dar refresco ao copo. Longe dos treinos.

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