O autor deste blog na maratona 2015 disputada em São Paulo em 17 de maio |
Luís
Alberto Alves
Só quem disputou uma maratona vai compreender
perfeitamente essas linhas escritas. É o desafio contra o próprio corpo. Correr
vários quilômetros na academia, sobre o tapete da esteira não se compara com o
asfalto onde os pés pisam durante as horas de prova.
Ali você está ao lado de milhares de pessoas.
A maratona 2015 teve 16 mil inscritos. A largada no Ibirapuera teve lentidão.
Durante 10 minutos não havia condições de correr, apenas andar, às vezes até
tropeçando nos pés de outros competidores.
Perto da placa marcando 1 km foi possível
começar a disputa para valer. Mesmo aquecido por causa do alongamento, o
organismo ainda está frio. Com o passar do tempo e quilômetros começam a surgir
às primeiras gotas de suor no rosto e restante do corpo.
Aos poucos a multidão vai rareando, aparecem
os primeiros clarões, desaparece o risco de esbarrar nas pernas do colega que
corre ao lado ou diante de você. A garganta dá sinal de secura. As pernas ainda
estão imunes ao cansaço.
Após 12 quilômetros, muitos participantes percebem
que foram emotivos ao fazer a inscrição nesta modalidade esportiva. Deveriam
ter ficado em casa, assistindo pela televisão, o desempenho de vários atletas
de academia ou de final de semana.
Infelizmente muitos inscritos numa maratona
são freqüentadores de parques públicos aos finais de semana, onde correm 2
quilômetros e depois de 30 minutos de pique acreditam ter ganhado preparo para
correr pelo menos 25 quilômetros.
A sonhada medalha após várias horas de corrida |
O buraco é mais embaixo. Pelo menos três vezes
semanalmente é preciso ralar quase duas horas, acompanhado de diversos
exercícios de resistência e fortalecimento da musculatura, além de alimentação
adequada.
É importante simular o desgaste
de uma prova real. Correr mais de 18 quilômetros é recomendável, em boa
velocidade, não apenas trotando. E claro marcando o tempo no relógio. Ficar
distante de bebidas alcoólicas e cigarro, além de alimentação saudável.
Esse é o segredo para não sair destruído de
uma maratona, direto para o hospital a bordo da ambulância. Saber dosar o ritmo
é outra estratégia importante. O corpo sente o ritmo pesado. Logo aparecem
fisgadas na coxa, panturrilha ou virilha.
Neste caso não é aconselhável
manter o pique. É hora de reduzir a potência, mas continuar em frente. Parar e
sentar é assinar o cartão azul da corrida. O corpo vai esfriar e o desânimo vem
velozmente. Acabou a prova.
Para quem chegou ao fim, restará o cansaço,
mesmo após muito preparo. Não somos máquina. A musculatura sentirá o desgaste
do tempo de corrida, principalmente as pernas. É a ressaca pós-maratona. Reflexo
do esforço gasto durante a competição. O melhor remédio é descansar. Dar
refresco ao copo. Longe dos treinos.
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