Leão ficou nervoso com calote de R$ 4 bilhões |
Luís
Alberto Alves
Na minha época de editor-chefe no jornal paulistano
Metrô News, de 2008 a 2010, estava arquitetando uma reportagem sobre suspeita
de lavagem de dinheiro no futebol brasileiro. Algo que exigia muito fôlego. Não
pude concretizar o sonho, porque em fevereiro de 2010 sai daquela empresa.
É comum nas redações discutirmos vários
assuntos e deles saem boas matérias. A pauta sobre maracutaia neste esporte,
que é a paixão do brasileiro, surgiu nessa conversa. A boa marca do bom
jornalista é questionar. Nunca aceitar de bate - pronto qualquer desculpa
esfarrapada.
Sempre desconfiei das transações milionárias.
O craque, às vezes nem é grande talento, é vendido para times do Exterior por
fábulas e após algum tempo retorna ao Brasil, como ocorreu com o atacante André,
companheiro de Neymar no Santos. Comercializado com time de futebol da Ucrânia,
menos de um ano depois, estava de volta ao Brasil até permanecer encostado no
Atlético Mineiro.
Exemplos não faltam. O curioso dessa história
são os clubes. Vendem tantos atletas e continuam na miséria. Como se explica
essa anomalia? O Santos ganhou milhões na transação de Neymar com o Barcelona e
prossegue de pires na mãos. Para onde foi o dinheiro?
O Corinthians já passou para frente diversos
atletas para o Exterior e quase teve o ex-presidente Andres Sanchez preso por
causa de dívida de R$ 21 milhões com a Receita Federal. Exemplos não faltam. A
mesma rotina é aplicada em outros times da América Latina e Europa.
Não podemos menosprezar a inteligência do
crime organizado. A partir do momento em que a Receita Federal detectou que
empresas ligadas ao futebol brasileiro estariam burlando o Leão, podem ter
certeza que o buraco é mais embaixo.
Neste mundo podre onde imperam cartolas desonestos,
a malandragem é algo comum. Confiantes na impunidade de nossas autoridades
muitos insistem nas práticas ilícitas para ganhar dinheiro fácil. Este motivo
explica porque muitos deles persistem em disputar a presidência de grandes
clubes. Por caridade ninguém aceitaria engolir sapo de torcedor mal educado.
Tudo converge para criminalidade. O futuro dirá se estou errado.
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