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terça-feira, 5 de maio de 2015

Nervosismo é o câncer das grandes cidades





Luís Alberto Alves

 Estamos numa sociedade mergulhada na barbárie. Hoje, a maioria da população paulistana virou barril de pólvora prestes a explodir. Poucos têm paciência com o próximo. Qualquer ação é objeto de violenta reação. Resultado disso tivemos no final de semana passada, quando o Insegurança de um estacionamento de uma loja de roupas, na cidade de Embu das Artes (SP) deu quatro tiros num consumidor, que acabara de sair do local.

 O motivo da morte: a bandeira do cartão de crédito dele não era aceita naquele estabelecimento comercial. Saiu à procura de caixa eletrônico e pagar pela estadia do carro. A fortuna de R$ 12,00. Estava acompanhado de três colegas. No retorno, o funcionário do local onde estava guardado o carro começou a discutir. Na troca de ofensas, quatro disparos ceifaram a vida de um jovem.

 Nas ruas e avenidas muitos motoristas deixaram a paciência em casa. Qualquer freada brusca é motivo para xingamentos e ameaças. Os motoboys, embalados pela velocidade excessiva, são mestres em chutar espelhos retrovisores, portas ou riscar a pintura do veículo, que ousou aguardar o vermelho do sinal.

 Fila de banco é outro local repleto de nervosismo. Basta o caixa demorar, para começar os comentários nervosos. Numa compra, o lojista é culpado por todos os problemas econômicos atravessados pelo Brasil. O consumidor reclama de tudo. Mas se esquece de que ninguém é obrigado a comprar nada. Tem livre arbítrio.

 Os jovens, principalmente adolescentes, com raras exceções, transformaram o lar onde moram em campo minado. Reclamam da comida, dos refrigerantes, sucos, roupas e calçados presenteados pelos pais. Enfim, tudo é motivo de crítica. Até dormir merece comentários furiosos. Gritam por qualquer problema. Numa idade onde não há motivos para tamanha carga de preocupação. Afinal são sustentados.

 O medo da demissão transformou o interior das empresas em hospício. Chefes carrascos pisam nos subalternos com prazer. Usam o argumento da crise econômica e passam a semear clima de terror. Patrões utilizam mesma estratégia para recusar reajuste salarial e terminam qualquer diálogo com o argumento de que vai cortar despesas e dentro delas postos de trabalho.

 Ser calmo atualmente é tarefa para poucos. O normal é tomar atitudes insanas. Chutar o pau da barraca por qualquer motivo. É partir para briga por motivos insignificantes. É jogar o carro sobre pedestre atravessando na faixa. É humilhar a caixa do supermercado , que por problemas de saúde no ombro e pulso, digita lentamente os valores das mercadorias. É fazer pouco caso da esposa ou esposo, porque um deles cometeu qualquer falha.

 Enfim, tudo é justificativa para gritos e palavrões. A paciência virou objeto raro na sociedade atual. O discurso belicoso está na ponta da língua de qualquer um. Para conter a violência, não faltam defensores da pena de morte. A repressão policial contra movimentos sociais é semelhante à adotada na Ditadura Militar de 1964. Agora a resolução dos problemas passa pela barbárie. Arrebentar, quebrar ou aniquilar parecem remédios para curar o mal dos dias de hoje: impaciência!



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