Nas eleições brasileiras, a honestidade é carta fora do baralho |
Luís
Alberto Alves
As empreiteiras integrantes do
grupo investigado por formação de cartel e desvios na Petrobras deram em 2014,
durante eleições gerais no Brasil, R$ 78 milhões ao PT e PSDB. É o que revela
as prestações de contas de ambos os partidos, encaminhadas ao TSE (Tribunal
Superior Eleitoral).
De forma racional, essas doações foram apenas
por simpatias partidárias? As empresas tiraram esse dinheiro do bolso para
contribuir para o debate político no Brasil, visando melhoria na qualidade de
vida da população?
Não! É puro interesse. Jogo do “toma-lá-dá-cá”.
Tanto que investiram nas duas agremiações que chegariam ao final do jogo de
eleger o próximo presidente da República, o dono da chave do cofre para liberar
fortunas no formato de licitações de obras.
No Brasil há muitos anos existe a troca de
favores entre políticos e empresários. Os endinheirados ajudam na campanha e
após a vitória, o troco virá no formato de participação nas construções
públicas, geralmente superfaturadas.
Nesse campo minado não existe santo. Todos
estão contaminados com o desejo de continuar ganhando fortunas. No caso das
empreiteiras, elas faturam bilhões há décadas. Sempre tiveram forte influência
no Congresso Nacional, para silenciar qualquer tipo de ação que pudesse secar a
fonte de dinheiro.
Desta vez, o tiro saiu pela culatra. A prisão
do doleiro Alberto Yousseff desmontou o castelo de cartas marcadas. Ele
resolveu dar os nomes de todos os envolvidos. Escritórios renomados de
advocacia tentaram destruir os argumentos da Operação Lava Jato. Mas os tempos
são outros. O esgoto está escorrendo na calçada da Esplanada dos Ministérios e
chegando ao Palácio do Planalto.
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