Postagem em destaque

Governo cria malha aérea emergencial para atender o Rio Grande do Sul

EBC   Radiografia da Notícia *  Canoas receberá 5 voos diários. Aeroportos regionais ampliam oferta *  Antes do fechamento, o aeroporto da c...

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Zelo é palavra desconhecida pela maioria dos governantes




Aparelho de ginástica instalado no Horto Florestal (SP), num local cheio de goteiras

Luís Alberto Alves

 Desde minha época de criança, há mais de 40 anos, vejo o noticiário destacar a falta de cuidado que o governo tem na preservação do patrimônio público.  Seja na esfera municipal, estadual ou federal. A regra é a mesma. Não importa a qualidade do equipamento; foi comprado, alguém ganhou dinheiro na licitação (raro isto não acontecer) e o restante é deixar abandonado até estragar e a história voltar à repetição.

  Há poucos dias no Horto Florestal de São Paulo, Zona Norte da Capital, a administração, subordinada ao governo tucano de Geraldo Alckmin (PSDB), instalou um aparelho de ginástica. O curioso é que ele está embaixo de uma espécie de coreto, cujo telhado de madeira é repleto de buracos. Com a chuva, o local enche de água, e claro respiga sobre o equipamento que os freqüentadores utilizam.

 Não consigo compreender como alguém comete erro tão grosseiro: colocar algo que custou dinheiro público sob um teto que não resiste à chuva e logo irá danificá-lo. Talvez o responsável por tamanho absurdo desconheça a realidade. Viva somente dentro de escritórios refrigerados, longe da vida das ruas. Os discos de ferro, de vários quilos, estão soltos, sem qualquer corrente fina presa ao aparelho, facilitando o furto, por desocupados que também freqüentam o Horto Florestal.

 Infelizmente o Brasil é o país do desperdício. Quantos hospitais nas regiões mais afastadas dos grandes centros receberam instrumentos e maquinários para auxiliar no tratamento de doentes e permaneceram jogados nos depósitos até a ferrugem destrui­los? Há alguns anos a Polícia Militar de SP recebeu várias peruas Kombis para usar no patrulhamento. Virou alvo de piada, pois este tipo de veículo é para transporte de carga, não para perseguir carros de bandidos. Provavelmente alguém ganhou dinheiro nessa estranha licitação.

 Na rodovia paulista Anhanguera, após a cidade de Piraçununga, existe um viaduto que liga o nada a lugar nenhum. Está ali desde o final da década de 1970. O mesmo aconteceu com a Via Dutra, antes da privatização, com uma ponte sobre a Rodovia Hélio Smidt, que serve de ligação com o Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos. A base de concreto nunca foi utilizada e ali permaneceu vários anos.

 Outro descaso são as obras de despoluição do Rio Tietê. Há mais de 20 anos a história é ouvida pela população paulista de que o governo está trabalhando para torná-lo limpo. A cada dia fica mais sujo e, claro, alguém ganha dinheiro. Geralmente empréstimo feito por bancos estrangeiros. O Metrô, na década de 70 e metade dos anos de 1980 sinônimo de boa administração, hoje é sucata. Os trens abrem algumas portas em movimento, colocando em risco a vida de passageiros.


 Só depois de muita discussão, o governo federal resolveu substituir os obsoletos caças Mirage, responsáveis pelo patrulhamento do espaço aéreo brasileiro. Mesmo assim a escolha final dos aviões que serão fornecidos pela Suécia ficou parecida com parto complicado. Valeu a mesma regra: deixa a situação ficar no limite para ser tomada alguma decisão. Desconheço porque os governantes agem dessa forma, mas acredito que seja pelo lucro obscuro oferecido em qualquer licitação. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário