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domingo, 13 de abril de 2014

Para se produzir cem litros de cerveja são gastos 2 mil litros de água



O consumo doméstico de água é inferior ao industrial, mas vai pagar o pato no racionamento

Luís Alberto Alves

 Por causa da escassez de chuva, algumas cidades paulistas sofrerão racionamento de água, talvez no esquema 5 x 1, ou seja: cinco dias sem para um com abastecimento normal. Como a corda arrebenta do lado fraco, sempre, a periferia vai pagar o pato, servindo de boi de piranha em detrimento de outros setores da população.

 Há muito tempo a Sabesp (Saneamento Básico de São Paulo) bate na tecla de que os imóveis residenciais consomem grandes quantidades deste líquido precioso. Não é verdade: a indústria é voraz nesta sede. Mas esse assunto pouco é abordado. Talvez para não levantar críticas ao segmento empresarial.

A maioria das pessoas desconhece que para produzir uma tonelada de aço, são necessários 85 mil litros de água. Este produto é usado em montadoras de automóveis, fábricas de eletro/eletrônicos, ambos geradores de muito dinheiro em impostos. Na refinação de petróleo um barril refinado, de onde sairá a gasolina ou óleo diesel, são consumidos 290 mil litros para um tonel de 120 litros de combustível.

 Na indústria têxtil, 1 milhão de litros de água é responsável por uma tonelada de tecido. Já mil quilos de papel precisam de 250 mil litros no processo de produção. Para quem gosta de beber cerveja, cem litros da loira gelada precisam de 2 mil litros de água para ela se tornar realidade, no final do processo, nas mesas dos botecos. No frigoríficos um animal abatido, seja boi ou porco, são gastos 300 litros de água.

 Os exemplos citados acima revelam que a política de racionamento bate forte no lado fraco. Uma família de quatro pessoas nunca vai gastar 250 mil litros de água diariamente. Essa quantidade de água é suficiente para abastecer várias casas ou apartamentos. Pegando como exemplo caixas de água de mil litros, serão 250 destes recipientes em cada residência. Ao passo que numa indústria, essa quantidade de água sai dos imensos reservatórios de capacidade gigantesca de armazenagem.

 Infelizmente o segmento empresarial, com argumento de que são geradores de empregos e impostos, consegue obter sinal verde para continuar sugando milhares de litros de água todos os dias, enquanto os moradores da periferia precisarão arcar com o castigo do racionamento sob argumento de que os reservatórios estão em situação crítica. Mas quem é vilão dessa história: quem consome 250 mil litros por hora ou o imóvel residencial que durante um mês gasta 25 mil litros?


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