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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Copa do Mundo ou da Morte de trabalhadores?





 
Falta de segurança é o grande problema nas obras dos estádios para a Copa do Mundo deste ano

Luís Alberto Alves

 A morte do operário Fabio Hamilton da Cruz no sábado (29) após sofrer uma queda nas obras do estádio do Corinthians em Itaquera, Zona Leste, revela a bagunça que se tornou a reforma e construção desses templos do futebol para a Copa do Mundo, que começa daqui a 70 dias.

 Segundo familiares da vítima, já existiam reclamações a respeito da segurança. Há caso de funcionário que perdeu os dedos durante o serviço. Cruz caiu de uma das estruturas provisórias do estádio, numa altura de 8 metros. O rapaz dizia que era difícil se locomover no local alto para colar as arquibancadas provisórias.

 Mas o balaio de gato é com as empresas que contratam os operários para a obra. A empreiteira Odebrecht disse que não tem responsabilidade nas instalações temporárias. Jogou a bomba para a AmBev (fabricante de bebidas). Ela contratou a Fast Engenharia e essa contratou a WDS para registrar os funcionários dessa construção mais parecida com cemitério, por causa das mortes ali ocorridas (Cruz é o terceiro a morrer).

 Quem ganhou a licitação para fazer a obra no estádio do Corinthians foi a Odebrecht, mas por razões que talvez só a Fifa tenha conhecimento, ela terceirizou o restante. Algo parecido com o restaurante que contratou um cozinheiro famoso, mas quem coloca as mãos na massa são outras pessoas admitidas para pegar no pesado. O seu talento só desponta nos pratos finos.

 A bagunça é tamanha que aparecem quatro empresas para fazer o mesmo serviço de construção civil. Pelo dinheiro gasto nesta obra que mais parece uma pirâmide, que demora tanto tempo para ficar concluída, este tipo de problema não poderia ocorrer. É tanto esquema que a vítima tinha função de montador, mas o registro na carteira era de ajudante de montagem.

 Fiscais do Ministério do Trabalho admitiram que existem diversas irregularidades na construção. Se fossem para bater pesado, ela sofreria embargo, mas como é o estádio escolhido para abertura da Copa do Mundo, várias falhas estão sendo deixada de lado.

 O problema é que a pressa e o medo dos funcionários de perder a vida podem provocar mais acidentes fatais. Tudo isso revela que o importante para a Fifa e o governo brasileiro é colher os louros e, claro, a fortuna gerada por uma Copa do Mundo, onde a maioria dos brasileiros vai assistir aos jogos pela televisão, porque os ingressos caros não permitirão ver as partidas nos estádios. É até melhor, pois ninguém garante que eles estejam seguros para receber milhares de torcedores.


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