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terça-feira, 8 de abril de 2014

Doadores de campanhas estão com medo de CPIs


Dinheiro sujo, na maioria das vezes, é usado para financiar campanhas políticas

Luís Alberto Alves

 A coleta de assinaturas para abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, trazendo no bojo investigações sobre supostas propinas pagas na compra de trens para o Metrô de SP virou pesadelo para doadores de campanha políticas. O caldo ficou mais quente após a prisão de um doleiro em Curitiba, acusado, segundo a Polícia Federal, de lavar cerca de R$ 10 bilhões.

 CPI é igual ditadura, sabe como começa, mas ninguém conhece o final. Ele pode ser escabroso para quem aproveita a época de eleições para lavar dinheiro sujo obtido de forma ilícita. Os parlamentares aterrissados no Congresso Nacional têm noção do vespeiro onde estão colocando as mãos. Dali pode sair insetos que tenham grande poder de ferroar, deixando dores intensas na mente e bolso.

 Afinal de contas grande parte da classe política é envolvida em transações escusas. É ingenuidade crer que alguém gaste mais de R$ 700 mil ou até R$ 1 milhão para conquistar uma cadeira de deputado federal para ganhar “simplórios” R$ 26 mil mensais.  Tudo para defender as reivindicações populares. Balela, a maioria pretende chegar ao Congresso para servir de ponta de lança do crime organizado e ganhar bastante dinheiro, depositado em paraísos fiscais.

 O governo pode ser provocado, porém goza da prerrogativa de abrir parte da caixa preta envolvendo doações para diversos partidos políticos, com parlamentares eleitos naquela Casa. E desse arquivo pode sair informação suficiente para mandar muita gente ao presídio da Papuda em Brasília ou mesmo Bangu 1, no Rio de Janeiro, ou de Presidente Wenceslau, em SP.

 Aliás, numa das visitas de uma comitiva de deputados ao local onde a liderança do PCC cumpre pena, eles foram interpelados, no quesito honestidade. Marcos Camacho, o Marcola, chefão dessa facção criminosa, disse em alto e bom som, que os políticos não tinham moral para ditar regras a eles, pois também eram bandidos, só que de colarinho branco. Foi mais longe ao dizer que alguns deles os procuravam na época de eleição na busca de dinheiro para manter a campanha nas ruas.

 Como se vê, o medo dos doadores tem procedência, por que desse aperto investigativo podem sair dados sigilosos para complicar cidadãos acima de qualquer suspeita. Do executivo de fachada, fã de sapatos italianos, caros perfumes franceses, bons ternos de grife ou confeccionados em alfaiatarias requintadas, automóveis importados de alto valor e de coberturas gigantescas em apartamentos situados nos bairros top de linha do Brasil e até do Exterior.

 No submundo do crime organizado, perigoso não é o lambari que troca tiros nas favelas de São Paulo e Rio de Janeiro. Coloca medo na sociedade é o tubarão, as personalidades ocultas, boa pinta, aparência de excelente chefe de família, com filhos estudando em colégios e universidades de elite. Alguns até aparecem nas colunas sociais apresentando a riqueza obtida a custo de milhões de viciados nas drogas que eles despejam nas festas, principalmente da periferia, e grandes eventos, como Carnaval.

 São essas pessoas que abrem o cofre para abastecer as campanhas políticas, seja dos partidos de direita ou esquerda, visto que dinheiro desconhece ideologia. Jogam pesado. O importante é seus representantes marcar forte presença no Congresso Nacional barrando qualquer alternativa que visem endurecer as regras da Justiça contra os criminosos, principalmente os de colarinho branco.


 Como dizia um colega de labuta: “em puteiro não existe mulher virgem”. Ou seja, o mais “santo” que circula na capital federal do poder político brasileiro empurra a mãe de cadeira de rodas na descida ou enfia linha na agulha com a mão numa luva de boxe. Ali é inexistente pessoas inocentes. Cada um tem noção exata do que pretende. O poder, neste caso, infelizmente é utilizado para o mal da população. 

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