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terça-feira, 31 de maio de 2016

Estupro é ato de violência





Luís Alberto Alves

Cabeça de jornalista das antigas é assim mesmo. Lembrando das lições recebidas de mestres igual Freitas Nobre, de quem guardo sábios conselhos, repórter deve sempre desconfiar. Principalmente de respostas de autoridades e mesmo de vítimas. Precisa pesquisar, comparar, mas com muito cuidado e sem a pretensão de ser juiz ou promotor. Em nossa profissão não julgamos, apenas noticiamos.

Trabalhei três anos fazendo reportagens de segurança pública. Só chacina cheguei a cobrir 12. Homicídios perdi a conta de tantas pessoas que foram assassinadas e transformei aquelas tragédias em matérias. Aprendi a reparar detalhes. Exemplo: mortos a tiros, com as mãos fechadas, revela agonia. A vítima sentiu dor e demorou para morrer.

Sinal de queimadura na pele, mostra disparos à queima roupa, com a arma perto do corpo. Buracos de balas na mão ou braço, é indicativo de que a pessoa, tentou em vão, se proteger dos tiros. Boca fechada e dentes cerrados é outro sinal de dor intensa, antes da chegada da morte.

No estupro não é diferente. É uma agressão. A mulher resiste ao ataque. O criminoso torce o braço dela, desfere socos no rosto, no peito, nas costas, rasga as roupas para concretizar o ato sexual. As vítimas de estupro ficam traumatizadas. Nos primeiros minutos após essa terrível relação, muitas não conseguem nem ficar de pé.

Elas choram, sentem vergonha de pedir socorro e até mesmo de ir até a polícia registrar queixa. Sentem imundas, pois tiveram sua intimidade invadida por um desconhecido, talvez com doenças sexuais mortais, caso do HIV. Com todo esse quadro que descrevi, como é possível alguém sofrer tamanha violência sexual e ainda encontrar forças para contar quantos homens a estupraram?

Se uma mulher enfrenta tamanho sofrimento quando é penetrada de forma brusca apenas vez, e quando esse ato ocorre 33 vezes? Vamos supor que tenha sido drogada, mesmo assim, após o efeito passar, a dor vai explodir na região genital, inclusive com sangramento. Qual razão para tudo ter ficado sob controle?


Qual namorado admite sua amada sofrer estupro 33 vezes, sem fazer nada? Que explicação para essa anomalia? O histórico dessa jovem alguém levantou? Ela frequentava essa favela? Tinha vida sexual intensa? Como era a convivência dela na escola, com os amigos ou mesmo parentes? O ditado popular diz o seguinte: “Os números não mentem, mas os mentirosos inventam números”!

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