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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

PM paulista tem salvo conduto para matar



Minutos depois o bandido seria executado pelos PMs

Luís Alberto Alves

Não consigo tirar da mente as imagens do bandido deitado no chão retirando a camiseta, depois sendo algemado, fica de pé, os PMs os leva para um canto do muro e o alvejam com dois tiros. Cai e começa se remexer no chão até morrer. Outro policial vai até o carro da polícia pega uma pistola e coloca ao lado do criminoso, já sem vida no solo.

 Para evitar qualquer discurso contrário aos Direitos Humanos, o homicídio, ocorrido durante o feriado de 7 de Setembro, foi gravado pela câmera instalada num dos imóveis onde ocorreu a execução, no bairro do Butantã, Zona Sul de São Paulo. Na mesma hora outro comparsa acabou detido sobre o telhado de outra residência. Imobilizado, acabou empurrado. Minutos depois ele era executado a tiros.

 Nos dois casos os PMs relataram no BO que os dois criminosos resistiram à prisão, efetuaram disparos e no tiroteio morreram. Jesus Cristo disse que “nada há de oculto que não seja revelado”. As imagens da covardia mostraram o quanto a Polícia Militar de São Paulo é despreparada. Não coloca nas ruas agentes para proteger a população, mas para colocar medo no cidadão.

 Contaminada com a ideologia de Segurança Nacional, herança do Golpe Militar de 1964, passou a tratar o brasileiro pobre, preto e residente nas periferias como bandidos que precisam ser eliminados. Deixou em segundo plano o papel de prender e reprimir o crime. Age como juiz, decretando a pena de morte, de acordo com as circunstâncias.

 Assolada pela violência parte dos moradores na periferia aprova essa péssima conduta desses agentes da lei. Muitos desconhecem que os seus filhos ou mesmo maridos poderão servir de alvo para homicidas que se escondem por baixo de uma farda e usam armas fornecidas pelo Estado para assassinato em massa.

 Este péssimo comportamento contribui para que a sociedade tenha medo da polícia, em vez de respeito. Como é possível confiar numa instituição que não respeita o básico das leis do Direito, de que todo cidadão é inocente até prova em contrário? Alguém em sã consciência teria coragem de respirar aliviado, tarde da noite, quando se deparar com uma viatura da PM, numa rua deserta e longe do foco de qualquer câmara? 

A pena de morte, instituída à revelia pelo governo Alckmin, funciona a todo vapor no Estado de SP. Basta ser pobre, preto e residir em qualquer bairro da periferia. Uma polícia que já matou 368 pessoas no primeiro semestre de 2015, nos famosos atos de resistência à prisão, pode ser avaliada como tropa de algozes com salvo conduto para execuções fatais nas ruas. Resta saber até quando  a sociedade paulista aguentará esse dantesco festival de horror.


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