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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Fatiamento da Lava Jato é meio caminho à impunidade




Fatiamento impedirá que poderosos entrem nos presídios, como ocorre com presos comuns
Luís Alberto Alves

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta-feira, 23, “fatiar” um dos desdobramentos da Lava Jato. A maioria dos ministros entendeu que a investigação não deve ficar somente sob relatoria do ministro Teori Zavascki, responsável pelo caso na Corte, e sob os cuidados do juiz Sérgio Moro, que conduz a operação na primeira instância, em Curitiba. 

 O STF analisou o envolvimento da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em suspeita de fraude no Ministério do Planejamento e decidiu que o caso deve ser “apartado” das investigações da Lava Jato, operação que tem como principal foco o esquema de corrupção na Petrobrás. Com a decisão, apurações sobre a petista ficarão com o ministro Dias Toffoli e a parte que cita o ex-vereador do PT Alexandre Romano, que não tem foro privilegiado, será encaminhada à Justiça de São Paulo.

 A decisão abre brecha para que advogados de defesa tentem tirar das mãos de Moro “braços” da Lava Jato que, segundo eles, não têm relação com o núcleo central do esquema originalmente investigado. É o caso das apurações sobre o setor elétrico, por exemplo, que podem deixar de ser conduzidas pela Força Tarefa no Paraná. Questionado se a decisão prejudica as investigações, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se limitou a responder com expressão latina que significa que a causa está encerrada: “Roma locuta, causa finita”, disse . Reservadamente, no entanto, procurados avaliam que a decisão pode alterar o rumo da operação. 

 É meio caminho rumo à impunidade, como já ocorreu em casos anteriores, exemplo disso foi o escândalo do Banestado, envolvendo bilhões de reais desviados para o Exterior e nenhum punido. Já passei dos 50 anos e deixei de acreditar em ilusões. Uma delas é crer na mão severa da Justiça sobre poderosos. No Brasil nada disso acontece. Só pobre e ladrão de galinha sentem o frio das celas do nosso falido sistema carcerário.


 Ao dividir a Operação Lava Jato, o STF joga as cartas marcadas nas mãos de poderosos e badalados escritórios de advocacia para impedir a ida de seus clientes ao presídio. É a famosa pizza assada pelas mãos dos ministros do Supremo e de outros juízes de 1ªInstância. Os longos recursos irão frear a punição deste mar de corruptos que invadiu o nosso país. Não se espante com sumiço da Lava Jato da mídia. Poderosos pegos roubando não admitem que seus nomes estejam no noticiário.

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