Bilhões de dólares que vieram de práticas ilícitas |
Luís Alberto Alves
Não mereceu destaque
na imprensa brasileira, mas na Europa e Estados Unidos foi ao ar a lista onde
aparecem nomes de aproximadamente 5 mil brasileiros, que juntos têm R$ 20
bilhões depositados no HSBC da Suíça. Com certeza classe média e pobres estão
fora desta papelada. Ali só há pessoas ricas, a maioria de forte influência
política, a ponto de silenciar a mídia do Brasil.
Numa de suas raras
entrevistas, o banqueiro Edmond Safra disse que o sucesso da empresa que ele
presidia era o silêncio! A falta de assunto sugere que milhões que procuram
moradas nas agências da Suíça são provenientes de ações ilícitas, como
sonegação e até mesmo dinheiro de roubo, corrupção, tráfico de drogas e armas.
Mas como disse Jesus
Cristo séculos atrás, “nada há de oculto que não seja revelado, nem secreto que
não seja descoberto”. A casa caiu e na lista de 180 mil nomes, 5 mil são de
brasileiros. Não é novidade que bancos trabalhem lavando dinheiro.
Principalmente na Europa. O total guardado ilicitamente na Suíça é de US$ 120
bilhões (R$ 250 bilhões), realizados entre 2005 e 2007.
A história ganhou as
páginas do The Guardian e BBC (Grã-Bretanha), Le Monde (França) e o Consórcio
Internacional de Jornalistas Investigativos no começo deste mês. Por meio de
denúncia, o HSBC forneceu contas para parentes de ditadores, corruptos na África,
mercadores de armas e empresários corruptos.
Não ficou de fora nem esportistas, como o
piloto de Fórmula 1, Fernando Alonso, o roqueiro David Bowie, o rei Abdullah II
da Jordânia, o ator John Malkovich, o jogador de futebol uruguaio Diego Forlán.
A filial suíça do HSBC ajudou a sonegar impostos e esconder milhões de dólares
em ativos, distribuídos em pacotes difíceis de rastrear.
Ninguém guarda fortuna em casa, escondida no
colchão ou dentro do guarda-roupa, principalmente quando as cifras atingem
milhões. Só o tráfico internacional de drogas movimenta US$ 400 bilhões,
equivalentes a 8% do total do comércio mundial. Tudo isso via sistema bancário.
Agora é aguardar as investigações da Polícia
Federal que prometeu examinar a lista para conhecer quais brasileiros enviaram
dinheiro para Suíça sem deixar o quinhão pertencente ao Leão. Talvez este seja
o motivo para parte da mídia do Brasil não destacar o assunto. É bem provável
que nomes famosos, principalmente de empresários influentes política e
economicamente estejam ali.
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