A infância está virando refém da tecnologia |
Luís
Alberto Alves
“Não vos esqueçais que não sois máquinas, sois seres humanos”
(Charles Chaplin, no filme O Grande Ditador). Com raras exceções, hoje chame
uma criança para brincar. Rodar pião mande-a fazer uma pipa ou carrinho de
rolimã, jogar bolinha de gude ou mesmo taco, até tentar subir numa árvore.
Poucas conseguirão.
Agora no item tecnologia, a nova geração é
mestra nesta modalidade. Sabe corretamente o funcionamento de celulares,
tablets e até como bloquear ou desbloquear esses equipamentos. Até no famoso
whatsapp elas conhecem todos os recursos no envio de mensagens, anexarem fotos,
vídeos, entrarem ou sair de grupos.
Porém este excesso de “sabedoria” está
impedindo as crianças do século 21 de aproveitarem a infância. Por causa da
violência ficam presas dentro de casa ou apartamentos. As amizades virtuais
tomaram o lugar das virtuais. Reduziu o número de “amiguinhos” que se
encontravam na rua para o lazer comum na infância.
São autênticos robôs. Perderam o interesse
pelas atividades que ajudam na locomoção motora e até na sociabilidade nas
atividades onde várias pessoas interagem, como ocorre no pega-pega ou esconde-esconde.
Mesmo nas ruas, é comum encontrar crianças de celulares nas mãos nos jogos
eletrônicos.
É ruim este tipo de postura, pois começa a se
formar uma geração de robôs, pessoas que acreditam que o mundo virtual é igual
o real, onde as decepções fazem parte da vida, até para servir de aprendizado.
No dia a dia precisamos do próximo, seja em casa, na escola ou no trabalho. É a
mão dupla fixada por Deus.
Atualmente é mais fácil a criança conhecer o
funcionamento dos aparelhos eletrônicos do que puxar conversa com os pais para
lhe pedir algo ou mesmo desculpa por algo errado que tenha cometido. Para
complicar muitas mães passaram a utilizar o whatsapp para encontrar ou chamar
os filhos dentro de casa.
Durante o almoço ou jantar algumas famílias
ficam divididas na mesa. Os celulares ou tablets tomaram lugar do diálogo sadio
durante as refeições. Afinal de contas as pessoas sentam-se à mesa para comer e
conversar. Não é algo solitário, de apenas ingerir o alimento e sair calado.
A falta de atividade física na infância e
adolescência irá repercutir numa população adulta de obesos, inimiga dos
exercícios e de qualquer atividade esportiva. Essa geração, caso não abra os
olhos, se tornará refém da hipertensão, diabetes e doenças cardíacas. Por
gostar das besteiras oferecidas pelos restaurantes de fast food, terá pouca
resistência a qualquer tipo de esforço. Dominará a tecnologia, mas perderá o
bem maior do ser humano: a saúde.
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