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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Indigentes são enterrados como animais no Brasil



Apenas um número informa que alguém está enterrado naquele local

Luís Alberto Alves

 Que morador de rua é tratado com descaso, a maioria da população sabe. Mas poucas pessoas tiveram a experiência tétrica de ver o enterro de um mendigo ou desconhecido sepultado como indigente nos cemitérios de Perus (Zona Norte), Vila Formosa (Zona Leste) ou do Jardim São Luis (Zona Sul). É algo que corta o coração de alguém que ainda sente amor pelo próximo.

  O rabecão (carro de transporte de cadáveres) encosta numa das ruas próximo às sepulturas, os corpos são retirados, todos nus, trazendo a enorme cicatriz no peito, revelando que passaram por autópsia, e jogados em caixões de compensado. Depois eles são colocados na cova e cobertos de terra. Em cima é fincada uma estaca numerada, avisando que alguém desconhecido está naquele local.

  Não existe por parte do Serviço Funerário Municipal de SP qualquer humanidade neste momento, mesmo quando o morto é alguém sem identificação. Parecem animais irracionais que ao morrer são enterrados em qualquer lugar, acondicionados num saco plástico e jogado num buraco.

 Os funcionários do cemitério, calejados nesta tétrica função, trata o ato de sepultar como algo mecânico. Sem nenhuma referência. Na gestão da prefeita petista Luiza Erundina, na década de 1990, funcionários do Serviço Funerário impediram sepultamento de algumas vítimas executadas pela polícia durante rebelião no pavilhão nove da extinta Casa de Detenção, bairro do Carandiru, Zona Norte de SP. Motivo: os corpos estavam amontoados nos caixões.

 Este absurdo precisa ser corrigido rapidamente pela administração pública municipal. Os atuais responsáveis pelo Serviço Funerário da cidade de São Paulo precisam compreender que os mortos devem merecer bom tratamento. A ausência de vida não é sinal verde para se cometer todo tipo de violência, contra alguém que mesmo morto, carece de cuidado, pois foi abandonado pela sociedade. Os direitos humanos precisam ser aplicados nesta causa. Com urgência ou o poder público entrou na barbárie.


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