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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Globo apresenta Brasil sueco na abertura da Copa do Mundo



Pelas câmaras da Rede Globo, só aparecem torcedores de pele clara

Luís Alberto Alves

  Hoje (12) na abertura da Copa do Mundo no Itaquerão, pelas imagens da Rede Globo, algo me chamou a atenção: os closes das arquibancadas só destacavam torcedores brancos. Parecia que estávamos na Suécia ou qualquer outro país europeu. Como faz com suas novelas, onde é mínima a presença de atores e atrizes de pele escura, o mesmo se repetiu no futebol.

 Quando assumiu de vez os desfiles das escolas de samba em São Paulo, aos poucos destaques e passistas negros foram perdendo espaço, para ceder lugar para artistas das casas, com “melhor plástica”. Ou seja, pele clarinha, olhos azuis ou verdes, para causar boa impressão no Exterior.

 Nas conversas que já tive com jornalistas estrangeiros, sempre eles questionam a mesma coisa: “engraçado, como o Brasil tem muitos negros. Curioso que não os encontramos nas novelas vendidas para os nossos países. Vocês têm vergonha da cor da pele?” Realmente, o país exibido nos filmes e novelas da Globo é diferente do real, principalmente das periferias onde a maioria dos moradores não é branca.

 Assim como fez com carnaval paulistano, retirando sutilmente passistas e destaques negros, a Globo aplicou a mesma regra na abertura da Copa do Mundo. Ao soltar a imagem, ocorre rápida edição e foco são os rostos de matiz europeu.

 É algo que o leigo não consegue captar rapidamente. É preciso o olhar crítico de jornalista, profissão que exerço há quase 30 anos, para perceber este tipo de sacanagem. Não vejo demérito nenhum mostrar ao mundo nossa verdadeira cara. Esse Brasil de várias mistura de cores, que resultou numa nação alegre e batalhadora.

 Povo sofrido, mas especialista em encontrar forças onde ela já se esvaiu pelo ralo. Talvez para o elitismo global, mostrar muitos negros por meio de suas lentes possa aguçar o sentimento de alto estima. E claro, eles podem começar a lutar ferozmente pela conquista de espaço para que a igualdade seja realidade, principalmente nos filmes e novelas, onde personagens negros são reservados aos vilões e prostitutas...


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