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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Choro pode ser sinal de fraqueza?




Luís Alberto Alves

 O choro dos jogadores da Seleção Brasileira na batalha contra o Chile, sexta-feira (27) virou polêmica. Alguns defendem os craques, outros criticam, qualificando a atitude como fragilidade emocional. Porém em todas as profissões existe pressão. Imagina o empresário próximo do final do ano, calculando pagamento de impostos (e são muitos), de fornecedores, de aluguel, salários e 13º, depositando a confiança nas compras do produto que sai de sua linha de montagem.
Líder não fica sentado quando precisa tomar decisão importante


 Para aumentar a dramaticidade, suponha que essa indústria tenha 500 empregados. Como o valor do rendimento do operário registrado é quase 100% em encargos, a folha de pagamento é imensa. Caso não recebam o dinheiro no mês de dezembro, a confusão está armada, com paralisações e manifestações na porta da empresa. Nem por causa disso enxergamos empresários chorando, pois precisam resolver o problema rapidamente. Afinal de contas famílias dependem do dinheiro que sairá da conta corrente dos empregados que trabalham.

  Outro caso de pressão é a sofrida pela tripulação de aviões. Toda decolagem e pouso são grandes o risco de acidente fatal, resultando em centenas de mortos. Quem não se lembra do desastre com Fokker 100 da TAM em 1996, ceifando a vidas de 99 passageiros poucos segundos após sair do Aeroporto de Congonhas, Zona Sul de SP. Não encontramos histórias de pilotos e comissários de bordo chorando, ao saber que a vida deles e das pessoas que estão ali viajando pode se acabar num piscar de olhos, caso a aparelho exploda na decolagem ou o trem de pouso apresente defeitos ao pousar.

 Não existe ninguém igual ao outro. Os craques da Seleção Brasileira sabem a importância desta Copa do Mundo no País. Da alegria que pode proporcionar à população o hexacampeonato. A realização do sonho para sepultar o pesadelo de 1950. O próprio governo aposta no título, do contrário as manifestações colocarão em xeque a gestão Dilma Rouseff, pois muitos estádios irão se transformar em elefantes brancos após esse mundial.

 O grave problema é que esse time não tem muitos atletas que assumam para si a responsabilidade. Tipo Dunga ou Rondinelli, zagueiro do Flamengo conhecido por sua raça na década de 80. Na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, o volante Toninho Cerezzo chorou no vestiário, assumindo a culpa por um dos gols da Itália. Levou uma “dura” do atacante Serginho Chulapa, que antes de virar artilheiro no São Paulo nas décadas de 1970 e 1980, conheceu a várzea da Zona Norte, inclusive da Casa Verde e Parque Peruche. Voltaram e lutaram até o último minuto de partida.

 Líder não pode sentar em cima da bola, antes da cobrança fatal de pênaltis e chorar. Como capitão Thiago Silva deveria encostar os colegas na parede e descarregar a pressão jogando bom futebol. Disputando cada lance com garra, se possível atirando o adversário na pista de atletismo. Ir para cima. Jamais assumir uma derrota, sem antes conhecer o adversário. O torcedor não é bobo. Ele sabe quem dá o sangue durante a partida e quem se esconde atrás do nome.


 O menino Neymar, apesar dos 22 anos, tem mostrado que acredita no sonho do hexacampeonato. Ou alguém duvida do craque machucado, resolver cobrar um pênalti, com quase 90% chance de errar por causa das dores? O grupo é consciente do significado de colocar as mãos nesta taça. Porém é preciso colocar o coração na ponta da chuteira e partir para cima dos leões. Um deles se chama medo. Num jogo só existem duas probabilidades: perder ou ganhar. Para conhecer o resultado é preciso entrar em campo e segurar o choro na decisão.

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