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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Diretoria do Sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus/SP: velha conhecida da Polícia



A greve de ônibus deixou milhões de paulistanos andando à pé

Luís Alberto Alves

 O que pensar de um sindicato onde as divergências são resolvidas a tiro? Pior, teve sua sede invadida pela Polícia Federal em 2003, e a prisão de 19 diretores, entre eles o presidente Edivaldo Santiago da Silva, acusados de receberem dinheiro de donos das empresas de ônibus do transporte urbano da capital paulista.  Silva era suspeito de enriquecimento ilícito, pois seu padrão financeiro não encontrava respaldo com o salário recebido da entidade. A Polícia Federal encontrou grande quantidade de dinheiro escondidas dentro de panela ao revistar a casa onde morava.
Edivaldo Santiago foi acusado de enriquecimento ilícito

 A ficha corrida criminal tem outros capítulos. O delegado sindical José Leidson Rodrigues, o Polegar, entrou na vaga do diretor Marco Antônio Coutinho da Silva, expulso da entidade. Ele teria feito negociata numa empresa de ônibus para os patrões pagarem a segunda parcela do 13º Salário dos funcionários com cheque nominal em 2001. Porém, o dinheiro só caiu na conta dos trabalhadores no começo do ano seguinte.

 Coutinho Silva não gostou de perder o cargo e teria tramado o assassinato de Polegar, alvejado com oito tiros diante de sua casa na Cidade Dutra, Zona Sul de SP em janeiro de 2002. O suposto mandante fugiu e apareceu no sindicato em 2003, desta vez acusando Santiago de corrupção. Ou seja, o sujo falando do imundo. Chegou a garantir que seus antigos colegas faziam greves recebendo dinheiro de alguns empresários, mas ignorando não recolhimento de INSS e FGTS dos funcionários.
Mesma acusação recai sobre Isao Hosogi, o Jorginho


 Mas a sujeira prosseguiu no mandato do presidente Isao Hosogi, o Jorginho. Na sua gestão três diretores foram assassinados, um deles mandou fita de vídeo, exibida no programa Brasil Urgente, da Band, onde avisa que se fosse morto, o culpado era Jorginho. Ele acabou executado. Jorginho, de acordo com investigação da polícia em 2010, seria responsável por um esquema interno de desvio de dinheiro nos contratos de planos de saúde da categoria. Calcula-se que teria movimentado aproximadamente R$ 500 mil.

Tiroteio

 No final de julho de 2013, dia de eleição no sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus de SP, a confusão na distribuição das urnas terminou em tiroteio, com três pessoas feridas. Em setembro daquele ano ocorreu outro pleito e a oposição comandada por Valdevan de Jesus Santos, obteve 57,3% dos votos da categoria. Jorginho perdeu após três mandatos consecutivos. Ele teria acumulado patrimônio superior a R$ 16 milhões, algo difícil para um sindicalista, cujo piso salarial é de R$ 1.955,00.
O atual presidente do Sindicato, Valdevan de Jesus também enfrentou "problemas" com a Justiça

 O atual presidente, Valdevan de Jesus Santos, foi investigado pela polícia por suspeita de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas de Paraisópolis, Zona Sul de SP, nas lotações que fazem parte do transporte coletivo da cidade. Ele teria laços com a facção criminosa que domina a maioria dos presídios paulistas. Sobre Jorginho e Valdevan, segundo a Justiça, pesam denúncias de enriquecimento ilícito, formação de quadrilha e suspeitas de ligação com o crime organizado.

 Este é o sindicato que estaria por trás dessa greve maluca, que feita de surpresa, numa briga política para conseguir espaço na entidade, prejudica milhões de paulistanos. O reajuste de 10% nos salários e insalubridade para motoristas e cobradores, facilitando a aposentadoria com 25 anos de trabalho, em vez dos atuais 35, entre outros benefícios, foram aprovados pela assembléia da categoria realizada segunda­feira (19). Os rebelados responsáveis pela paralisação estariam no grupo comandado por Jorginho, que perdeu as eleições para Valdevan Noventa. Por esse quadro, a população está no mato sem cachorro.

 Parece que o sindicalista mafioso norte-americano Jimmy Hoffa fez escola no Brasil. Ele era presidente do Sindicato dos Caminhoneiros, assumindo o cargo em 1957, quando o antigo presidente foi preso por suborno. Com mais de 1, 5 milhão de associados, Hoffa usou o sindicato para se aproximar da máfia, passando a extorquir, chantagear e aplicar desfalques. Dez anos depois foi condenado a 15 anos de prisão. Da cadeia continuou mandando no sindicato. Em 1971 saiu, num acordo firmado com o presidente Nixon, de ficar longe das atividades sindicais durante dez anos. Em 1975 desapareceu do estacionamento de um restaurante em Detroit. Nunca seu corpo foi encontrado.




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