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sábado, 17 de maio de 2014

E se o Brasil não for campeão nesta Copa do Mundo?




O segundo gol do Uruguai, na final de 1950, que calou o estádio do Maracanã tirando o primeiro título do Brasil

Luís Alberto Alves

 A maioria dos brasileiros conta como certo o Brasil hexacampeão nesta Copa do Mundo, para redimir do fracasso da perda do título em 1950, no mesmo estádio do Maracanã, onde será disputada a final em julho. Mas a conquista deste título interessa não só à seleção, mas principalmente ao governo federal. Até para justificar o “mar” de dinheiro gasto na construção e reforma de estádios nas 12 sedes espalhadas pelo País, algumas delas sérias candidatas a elefantes brancos após o término do campeonato.

 Hoje, as manifestações são contra os gastos exorbitantes para satisfazer o desejo da “honestíssima” Fifa, que conseguiu enfiar goela abaixo do Brasil a venda de cerveja no interior dos campos de futebol, atualmente proibida. O banco de dinheiro de Blater e companhia fizeram inúmeras exigências para levar o maior volume possível de grana, livre de impostos.

 Como já faz muito tempo que a prerrogativa de jogar bem deixou de ser dos nossos craques, tudo pode acontecer quando a bola começar a rolar. Ninguém pode desprezar o potencial das seleções da Alemanha, Holanda, Espanha, Itália, Inglaterra, Portugal e Argentina, e claro, o Uruguai que levantou a taça de campeão mundial em 1950, ao fazer dois gols no Brasil, que antes da partida já era considerado o dono do título mundial.

 É ingenuidade acreditar que futebol não anda de mãos dadas com a política, principalmente em nosso País. É só reparar na presença dos cartolas dirigindo a maioria federações e na própria CBF, onde o amante da ditadura militar de 1964, José Maria Marin colocou as mãos. Crer no contrário é achar que Papai Noel e Fadas Madrinhas existem. O senador Zezé Perrella é presidente do Cruzeiro de Belo Horizonte, o crápula Eurico Miranda ensaia o retorno ao Vasco da Gama, onde esteve à frente no início dos anos 2000.

 Caso o Brasil seja hexacampeão todos os políticos vão aparecer como os pais da criança. Se ocorrer o oposto, até a reeleição da presidente Dilma Rousseff pode virar vinagre. Para muitos, ela vai levar a culpa do time comandado por Felipão ter deixado o título escapar das mãos dentro de um Maracanã superlotado. O mundo cairá sobre sua cabeça e o governo arcará com a culpa dos gastos exorbitantes para trazer essa máquina de dinheiro da Fifa.

 Inúmeros protestos invadirão as ruas, bancos e lojas serão depredados, ônibus queimados, jogadores acabarão acusados de corpo mole e xingados de mercenários. Na visão de muitos torcedores, Neymar e companhia ganham bastante dinheiro para entrar em campo e não fazer gols, que qualquer cidadão, mesmo sem qualquer preparo físico, colocaria no fundo das redes. Os telejornais inundarão a programação com programas debatendo as causas da perda de um título dentro de casa. Para fechar o ciclo, a tropa de choque da PM, em nível de Brasil, terá trabalho extra. Afinal de contas serão milhares de revoltosos de plantão descarregando sua ira nas ruas.


 Até mesmo a infelicidade de estar desempregado ou doente, jogando a culpa no governo, como se ele fosse o único culpado pelo fracasso da seleção brasileira. Infelizmente o brasileiro é emotivo demais. Despreza a razão. Os sensatos sabiam que o nosso país não tinha condições de sediar esta Copa do Mundo. Mas o orgulho e burrice falaram alto. Assinaram a fatura de algo que não poderiam pagar. Agora não podem chorar o leite derramado. Nesta confusão todos estão incluídos, até você leitor que ficou feliz quando soube que em 2014 nós teríamos uma Copa do Mundo. Agora agüenta o chumbo!

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