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sábado, 10 de maio de 2014

Criminoso tem ódio de trabalhar





Familiares de presos a caminho do presídio para visita

Luís Alberto Alves

 Qual a diferença entre o bandido seja de colarinho branco ou comum, e o cidadão honesto? Criminoso não gosta de trabalhar, daí a opção de roubar, furtar ou praticar golpes que resultem no ganho fácil de dinheiro, sem qualquer tipo de esforço. Dependendo da área de atuação passa algum tempo arquitetando como desenvolver aquela ação, como fazem alguns bandidos encastelados na vida política, entrando em concorrências para participar de construção de obras públicas, ganhando dinheiro no fornecimento de matéria-prima a preços elevados. O caso da Avenida Águas Espraiadas, atual jornalista Roberto Marinho, na Zona Sul de São Paulo, teve o km² mais caro do mundo e virou ocorrência policial, com o então prefeito Paulo Maluf acusado de faturar, em 1998, US$ 28, 3 milhões.

 Nas ações envolvendo assaltantes que atuam na esfera política, dificilmente eles sentirão o frio existente nos presídios. A Justiça concede a eles o direito de foro privilegiado e quando condenados, o caso já prescreveu. Outros morrem antes e se livram, aqui na terra, de pagar pelos seus crimes. Mas qual o motivo para pessoas deste tipo não optar pela honestidade? Ganhar dinheiro por meio do trabalho leva tempo e às vezes nunca se chega à riqueza. Daí a opção pelo crime.

 Quando condenados ocorrem poucas mudanças em suas vidas. No baixo escalão dos bandidos, muitos dizem que cadeia é hotel. É verdade. Nos presídios os detentos tomam café da manhã (pão, café com leite, frutas), almoçam o cardápio do dia, variando de carne, frango, peixe, macarronada e até feijoada. No jantar repetem a dose. O final de semana tem visita íntima. Eles passam horas de amor com as esposas, e às vezes, namoradas e até prostitutas.

 Durante a maior parte do dia bandidos condenados não fazem nenhuma atividade. Apenas jogam futebol de salão ou de campo, dependendo do tamanho do presídio, baralho, dominó e outros tipos que eles mesmo inventam para ganhar dinheiro, neste caso cigarros, a moeda corrente dentro das cadeias e depois trocado por notas no dia da visita.
Futebol como recurso de terapia para espantar o ócio no cumprimento da pena


 Os traficantes continuam “administrando” os pontos de drogas, por meio de celulares e até decretando a morte de rivais ou comparsas que tenham cometido erros graves. No Brasil nenhum preso fica mais de 30 anos cumprindo pena. Após esse período é liberto, exceção para psicopatas que passam por exames específicos para comprovar se colocarão em risco a vida da população, quando estiverem em liberdade.

 Se tiver bom comportamento, alguém condenado a 30 anos, poderá ganhar o benefício de regime semi­aberto ao chegar aos dez anos de pena e logo vai conquistar a liberdade. É o prêmio para quem escolheu a opção de roubar para se sustentar. Já o honesto precisa enfrentar transporte público de péssima qualidade, andando espremido igual sardinha em lata, acordar cedo e chegar tarde em casa.

 No final do mês precisa fazer malabarismo para pagar todas as contas e tomar cuidado com as prestações, para num atraso, cair na temível lista dos maus pagadores do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). É obrigado a se acostumar a viver com a quantia ganha onde trabalha. Às vezes renuncia a luxos, como almoçar ou jantar fora com a família, fazer viagens de passeios aos paraísos turísticos. Tudo por falta de dinheiro suficiente para bancar o luxo.

 Dentro de sua casa, visando escapar da violência, é obrigado a viver recluso, com grades nas janelas, cercas ponta de lança na frente e fundo do quintal, várias fechaduras nas portas e até alarmes. Quando é dono de automóveis 2.0 nunca pode se esquecer do seguro, pois corre o risco de perder o veículo se for vítima de assalto. Não pode ter o luxo de dormir até tarde durante a semana. Precisa trabalhar no mínimo 35 anos para se aposentar, caso tenha sorte e por causa do salário, com benefício de até R$ 4.396,00.
Aos honestos resta a opção de andar espremido no péssimo transporte coletivo para ganhar o sustento


 Já os bandidos gozam de toda mordomia na cadeia. Comem do bom e do melhor, principalmente os de colarinho branco. Andam de carros de luxo e moram em imóveis situados nos bairros top de linha. Frequentam bons restaurantes e viajam para qualquer lugar do mundo, exceção do atual deputado federal Paulo Maluf (PP/SP), caçado pela Interpol em vários países. 

 Se presídio fosse lugar de trabalho duro (não escravo), onde o criminoso tivesse de suar a camisa todos os dias, das 8h às 18h, de segunda a sábado, sem direito a férias, com parte do dinheiro ganho ali revertido aos familiares da vítima de quem ele tirou a vida ou repassado à sociedade da qual ele prejudicou ao aplicar seus golpes em concorrências fraudulentas, tudo sofreria mudanças. Principalmente com a extinção de visita íntima, e cumprimento integral da pena.


 Dependendo do crime, em regime fechado, 22 horas enclausurado, sem contato físico com a visita, sem direito a livros, revistas, programas de rádio e televisão. Podem ter certeza que os índices de criminalidade iriam despencar, porque bandido não gosta de trabalho, isso é prerrogativa dos honestos.

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